Viagem

A Rússia por um russo, Uma visão diferente do país dos Czares Capítulo II

Dominique - Rússia
A Rússia desperta natural curiosidade por conta da época soviética. Agora, a curiosidade aumenta ainda mais pensando na Copa do Mundo de 2018. Por isto, convidei um russo para falar de sua terra.

Quando viajei para lá, foi pelas mãos dele, que se dedica a mostrar as mil e uma facetas de seu país, que rapidamente se ajustou a abrir as portas e a receber turistas do mundo inteiro, curiosos em pisar no palco de tantos acontecimentos históricos e ávidos por sensações.

Por Vasiliy Butuzov

Antes de começar o post sobre as cidades e o que elas têm a oferecer, iremos desmistificar alguns pontos

Há ursos pelas ruas?

É um antigo mito. A menos que você viaje para as florestas da Sibéria, jamais encontrará ursos pelas ruas – ao menos nunca em Moscou ou St. Petersburgo.

Todos os russos bebem vodca (во́дка)?

É verdade que é o drink mais consumido na Rússia, mas há também diferentes tipos de cervejas, vinhos e até mesmo a caipirinha.

A Rússia é como a União Soviética há 30 anos?

Muitas pessoas acham que a Rússia é o que se mostra em reportagens dos anos 70, mas hoje, a Rússia é uma das maiores economias do mundo.

Há de tudo para uma vida confortável e infraestrutura para o turismo. Hotéis, restaurantes e transportes – do bom ao excelente para todos os bolsos. A Rússia é um país amigável e uma sociedade aberta, onde há muito o que descobrir.

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A Praça Vermelha (Красная площадь) é vermelha?

A palavra “vermelha” (“krasniy”) em russo antigo significa “bonita”. O significado do maior monumento da Rússia em Moscou é Praça Bonita!

Está sempre muito frio na Rússia?

O inverno russo é longo, mas entre o final de abril e início de outubro, não há sinal de neve e a temperatura estará bem agradável. No verão (junho-agosto), as temperaturas podem chegar a 40 graus com uma média de 20-25 graus.

É perigoso andar pelas ruas?

Como em qualquer outra grande cidade, ao andar por Moscou e St. Petersburgo deve-se usar o bom senso, mas não há nenhuma recomendação especial. Ambas as cidades são completamente seguras para os estrangeiros.

A Rússia (Россия) é o maior país do mundo, com uma história única e um verdadeiro tesouro cultural. Do período dos Czares, passando pela era soviética, até o pós-soviético como uma “nova” Rússia – promove a qualquer viajante uma grande variedade de monumentos e atividades, trazendo momentos inesquecíveis na memória.

Neste artigo, eu não pretendo contar sobre monumentos que possam ser encontrados facilmente em guias ou pacotes de viagem – o leitor já sabe sobre a Praça Vermelha e o Kremlin em Moscou, o Hermitage e as fontes de Peterhof em Saint Petersburgo, etc. Pode ainda, consultar os links que estão no decorrer do artigo.

Claro que são um “must” e merecem uma visita, mas o que há de especial na Rússia, além disto? Eu passarei dicas que, provavelmente, não sejam encontradas em outro lugar e algo que ajude a transformar a viagem em um verdadeiro conto de fadas!

Moscou (Москва)

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A capital do país, cidade que nunca dorme, conta com uma esfuziante vida noturna. Moscou possui pequenas ruas ao lado de grandes arranha-céus, compostos por lindos edifícios ao lado de alguns mais estranhos, particularmente parecido com São Paulo… É uma mistura de tudo um pouco.

Uma cidade de negócios, com 129 teatros e 504 museus. Claro que se pode explorar a cidade dirigindo um carro, a pé ou por metrô (o que é realmente válido em Moscou). Mas, que tal ver a cidade do alto, a bordo de um helicóptero? É possível sobrevoar os arredores da capital em um passeio emocionante.

Os helicópteros possuem capacidade de 3 a 8 pessoas para um voo de 45 minutos e um guia local.

Interessado sobre o espaço? Então, bem-vindo ao Star City. Há alguns anos, a visita de um estrangeiro era expressamente proibida. Esta pequena cidade, próxima à Moscou, é o lugar onde os cosmonautas são treinados, incluindo as missões para o ISS (International Space Station).

É também uma área residencial onde os cosmonautas russos vivem com suas famílias, com toda a infraestrutura necessária, como hospital e escola.

