Tag: Aventura

Descobrindo os imensos prazeres de viajar sozinha

Banner_Viajar SozinhaViajar sozinha é algo que estou fazendo há alguns anos, pois quando podia viajar ou tinha a oportunidade, estava sem companhia. Adoro viajar com mais pessoas, porém viajar sozinha tornou-se para mim algo muito especial e vou explicar por quê.

O fato de poder ir aos lugares que queremos conhecer, previamente anotados, torna-se real.

Ou seja, posso fazer o roteiro todo, com os lugares que quero conhecer, no meu ritmo. Seja rápido ou devagar, dependendo da disponibilidade de tempo, faço à minha maneira.

Se estou em um museu e determinada ala não me chama muito atenção simplesmente mudo e vou para outra que me interessa mais, sem discutir.

E se um determinado lugar realmente me fascina, posso ficar bem mais do que imaginado, pois só devo satisfação à mim.

Posso comer o que quero e na hora que quero.

Tem algo mais legal que parar para comer quando se está com fome, sem ficar preso a horários? Posso escolher o restaurante conforme meu gosto e  “bolso” pessoal, comer rápido ou devagar, conforme minha vontade.

Posso dormir e acordar a hora que quero.

Idem à alimentação. O banheiro e quarto são meus. Ponto.

Bem, parece maravilhoso, mas obviamente tudo tem o lado oposto que é, muitas vezes, viajar sozinha não é tão bom quando, por exemplo, vê-se uma paisagem deslumbrante e não tem ninguém ao lado para dizer:

– Olha isso!

Ou quando você se vê diante de uma situação de conflito ou medo….

Para que isso não ocorra é preciso tomar uma série de cuidados.

Vou mencionar alguns itens que acho importante ressaltar e serve como uma lista para quem vai começar a viajar sozinha, principalmente sendo mulher.

Escolha um destino próximo

Para fazer sua estreia viajando sozinha, escolha  uma cidade no seu próprio país ou onde a língua seja a mesma ou parecida, pois você precisará pedir informações a todo instante, então  ficará menos envergonhada se falar e entender corretamente o que estão dizendo.

Além do mais, se tudo der errado e você odiar a experiência, fica mais fácil voltar.

Escolha um período de tempo razoável

Não pense em viajar sozinha por um mês se nunca fez isso. Por mais que goste de sua própria companhia, pode estranhar ficar sempre sozinha ou mesmo ter que conversar com pessoas estranhas o tempo todo.

Escolha o período  de 1 semana a 10 dias, acho um bom termômetro. Se a experiência for boa, vá aumentando à medida que se acostuma.

Não carregue mais coisas do que suas duas mãos podem segurar

Nada pior do que ver aquelas cenas das pessoas sozinhas carregando malas, sacolas e ter que ficar parando a todo instante para descansar. Nada disso. Viajar sozinha tem que ser algo prazeroso, você não foi  pagar promessa.

Algumas pessoas que cruzarem seu caminho podem ser gentis, mas a maioria, já tem suas próprias bagagens para carregar. Então não vacile.

Escolha lugares alegres, históricos ou cosmopolitas para uma primeira vez

Minha opinião é que para uma primeira vez, absolutamente sozinha, é prudente você escolher opções mais leves do que ir a um templo no Nepal, alguma cidade sagrada da Índia ou visitar uma aldeia de crianças na África.

Lembre-se que ao viajar sozinha podem aparecer sentimentos muito variados em contato com culturas muito diferentes ou muito mais “pobres” do que está acostumada.

Melhor ir a lugares onde, em alguns momentos, você possa se “misturar” com outras pessoas, às vezes, sentando ao lado num restaurante ou começando uma conversa numa fila de atração,etc… fica menos penoso para uma primeira vez.

Banner_Viajar SozinhaSeu companheiro será seu celular ou laptop

Sim, esses itens serão seus companheiros para viajar sozinha. Por isso, escolher bem o lugar é fundamental, pois sem wi-fi ficará muito mais difícil, tanto para pesquisar informações bem como se “conectar” com familiares ou amigos. Isso faz toda a diferença em uma viagem. Melhor deixar para escalar algum monte quando estiver mais segura em viajar sem companhia.

