Maternidade na maturidade – escolha de muitas Dominiques

Dominique - Maternidade
Vamos falar de maternidade após os 40?

A decisão de ser mãe numa fase mais madura da vida pode ser uma escolha por diversas razões: dedicação à carreira para alcançar sucesso profissional e estabilidade financeira, o fato de não ter encontrado o amor-da-vida-pai-dos-filhos ou porque a vida aconteceu assim, simplesmente.

Mas e se a mulher só se sentir preparada para ser mãe na maturidade? Os filhos também saem ganhando com uma mulher mais tranquila e disponível para enfrentar os desafios. Mais madura, a mulher faz escolhas com mais responsabilidade, é menos impulsiva e está mais preparada para viver esse papel.

Houve um aumento de mulheres engravidando entre 30 e 39 anos — de 22,5%, em 2005, para 30,8%, em 2015. Houve também um aumento de mulheres que engravidaram com mais de 40 anos em 27% entre 1991 e 2000 (IBGE). Tais dados já apontam as mudanças no comportamento feminino com relação à maternidade.

Ao contrário do que se vivia antigamente, a mulher não precisa se envergonhar de ser solteira e pode sair, viajar, flertar, ser feliz, sozinha, com os amigos. A vida de solteira é bem interessante atualmente!

Vida de solteira não-mãe, eu diria, porque não precisa estar casada para se ter filhos. Isso também tem sido mais aceito e permitido “socialmente”, sem estigmas. A liberdade que conquistamos nos permitiu fazer escolhas, desfrutar a vida e partir para o exercício da maternidade sem nostalgias pela juventude pouco ou mal vivida.

A vida convida a menos clichês. Menos cobranças. E isso já vem sendo construído. A mulher tem vivido de forma mais natural a passagem aos 40/50 anos e a gravidez com essa idade tem sido uma opção frequente: Ivete Sangalo com gêmeos aos 45, Carla Bruni teve o segundo filho aos 43, Solange Couto foi mãe aos 54! Das anônimas, acompanho a rotina da minha cunhada, mãe da terceira filha aos 46.

O funcionamento biológico feminino é a questão mais relevante da maternidade na maturidade, representada pela diminuição da reserva e da qualidade dos óvulos. Mas devemos pensar também que a saúde de uma mulher de 35 anos hoje é bem diferente de uma mulher dessa idade há trinta ou quarenta anos. Tão importante quanto o preparo biológico é a abertura psicológica e emocional para essa experiência.

Engravidar aos 40, 45 anos ou até um pouco mais pode ser um processo mais lento e trabalhoso, mas não impossível. Evidentemente, nessa fase da vida, a gestação pode requerer cautela, acompanhamento e tratamentos…. em compensação, a mulher se sente abençoada quando se torna mãe depois de muita luta e muitos tratamentos para engravidar e ter o seu bebê. A maternidade acontece como uma dádiva e uma recompensa a todo o esforço.

Pressupomos que com a maturidade passamos a ver a vida com mais segurança. Porém, maturidade emocional implica em ter mais tolerância às frustrações e em lidar com mais flexibilidade e equilíbrio com os acontecimentos da vida. Nem sempre está ligada à idade cronológica. O segredo está na disponibilidade emocional e psicológica em acolher um filho e isso depende dos espaços internos, de afeto e paciência.

Ao nos tornarmos mães, nos remetemos inevitavelmente à mãe que tivemos. Acessamos o repertório que criamos ao longo da vida na convivência com as mulheres que nos foram significativas. É o momento do encontro das gerações, de nos depararmos com o modelos maternos que queremos seguir ou rejeitar. E nesse caminho construir algo novo e com a nossa cara.

Pode ser que com mais idade estejamos mais preparadas para abdicarmos de momentos só nossos por momentos compartilhados com bebês, brinquedos e mamadas. Isso tem a ver com se doar, se permitir e partilhar o seu tempo com a maternagem. Em ver um bebê aprender coisas novas, em sermos as mediadoras entre o filho e o mundo. Com isso também aprendemos e renascemos.

E ser mãe é topar o desafio do imprevisível, do medo de não conseguir dar conta, de se desesperar de sono, de ver a vida mudar. E mesmo assim se gratificar com a relação mãe-filho…aí o jogo vai se invertendo e a maternidade acaba, então, trazendo a maturidade.

Maternidade é isso. Não importa a idade!

Leia mais:

Sabe qual foi meu desejo na gravidez? Uma música!
Faça 15 minutos de meditação diária e sinta os resultados

Alcione Aparecida Messa

Psicóloga, Professora Universitária e Mediadora de Conflitos. Doutora em Ciências. Curiosa desde sempre, interessada na beleza e na dor do ser humano. E-mail: [email protected]

Seja a primeira a comentar

Comentar

Your email address will not be published.

You may use these HTML tags and attributes: <a href="" title=""> <abbr title=""> <acronym title=""> <b> <blockquote cite=""> <cite> <code> <del datetime=""> <em> <i> <q cite=""> <s> <strike> <strong>

QUER MAIS CONTEÚDO ASSIM?
Receba nossas atualizações por email e leia quando quiser.
  Nós não fazemos spam e você pode se descadastrar quando quiser.
CADASTRO FEITO COM SUCESSO - OBRIGADO E ATÉ LOGO!
QUER MAIS CONTEÚDO ASSIM?
Receba nossas atualizações por email e leia quando quiser.
  Nós não fazemos spam e você pode se descadastrar quando quiser.
CADASTRO FEITO COM SUCESSO - OBRIGADO E ATÉ LOGO!
QUER MAIS CONTEÚDO ASSIM?
Receba nossas atualizações por email e leia quando quiser.
  Nós não fazemos spam e você pode se descadastrar quando quiser.
CADASTRO FEITO COM SUCESSO - OBRIGADO E ATÉ LOGO!
QUER MAIS CONTEÚDO ASSIM?
Receba nossas atualizações por email e leia quando quiser.
  Nós não fazemos spam e você pode se descadastrar quando quiser.