Durante uma visita ao Star City, é possível ver a Centrífuga, a Soyuz TM e a Hidrolab, uma grande piscina, onde os cosmonautas treinam. Com sorte, poderá vê-los, através das janelas.

Para aqueles que estiverem dispostos a pagar o preço para sentir a adrenalina, é possível experimentar um voo com gravidade zero, durante 30 minutos.

Que tal um voo em um caça MIG-29, ultrapassando a barreira do som e ainda podendo pilotar?

Na cidade de Nizhniy Novgorod, a 4 horas de viagem, em um luxuoso trem que parte de Moscou, são 20 minutos inesquecíveis de voo. Requisitos básicos: estar bem de saúde, não ter problemas cardíacos e pesar menos de 100 quilos.

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Claro, que o ponto alto de uma visita à Moscou, é assistir a uma apresentação no famoso Bolshoi. Conseguir ingressos não é tarefa fácil e deve considerar fazê-lo, muito antes da viagem. É possível também, uma visita ao backstage e, com sorte, espiar um ensaio.

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Depois do Bolshoi, uma visita ao restaurante predileto (Cafe Pushkin) de Roman Abramovitch para apreciar o melhor strogonoff da cidade é a melhor dica.

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E para encerrar este dia, repleto de novas impressões e emoções, a sugestão é o O2 Lounge, do terraço do Hotel Ritz-Carlton , que oferece uma vista magnífica para a Praça Vermelha.

Os hotéis em Moscou oferecem preços até duas vezes mais em conta nos finais de semana do que durante a semana. Fique de olho!

St. Petersburgo –  (Санкт-Петербу́рг)

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A cidade mais romântica da Rússia, com lindos canais, pontes e as famosas Noites Brancas, quando dificilmente escurece. A temporada se inicia no final de maio e vai até meados de julho, momento ideal para visitar a cidade, mas também a mais cara, considerando o valor dos hotéis. Para conseguir melhores preços e aproveitar o restinho do verão, outubro é o melhor momento.

É imprescindível um passeio pelos canais. Há diversos barcos que oferecem o passeio, mas é possível também um passeio de luxo privativo. Pode ser servido um jantar ou somente uma taça de champanhe, enquanto contempla a ponte levadiça.

Passeios de helicóptero são permitidos, com vistas espetaculares dos palácios, catedrais e museus.

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Depois dos passeios por água e ar só mesmo um jantar como um verdadeiro Czar e com muito caviar. O restaurante Russian Empire é o mais aristocrático da cidade e fica no antigo Palácio Stroganov.

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Se quiser algo mais moderno, a sugestão fica para o restaurante Mansarda com uma incrível vista para a catedral de St. Isaac.

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Degustar vodcas é obrigatório na Rússia. Em uma visita ao Museu Russo da Vodka é possível apreciar qualquer tipo desta bebida mundialmente famosa.

St. Petersburg também é famosa por sua porcelana produzida pela Fábrica Imperial desde 1744. Além de uma visita, ainda é possível participar de um workshop e fazer uma peça personalizada.

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Uma vez em St. Petersburg, uma visita inesquecível é a residência imperial de verão dos Czares (Tsarskoe Selo), localizada na cidade de Pushkin, a uma hora de carro. Lá está a réplica da legendária Sala de Âmbar, roubada durante a Segunda Grande Guerra.

A sala de trabalhos, onde a Amber Room foi recriada, também fica no Museu e é possível uma visita para descobrir como o âmbar é processado, participando de um workshop. Uma pedra de âmbar é oferecida e com ajuda profissional, é possível também criar uma peça personalizada para levar para casa.

Mais fatos interessantes sobre a Rússia para você contar aos amigos

Você sabia que desde Pedro, O Grande (século XVII) até a Revolução, em 1917, o francês era a segunda língua falada pela nobreza russa? As pessoas, além de falarem e escreverem cartas umas às outras em francês, ainda liam e escreviam livros neste idioma. Por esta razão, ainda há uma palavra ou outra em francês no idioma russo.

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Grigory Rasputin foi a pessoa mais misteriosa da Rússia por trás da família de Nicolau II. Ele foi envenenado no Palácio de Yusupov em St. Petersbourg, mas apesar da grande dose ingerida, ele surpreendeu seus supostos assassinos e escapou. Seu corpo foi encontrado a alguns quilômetros do palácio. Hoje em dia é possível visitar uma exposição dedicada a este personagem no Palácio Yusupov.

