Oh Cupido vê se me deixa em paz e para de atrapalhar o destino

Dominique - CupidoA Cynthia Camargo mandou uma história superengraçada sobre uma vez que deu uma de cupido. Cupido desastrado, claro.

Ela fez que eu lembrasse da vez que fui eu o cupido.
Quando a gente casa, sei lá porque, acha que todo mundo que está do nosso lado TEM que casar.
Que estes seres infelizes só conhecerão a luz quando a alma gêmea aparecer iluminando o coração.
Yesss…Cafona assim mesmo. E surreal também.
Mas esta era eu há 30 anos e recém casada.

Uma superamiga, a Bia, tinha acabado de brigar com o namorado e um primo do Guilherme estava correndo o risco de ficar solteiro para sempre se eu não fizesse alguma coisa.
Então obviamente bolei um plano perfeito! Apresentá-los! Claro!
Mas obviamente, como sou muito, muito esperta, resolvi contar para ambos e consultá-los antes:
– Bia, o Gui tem um primo superlegal que adoraria que você conhecesse, topa?
– David, você sabe quem é minha superamiga Bia? Aquela, bonita de cabelos compridos… Então, vou convidá-la para jantar aqui semana que vem. Você gostaria de vir?

Pronto. Marcado. Avisei Guilherme que sempre odiou esse tipo de coisa.
– Dominique, Dominique! Os caras sabem errar sozinhos! Não precisam da sua ajuda para quebrar a cara! Que mania!
– Ai Gui… Para. Que pessimismo!

Chega o dia do jantar.
David chega antes de Bia, perfumado e arrumadinho.
Bia, como sempre um tantinho atrasada, vestida para matar. Decote sob medida num vestido provocador. Sabe aquele cabelo que dá vontade de passar a mão? Então… O da Bia.
Sempre lembrando que na época não deveríamos ter mais que 26 anos, tá? Lindas e gostosas. Como sempre.

Um aperitivo com um pouquinho de álcool (não tomávamos vinho naquela época, eu acho) para quebrar o gelo.
O papo flui fácil entre nós. Mas principalmente entre eles.
Servi o jantar e na sobremesa, os dois já tinham engatado um papo olho no olho meio que ignorando a presença dos donos da casa.

Tirando a mesa, Bia foi me ajudar e ficamos excitadas conversando na cozinha:

– E aí? – Perguntei eu já me imaginando de chapelão e vestido fúcsia como madrinha no casamento daqueles pombinhos!

– Ahh Nick… Gostei, né? Gatinho. Parece ser um cara legal.

Pronto match maker. A casamenteira.

Despedidas. Afinal era dia de semana e já passava da meia noite.
Vi que Guilherme puxou David num canto e cochichou alguma coisa.

Mal fechei a porta e perguntei o que ele tinha cochichado.

– Falei para Davi que acompanhasse a Bia até em casa. Que a seguisse com o carro, pois já é tarde.
– Claro… mas meio óbvio, não?
– Não. Conheço meu primo. Quando se trata destas coisas, melhor desenhar para ele.

No dia seguinte, mal acordei e liguei para a amiga. Será que tinha rolado beijo?
Ou ela tinha convidado ele para entrar para um último licor?
Sairiam novamente esta noite?

– Biaaaaa…Me conte tudo!
– Contar o que Dominique?
– Como assim?
– Não tem o que contar. Quando dei seta que entraria na minha rua, David buzinou, acenou pelo vidro e seguiu reto.

Nãooooooooooooooooooooo. Não podia crer nisso.
Contei para Guilherme que determinou que naquele momento se encerrava minha carreira de cupido. Na verdade estúpido cupido.

Você acha que a história acaba aí, né? Não, colega.

Três anos depois, num sábado à tarde, toca o telefone.
Guilherme atende o primo David e me avisa que ele passará em casa para tomar uma cerveja de noite. Estranhei muiiiito, porque ele nunca tinha feito aquilo.

Well… Chegou, sentou, bebeu, enrolou enrolou e perguntou:
– E aí Dominique? E aquela sua amiga a Bia? Gostei dela, viu?
– O que? Vc tá brincando, né? Cara, ela já até casou!
– Ah, jura? Que pena!
– Não estou acreditando, David! Só 3 anos depois? Mas o que aconteceu na época?
– Na verdade, eu percebi no jantar que a Bia era moça séria e que não dava para fazer besteira.
– Pera. Pera. Eu te liguei e disse que ia te apresentar uma de minhas melhores amigas. E você só sacou que ela era “séria” quando a conheceu?
– ……
– David, para o seu controle, Bia não é uma moça séria. Nem ela nem eu, tá! E sabe quem levou a melhor? O marido dela e o meu!

Essa Dominique… Mas e você? já tentou ser cupido de alguém?

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Dominique

Nasceu em 1964. Ela tem 55 anos, mas em alguns posts terá 50, 56, 48, 45. Sabe porque? Por que Dominique representa toda uma geração de mulheres. Ela existe para dar vida e voz às experiências, alegrias, dores, e desejos de quem até pouco tempo atrás era invisível. Mas NÓS estamos aqui e temos muito o que compartilhar. Acompanhe!

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