Itens femininos

Preciso mencionar que em determinados lugares que visitamos, itens para nós básicos, como absorventes, OB, etc…. não são muito fáceis, então leve sem hesitar caso necessite usar durante o tempo de viagem.

Quanto a alisadores de cabelo, chapinhas etc…. escolha um deles, pois peso é algo imprescindível como já mencionamos.

Armário

Suas roupas devem ser versáteis, leves e fáceis de lavar, caso seja necessário. Mesmo que você viaje para Tailândia ou África você não precisa se vestir como Indiana Jones.

Use suas roupas confortáveis, porém pesquise o lugar para onde vai viajar e respeite também os costumes locais, veja se é necessário cobrir ombros e pernas (locais religiosos) e coloque um xale ou casaquinho para esses fins.

Idem para locais muito quentes, não esqueça de um chapéu para não se expor demais ao sol e depois ficar o restante da viagem parecendo um frango assado.

Da mesma maneira, apesar de você ser uma mulher corajosa, usar roupas condizentes com o local é também não se expor a situações “provocantes “ usando roupas “abusivas” em territórios mais masculinos. Isso chama-se precaução.

Interna_Viajar Sozinha 2Locomoção dentro das cidades

Planejar sua viagem é além de tudo, se antecipar aos detalhes. Se locomover sozinha dentro de determinados lugares merece cuidado.

Quando for abordar um taxista e não gostar muito da fala dele, dê desculpa e não pegue esse táxi. Melhor do que ficar depois todo o trajeto preocupada ou achando que ele a está levando para outro caminho.

Dentro de um táxi ou ônibus, ao conversar com estranhos, não fique falando muito da sua viagem e mesmo que você pareça absolutamente uma estrangeira, sempre mencione uma prima que mora na cidade, pois intimida um pouco.

Fique sempre próxima a outros grupos de turistas, caso esteja em um ônibus ou mesmo visitando às atrações locais. Dá uma certa segurança.

Mas basicamente planeje antes de ir, atenção com os horários de abertura e fechamento das atrações, pois assim você pode traçar previamente o roteiro evitando chegar em locais já fechando ou que não abriram ainda.

Em locais que o metrô seja um pouco assustador tente ficar perto de grupos de mais turistas, pois mesclando-se você se torna menos vulnerável.

Paciência acima de tudo

Você deve ter em mente que em que algumas situações sua paciência será testada, algumas discussões acontecerão e você se sentirá sendo enganada algumas vezes…porém  quando está em um país que não é o seu, deve-se ter calma e paciência. Você se sentirá provocada, mas tente sempre manter a calma e não entre em discussões desnecessárias.

Acho que com essas dicas você pode começar a esboçar sua primeira viagem by yourself. Logo iremos publicar em outro post mais dicas valiosas de viagem!

E não esqueça de nos contar como está a sua preparação! Queremos saber de tuuuuuuuudooooo.

Leia mais:

North Eleuthera – Uma viagem à uma ilha paradisíaca 

A Rússia por uma Dominique! O País da Copa do Mundo – Capítulo I

Maria Mazza

Amo viajar e amo conhecer lugares. Sou administradora de empresas, agente de viagens na Engenhotur e Dominique claro.

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A Maior Aventura Da Minha Vida – A Ação, Capítulo 4

Dominique - Ação
Voltei à pousada apenas para trocar de roupa pois ainda tinha muita ação pela frente.
Mas Valentina estava me esperando com as malas prontas.
– Dominique! Por que você demorou tanto? Nós vamos sair desta pocilga. Consegui achar lugar num hotel melhor aqui perto.
– Valentina. Você precisa voltar para o Brasil. Agora.
– Quer ficar sozinha com Loup? Quer fazer algo que não quer que eu saiba? Não estou te reconhecendo!
– Não, Valentina! Não é nada disso. Você precisa ir embora. Precisa sair de perto de mim.
Meus olhos esbugalhados devem ter assustado minha best friend.
Ela sentou naquela cama que rangia a cada movimento.
– Muito bem. Pode falar.
– Bom… Quer saber? Vou contar. Vou contar tudo.
E contei.

