Tive que ficar no estaleiro por conta de uma maledeta pedra no rim esta semana.
Menina……não consigo nem descrever a dor.
Não fui trabalhar, não fui passear, não curti minha casa e não fiz aquele moooonte de coisas que jurei que faria quando passasse dois dias seguidos em casa.
Sabe aquela listinha de pendências que toda casa tem?
– Limpar tal armário.
-Dar ordem no quartinho.
-Fazer os álbuns de fotos (yes darling…ainda imprimo foto)
-Experimentar aquela receita que vi no tasty (ahhh, quem estou enganando? Isso nunca vai rolar).
-Mandar arrumar todos as coisas que estão quebradas naquela caixa, ou jogá-las foraaaaa.
Bom…Nada disso. Tb, eu não estava de férias, né?
Estava doente.
Sem posição. Sem vontade.
A única vontade é que 4 horas passassem rápido para que eu pudesse tomar a porra da dipirona novamente (tem gente que toma de 6 em 6, inclusive meu medico).
Mas já no 3 dia, consegui minimamente ver TV.
E no quarto dia, acho que ja estava boa.
Aliás, o quarto vem a ser hj.
Ja devo estar super boa, pq já estou achando um porre ter que ficar em casa.
Então de manhã, zapeando a TV sem medo de ser feliz ou de pecar por estar vendo Ana Maria ou qqer outra coisa, paro no Arte 1
E meu dia se transformou.
Gente, era o making off da gravacao WestSide Story -Amor sublime Amor – obra do maestro Leonard bernstein !!!!
Isso em 1984.
Teve o filme em 1961 depois da bem sucedida peça de teatro.
vários remakes.
Mas em 84, Bernstein, resolveu gravar em estúdio sua própria obra com cantores líricos.
Pasme:
Jose Carreras e Kiri TE Kanawa.
Ai meu sais!!!!
Musicas maravilhosas, já incorporadas em meus registros sonoros.
E eu podendo ver as gravações??????
Ver Jose Carreras, mocinho e gordinho, e inseguro?????
Ver a diva Kiri, divando e reclamando?
A mesma diva chorando de emoção durante uma música que cantava?
Bernstein fazendo caras e bocas para os produtores executivos e dando esporro?
Escutar Maria, America, Tonight, Tonight. one hand. Enfim..
Estou quase agradecendo a julieta (nome que dei a pedra maledeta) pelos dias que me fez ficar me casa.
Não teria JAMAIS tido tempo de ver ou mesmo de apreciar devidamente estes momentos.
Ahh, o tal disco foi sucesso de vendas obviamente.
Obrigada Arte 1 (melhor agradecer a TV do que a julieta)
Música
Freedom
Homens sérios. Usando respeitabilíssimas gravatas.
Moças sérias. Muito bravas.
Aquelas carinhas amarradas pareciam dar-lhes a segurança de sua credibilidade e da tal seriedade.
E mais uma vez eu estava na posição de ré.
E mais uma vez eu tinha cinco minutos para provar minha inocência.
Não. Não estava em um tribunal.
Era a sala de reunião de uma grande empresa.
A acusação:
Como ousava, uma tiazona e ainda por cima, perua, apresentar um projeto que envolvia tecnologia????
Bom… Aí como sempre, se eu não mostrasse ao que tinha ido nos 5 primeiros minutos, perderia-os para sempre.
Toda concentração e foco sempre se faziam necessários.
E neste dia, tudo corria como sempre, das inicias caras de enfado ao começo do interesse se manifestando quando toca meu celular.
Esqueci de desligar!!! Sorry!!!! Lembra que sou uma tia?
Vá dizer que seu celular nunca tocou numa hora inapropriada?
E você sabe muito bem que quanto mais inapropriada a situação, mais demoramos para conseguir desligá-los, né?
Se você é mulher, sabe que pior que isso só se o celular estiver dentro da nossa bolsa!!
Ahhhhh…. Aí o desespero é enorme porque sabemos que dentro dela mora o triângulo das Bermudas que abduz o aparelho.
E quando o toque de seu telefone é Freeedom?
