Viagem

Que tal um Day-Off em Paris? Caminhe sem rumo!

Paris

E se você decidisse, sem culpa, “perder um dia em Paris”? Quero dizer sem compromisso algum. Ser turista também cansa! Planejar o dia, controlar todo o tempo para poder cumprir as metas estipuladas (ou dobrar a meta), checar a lista de encomendas, confirmar os horários de cada atração, checar a previsão do tempo, procurar os melhores ângulos para a selfie perfeita, armar o pau de selfie, comprar e comprar, carregar a tralha comprada o dia todo, estudar o mapa, estudar o aplicativo do metrô, postar nas redes sociais, conferir os likes e responder aos comentários… Sugiro que tire férias de seus compromissos turísticos e torne-se somente uma pessoa em Paris.

Pegue um caderninho de anotações, uma caneta, lápis colorido, uma máquina fotográfica e saia do hotel sem rumo. Coloque dentro do bolso o cartão do hotel para saber para onde voltar e só. Sem relógio. Sem compromisso algum. Sugiro que inicie seu dia às margens do Sena e use-o como referência. Explore, olhe as vitrines e os edifícios. Registre no caderno o que achar interessante. Uma frase, uma vitrine, uma sensação… Observe a vida em Paris. Experimente Paris deixando-se envolver pela cidade sem expectativas ou pretensões.

Neste day-off com certeza sua alma se reabastece dela mesma em suas próprias impressões. A ideia é enquanto toma um café ou sentado em um trem que desenhe e descreva suas sensações. Menos registros exteriores em selfies e mais registros do interior!

Um dia antes de seu day-off compre um caderno em branco e algumas das 1.000 tonalidades de lápis a La Maison du Pastel, aberta em 1720. Abre somente às quintas-feiras das 14h00 às 18h00! 20, rue Rambuteau, 75004Rambuteau

Além de Paris, que outro lugar você tiraria um Day-off?

Leia Mais:

O V que faltava é: vá viajar, menina…
Eba! Vamos esquiar nas férias? Ou não…

Cynthia Camargo

Formada em Comunicação Social pela ESPM (tendo passeado também pela FAAP, UnB e ECA), abriu as asas quando foi morar em Brasilia, Los Angeles e depois Paris. Foi PR do Moulin Rouge e da Printemps na capital francesa. Autora do livro Paris Legal, ed. Best Seller e do e-book Paris Vivências, leva grupos a Paris há 20 anos ao lado do mestre historiador João Braga. Cynthia também promove encontros culturais em São Paulo.

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Lavandário em Cunha: a Toscana e Provence do Brasil

Dominique - Lavandário

Fale a verdade, quando você viu esta foto achou que era a região da Toscana, na Itália, ou Provence, na França, não foi? Mas pasme, é aqui no Brasil, a 223 km de São Paulo e cerca de 1h15 de Paraty.

Com apenas 3 horas de viagem, partindo de SP, é possível viver uma experiência única e inusitada neste município encravado nas montanhas da Serra do Mar. Cunha, é uma pequena cidade com características muito especiais, tanto geográficas, como históricas e culturais, famosa pelas cachoeiras e cerâmicas vitrificadas.

Há flores de lavanda durante o ano inteiro. São 40 mil pés plantados e cerca de 10 mil em plena floração. As plantas mais novas levam cerca de 8 meses para florescerem e estarem em ponto de poda.

As principais moradoras dos campos de lavanda são as siriemas e abelhas, afinal as flores são um banquete dos deuses para elas.

Em qualquer época do ano os campos são lindos, floridos e perfumados, porque a poda é rotativa: toda semana são podados 300 pés que florescem em 3 ou 4 meses.

O Lavandário promove passeios entre as plantações em áreas demarcadas, não se pode andar no meio das plantas. Eles levam a sério o compromisso com o meio ambiente, protegendo as áreas naturais, preservando a fauna e flora silvestres.