Valentina ficou em silêncio por uns minutos.
Levantou. Foi até a janela. Voltou-se para mim.
– Você tem certeza que Loup não esta brincando? Algum tipo de trote?
– Não Vale! Não é!
Neste momento Vale diz em uma voz estridente. Não sei se suplicando ou tentando impor.
– Dominique, por favor! Eu preciso participar disso!
– Não! Sua louca! Não… Já chega eu. Você ficará fora disso. Até para me ajudar se eu precisar.

Mudamos de hotel.
Um pouco mais confortável, sem dúvida. Só um pouco.
Quartos minúsculos!
Tão apertados que Valentina preferiu pegar dois, um ao lado do outro.
Mas nem precisava, porque eu ficava pouquíssimo tempo lá.
Só aparecia para dormir. Exausta.
Nos dias seguintes tive que passar por treinamento.
Mal vi Valentina.
Mal vi Loup
Eram plantas da cidade.
Esquemas de ação.
Esquemas de fuga.
Planejamento.
Treinamento.
Condicionamento físico.

Gente, o que eu estava fazendo?
Me perguntavam 20 vezes se eu estava segura de minhas atribuições.
Não. Não estava acreditando que estava envolvida naquilo.
O tempo voava e estava contra nós.
Teríamos uma janela num determinado dia, dali a 3 dias.
Não só o tempo jogava contra.
Tudo jogava contra.
E eu lá naquela loucura.
Roupas camufladas foram providenciadas.
Máscaras daquelas que só ficavam os olhos de fora.
Nunca me imaginei usando aquilo.

As fotos dos alvos estavam em cima da mesa.
Cada um de nós seria responsável por muitas atividades.
E, conforme o dia se aproximava, os ânimos iam ficando acirrados e os nervos à flor da pele.

Na noite anterior ao dia da ação, Loup me procurou.
Já não estávamos mais em Paris. Estávamos próximos ao nosso alvo.
Queria saber se eu estava feliz.
– Feliz? Como assim? Tá louco? Você me meteu nessa loucura.
– Não, querida. Você sabe que isso é importantíssimo para você.

No fundo, bem lá no fundo, eu sabia. Sempre soube. Aquela era mais que uma missão. Era um dever. Devia isso à minha história. Ao meu passado e ao meu futuro. E ao de toda a humanidade.

Chega o dia.
Todos nervosos, mas calmos. Estávamos treinados. Sabíamos o que tínhamos a fazer.
Nos separamos em duplas e fomos rumo à Saint-Die-des-Vosges.
As duplas foram separadas. De trem, de ônibus, de carro.
Chegamos à Vosges e nos posicionamos, aguardando escurecer.

Levamos suprimentos para não precisar sair de nossas posições.
Esperamos. Esperamos.
Eu já não aguentava mais de tanta ansiedade quando foi dado o sinal para agir.
Cada dupla tinha 5 objetivos a cumprir em menos de 54 minutos.
Éramos 4 duplas.
E uma outra organizando e gerenciando a ação.
Eu e Loup. Claro que estava com ele!
Vestidos de preto, camuflados.
Prestes a sair, Loup, num ato extremamente carinhoso, passou a mão em meus cabelos e os amarrou com uma fita vermelha antes que eu pusesse a máscara.
Ele tirou sua boina e deixou à mostra os cabelos que tanto acariciei um dia.
Enfiou a máscara preta.
Saímos.

Ele carregava um cinturão com muitas ferramentas.
Cortou algumas grades.
Invadimos os locais determinados.
Em silêncio.
O perigo iminente, a excitação, o medo, a adrenalina eram explosões de sensações diferentes em minha vida.
Loup me puxava, me segurava, me carregava quando precisava.
Passei por passagens estreitas que ele não conseguiria. Abri portas por dentro.
Enfim, uma dupla em ação. Um casal em perfeita sintonia.
Missão 1 – êxito em 7 minutos.
Missão 2, 3, 4 e finalmente 5!