O lago Baikal na Sibéria é o lago mais profundo do mundo. Para enchê-lo, seria necessário toda a água dos maiores rios do mundo juntos como o Volga, Don, Dnepr, Enisey, Ural, Ob, Gang, Orinoco, Amazonas, Tâmisa, Sena e Order.

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Museu Hermitage dispõe de 30 milhões de peças e para ver todas elas, seriam necessários 30 anos indo ao museu, todos os dias, por 8 horas diárias.

No verão, os habitantes dos grandes centros, passam suas férias em casas de campo. Estas casas se chamam “Dacha”.

A Rússia conta com mais de 600 universidades, sendo fundamental cursar alguma para um bom emprego.

Gente, fala a verdade, não é muito bom ser uma Dominique e fazer amigos assim? Eu adoro! Благодарю вас. (Obrigada) Vasily!

Não vejo a hora de minha próxima viagem guiada por ele!

A Cynthia Camargo escreveu um Guia sobre Paris bem bacana e atualizado, veja neste link

Adorei! Já quero ir para a Rússia visitar todos esses lugares e você?

Leia Mais:

A Rússia por uma Dominique! O país da Copa do Mundo – Capítulo I
Série Rússia Capítulo III – E, aí? Você já visitou um Bunker na sua vida?

Cynthia Camargo

Formada em Comunicação Social pela ESPM (tendo passeado também pela FAAP, UnB e ECA), abriu as asas quando foi morar em Brasilia, Los Angeles e depois Paris. Foi PR do Moulin Rouge e da Printemps na capital francesa. Autora do livro Paris Legal, ed. Best Seller e do e-book Paris Vivências, leva grupos a Paris há 20 anos ao lado do mestre historiador João Braga. Cynthia também promove encontros culturais em São Paulo.

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North Eleuthera – Uma viagem à uma ilha paradisíaca

Dominique - Ilha
De infinitos campos de abacaxis às praias de areia branca e rosa, enseadas isoladas e quilômetros de costa, Eleuthera e Harbour Island definem as Bahamas.

Grande parte da arquitetura e modo de vida foram influenciados pelos legalistas britânicos que se instalaram aqui em 1700. Este estilo foi adotado desde então pelas outras ilhas das Bahamas, tornando a Ilha Eleuthera e Porto o local de nascimento de todo o país.

Além disso, as ilhas continuam a encantar os visitantes com um toque tropical já que Harbour Island é conhecida como uma das melhores ilhas do Caribe. Se você estiver visitando as Bahamas,  Eleuthera & Harbour Island não devem ser perdidas.

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São aproximadamente 600 ilhas em Bahamas.

Eleuthera é a quarta ilha mais povoada das Bahamas com aproximadamente 11.000 habitantes. A maioria dos que moram aqui, ou pescam por recompensas ou cultivam os hectares de plantações de abacaxi.

Eleuthera é uma ilha de sofisticação casual, abrigando comunidades isoladas, resorts bem desenvolvidos, penhascos rochosos, pântanos baixos e enormes recifes de corais que criam cenários magníficos.

Harbour Island, por outro lado, já foi a capital das Bahamas. Foi recentemente classificado como “A Melhor Ilha do Caribe” pela revista Travel & Leisure em 2015 e também recebeu este prêmio em 2005. Também possui vegetação tropical exuberante e mágicas praias de areia rosa.

Para se chegar em North Eleuthera, a partir dos EUA, parte-se de Miami em um vôo de aproximadamente 35 minutos. American Airlines e BahamasAir fazem o percurso, que aliás é maravilhoso, com aviões menores voam mais baixo propiciando uma vista incrível do mar com céus azuis em vários tons.

Uma pintura!

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Fiquei hospedada no Hotel The Cove Eleuthera que oferece quartos, suítes e comodidades incluindo piscina descoberta, restaurante e sushi bar, serviços de spa, fitness center e instalações para casamentos. Mas o mais fascinante desse hotel é a construção de suas vilas integradas à natureza e praia (tem duas particulares do próprio hotel).

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O hotel tem um restaurante muito bom e todo serviço é a la carte (não há buffet).

O spa oferece massagens e tratamentos variados.