Uma loja logo na entrada traz uma grande variedade de produtos cosméticos e gastronômicos, indicados para a saúde das pessoas e cuidados com a casa, como o mais puro óleo essencial de lavanda, do latim lavare, “lavar”, usado pelos romanos para lavar roupa, tomar banho, aromatizar ambientes e também como calmante, relaxante e alívio das dores. Há ainda lavandas orgânicas recomendadas para uso em culinária pelo seu perfume mais seco.

O Lavandário é um dos lugares mais visitados pelos turistas, recebendo cerca de três mil pessoas nos finais de semana.

Não são só as plantações de lavanda que atraem os turistas. Cunha é conhecida por ser um importante pólo de arte cerâmica do Brasil e da América do Sul. A cerâmica faz parte da história da cidade que começou esta atividade em 1975 e grande parte da população vive da produção ou comercialização de artefatos e peças de arte.
Os ateliês são abertos para visitação a partir das 9h00 e oferecem uma enorme variedade de peças.
Para mais informações: www.cunhatur.com.br ou www.lavandario.com.br

Cunha vale o passeio, programe uma viagem no fim de semana e encante-se!
Marot Gandolfi

JORNALISTA, EMPRESÁRIA, AMANTE DE GENTE DIVERTIDA E DE CACHORROS COM LEVE QUEDA PARA OS VIRALATAS.

2 Comentários
    1. Que bom que gostou Rubens! Se vc tiver uma dica de algum lugar me fale, a gente adora descobrir lugares diferentes e que merecem uma visita. Beijo

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O Parisiense

Você com certeza já foi a Paris. Mas conhece o parisiense? Este cidadão tem muitas peculiaridades, e este texto vai desvendar algumas delas. Para conhecer bem Paris, há de se conhecer seu morador.

Elementar, meu caro leitor, lembrar que este texto é uma generalização bem humorada, como aquelas de que brasileiros são alegres e gostam de Carnaval.
Dito isto, esqueça todos os pontos turísticos de Paris.
Pode esquecer pensando que irá andar em meio a parisienses. Não há nenhum exemplar na Champs-Élysées.

O parisiense é chique de berço. Naturalmente elegante não necessita de muita produção.
Um foulard usado por homens e mulheres é o acessório mais utilizado que confere cor e emoldura o rosto.
Um excelente par de óculos e um trench coat de corte perfeito podem ser utilizados na produção.
Sem ser uma questão de gosto ou preço os parisienses não ostentam.
A elegância, para eles, é saber compor o look.
Consomem roupas e acessórios de marcas, mas pelo fator qualidade. Uma bolsa Louis-Vuitton, por exemplo, é adquirida porque não risca, não descasca, não deforma e pode ser vendida em bom estado, sem perder seu valor.
A vaidade está no intelecto e a importância está no “ser” ao invés do “ter”.
Ser elegante faz parte deste código.

Não são adeptos ao botox.
Já a silhueta é um fator muito importante. Apreciam muito a boa gastronomia, mas nunca mais do que o peso ideal.
O café da manhã é apenas café.
Já o almoço e jantar são compostos por entrada, o prato principal, o queijo e a sobremesa.
Para acompanhar, vinho! Sempre!

O parisiense descomplica a vida quando o assunto é locomoção.
Andam muito. Fazem tudo o que podem a pé. Usam e abusam do metrô, ônibus e até mesmo da bicicleta.

O entretenimento é cultural. Exposições, óperas e museus e são absolutamente viciados em leitura. É um hábito criado desde cedo e um dos maiores prazeres, além da boa gastronomia.
São bem informados sobre política e tem posições muito firmes, apesar de discutirem sem paixões como os brasileiros.

Criticam tudo, de política ao aquecimento global, da firma ao Presidente da República e nem mesmo você escapa.
A crítica, o que para eles é apenas uma observação, é feita naturalmente ainda que pouco gentil como: “Oh lá lá, você engordou!” Porém, assim que você se afaste da roda da conversa, eles não falarão mal de você, já que falar mal de você sem você não tem a menor graça.