Loup e Mouton. Dupla mais que eficiente.
Chegamos ao local de encontro, a igreja principal da cidade, 15 minutos antes da hora marcada.
As outras duplas foram chegando.
A última se atrasou. Achou alguns obstáculos sérios.
Estavam com as roupas rasgadas.
Mas não dava tempo de perguntar.
Fizemos a última parte de nossa missão.
Com o requinte de deixar uma mensagem numa placa com letras pintadas em tinta vermelha.

Voltamos à Paris por caminhos separados.
Voltei com Loup. Estava exausta.
Pedi que ele me levasse direto para o hotel.
Valentina deveria estar preocupada.

Acordei depois das 11h com a Vale entrando no quarto com uma pilha de jornais.
Todos não falavam de outra coisa.
– Foi isso? – disse ela apontando para manchete.
Anui com a cabeça.
E comecei a falar sem parar.

– Sim! Isso será notícia por semanas. Meses.
FLAJ. Esta é a sigla daquele grupo. Do nosso grupo.
Sim, sequestramos.
Pratiquei meu primeiro sequestro.
Mas foi em nome da liberdade, Valentina. E principalmente da estética.
Sequestramos Anões de Jardim. Não ria, Vale!

– Como assim, Dominique? Você me contou, mas eu não achei que era isso. Tinha certeza que você estava me escondendo algo.
– Eu não minto para você amiga. Acabamos de formar a FLAJ!
Frente de Libertação dos Anões de Jardim. – Você é muito engraçada, Dominique.
– Tenho o orgulho de dizer que depois de ontem à noite, mais de 6.000 anões de jardim e duendes serão libertados em ações semelhantes pelo mundo.
– kkkkkkk, e o que vocês farão com este batalhão de anões?
– Eles terão vários destinos, mas nenhum que eu possa antecipar, Vale! O de ontem você já viu. Deixamos todos na porta da igreja, numa posição tal que, quando o padre abriu a paróquia parecia que eles estavam lá para entrar e assistir à missa. O bilhete não deixava dúvidas.

Não haverá no mundo mais um anão de jardim preso! Somos a FLAJ! Lutaremos pela libertação de todos e pela estética do mundo livre!

Valentina ouviu tudo entre risos, perguntas e um grande ar de alívio.

Me abraçou e não perguntou o que aquela boina fazia em cima da cadeira.  Sim, ela viu.

Peguei o avião no dia seguinte tentando não deixar rastros e pistas.
Cheguei em casa, saudosa e feliz.
Contei dos museus que visitei.
Dos monumentos e das esquinas de Paris.
Todos acharam tudo meio esquisito.
Mas estranho mesmo foi ver que a única coisa que comprei nessa viagem foi um anão de jardim.
Anão de jardim que não coloquei em casa, mas numa praça que frequento com as crianças.

E não há semana que não apareça “misteriosamente” outro anão naquela praça.

Ela hoje se chama a Praça dos Duendes Libertos.

Você não faz ideia de quanta gente tem/tinha anão de jardim preso aqui em São Paulo.

Quem diria que a ação seria a libertação de anões de jardim? Só a Dominique mesmo!

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Dominique

Nasceu em 1964. Ela tem 55 anos, mas em alguns posts terá 50, 56, 48, 45. Sabe porque? Por que Dominique representa toda uma geração de mulheres. Ela existe para dar vida e voz às experiências, alegrias, dores, e desejos de quem até pouco tempo atrás era invisível. Mas NÓS estamos aqui e temos muito o que compartilhar. Acompanhe!

18 Comentários
  1. PARABÉNS PELA CORAGEM DE SE METER NUMA AVENTURA DELICIOSA…PARABÉNS PRA VALENTINA….ISSO SE CHAMA AMIZADE!!!!
    SURPRESA COM FINAL, MAS FOI DIVERTIDO…..E O LOUP O QUE FAZ DA VIDA???
    BJS

  2. Nunca imaginei um final desse achei legal e acredito que o casamento dela melhorou. Pq ela fez algo pra ela.
    Depois de tantos anos abrindo mãos de tantos sonhos.
    Parabéns Dominique

  3. Final surpreendente! Fiquei imaginando os anões em frente à igreja e rindo muito.Foi muito bom ler tua aventura.
    Beijos.