A equipe do hotel pode indicar vários passeios. Resoolvi conhecer Harbour Island, portanto peguei um táxi até o porto e entrei num barco-táxi (USD 5,00) que leva até Harbour Island em poucos minutos.

Harbour Island tem muitas casas de veraneio, as pessoas costumam passar férias por lá, então há restaurantes e algumas lojas. Para conhecer melhor a ilha, vale a pena alugar carros de golfe que facilita sua exploração.

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Fui almoçar no restaurante muito bem indicado, chamado Sip Sip.

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Outro passeio muito diferente é ir para Spanish Wells, uma cidade pequena na ilha de St. George’s Cay. Contratei o barco que atracou no próprio Hotel The Cove que tem uma pequena marina. Aliás a vista dessa marina já vale só ir e conhecer mesmo que não saia de barco.

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A praia aqui tem areia branca e fina e é ótima para um passeio. A água é na maior parte rasa e as crianças pequenas podem brincar perto da costa.

Do outro lado da praia existem porcos que nadam livremente e convivem com os turistas.

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Essas ilhas tem muitas atividades para fazer e passeios que, em sua maioria, prometem um visual sem comparação.

Eu amei essa ilha! Já vou planejar as minhas próximas férias para lá, e você?

Leia Mais:

A ilha – Viajar sozinha para North Eleuthera
A Rússia por uma Dominique! O país da Copa do Mundo – Capítulo I

Maria Mazza

Amo viajar e amo conhecer lugares. Sou administradora de empresas, agente de viagens na Engenhotur e Dominique claro.

1 Comentário
  1. ola tudo bem. muito bom seu comentário em relação a eleuthera. porem tenho uma duvida. Na ilha tem taxi? irei ficar de 04 a 07 de fevereiro, seria melhor alugar um carrinho de golf? com esse carrinho consigo andar na ilha inteira? onde alugo esse carrinho de Golf? irei desembarcar no aeroporto de rock sound e ficar hospedado no unique vilage. com o carrinho consigo ir pra todos os lugares? obrigado.

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A Rússia por uma Dominique! O país da Copa do Mundo – Capítulo I

Dominique - Rússia
Estive na Rússia levando um grupo há poucos anos e tracei um paralelo com a Disney. O castelo da Cinderela com a igreja de São Basílio e as atrações como a Praça Vermelha, o Hermitage, as joias de Catarina, o Bolshoi com as atrações dos parques.

Não me leve a mal e nem estou desmerecendo um ou outro. É que a sensação de fantasia permaneceu todo o tempo em minha alma, justamente porque Moscou e Saint Petersburgo não podem ser comparadas à nenhuma outra cidade do mundo, nem muito menos à sensação que elas trazem ao nosso espírito.

O grau e nível de contemplações e deslumbramentos é muito parecido, só que em um contexto ainda maior: tudo ali é de verdade.

Como uma boa Dominique, claro que meu deu frio na barriga me lembrando dos tempos soviéticos: achei estar sendo perseguida por um espião da KGB e alguns de meus passageiros caíram nos braços da Síndrome de Stendhal*.

A começar que consegui que nossa visita ao maior museu do mundo (coloca o Louvre no chinelo, desculpe) fosse privativa para nós. Enquanto nos deliciávamos no corredor inteiro de Rembrandt, observávamos pelas janelas filas imensas do pessoal que vem em cruzeiros e aporta na mesma hora em Saint Petersburgo para visitar o museu. Sim, dei um “tchauzinho” de lá de dentro para não perder meu momento de sordidez!

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Hoje em dia, o viajante busca novas sensações e confesso que levo mais grupos ao Marrocos do que à Paris nos últimos tempos (meu destino predileto), mas mesmo o Marrocos não possui a magia da Rússia em experiências tão fascinantes como as “Noites Brancas” de Dostoievski, por exemplo. Quem assistiu ao filme “O Sol da Meia-Noite”, de 1985, direção de Taylor Hackford, com aquele gato do Mikhail Baryshnikov, pode ter uma ideia do que é sair de barco pelo rio Neva em um eterno luso-fusco, seja 7 da noite ou 3 da manhã.

Entrar na Igreja do Sangue Derramado e observar ela inteirinha feita em mosaicos é algo que não se consegue descrever em palavras.

