Numa manhã de terça-feira, saindo de Vinhedo rumo à São Paulo para trabalhar, vejo em uma rua movimentada da cidade, uma mulher, loira, dava para ver os cabelos embaixo do capacete numa dessas motos enormes. Parecia a Penélope Charmosa!
Foi impossível não grudar os olhos nela tamanha a agilidade que pilotava aquela moto gigante.
Confesso que a persegui por um bom tempo. Não é comum ver uma mulher em cima de uma dessas máquinas enormes e resolvi abordá-la!
Acelerei, fiz um gesto que precisava falar com ela. Sem muito entender, a moça parou a moto, estacionei o carro, desci e me apresentei. Pedi para ela compartilhar sua experiência, coragem e história com nós, Dominiques!
Marcela Scala, tem 36 anos, é enfermeira de Home Care e Enfermeira Autoridade Fiscal na Vigilância Sanitária, em uma cidade no interior, e a sua moto é uma Yamaha Midnight 950 cc. Maravilhosa por sinal!
Pilota desde os 23 anos de idade, idade que tirou sua habilitação, desde então, nunca mais parou.
Ela confessa que sempre teve medo de moto e tem até hoje. Para Marcela, o dia que perder o medo de pilotar uma moto ela para, porque sem o medo vai abusar.
A paixão por moto está no sangue. Seu pai também é apaixonado por moto. Por milhares de vezes ele vai na sua garupa e bora pegar estrada, almoçar em outra cidade. Passeios fantásticos e inesquecíveis!
Para ela, o mundo do motociclismo é encantador, embora os motociclistas tenham fama de mal encarados ou de roqueiros drogados. As pessoas não sabem o significado da caveira que carregam. Aliás, eu não sabia também.
A caveira representa irmandade, igualdade. São todos iguais, independente da cultura, profissão, cor, renda familiar e estão sempre à disposição para ajudar o próximo.
Você sabia que a maioria dos encontros de motociclistas acontece para coletar doações e serviços beneficentes?
Marcela curte mesmo a moto Custom, então a velocidade não é o que a atrai. Os grupos andam em comboio, organizadamente, respeitando o outro e numa velocidade confortável e segura. Ela faz parte do “Nós, os Renegados” em Bom Jesus dos Perdões.
Mas nada se compara à sensação total de liberdade. Em vários lugares, a motociclista, linda e loira, grita mesmo, dentro do capacete, é uma espécie de limpeza de alma. O vento batendo, em meio a uma paisagem encantadora, nossa é indescritível!
Mas, nem tudo são flores, a dificuldade para pilotar uma máquina dessa se deve ao peso da dita cuja. Um desequilíbrio, por menor que seja, já era, jamais conseguirá segurar. A cautela e cuidado são o carro-chefe para ela montar em cima da moto.
Para Marcela é requisito fundamental ter conhecimento muito claro da máquina que se tem nas mãos, seja uma moto 125 cc ou 950 cc.
O limite da moto não existe, basta controlar seu próprio limite e estar ciente da onde a máquina é capaz de alcançar. Em fração de segundos a moto gigante dela chega a 200 km e é o limite da Marcela que controla isso e não um piloto automático.
Mesmo com todo este cuidado e responsabilidade, já sofreu três acidentes, nada grave, algumas leves escoriações. Como todas as mulheres, levantou, sacudiu a poeira e seguiu em frente. É preciso nervos de aço, concordam?
Há também dificuldade para estacionar, moto não tem marcha ré. Não é raro ela não conseguir empurrar a moto com as pernas para ir para trás, mas sempre aparece um cavalheiro simpático e gentil para ajudá-la. Uma das várias vantagens em ser mulher, certo? Sempre tem uma forcinha de um homem. Será que um homem em cima de uma moto grande seria ajudado por outro homem? Viu só, mais um grande negócio mulher pilotar moto!
Como não é comum ver uma mulher pilotando uma máquina desse porte, muitos dos homens que a abordam ficam indignados e surpresos. Para a maioria da ala masculina, esse tipo de moto não é para mulher, o sexo frágil e sensível. Sabe o que ela fala com seus cabelos esvoaçantes? – Pois é, isso é para macho!
Fiquei intrigada em relação ao cuidado com a pele e cabelos, mas ela me tranquilizou. Sem dúvida, a pele fica muitos mais suja, mas nada que um produto de limpeza facial não resolva. E quanto aos cabelos, um coque é a solução!
Eventualmente, Marcela usa a moto para trabalhar quando o carro está no mecânico ou com o marido, mas dá preferência ao carro. O que ela curte mesmo é passear com a moto, se divertir, apreciar a estrada. A locomoção de moto para ir trabalhar foge totalmente aos seus princípios. A cabeça não está focada, preocupação com horários, problemas profissionais, a mente começa a pensar em tantas coisas e um vacilo pode ser fatal.
Quando se está passeando, as intenções são outras e a viagem é mais segura e prazerosa. A cabeça está ali, curtindo o momento.
O marido dela também pilota, mas adora ir na garupa. Aliás, ela acha que pilota melhor que ele. Claro, né! Mulher é mais atenta, perfeccionista, responsável e linda! Quando fazem viagens longas é perfeito. Eles revezam para aliviar o desconforto da garupa. Assim, a viagem fica mais tranquila e gostosa.
Amei conhecer esta Penélope Charmosa dois tempos modernos!
Marcela é a Penélope Charmosa dos tempos modernos! Ousada, corajosa, responsável e feminina demais! Uma pré-Dominique.
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Amei a história da Penélope Charmosa!!!
Ah! Carol como fico feliz, ainda mais, porque sei que você é exigente, uma profissional e tanto!
Marcela realmente é gata, tive o prazer de trabalhar com ela e presenciar ela em cima dessa linda moto, garanto que me deu inveja, pois amo moto, mais sem coragem para tentar, prefiro as menores,kkkkkk
Leila, como a Marcela disse e eu chorei de rir, é preciso ser muito macho para montar numa moto daquelas. E isso tudo com aquele charme e simpatia dela! Foi incrível!