  4. Sensacional !!!!
    que criatividade….
    Final INESPERADO , confesso.
    melhor assim …o mundo que vivemos já é muito complicado
    e cheio de maldade….
    Adorei …espero que escreva outra história !!!
    Je t’adore !!!!@

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A Maior Aventura de Minha Vida – O Encontro, Capítulo 3

Chegamos dia 20. Fomos direto para a pequena pensão na Rive Gauche.
Charmosa, tipicamente francesa, com uma senhoria hospitaleira e gentil.
#SQN – Só que não mesmo!
Baita espelunca dos infernos.
Valentina me olhou com aquela cara de nojo, mas era o que meu dinheirinho contado dava para pagar.
Bom, ficaríamos lá por aquela noite, depois resolveríamos.
Me arrumei sob o olhar curioso e atento de Valentina.
Claro que dei uma caprichada.
Claro que coloquei uma roupa tipo francesinha descolada.
Claaaaaaarrrrrrooo que arrumei meus cachos com esmero.
Mas tudo isso sem segundas intenções. Apenas não querendo fazer feio naquele encontro com um colega a quem não via há muito tempo.
Me dirigi ao Lanterna Vermelha.
Na verdade, Torche Rouge era nosso ponto de encontro. Como me lembrava bem daquele café.

Era dia 20. Não marcamos hora!
Aliás, não tínhamos marcado nada.
Nem sei se o reconheceria.
Gente, como sou louca!
Tudo pode não ter passado de um trote. De uma piada.
E eu vim até aqui?
Louca.
Já pensou o carão, Dominique?
Chegar lá e não ter ninguém?
Ou pior, chegar lá e não ter lá. Não ter nada. Não existir mais o Torche Rouge?
Too late.
Muito tarde para arrependimentos.
Peguei o metrô e fui.

E não é que o Torche estava lá do mesmo jeito que o deixei?
Quer dizer…… Um tantinho mais decadente.
Mas Paris me parecia inteira meio assim.

Nossa! Ou eu era muito romântica ou muito pouco exigente.
Isso aqui é um botequinho de quinta.
Mas vamos lá.
Já passavam das 15h.

Entrei, sentei e pedi um café com meu francês que ainda estava muito bom apesar dos anos.
Estava sozinha no estabelecimento.
Eu e aquele senhor atrás do balcão, com cabelos ensebados e olhar desconfiado.
Levei um livro.
Não li sequer a primeira página. Não tinha concentração. A menor.
Também não tenho ideia de quanto tempo se passou até que Loup chegasse.

Ele entrou, adaptou-se à luz menor de dentro do boteco e me avistou.
Nos reconhecemos de imediato.
Levantei.
Não sabia se dava um beijo, estendia a mão, se falava alguma coisa.
Ah, não precisei. Ele sabia o que fazer.
Me abraçou apertado e disse naquele francês delicioso, aquela voz rouca de tanto Gitane fumado:

– Dominique, Ma Mouton. Tu es toujours spetaculaire!

Foram horas colocando a vida em dia.
Loup olhou desolado para minha xícara de café e afastando-a, pediu uma garrafa de vinho.
E depois a segunda.
Não. Não senti o tempo passar.
Não. Não queria sair daquele lugar.
Estava me sentindo… Estava me sentindo…
Na verdade, não estava me sentindo. Estava anestesiada. Inebriada.
E um tantinho bêbada também.
Eita sensação gostosa!
Loup se levanta, paga a conta, me puxa como se fosse a coisa mais natural do mundo acompanhá-lo.

– Bem Mouton, chegou a hora de você saber porque te chamei.
Tinha até me esquecido que estava ali por conta de um chamamento ou algo assim.
Caminhamos em silêncio por 30 minutos. Não tinha ideia de onde estava.
Mas estava indo com meu Loup.
Meu Loup?