Já em Moscou, a sensação de pertencimento ao mundo, o poder de tocar na história ao caminhar pela Praça Vermelha não há comparativo à altura. Não é, nem de longe, uma questão de fotos bonitas e comprar Matrioskas ou Ovos Fabergé, ou provar o autêntico strogonoff, caviar e vodka. É algo que supera tudo o que você possa vir a imaginar. E eu acredito que esta sensação somente as Dominiques podem desfrutar. Novas gerações, pós-Perestroika, não sabem do que eu estou falando.

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Grandiosidade é uma palavra pobre para descrever as construções, além do Hermitage, Igreja do Sangue Derramado (vou contar a história em breve), mas também “Tsarskoye Selo” e “Peterhof” são complexos totalmente fora dos mais absurdos padrões de beleza e minúcia. Algo que toca o divino. Palavra de Dominique!

É uma mistura do tipo coquetel Molotov: assim que desembarca no aeroporto, começa a ver placas de rua e trânsito e o mapa do metrô em Cirílico, passa pelo prédio da KGB, entra no Bolshoi, visita o Bunker de Stalin e, com isto, entre uma dose e outra de vodka, começa a sentir uma espécie de torpor que chega ao clímax ao sentir a brisa do mar Báltico, sem poder distiguir o dia da noite e entra na casa de Dostoievski. É uma explosão dos sentidos!

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Fica esta dica, diante da Copa do Mundo, que inclua, ao menos uma vez na vida, a oportunidade de sentir, vivenciar, “experienciar” e sentir-se fazendo parte do mundo e de sua história visitando Moscou e Saint Petersburgo.

A Cynthia Camargo escreveu um Guia sobre Paris bem bacana e atualizado, veja neste link

Bem-vindas à série Rússia por uma Dominique! Até o próximo capítulo.

* Síndrome de Stendhal, síndrome da sobredose de beleza. É uma doença psicossomática bastante rara, caracterizada por aceleração do ritmo cardíaco, vertigens, falta de ar e mesmo alucinações, decorrentes do excesso de exposição do indivíduo a obras de arte. Fonte: Wikipédia.

Leia Mais:

A Rússia por um russo, Uma visão diferente do país dos Czares Capítulo II
Série Rússia Capítulo III – E, aí? Você já visitou um Bunker na sua vida?

Cynthia Camargo

Formada em Comunicação Social pela ESPM (tendo passeado também pela FAAP, UnB e ECA), abriu as asas quando foi morar em Brasilia, Los Angeles e depois Paris. Foi PR do Moulin Rouge e da Printemps na capital francesa. Autora do livro Paris Legal, ed. Best Seller e do e-book Paris Vivências, leva grupos a Paris há 20 anos ao lado do mestre historiador João Braga. Cynthia também promove encontros culturais em São Paulo.

6 Comentários
  1. Malu, vc escreve muito bem…parabéns! Qdo organizar um grupo p a Rússia…conte conosco!

    1. Olá, Rosana! Na verdade meu nome é Cynthia!! Acompanha os outros capítulos, Rússia aqui na Dominique e, sim, pretendemos fazer uma viagem Dominique.
      bjs!!!!!

  2. Q texto lindo. Cynthia!!! Viajei junto , e é a sensação q tenho da Rússia td enorme!!!

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Mil dicas para não viajar na maionese e fazer a viagem dos seus sonhos!

Dominique - Viagem
Tentei escrever sobre viagem, viajando… achei que seria perfeito. Estava dentro de um trem a caminho de Santiago de Compostela na Espanha. Juro que tentei, mas me perdi nas paisagens, nas casinhas antigas, riachos, oliveiras e confesso, naquele cochilo de quem não está devendo nada a ninguém.

Ao contrário do que costumo fazer, dessa vez só me programei para os compromissos profissionais, os outros lugares foram me seduzindo ao longo da viagem.

Uma parte de mim estava de férias, a outra trabalhando. De férias, a gente dá férias também para o nosso cérebro, ficamos mais relaxados com a comida, horários e até mesmo com o dinheiro… são nossos vieses comportamentais tomando conta dos nossos atos enquanto damos uma folga à nossa racionalidade, aprendemos isso na economia comportamental. Pensar cansa mesmo. Viajando, a gente só quer cansar de ver coisas novas, diferentes, experimentar cores, sabores, cheiros e idiomas diferentes. Sabendo disso, planeje-se antes.

Me planejei financeiramente, saí do Brasil sabendo o quanto poderia gastar e que teria que fazer escolhas!

