Tag: Amiga

Com que turma eu vou?

O que diferencia uma pessoa saudosista da que vive o presente? Penso sobre isso enquanto recebo mais dois convites de comemorações de fim de ano e lembro que enviei um para o pessoal do meu antepenúltimo trabalho. Aceito ou não?

Confraternizações de fim de ano mexem com nossa nostalgia. Entre os encontros com conhecidos de trabalho surgem os convites de velhos amigos que andavam sumidos. Curiosidade e medo. Como foram afetados pelo tempo? Vou conseguir ser generosa e aceitá-los como estiverem? E eles comigo?

Lembranças apagadas voltam à tona – conversas intensas ou engraçadas que atravessavam a madrugada; amigas que vinham salvar a mãe de primeira viagem; a paciência e carinho de uns pra me ensinar os macetes da profissão; os galanteios elegantes que deixavam a gente inflada.

Vixi! Outras memórias também pipocaram – mau humor de um; a intransigência política de outra; o gosto pela vitimização daquele que já foi tão próximo; a interminável conversa egocêntrica e surda daquela que poderia ser tão querida. A nostalgia evaporou.

Pesquisadores não confirmaram. Mas parece que a diferença entre os saudosistas e os atualistas está ligada a uma maior ou menor adequação à fase que se vive. Adolescências douradas, juventudes transviadas e mocidades glamourosas estão mais sujeitas ao apego ao passado quando as décadas se passam.

Já quem ficava deslocada da turma, sobrava nos bailes (estou falando de quatro décadas atrás, viu!), ouvia de longe o som das festas mais descoladas para as quais não foi convidada, tende a não sentir falta dessas fases. Não há lembranças gloriosas.

A vida pode seguir num crescendo próprio, com um dia de cada vez parecendo melhor que o anterior. Com o tempo, todas as festas ficam boas. Até que não se precisa mais delas. A gente mesmo inventa um motivo e faz a festa. Bônus da maturidade.

Há uma certa sabedoria em não apressar os prazeres (embora isso pareça conversa de nerd, de quem se ressente de ter sido excluída; sorry). A possibilidade de frustrações com as festas também diminui.  Até um encontro de amigos em um botequim com mesa branca de plástico se tornava um evento memorável.

Tudo isso para dizer que quando se chega a determinada fase (digamos, as fronteiras dos 50), os encontros começam a ficar mais seletivos porque ganhamos olho clínico para quem realmente mexe com nosso coração.

As confraternizações de fim de ano, exageradas por natureza, entram na linha do funil. A Dominique tem toda a razão no desafio que faz aos amigos em Vamos comemorar o fim de ano.

Ela contou que já foi arroz de festa de HH de fim de ano, como eu, e agora coloca à prova quem quer se manter próximo.

Calculo que tenha umas 400 pessoas na minha lista de relações (facebook, não se meta) em três décadas de ralação e relações. Um número inalcançável para se rever todos. Com quais deles quero me encontrar em dezembro?  Ou no ano seguinte? Hoje, consigo aceitar que a maioria passou sem deixar resquício no meu espírito.

Penso que já tenho um sistema de seleção, embora seja intuitivo. Aqui vão meus critérios:

Quem conquistou minha gratidão por ter me ensinado.
Quem ganhou minha gratidão por ter me deixado ensinar.
Quem falou e ouviu sem limites, em conversas que podem durar muitas horas.
Quem leu o livro que li ou o filme que adorei e sacou em um minuto o que nos encantou.
Quem disse, com afeto na voz, “isso vai passar”.
Quem apareceu milagrosamente para resolver o aperto total – tipo levo meu filho na escola ou vou entregar a proposta para a concorrência?
Quem falou “é tão bom te rever”.
Quem já chega, cinco anos depois, com um assunto de ontem, com gosto de recém-falado.
Que nos olha com olhos iluminados, felizes por termos chegado.

Quantos sobraram? Não importa. Sei que estão no número exato para encerrar o meu dezembro. E passar 2017 inventando motivos para encontrá-los. Felizes reencontros para todas.

Inês Godinho

Jornalista, brasileira, ciente das imperfeições e das maravilhas da vida. Contradições? Nada causa mais sofrimento do que um texto por começar e não há maior alegria que terminá-lo.

1 Comentário
  1. Que texto maravilhoso, Ignes! Parabéns, por diversos motivos: por nos deixar mais claro qual lista devemos investir, por essa capacidade em nos envolver nessa leitura gostosa e pelo seu aniversário, né?
    Parabéns, querida, tudo de muito e mais, sempre!

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Fui eu que fiz!! Feliz Natal!

Eu adoro fazer os presentes que dou de aniversário ou Natal. Este fazer sempre teve uma função terapêutica na minha vida. Buscar referências, ver coisas novas, exercitar a criação, ficar concentrada por horas até terminar o trabalho. Há estudos que mostram que atividades manuais são tão eficientes quanto meditar.

Hoje, meus amigos já esperam ganhar algo que eu fiz. Mais gostoso que fazer é ver o valor que eles dão ao presente, que quase sempre é apenas uma lembrancinha. Eles me perguntam: – só eu tenho ou foi feito só pra mim?

Ok, que eu tenho um pouco mais de afinidade com trabalhos manuais. Mas há projetos muito fáceis pra fazer e que causam o mesmo impacto. Não é o valor do presente que conta aqui, mas a dedicação e o carinho que você teve pra presentear AQUELA amiga. Tem como avaliar?