Sim, a música mesmo. Aquela de George Michael.
Ai, acabou.
Tiazona, Perua e Pop 80’s.
Fim.
The end.
Mas este é o toque de meu celular há muitos anos.
O que que eu posso fazer? Sempre amei esta música.
Tanto que ela faz parte da trilha sonora de minha vida em algum ano da década de 90.
Sim, sim. Escolho todo ano a música que comporá a minha trilha sonora, lembra? Vamos recapitular os últimos anos.
2013 –Somebody That I Used to Know – Mas o cover – Walk off the Earth
2014 – Carango – Wilson Simonal
2015 – ?
Você deve ter reparado que pulei um ano, né? Pois é.
Mas também acabei 2015 num estado tão grande de desilusão e choque com nosso país que nem música consegui pensar para aquele cenário desolador.
Aí veio 2016
Ahhh.
Não foi um ano fácil. De jeito nenhum.
Mas foi libertador.
Consegui me libertar da apatia e do choque de 2015.
Com muito trabalho, mas muito mesmo, consegui iniciar três projetos: um pessoal, um filantrópico e um profissional.
Para que os três saíssem do plano das ideias, precisei me libertar de antigas amarras, conceitos e certezas.
Tive que conversar, convencer, ser convencida, mostrar, escrever, pesquisar, desconfiar, confiar, investir, pedir ajuda, ajudar, escolher, lamentar, vibrar, brigar, fazer as pazes, engolir, seguir em frente.
Não sei onde fui buscar energia.
Principalmente depois de inevitáveis tropeços e tombos épicos pelo caminho.
Mas não parei.
Não paramos. Por que não fiz nada sozinha.
Teve um monte de gente que fez comigo.
Um monte não.
Sei bem quão poucas foram as pessoas que não se acomodaram no desespero do “nada a fazer” e acreditaram que somente “o fazer” resolve e liberta.
E foi fazendo que me libertei das respeitáveis gravatas e das mocinhas de cara amarrada.
Não mudei o toque de meu celular e continuo esquecendo de desligá-lo quando entro em reuniões.
Mas hoje ninguém mais me julga por isso e nem por aquilo.
Freedom…
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Música
Que tipo de gente é você?
Eu sou desse aí, ó…
Aquele que não vive sem música.
A música é capaz de mudar o meu humor.
Mas até aí, lugar comum, né?
Quem não gosta de música, Dominique?
Oras bolas.
Verdade.
Mas é que eu gosto muito, muito mesmo, dá pra entender?
Vivem me perguntando qual instrumento eu toco, por que é de se imaginar que alguém que goste tanto, toque ou cante alguma coisa.
Na verdade, não toco nenhum instrumento e nem ouso cantar.
Nasci para aplaudir e para apreciar.
Afinal, imagina se todo mundo que gostasse de música participasse de sua criação ou execução?
Alguém tem que se contentar apenas em ouvir, não é mesmo?
Aliás, e por falar nisso, vendo este Facebook me parece que todo mundo tem o que falar também.
Mas será que temos tudo isso para contar?
Qual o interesse real do outro em nossas histórias?
Quem fala aqui espera ser lido?
Qual a motivação de cada publicação?
Divertido imaginar isso.
Muito divertido…
-
Gosto de você! Amo música, tenho 75 anos e canto num maravilhoso coral aqui em Itu e já faz temmmmmpo . E o Vozes de Itu ❤️
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Linhagem
Há um tempo eu peguei o meu filho, então com 18 anos, ouvindo e CANTANDO JUNTO música sertaneja universitária.
Acho que era “Rock & Hudson”, ou algo parecido. Quase morri de desgosto!!
Mas, ao mesmo momento, percebi que ele me olhava fixamente e que cantava com um leve sorriso irônico e desafiador no canto da boca.
Ahaaa!!!
Aquilo era mais um de seus atos de rebeldia contra sua mamãe.
Ele realmente sabe como me atingir!
Percebendo isso, fiz o meu papel.
Reclamei. Esbravejei. Sapateeei. E ainda terminei dizendo:
– Só falta agora, em seus xavecos, você dizer que tem gosto “eclético” para música!!!!!