Pesquisei preços, mudei a data da viagem, transformei pontos de cartão de crédito em milhas, não gastei um real com a passagem. A ideia principal era passar uns dias na casa de uma amiga querida no sul de Portugal, visitar algumas universidades e como ela atua, assim como eu, em educação financeira, trabalharmos juntas por lá. Ah tá!

Viaje com amigos, é divertido; é gostoso ter com quem interpretar mapas, compartilhar experiências, lugares, risadas, uma comida com cara esquisita e vocês ainda dividem a hospedagem! Viajei com uma amiga brasileira, economizamos em tudo e gastamos tudo em passagem de trem. Viajamos à beça. Andamos igual a um camelo…

Se você tiver tempo para se planejar, veja com antecedência não só a passagem, mas também hospedagem, os descontos são bons, principalmente se for fora da alta temporada. Verifique a possibilidade de transformar seus pontos do cartão em milhagem, hospedagem e aluguel de carro. Dependendo da época do ano, vale a pena. OUTRAS NÃO!

Sabe aquela pergunta que sempre ouvimos na boca do caixa: crédito ou débito? Concentrar as compras no cartão de crédito já é uma forma de planejamento financeiro. É mais fácil para organizar, assim, tem-se uma data única que reúne a maioria das contas. Na fatura sabe-se onde, o que, quando e quanto custou cada coisa comprada ou serviço pago. O cartão nem sempre é o vilão, desde que não se perca de vista que a fatura chega e os juros são absurdos, caso você não pague o que deve na data de vencimento.

Se você for estudante, professor ou maior de 60 anos, identifique-se, isso pode te garantir abatimento nos preços. Em alguns países, estudantes tem limitação de idade, mas na maioria dos lugares, a carteirinha te abre portas com 50% de desconto. Transportes principalmente. Para professores, a carteirinha internacional tem peso de identidade internacional. Só soube quando retornei ao Brasil e já vou fazer a minha. Para comprovar a idade, mostre seu passaporte.

Ainda falando de documentos, tire uma cópia do seu passaporte e mantenha em lugar seguro junto com o endereço do consulado do Brasil. Caso você perca o original, a cópia vai te ajudar bastante na hora de providenciar outro documento.

Se você faz uso de medicamentos de uso contínuo, leve a receita médica com o nome genérico do medicamento. Em tempos de doenças endêmicas, verifique a necessidade de se vacinar antes de viajar.

Não importa se o seu cartão é internacional, antes de viajar, verifique na emissora se você precisa desbloquear o cartão para fazer compras em outros países. Aproveite também para perguntar se tem direito a salas VIP dos aeroportos. Em caso de conexões muito longas, pode ser uma boa pedida.

Se você tem planos de alugar um carro durante a viagem, busque informações antes de tirar a carteira internacional de motorista no Detran. Em alguns países, o turista pode usar a carta do país de origem por um prazo de até seis meses.

Para quem não viaja com frequência ao exterior ou é uma primeira vez, os aeroportos, principalmente os que tiveram reformas recentes, são enormes e os free-shops idem!

Alguns voos com conexão dão a impressão de que se vai “mofar” no aeroporto. Em alguns voos o tempo é “contadinho” para desembarcar e embarcar em outro voo.

Se você está se preparando para a viagem dos sonhos, compre uma mala com o maior número de rodinhas que couber no seu bolso. Faz uma diferença danada. Ah! Sim, compare preços, se for o caso, vá com sua mala antiga e compre outra na viagem, dependendo do destino, pode ser mais em conta comprar fora do Brasil.

O que mais? Por mais vaidade que você tenha, leve o mínimo de roupas possível e consulte a previsão de tempo. Ela é honesta! Não se preocupe: o astral muda, a pele fica boa, use o seu melhor sorriso e como diz uma amiga, “mudou de cachecol, mudou de roupa”… As fotos sairão lindas, não leve um caminhão de roupas, no fim, você usará as mais confortáveis; a dica vale para sapatos também.

Se a viagem for para o exterior e o planejamento for de longo prazo, vá comprando a moeda local ou aplicando mensalmente seus recursos em algum fundo de investimentos cambial. Ao longo do tempo, terá comprado a moeda por um preço médio. Deixar para fazer câmbio na semana da viagem pode ser um risco enorme da moeda estar cotada em um valor alto e comprometer seus planos.

