Passeando com o passado

Dominique - Tom Jobim

Há um tempo fui conhecer o Instituto Moreira Salles, no Rio de Janeiro.
Gente… Que coisa… Maravilhoooosooo!!!
Uma casa dos anos 50, com um painel de azulejos de Portinari, jardim de Burle Marx, enfim..
Andar pela casa, lembrando do filme de João (o Mordomo) e imaginando Waltinho em cada um daqueles ambientes.
Ohhhh my Gooooddd, aquele gato.

A casa já teria valido o passeio por si só e por toda minha fértil imaginação.
Mas tinham as exposições.
De repente, do lado de fora da casa, uma exposição me chama a atenção.
Vejo enorme o ano de 1964 impresso nas paredes daquela casa menor.
Eu me aproximo e leio – “Em 1964 – A arte e cultura no ano do golpe”.
Imediato interesse, afinal este não é só o ano do golpe, mas o ano de meu nascimento.

Que delícia ver e saber o que rolava naquele tempo.
Começo a exploração e me deparo com obras de Millôr para a minha surpresa.
Ele já escrevia em 64!!!
Muita pretensão a minha achar que ele começou a brilhar quando eu comecei a pensar, né??
Continuo deslumbrada!
Olho para uma das paredes e a foto de um moço muito atraente me hipnotiza.
A pessoa me era muito familiar.
Tão bonito.
Tão sedutor.
Parecia alguém muito próximo.
Ahhh…
Tom Jobim.

Tom Jobim em 64 era ooooooooooooo gato!!
Waltinho Sales que me desculpe, mas o Tom é fenomenal e ocupa todos os espaços daquela casa apenas com uma foto.
Tá legal, no meu caso vamos ver pesos completamente diferentes para o músico e para o cineasta, uma vez que cinema nunca foi minha primeira arte, nem a segunda, nem a terceira.
Sou daquelas que está sempre atrasada com cinema.
Mas Tom toma proporções tão grandes dentro e fora de mim.
A sua música, minha primeira arte. Que virou nossa música.
Tivesse eu nascido 10 anos antes, Tom não escapava.

E por falar em escapar e para fechar não sei se baita egotrip ou baita senso de humor do dono daquela casa, mas todas as maçanetas foram moldadas de acordo com a mão de Walther pai, ou seja, ele tinha sua mão em todas as portas.
Adorei esse detalhe.
E antes de ir embora, fiz questão de empunhar uma das maçanetas.
Quis não apenas me despedir, mas também agradecer a Walther Salles pelo legado.
Meu ego também não é pequeno.

Ai ai Tom Jobim, se pudesse voltar do tempo…

Leia Mais:

Uma música para chamar de minha
Minha lista de pequenos prazeres

Eliane Cury Nahas

Economista, trabalha com tecnologia digital desde 2001. Descobriu o gosto pela escrita quando se viu Dominique. Na verdade Dominique obrigou Eliane a escrever. Hoje ela não sabe se a economista conseguirá ter minutos de sossego sem a contadora de histórias a atormentá-la.

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