Metade dos parisienses vive em pequenos apartamentos de dois cômodos e mais de 80% usam transporte coletivo.
Quase a metade dos parisienses é solteira. Por isto, não compram muita coisa no supermercado. O Carrefour (ao estilo hipermercado) mais próximo é na estrada.
Flores em casa são indispensáveis.

Não possuem área de serviço em casa ou no apartamento.
A maioria dos fogões funciona com energia elétrica e toda casa possui calefação.
A máquina de lavar/secar roupas fica na cozinha ou no banheiro e não existe tanque. Pisou onde não devia? Vai lavar o sapato na pia (da cozinha ou do banheiro). Alguns prédios possuem lavanderia comunitária caso contrário se carrega a trouxa até a self service mais próxima; Prédios não possuem portaria e nem porteiros.

Em casa, geralmente, o WC é separado do banheiro que é chamado de sala de banho. O vaso sanitário fica isolado em um micro cômodo; Em alguns edifícios este WC está localizado no corredor social e é compartilhado com o vizinho. Para lavar as mãos, depois de usar o WC, deverá se dirigir à sala de banho para usar a pia.
Tiram os sapatos ao entrar em casa.

Se for hóspede de um francês não discuta a norma de dormir na cama dele, nem que isto signifique que ele durma no chão.
O melhor lugar da casa é sempre para o hóspede.
Se for convidado para um jantar é o anfitrião quem deve apontar os lugares à mesa e ele sempre separa os casais.
Se for convidado a se sentar à direita do dono da casa saiba que isto significa que você é o convidado de honra.

Conhecem os 1000 tipos de queijo.
Acontece o mesmo com os vinhos.
Não, não fazem cursos!
A impressão é que já nascem sabendo.

Pão também é uma coisa muito séria.
Parece que há um tipo de pão para cada tipo de queijo e, ao sair do trabalho, dois lugares são obrigatórios antes de ir para casa: um happy hour para “un verre” (um copo = um drinque) e a boulangerie para chegar a casa com a baguette.

Cumprimentos são feitos a base de dois beijos e os homens também se beijam, caso sejam conhecidos.
Os mais velhos ainda se cumprimentam com quatro beijos.
Se não conhece seu interlocutor um aperto de mão está ótimo.
Nada de abraços nem mesmo em seu marido, pai, filha. Não gostam. Não existe no dicionário francês a palavra abraço.

A formalidade é uma questão de educação e respeito. Mesmo que esteja se dirigindo a uma criança, se não há intimidade, o tratamento se dá por “vós” (vous) “senhor”, “senhora” e nunca um simples e íntimo “você” (tu), a não ser que seu interlocutor lhe dê a autorização para dispensar a formalidade.

Estão sempre com muita, muita pressa! Todos.
Quando atendem ao telefone, logo depois do “alô”, já avisam que estão sem tempo e superocupados (Não se incomode, é praxe, vá em frente).
O guia de Paris, da Louis Vuitton, caracteriza o parisiense como “pressé (apressado); stressé (estressado); très ocupé (muito ocupado); debordé (ao pé da letra, transbordado)” Síntese perfeita!
Andam nas ruas muito rapidamente, quase correndo, e é difícil acompanhar a maratona.

Seu slogan, surgido no final dos anos 60, é “Métro-Boulot-Dodo” (metrô-bulô-dodô) que quer dizer: Metrô de manhã, trabalho à tarde, dormir à noite como um resumo da vida de um parisiense.
Falam baixo, sempre, mas também “bufam” o tempo todo.
Bufe e será aceito no grupo.