Não gaste mais do que o planejado, a menos que haja uma emergência – Ah! se você comprar a passagem com cartão de crédito, verifique se está pagando também por um seguro viagem, em alguns países o comprovante do seguro é solicitado na alfândega.

Coloque antes de viajar um teto para seus gastos e mantenha-se nele. A sensação de autocontrole é boa e o bolso agradece.

Durante a viagem, hidrate-se bem! Use sapatos confortáveis, não deixe de experimentar algum prato típico, apaixone-se, tire muitas fotos e pese a mala antes de embarcar de volta.

Cuide de tudo com antecedência para não viajar na maionese!

Beijão, boa viagem! Ao retornar, conta tudo pra gente aqui!

Leia Mais:

Amiga pra valer é tão gostoso quanto café com leite
O que uma Dominique faz no Carnaval? Bom eu já fiz um monte de coisa!

Paula Sauer

Economista carioca, que trabalhou por 17 anos em uma instituição financeira, se apaixonou por psicologia econômica e não parou mais, lidar com o comportamento das pessoas em relação ao dinheiro para ela é muito mais do que falar de planilhas e juros, é falar de sonhos, medos e mudanças de hábitos. Paula que também é planejadora financeira não guarda o que estuda só para si, escreve em jornais, blogs e revistas de grande circulação no país. Com mestrado em finanças comportamentais, se realiza em sala de aula, onde aprende e se diverte muito com os alunos.

4 Comentários
  1. Depois dessa. Fiquei sem palavras. Obrigada pelos dias incríveis amiga! Muitas saudades. Mil beijos em todos aí!

  2. Boas dicas amiga Paula. Foi com enorme gosto que te recebi na minha casa, na minha família, nos meus amigos.
    Foi uma decisão inteligente viajar por todo o país de comboio. O país é pequeno, é económico e as paisagens agradecem serem conhecidas pelos sentimentos dos forasteiros.
    É bom viajar, conhecer novos ambientes e culturas diferentes. Da gastronomia ao clima tudo é uma questão de hábito mesmo. O planejamento da viagem é importante mas há sempre lugar para que os locais nos surpreendam com algo que se fossemos apenas como turistas nunca encontraríamos.
    Um obrigada gigante à forma como me recebeste em S. Paulo numas férias inesquecíveis.

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A viagem que eu decidi não fazer no Edifício Esther!

Dominique - Edifício Esther
Era dia 1 de setembro, dia do meu aniversário. Dia ensolarado, fui encontrar a Dominique para um “café com projetos” e ainda ganhei meu símbolo #somostodasdominique: o famoso leque.  De lá fui encontrar meu marido para o almoço no topo do Edifício Esther, no centro de São Paulo, que há tempos estava querendo experimentar.  Uma viagem no tempo!

O porteiro, vindo do Congo, me recepcionou no térreo com tanta alegria que por um segundo imaginei que ele soubesse ser meu aniversário. Com um largo sorriso, me acompanhou até a porta do elevador.

Lá em cima, a hostess, importada da França, surgiu com um enorme sorriso dizendo “Bonjour Madame”. Foi a glória (será que ela também sabia?).

Encontrei meu marido no bar e brindamos a ocasião enquanto eu tinha uma aula de história com meu “husband” historiador/arquiteto:

O Edifício Esther é um dos primeiros edifícios modernistas da cidade. Construído na década de 30 e projetado por Vital Brasil. Inovador para sua época, com onze andares sendo que seus prédios vizinhos não passam do terceiro andar. Tornou-se símbolo da modernidade e passou a ser frequentado pela alta sociedade, artistas e intelectuais. O chef/padeiro/apresentador de programa de TV, Oliver Anquier, que residia na cobertura, transformou seu apartamento em restaurante ano passado.

Em seguida, nosso garçom, chileno, nos leva para a melhor mesa com melhor vista (ah, sim, meu marido deve ter avisado a todos, certeza!). O chileno sugeriu o medalhão com mostarda… Bem, devo dizer que sou vegetariana, mas estava tudo tão perfeito, aquela vista, aquele dia de sol, maridão, a francesa, o congolês, o leque da Dominique e decidi dizer “sim” ao chileno simpático.

Entre uma garfada e outra, um assunto e outro, uma espiada pela vista deslumbrante com a Praça da República aos meus pés…Ops!

