Foi uma amiga de uma amiga que apresentou Luíza Teixeira de Freitas, curadora de arte em Lisboa. Como é bom ter amigas queridas que têm outras amigas tão queridas quanto…
Bem..Ela, a Luíza, é uma simpática jovem brasileira que mora em Portugal desde sempre. Casada com português, não é de se admirar que seja bilingue. Fala perfeitamente o “brasileiro” e o luso português.
A uma semana da famosa exposição madrilenha ARCO, que é um tipo de SP_Arte, ArteRIO , etc. as galerias lisboetas estão todas em efervescente movimento. De empacotamento. Todas marcarão presença junto aos espanhóis. Mesmo com pressa e meio que na correria foram imensamente gentis conosco.
Acho que consideraram aquela turminha de mulheres um treino para o que vão passar no stand. Explicaram rapidamente o que tinham de mais importante, e aprofundaram-se apenas quando mostrávamos interesse.
Aqui a lista das galerias que visitamos e algumas obras que gostei.
Galeria Madragoa
Simpática galeria situada como o próprio nome diz, no bairro Madragoa.Um sobrado onde todos o recantos são aproveitados e onde você menos espera está uma instalação, uma foto, uma pequena escultura.
Fomos ver a exposição de Joanna Piotrowska polonesa nascida em 1985.
Na série de fotografias Enclosures, mostra o interior de jaulas, as do zoo, e outros objetos utilizados pelos animais em cativeiro, revelando a forte projeção do ser humano sobre o conceito de natureza, a intenção de domesticar disfarçada sob o aparente respeito pelo mundo selvagem, a perpetuação do exercício de domínio humano.
Galeria 3 + 1.
Situada em uma arborizada praça no bairro Príncipe Real, essa galeria com nome numérico, tem como objetivo promover a obra de artistas emergentes portugueses e internacionais, com propostas arrojadas que ilustram a diversidade da prática artística contemporânea.
Estão expondo as obras de Claire de Santa Coloma, artista argentina, nascida em 1983, cuja prática artística é baseada sobretudo na Escultura mas o seu trabalho também inclui desenhos e composições em papel.
O que mais gostei de suas obras é que todas foram feitas para tocar, mexer e interagir. Geralmente eu não consigo ver só com os olhos, teeeenho que tocar. Então foi o rio correndo pro mar..
Obra da artista Claire de Santa Coloma. A arte que podemos interagir.
Galeria Pedro Cera
Próxima a linda e icônica Basílica da Estrela, essa galeria traz uma exposição voltada a mulher.
Marinella Senatore, italiana nascida em 1977, é formada em música, artes plásticas e cinema. É uma artista multidisciplinar e sua arte é caracterizada por uma forte dimensão coletiva e participativa. O trabalho de Senatore une formas de resistência, cultura popular, dança e música, eventos de massa e ativismo, repensando a natureza política das formações coletivas fazendo seu público pensar em potenciais de mudanças sociais.
Numa primeira vista, pessoalmente, e sempre pessoalmente, não gostei da obra desta artista. Até me deparar com 5 desenhos (ou gravuras – não sei exatamente a técnica). Fiquei encantada com as formas femininas, todas sem rosto, mas em ação. Apesar da falta de identidade o que não faltava aquelas mulheres era atitude. Obviamente essa é uma interpretação minha. Gostaria de voltar a essa exposição para ver novamente as obras que inicialmente não gostei, com outro olhar.
Galeria Cristina Guerra
Acho que é a maior galeria de todas que visitamos. Isso em si não quer dizer muita coisa, porém quando os grandes espaços estão preenchidos com coisas que me fazem brilhar os olhos, passam a ser maiores ainda. Mais uma vez, essa é minha opinião pessoal, sempre pessoal. Não bastasse de cara ter me encantado com as cores vivas das obras expostas, gostei da galerista. Ahhh, mas isso é assunto para outro texto.
A exposição é de Mariana Gomes, Portuguesa do Faro, nascida em 1983, é artista plástica.
“Apesar das cores vibrantes e das formas/manchas trepidantes, estas pinturas, estão longe de serem inocentes. Pelo contrário, são ardilosas. Comportam-se como organismos vivos, autossuficientes, capazes de determinar a sua própria completude, com maior ou menor saturação de marcas e matéria. ” – Trecho de resenha do site Umbigo Magazine