Chegamos num predinho afastado, não tenho a menor ideia onde.
Ele toca a campainha do 3C.
A porta se abre sem que precisemos nos anunciar.
Em vez de subirmos para o 3º andar, descemos para o porão.
Lá, ele bateu na porta, em ritmo cadenciado. 3 batidas curtas, uma pausa e mais 4 batidinhas de leve.
Abriu a porta um homem com seus 40 anos. Cara amarrada.
Me olhou de cima abaixo e falou num francês rápido e mal humorado.
– Precisava mesmo trazê-la?
– Prometi isso a ela muitos anos atrás.

Olhei para ele confusa.

Você não se lembra, minha querida ovelha dos cabelos crespos? Você me disse que um dia gostaria de viver uma aventura de verdade. Coisa de gente grande. Pois bem. Chegou a hora.
Sim, me lembrava remotamente. Mas eu tinha 21 anos KCT! Do que ele estava falando? Do que EU estava falando?
Aquele porão esfumaçado tinha uma mesa no centro. Com um mapa de uma região da França.
Alguns alfinetes espetados em pontos próximos.
Uma lousa com algo que me parecia um esquema tático de jogo de futebol.
Em torno da mesa, mais 7 homens e 3 mulheres.
Ninguém ficou muito feliz em me ver.
Portanto, muda fiquei.
– Já estamos atrasados LOUP! Disse a mais bonita das moças.
Eles começaram a falar.
Aos poucos comecei a entender.
Mas não poderia ser.
Aquilo era impossível.
Loup não teria me chamado para vir do Brasil para aquilo!

Não sei se de nervoso ou por estar achando tudo aquilo um filme de ficção, estourei na gargalhada.

Ninguém riu.

Gente, é sério isso?
– Sim, Dominique (pela primeira vez ele me chamava pelo meu nome). Precisamos fazer isso. É por nosso país. E por nossos ideais. Você está acompanhando o que Jacques Chirac está fazendo?
– Mais ou menos. Temos nossos próprios problemas lá embaixo. E não são poucos. Conhece FHC? Lula? Bem, mas porque eu? Por que você quer me envolver nesta loucura?
– Porque um dia você pediu e, além disso, precisamos de uma estrangeira. Alguém com um olhar de fora. Que difunda nossa filosofia depois desta primeira ação.
– E se eu não aceitar?
– Não existe essa possibilidade. Você não percebeu?
– Como?
– Não. Ninguém vai te fazer mal. Mas se você recusar, ficará presa aqui até o final da ação.

Não estava acreditando. Gente! Tinha me metido numa ação misteriosa internacional?
Não…isso não era sério. Não podia ser.

Mas amiga, Era. Foi!

Quem diria que o encontro no Lanterna Vermelha iria causar tanta confusão!

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Eliane Cury Nahas

Economista, trabalha com tecnologia digital desde 2001. Descobriu o gosto pela escrita quando se viu Dominique. Na verdade Dominique obrigou Eliane a escrever. Hoje ela não sabe se a economista conseguirá ter minutos de sossego sem a contadora de histórias a atormentá-la.

9 Comentários
  1. Estou lendo o 3o capítulo…
    mas que situação…..
    que clima de espionagem..
    vou direto para o 4o e último capítulo….
    Dominique …..vc é demais!!!

  2. Que coisa incrivel! Parece filme de espionagem. Me fez lembrar Gsele, a espiã francesa de um livro que li.Estou cada vez mais curiosa!

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A Maior Aventura de Minha Vida – Operação Paris, Capítulo 2

“Mouton, Preciso de você. Pegue avião. Paris dia 20. Te espero no Lanterna Vermelha. Você pediu. Não esqueci. Urgente. Loup”

Loup. Paixonite aguda daqueles meses em Paris.
Estudávamos na mesma classe, no curso de urbanismo e planejamento.
Idealistas que só.
Mudaríamos nossas cidades e o jeito que as pessoas viviam.
Transporte urbano, avenidas largas e arborizadas, prédios baixos, cidades civilizadamente pequenas.
Ahhhh se Loup soubesse como está São Paulo hoje.
Vai ver até sabe.
O que ele não sabe é que eu do meu sonho de urbanista, passei a fazer pequenas e grandes concessões a fim de pagar contas no final do mês.
Enfim. Esta é a vida.
A vida como ela é, segundo Nelson Rodrigues.