O pedaço de carne parou no meio do caminho. Nem descia goela abaixo e nem subia boca pra fora! Tentei manter a pose e a calma, mas diante de meus olhos arregalados (percebendo que o ar que entrava não era suficiente) meu marido questionou se o bife estava ruim. Foi então que percebi que não conseguia responder, falar, grunhir…

Desesperei e o ar parou de vez. Meu marido continuava me perguntando se eu queria trocar com o prato dele e eu imaginava o mico de morrer no dia do meu aniversário com um pedaço de bife entalado na garganta (EU NEM COMO CARNE), no topo do Edifício Esther. Que mico! Imaginei as manchetes de jornal e decidi que eu não ia fazer aquela viagem. HOJE NÃO! E desci do salto!

Primeiro levantei-me e brinquei de mímica com meu marido. Eu mesma dava soquinhos nas costas a fim de que ele adivinhasse que tinha algo me entupindo. Não deu certo. Ele seguia me questionando o que estava se passando… Ou havia decidido que a natureza se encarregasse de forma natural a carregar a patroa dele.

Então fui para o meio do salão, repleto de gente saboreando as delícias do local e, lembrando da tosse do meu vizinho, daquelas que fazem a terra vibrar, em uma espécie de revanche de seu escândalo para tossir, fiz pior: dei o grito de guerra dos dragões de “Game of Thrones” com toda a minha força e vontade de não morrer no dia do meu aniversário. Foi estrondoso.

A hostess francesa, em um balé sincronizado com minha performance, abriu a porta do toalete e o pedaço de bife voou lá para dentro e ela, imediatamente, fechou o porta. Chique no último. Silêncio total! Todos admirados com a “tosse show”.

Não cantaram parabéns e também não houve aplausos, mas soube por uma tia que a amiga dela, em um domingo, sufocou com um pedaço de pizza e não teve a mesma sorte do que eu, portanto, considero que ganhei um presente de aniversário: a vida!

Este texto era para falar de viagens, para quem vem à São Paulo, não deixar de passar pelo Esther Rooftop e provar… o céviche!

Que tal visitar o Edifício Esther depois desta incrível história?

Leia Mais:

Quando foi que você fez algo pela primeira vez? Eu andei de bike! Parte 1
Natal mais divertido de toda minha vida – Graças ao Papai Noel!

 

Cynthia Camargo

Formada em Comunicação Social pela ESPM (tendo passeado também pela FAAP, UnB e ECA), abriu as asas quando foi morar em Brasilia, Los Angeles e depois Paris. Foi PR do Moulin Rouge e da Printemps na capital francesa. Autora do livro Paris Legal, ed. Best Seller e do e-book Paris Vivências, leva grupos a Paris há 20 anos ao lado do mestre historiador João Braga. Cynthia também promove encontros culturais em São Paulo.

5 Comentários
  1. Também passei o mesmo perrengue num almoço no restaurante Varanda do JK. Família toda reunida , brindando , conversa super animada…foi quando com um pedacinho da picanha divina, entalou…eu tentando engolir e ela resistindo e me sufocando…levantei e a sorte que nossa mesa estava perto da toillete. , corri e qdo me olhei no espelho eu estava azulada.e sem fôlego…nisso um anjo do céu surgiu , pediu licença e me abraçando por trás , deu- me um tranco e a picanha saiu feito um bólido e eu pude respirar…vi a morte de perto.Agradeci a essa senhora anjo que disse ter passado por uma situação idêntica.Respirei , voltei para mesa e brindei com uma Chandon que desceu redondinha!! Tim tim!!!!!!!!

    1. Que sorte vocé teve Darcy! Depois de ler seu relato acho que eu vou fazer um curso para aprender as manobras e ser mais uma a poder salvar alguém desta situação horrível!
      Ainda bem que tudo terminou com um brinde de Chandon! Tim tim à nossa segunda chance!

  2. Comigo aconteceu com a primeira garfada numa pitza com tomates com molho de vinagre.
    Levantei depois de tentar despistar e foi um show .
    Apareceu uma cliente que me agarrou pelas costas, abaixou minha cabeça e aos poucos fui me recuperando. O gosto tinha caído num lugar que me sufocou e fiquei sem respirar.

    1. Nossa Vera! Sei bem o que você sentiu! A gente ri depois, mas a sensação é horrorosa! Bom para aprendermos a prestar mais atenção!

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