Se não gostar do serviço em algum lugar, não reclame a não ser que esteja disposto a travar uma batalha.
Do contrário, faça como os parisienses deixando apenas uma moeda de dez centavos e o garçom entenderá o seu recado;

Falando em garçom, eles não servem o refrigerante com gelo e a bebida nunca está, de fato, gelada.
Então você pede gelo (glaçon) e, talvez, limão (citron). É quando você percebe, na expressão do rosto do garçom, que nuvens negras estão se formando… Ele volta com uma única pedra de gelo e bem pequena de limão siciliano.
Eu diria para deixar pra lá até a hora do cafezinho, que chegará acompanhado de um único e pequeno torrão de açúcar (não há açúcar em pó).
E só. Adoçante? Raramente vem junto com o café.
Então você chama o garçom e pede o “sucrette” (adoçante) e aquelas nuvens, que você viu formando-se no semblante do sujeito anteriormente, lançam raios.
Não dá para andar com gelo na bolsa, mas o adoçante dá para comprar no mercado e evitar tempestades: sugiro a marca Canderel.

Apesar do estresse (que não é estresse para eles) e do corre-corre, sobra disposição para um happy hour depois do trabalho, seguido de uma exposição, esticando a noite em uma balada.
Ar livre para eles é uma questão de sobrevivência.
Detestam ar condicionado e ainda que o sol esteja a pino, e o calor fazendo transpirar sangue, suor e lágrimas, preferem a mesa ao ar livre para almoçar, bem aquela onde bate mais sol.
Todos saem em férias em Julho e Agosto.
Todos.
Isto é sagrado. Muitos estabelecimentos colocam uma placa a porta avisando que estarão fechados o mês inteiro, sem a menor cerimônia.
É tão natural e tão comum aproveitar o verão que quando você estiver saindo de um estabelecimento, nesta época do ano, ao invés de dizer apenas um “au revoir, merci” ainda lhe desejam “Bonnes Vacances“, já que é improvável que você, em algum momento do verão, não vá viajar para algum lugar…

Voltando ao assunto dos cumprimentos, não se inicia uma conversa com um simples “s’il vous plâit” (por favor)…
Antes disto deve-se dizer: “Bonjour Madame/Monsieur”.
Também sem chance de terminar uma interação com um simples merci (obrigado), mas sim: “Merci Madame/Monsieur! Au revoir (até logo), bon aprés-midi (boa tarde) ou bon fin de la journée (bom final de jornada).
Quanto à questão dos diversos significados de “Boa Noite”:
Ao chegar a algum lugar a partir do final da tarde o cumprimento é “Bon Soir” (Boa Noite).
Ao se despedir à noite, mas não muito tarde, como se a pessoa fosse sair para jantar, por exemplo, deve-se dizer “Bonne Soirée” (Boa noite ou boa noitada)!
O cumprimento final da noite, ao se despedir tarde, na hora de se recolher, “Bonne Nuit” (Boa noite!).

Lá eles não “viajam na maionese”, mas, em compensação, “nadam no couscous”.
Ao invés de fazer algo com “o pé nas costas” fazem algo, facilmente, com “os dedos no nariz”.

Finalmente e resumindo a questão, apesar da pouca habilidade para o improviso e o excesso de formalidade protocolar e correria, o parisiense se relaciona bem com o hedonismo, pois sabe apreciar e desfrutar as boas coisas da vida com uma elegância fora do comum!!
Incoerência? Sim, faz parte do charme!

Repito que não são todos assim, mas digamos que muitos contêm traços de uma ou outra característica apresentada.

Também ambientado em Paris, na semana passado, Elzinha escreveu sobre Reset, o novo balé da Ópera de Paris. (aqui)

 

Cynthia Camargo

Formada em Comunicação Social pela ESPM (tendo passeado também pela FAAP, UnB e ECA), abriu as asas quando foi morar em Brasilia, Los Angeles e depois Paris. Foi PR do Moulin Rouge e da Printemps na capital francesa. Autora do livro Paris Legal, ed. Best Seller e do e-book Paris Vivências, leva grupos a Paris há 20 anos ao lado do mestre historiador João Braga. Cynthia também promove encontros culturais em São Paulo.

