Já primaverou por aqui. Tenho tudo para acreditar que a primavera é a melhor estação do ano. O que você acha? Primeiro porque é cheia de significados: energia, alegria, renovação e recomeços. Dizem que é uma boa época para começar novos projetos ou tirar ideias da gaveta. Tem, também, a melhor temperatura do ano.
Como adoro histórias, fiquei curiosa e fui pesquisar sobre os deuses da primavera. Descobri que a maioria é representada por mulheres. As tradições mais antigas celebravam as deusas da fertilidade, que simbolizavam o brotar da nova vida. Por isso, elas também estão associadas ao amor.
Cada mitologia tem uma história diferente para narrar a lenda de sua deusa da fertilidade. Selecionei alguma delas para compartilhar com vocês.
As Deusas da Primavera
Mitologia Grega
Cibele é também chamada de “Mãe dos Deuses” porque simbolizava a fertilidade da natureza. Também representa a vida selvagem (senhora dos animais) e o ciclo de vida, morte e renascimento (deusa dos mortos). Segundo os gregos, ela seria uma reencarnação da Deusa Reia, a mãe de Zeus e de todos os deuses do Olimpo. Cibele continuou sendo adorada mesmo após a invasão romana.
Perséfone é a deusa da agricultura, das estações, das flores, dos frutos, das ervas e da fertilidade. Também é conhecida como a deusa do submundo. Conta a lenda que ela era muito bonita e foi raptada pelo seu tio Hades. Levada para o submundo, foi ludibriada a comer uma romã, que selou o seu casamento e sua permanência lá em um terço do ano. Seu mito foi muito utilizado para explicar as estações do ano. Durante os meses da primavera, verão e outono, Perséfone podia voltar a terra e, assim, fazia florescer. No inverno, ela retornava para o submundo e o solo ficava infértil.
Mitologia Romana
Flora é a deusa que representa a natureza e a potência do fazer florir e florescer. Conta a lenda que, num dia de primavera, Flora foi raptada pelo deus do vento (Zéfiro) para casar. Como recompensa, ele concedeu à Flora o reinar sobre as flores e os campos cultivados. A deusa, como presente aos homens, ofertou o mel e as sementes. Na mitologia grega era chamada de Clóris.
Mitologias anglo-saxã, nórdica e germânica.
Eostre ou Ostera é a deusa da fertilidade, do amor e do renascimento. O nome estava relacionado à aurora e, por isso, também foi associado à luz crescente da primavera, um momento alegre e abençoado para a terra. Os símbolos de Eostre são a lebre, os coelhos e os ovos que, juntos, representam o poder gerador e o começo da vida. Foi dos cultos pagãos que originou-se a palavra Páscoa que é Easter, em inglês, e Ostern, em alemão. A origem da Páscoa é hebraica e vem de Pessach. Porém alguns ritos e costumes da celebração foram absorvidos nas comemorações judaico-cristãs, tais como o ovo e o coelhinho da Páscoa. O festival Eostre é celebrado em 30 de março.
Freya é a deusa nórdica do Amor, da fertilidade, das flores e da vida. Descrita como uma mulher bela e atraente, Freya também é considerada a deusa da beleza, da sensualidade, da atração, da luxúria, do ouro, da guerra, da morte e da música. Conta a lenda que suas lágrimas derramadas transformavam-se em ouro na terra e em âmbar no mar.
E o Deus da Primavera
Mitologia Egipcia
Osíris é o deus do renascimento, da ressurreição, da justiça e da fertilidade. Ele é cultuado como o deus da agricultura, uma vez que o processo de plantar implica na colheita (morte), no semear e no renascimento (vida). Na mitologia egípcia, Osíris teria ensinado aos homens as técnicas necessárias para a civilização, para a agricultura e para a domesticação de animais.