Este ano eu decidi fazer marcadores de livros. Reaproveitei bijuteiras antigas, rendas e outros penduricalhos que já tinha em casa. Quer ver como ficou? Produzi vários tipos de marcador, porque cada amiga gosta de um estilo.

No final deste texto também fiz uma seleção com outros 10 presentes superfáceis de fazer. Rola a página até o fim, tá.

Material:

Para fazer os marcadores eu usei:

Dominique - DIY

  1. Pedras de bijuterias antigas e elástico roliço colorido;
  2. Flor de crochê e elástico roliço colorido;
  3. Feltro e fita de gorgurão;
  4. Adereço de bijuteria antiga e elástico roliço colorido;
  5. Pedaço de renda, pérolas e elástico comum;
  6. Corações de tecido e fita de cetim;
  7. Flores de couro e fitas de gorgurão

Ficaram assim:

Dominique - DIY

Dominique - DIY

 

Outros presentes fáceis de fazer:

# Porta-copos em cortiça
Apenas 1 porta-copos, pintado à mão, pra deixar na mesa de trabalho. Um detalhe que faz a diferença.

Dominique - presentes de Natal

Fonte: Think Closet

 

# Marcador de taças
Um kit com identificadores de taça, feito com rolhas.

Dominique - Presente de Natal

Fonte: Etsy

 

# Bloco pra lista de compras

Um bloquinho pra fixar na geladeira ou deixar na cozinha. Serve pra anotar a lista de compras ou deixar recados.

Dominique - Presente

Fonte: Etsy

 

# Mini vaso imã

Um potinho de brigadeiro de colher, decorado com lã, vira um mini vaso. Depois, é só colocar o imã.

Dominique - DIY

Fonte: Feito pela Ju

 

# Porta-velas vintage

Garimpe algumas xícaras antigas ou de conjuntos desparelhados e coloque velas perfumadas. Fica um charme.

Dominique - presentes

Fonte: BrightNest

 

# Tag para malas

Dá pra fazer em tecido ou com feltro, esta tag vai personalizar a sua mala.

Dominique - presentes

Fonte: Nightingale Arts

 

# Geléia caseira

Capriche na embalagem com adesivo, fitas e tecido. Dá pra ousar ainda mais, personalizando cada rótulo.

Dominique -presentes

Fonte: Leticia Segalla

 

# Saquinhos de chá

Os sachês podem ser personalizados ou você pode usar os saquinhos prontos. O charme deste presente é a mensagem que vem junto.

Dominique - presentes

Fonte: Lia Griffith

 

# Prendedor de roupas decorado

Um kit vai ajudar a organizar a bolsa e prender, por exemplo, os fios de carregador de celular e bateria.

Dominique - Presentes

Fonte: Cut, Craft, Create 

 

# Organizador de cabos

Uma bolsinha para guardar os fios do celular, bateria extra, notebook… e tudo o mais.

Dominique - Presentes

Fonte: Love it, Make it

 

# Porta-bijuterias de madeira

Pedaços de madeira pintados, com ganchinhos de metal, pode ser usados para guardar bijuterias.

Dominique - presentes

Fonte: Reciclar e Decorar

 

 

Ju Junqueira

Jornalista que trabalha com internet há 20 anos. Divide o tempo entre as inovações tecnológicas e os trabalhos manuais no estilo Do It Yourself. Descobriu que é melhor que fazer meditação.

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Sonho de Consumo

Vem aí o Natal e a gente começa a pensar nos presentes. A gente até pensa em alguns presentes especiais. E assim me peguei pensando em qual seria o meu presente muito diferente e especial, o meu sonho de consumo muito além daquelas obviedades de sempre. Você já parou para pensar em qual seria o seu presente especial e diferente? Well darling… vou dividir o meu com você mas adoraria saber qual é o seu?!?!?
[fve]https://www.youtube.com/watch?v=V_GsCXHSRNU[/fve]

Eliane Cury Nahas

Economista, trabalha com tecnologia digital desde 2001. Descobriu o gosto pela escrita quando se viu Dominique. Na verdade Dominique obrigou Eliane a escrever. Hoje ela não sabe se a economista conseguirá ter minutos de sossego sem a contadora de histórias a atormentá-la.

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Convidada Casamento – Com Que Roupa Eu Vou?

Com que roupa eu vou ao casamento
Fui convidada pra um casamento…Que Suplícioooooo!
Preciso te contar!!
Senta que lá vem história!!!

Mas dessa vez vai ser em vídeo.

 

Veja também :

 

O que usar em um casamento?  Vestido – CURTO x LONGO

Maio biquini ou burka? Qual a pedida deste verão?

 

 

 

 

Eliane Cury Nahas

Economista, trabalha com tecnologia digital desde 2001. Descobriu o gosto pela escrita quando se viu Dominique. Na verdade Dominique obrigou Eliane a escrever. Hoje ela não sabe se a economista conseguirá ter minutos de sossego sem a contadora de histórias a atormentá-la.

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Convidada Casamento

Fui convidada pra um casamento…Que suplícioooooo!
Preciso te contar!!
Senta que lá vem história!!!
Mas dessa vez vai ser em vídeo.
[fve]https://www.youtube.com/watch?v=1tLCYdS2hqk[/fve]

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Economista, trabalha com tecnologia digital desde 2001. Descobriu o gosto pela escrita quando se viu Dominique. Na verdade Dominique obrigou Eliane a escrever. Hoje ela não sabe se a economista conseguirá ter minutos de sossego sem a contadora de histórias a atormentá-la.

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