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Como foi fazer intercâmbio mais… Dominique!

Dominique - Intercâmbio

Eu sempre quis estudar fora do Brasil e aprender a falar uma outra língua. Algumas, na verdade… O sonho da minha adolescência era falar francês e morar em Paris. Eu amava a língua, a cidade… eu até tenho uma descendência lááá longe com a França… mas sem internet, minha imaginação viajava longe.

Mas como disse, eu quis, mas nunca pude. Morava numa cidade do interior, de família classe média. Fazer um intercâmbio era pra quem fazia parte do Rotary Club da cidade. Não existia por lá agências de viagens. Além disso, o investimento era alto pra uma época de hiperinflação. Eu também acho que meus pais tinham medo.

Não preciso falar que o tempo passa rápido, né.
Do colegial (sim, ensino médio é termo de agora!) eu já fui pra faculdade. No finzinho da faculdade eu fui a única que conseguiu o emprego sonhado por muitos colegas da turma. Eu fui privilegiada e este privilégio fez com que eu adiasse ainda mais o meu sonho. Como eu poderia abrir mão de uma oportunidade dessas?

E o tempo passa de novo…
Desta vez eu caso, compro casa, foco na carreira… e o meu sonho continua lá, guardadinho.
Até que o tempo passa como um vendaval… e deixa tudo de cabeça pra baixo.
Eu me separo e vendo a casa.
Como não tive filhos aquela era a hora.

Eu, com quase com 35 anos, largo o trabalho, junto todo o meu dinheiro e vou fazer um intercâmbio nos Estados Unidos. Intercâmbio mesmo, com host mother e escola o dia todo para aprender a língua. Você consegue imaginar uma sala de aula com japoneses, chineses, franceses, alemães… todos recém-saídos da adolescência e eu. Fui pra Berkeley, ao lado de São Francisco, em vez de Paris, porque meus sonhos também tinham mudado.

Foi incrível.
O que eu experimentei foi muito além de viver em um novo país e aprender uma nova língua.
Acho que ganhei muito mais, aproveitei muito mais, e tudo por causa da minha maturidade.

A minha primeira descoberta foi sobre morar. Eu pude aproveitar muito a cidade, conhecer cada cantinho e sua história. A minha host mother era uma mulher quase da minha idade. Com ela e os seus amigos professores de Berkeley eu tinha conversas muito interessantes.

Eu também aprendi muito mais rápido. Tô falando sério! Primeiro porque era o meu dinheiro que estava investido na empreitada, não iria desperdiçar. Mas acho que tive muito mais foco. Sentava e estudava pra valer. Perguntava tudo para os professores. Vergonha, eu, lá longe??

Eu viajei muito. Tinha um pouquinho mais de dinheiro e ninguém pra dar satisfação. Conheci a Califórnia inteira e um pedacinho do Oregon. Fiz um passeio chamado Grand Circle por vários parques nacionais americanos, em 5 ou 6 estados. Fui pra Nova York. Fiz uma festa de aniversário em Las Vegas…

Mais do que fazer amigos, eu aprendi sobre culturas. Eu conversei e aproveitei tudo o que pessoas do mundo todo podiam me ensinar. Uma grande amiga do Japão me mostrou muito sobre a sua cultura. Aprendi palavras em várias línguas e muitos costumes diferentes. E conheci gente de lugares que nunca tinha ouvido falar. Um amigo da Île de La Réunion, no meio do Oceano Índico, e outra amiga da Nova Caledônia, outra ilhota na Oceania.

Eu me autorizei a descansar e aproveitar. Com um passado de trabalho duro e algumas histórias pesadas, a vida tinha me engolido. Eu parei em vários momentos pra olhar, perceber tudo. Como pode ser incrível o pôr do sol no Pacífico!