– Clichê não, meu filho… clichê não!!
Lembrei dessa historinha porque ontem, ao passar pelo seu quarto, vejo aquele menino lindo, lendo ao som de Dave Brubeck.
Ficou a certeza de que o fruto não cai longe do pé.
Além do gosto parecido com o meu para música, ele também leva consigo o mesmo humor e ironia que, por vezes irrita, e outras beira o deboche.
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Burt, Buarque, Beck
Era um sábado. Em uma semanas mais intensas de minha vida profissional. Por mais gratificante que seja, sempre é de uma exaustão sem tamanho.
Mas o tão almejado sábado chega. Viajo para a praia, onde me recarrego. Ao chegar em meu infinito particular sinto-me meio perdida com tanto tempo disponível para o ócio.
Não sei por onde começar.
O tempo está feio e convida à reflexão.
Mas acho que não estava a fim de refletir.
Lembro da minha listinha de músicas, que vou anotando ao longo das semanas e prometendo que, quando tiver tempo, vou incluí-las no meu Spotify. Ótima pedida!!!
Começo com Eisbaer, do Nouvelle Vague, passando por Touch Me, do The Doors, Up in the Sky, do Robert Cray Band, e chego em The Look of Love, com Nina Simone. Música gostosinha, com deliciosa interpretação desta diva. Eu me detenho um pouco mais no resultado desta busca e me deparo com uma pasta com toda a obra de Burt Bacharach. Baixo todas de imediato. Ao ouvi-las, noto a grandiosidade de sua orquestra.
Metais… Muitos metais… Cordas… e uma infinidade de instrumentos que dão a suas obras todo um tom realmente grandioso. Aí, inevitavelmente, mesmo não querendo, começo minha reflexão.
Eu não queria refletir, lembra?
A obra de Burt Bacharach é quase que, na sua totalidade, dedicada a trilhas de filmes. E suas obras de maior sucesso acontecem na década de 60 e 70, se não me engano.
Tudo encaixando numa linearidade cronológica, histórica e musical.
Músicas delicadas, românticas, idealistas, beirando o ingênuo, contrastando com arranjos suntuosos.
Coisas de uma época. Coisas de cinema e de Hollywood.
Porém, imediatamente, minha não desejada reflexão, me leva ao nosso quintal musical.
Na hora me lembro de uma música de Chico, que adoro.
Acontece que sempre que ela começa a tocar, sua grandiosidade instrumental inicial, me irrita, mas me irrita muito.
Falo de maravilhosa Rosa dos Ventos.
Uma obra prima.
Cheia de entrelinhas.
Cheia de significados.
Mas porque aquele início tão rebuscado? Ok… Ok… Anos 70.
E pra não falar que estou de marcação com o Chico, me lembrei tb de Hoje e Universo Em Seu Corpo.
Músicas viscerais de Taiguara que simplesmente não ornam com todos aquela orquestração. Minha opinião.. Mas vai ver que o problema sou eu. Aliás, com certeza o problema sou eu.
Se pensar bem tem outra situação com a suntuosidade dos metais que muito me irrita.
Fico absolutamente incomodada sempre que escuto o rufar dos tambores e o toque das cornetas que precedem a entrada de sua alteza real…………….. A NOIVA!!! Que noiva? A noiva que entrará às 7 horas na igreja. E a das 8 horas e a das 9 horas.
Sei que hei de me arrepender profundamente deste comentário.
Minhas futuras norinhas provavelmente casarão com todos os metais e tambores disponíveis na cidade de São Paulo e, quem sabe, até com as bandas marciais escocesas!!! Mas isto é outro assunto para outra hora .
Coincidência ou não, acabo minha jornada musical, já na madrugada de domingo, com outra música de trilha sonora de filme. Everybody’s Gotta Learn Sometimes, com Beck.
Linda!!! Tocante!!
Os instrumentos são quase dispensáveis diante de visceral interpretação de Beck.
Mas talvez seja apenas meu momento intimista quase melancólico. Vai saber…
Tenho muito o que contar mas agora estou mal.
Demais