Eu fiz novos cursos. Além de fazer a língua, eu descobri alguns cursos curtos e muito interessantes. Cursei algumas aulas na Universidade da Califórnia, aprendizado que me ajudou muito na recolocação profissional após o meu retorno. Descobri todo um novo mundo de especializações que não tinha ideia.

Quando eu fiz esta empreitada de um ano sabático a internet estava no comecinho. Nem redes sociais existiam… ou tinham acabado de lançar o Orkut (quem lembra?). Hoje, é bem fácil buscar todas estas informações. Mas nada se compara a ter, viver toda esta experiência. Quando eu voltei eu percebi que estava muito mais independente, disposta a fazer coisas na vida na vida.

Hoje, as empresas de intercâmbio oferecem várias opções diferentes para um intercâmbio fora. Uma amiga ficou um mês na Itália aprendendo fotografia. Outra fez um curso de gastronomia na Espanha. É só ver o seu sonho, juntar um dinheirinho, e se jogar.

Eu tenho um novo sonho. E vai ser França, sim! Eu vou aprender bordado na École Lesage de Paris. Acho lindo o bordado dos vestidos de alta costura. Não penso em fazer este curso para buscar uma nova carreira. Gostaria apenas de saber um pouco mais sobre a Maison que reinventou o bordado pra marcas como Chanel, Valentino e Dior. Quem sabe fazer algumas roupas legais para mim mesma? Um dia eu vou fazer alguns cursos pequenos lá e aproveitar um mês em Paris. Até que enfim!

Ju Junqueira

Jornalista que trabalha com internet há 20 anos. Divide o tempo entre as inovações tecnológicas e os trabalhos manuais no estilo Do It Yourself. Descobriu que é melhor que fazer meditação.

6 Comentários
    1. Silvia… imagina. Acho que a gente pode realizar este sonho em qualquer idade. Não perde ele de vista, hein.

    1. Quais são os seus medos? Acho que podemos tomar vários cuidados… já somos maduras pra não fazer loucuras. Tenta realizar o seu sonho sim. É tão enriquecedor.

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A lição que aprendi ao viajar sozinha

Dominique - Viajar sozinha

Decidi conhecer a Ilha de Páscoa, em uma das minhas férias, final de novembro e início de dezembro. Sonhava em conhecer a ilha desde que assisti ao filme Rapa Nui. Já na Polinésia, é um dos locais mais remotos do mundo. Fica a quase 4 mil quilômetros de distância do Chile, umas 5 horas de viagem. Eu queria mar e passear naquele lugar cheio de mistérios e histórias. Reservei uma semana de hotel. Ficaria alguns dias em Santiago e depois iria para lá. Com tudo fechado contei a alguns amigos. Todos, mas todos me disseram a mesma coisa:

Você tá louca? A ilha é super pequena… não tem o que fazer lá este tempo todo.

Quando o avião pousou e vi o tamanico do lugar, me arrependi. A ilha tem 170 km2, pelo que li era a metade da cidade de Belo Horizonte. Como é de formação vulcânica, tem penhascos na maior parte da sua extensão. São poucas praias, de água gelada. No mesmo dia tentei mudar a passagem. No way. Só tem um avião que chega e outro que vai embora…. todos lotados. É caminho para a Polinésia Francesa. A saída seria comprar outra passagem, caríssima.

Voltei para a pousada e comecei a pensar o que iria fazer! Alguém que trabalhava 10 – 12 horas por dia, sem ter o que fazer e num lugar praticamente sem internet. Esta não era a minha primeira viagem sozinha no mundo. Já tinha passado 40 dias na Europa. Mas como contratava excursões locais, sempre tinha algum grupinho pra me juntar. Já tinha feito outras viagens menores também.

Mas sempre viajava com o tempo contado e muitas coisas pra fazer e conhecer. Eu não podia perder nem um segundinho… pagando em dólar ou euro, eu achava que precisava aproveitar tudoooo. Meus 7 dias seguintes não seriam assim. E foi aí que a minha lição começou. De que adiantam férias se eu só reproduzia a correria do meu dia a dia, mas em outro lugar?

Dominique - Viajar sozinha

A primeira lição foi aprender a me conectar com o lugar. Eu fique na pousada de uma grande família Rapa Nui. Batia papo e aprendia sempre alguma coisa, da ilha ou da cultura. Um dia me chamaram para ajudar os meninos da ilha, que estavam angariando dinheiro para participar do mundial de canoa havaiana. Trabalhei no bar do evento. Noutro dia, assisti ao jogo de futebol sentada na mesa das mulheres da comunidade.

Também visitei a ilha por vários caminhos diferentes. Fiz um dos trajetos de carro viajando norte-sul e, depois, fiz sul-norte. Mesmo lugar, mas um visual diferente. A perspectiva mudou. Nas viagens que costumava fazer eu nunca perceberia esta diferença. No mesmo dia, acordei cedinho pra ver o sol nascer de um lado e, mais tarde, se por do outro lado da ilha. A grande lição ali foi desacelerar, me conectar com as pessoas, relaxar para ver, ouvir, cheirar, experimentar, comer. Só consegui ter esta experiência porque estava sozinha. Somente eu e um lugar delicioso.

A opção de viajar sozinha requer – sim – coragem. Mas acho que vale a pena viver esta experiência uma vez na vida. Foi um momento somente meu. Esta conexão que disse foi com o lugar, mas depois comigo também. Eu voltei diferente.

Esta não foi a minha primeira viagem sozinha. Mas com certeza foi a mais especial. Em todas elas, eu aprendi um pouquinho e compartilho com vocês as minhas lições aprendidas.

# 1 – Ter a vontade, sem medo!
Não precisa ir longe, viajar para outro país. Há tantos lugares legais por aqui. Se tiver algum receio por conta de distância ou língua, experimente um lugar mais próximo de onde você mora. Quando você viaja valem os mesmos cuidados que você já tem onde mora. Quando fui para a Europa, deixei o roteiro com o meu irmão.

# 2 – Escolha um bom lugar pra ficar
Algum tempo atrás, fiz Airbnb, mas não olhei direito as redondezas da casa. Que ódio! Dá pra visualizar tudinho pelo Google Maps. Foi imprudência minha. No final, o lugar era muito gostoso, em um bairro familiar, mas um pouco distante. Gastei um pouquinho a mais de taxi.

# 3 – Planeje os dias com atenção
Depois de escolher o lugar, eu vejo antes quais são os principais pontos turísticos. Seleciono o que quero fazer por proximidade. Assim, economizo no tempo de deslocamento entre uma atração e outra. Não encho o roteiro de atividades. Não vale a pena. Eu fico cansada, e não curto cada um dos lugares. Se faltar algo pra conhecer, fica para a próxima vez.

# 4 – Descontos ou de graça!
A lista do que é pago numa viagem, além de hotel e alimentação, inclui: transporte, entradas e presentes. Dá pra pesquisar antes pra conseguir os bons preços ou promoções. Há cidades com um dia fixo para a entrada grátis em museus. Se dá, tento conciliar. Existem também aqueles passes livres, entrada gratuita em várias atrações por um preço fixo. Achei que valeu muito a pena em Paris, porque além da entrada, eu ainda escapei da fila!

# 5 – Ouse!
Você estará sozinha. Porque não aproveitar para fazer algo que nunca fez antes, experimentar alguma coisa nova. Claro que é pra tomar cuidado. Acho que a gente já não tem idade para estripulias juvenis. Pra te falar a verdade, nem tenho vontade. Mas também se acontecer algo legal, vou pensar antes de dizer um não. Ué, porque não? Além do mais, não terei testemunhas!

Ju Junqueira

Jornalista que trabalha com internet há 20 anos. Divide o tempo entre as inovações tecnológicas e os trabalhos manuais no estilo Do It Yourself. Descobriu que é melhor que fazer meditação.

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