Mas e o telegrama, hein?
Aquele convite estranho. Não era um convite. Era uma ordem.
E ainda por cima, dizendo que eu que tinha pedido!!!?

Mas o que pedi meu Deus?
E há tanto tempo?
Dei risada. Enfiei o papel na gaveta e fui dormir.
Imagine. Pegar um avião dali 10 dias para Paris. Para encontrar não sei quem. Para fazer não sei o que.
Kkkkkkkkkk. Só rindo mesmo.
Nem comentei com Guilherme tamanho o despautério.
Vai dormir Dominique, amanhã você levanta às 6h da matina. 
Amanhã nada. Daqui 4 horas.
E quem disse que consegui dormir?
Nao conseguia parar de pensar. E de lembrar.

Liguei para Valentina assim que fiquei sozinha.
Tipo 7h05.
– Deve ser muito muito importante, né, Dominique?
– Sim. E Vale. O Lobo. O Lobo me mandou um telegrama.
– Afffff…O que você bebeu a esta hora da manhã?
Contei pra ela toda a história.
Tive que lembrá-la de minha estada em Paris décadas antes.
De meus affairs.

– Lembrei, Dominique. Mas vamos combinar que muita água rolou de 85 para cá, né? Ia ser duro lembrar de prima. Mas legal. E porque você está tão animada?
– Porque estou pensando em ir.
– Hahahahahahaha… Até parece. Boa essa. O que o Guilherme achou da ideia? kkkkkkkkkkkk.
– Eu não contei para ele ainda. E nem sei se contarei.
– Vai ser fácil, Dominique. Superfácil. ” GuiGui, vou semana que vem pra Paris. Encontrar Lobo, meu ex. Para um chamado misterioso.”
E ele vai responder: “Claro, Dominique. Quer que eu pague a passagem? Quer ir de Concorde?”
– O Concorde nem voa mais pro Brasil, Valentina.
– Eu sei. Foi só uma piada.

Por dias Valentina tentou demover-me daquela insanidade.
Mas cada minuto que passava tinha mais certeza que precisava ir.
Não sei bem porque. Ou sei. Sei lá.
Tem coisa que é melhor não pensar muito.
Nosso emocional tenta enganar nossa consciência com os mais variados argumentos.
Quanto mais lógica eu queria parecer, mais descabida era aquela viagem.
Não importava.
Estava decidida. Eu iria.

Mas o que diria ao Guilherme?
E mais? Com que dinheiro?
Louca sim, desvairada jamais.
Não ousaria mexer na poupança da família. Nunca.
Masssssssss……..Sempre tem um mas, né?
Mas eu tinha um pezinho de meia meu, só meu.
Guardava um dinheirinho para uma emergência qualquer, um problema de saúde, uma amiga num sufoco precisando de ajuda, achar o vestido perfeito. Essa reserva daria para sobreviver alguns dias em alguma pensão comendo baguete com queijo todo dia.
Faltava a passagem.
Só a passagem Dominique? Não é pouca coisa. É muita coisa.
Falta mais. Falta contar pro Guilherme.
Uma coisa de cada vez.

Primeiro Guilherme.
Sentei com ele naquela mesma noite.
Comuniquei que iria à Paris na semana seguinte. Seria por pouco tempo, uma semana, 10 dias. Era uma necessidade. Algo que vinha da minha alma.
Ele ficou mudo. Não disse nem que sim, nem que não. Ficou atônito olhando para minha cara.
Levantou e sem falar uma só palavra foi para o quarto.
Sabia que não seria fácil.
Consegui a grana emprestada com meu irmão que não me poupou de um enorme sermão.
Enfim. Comprei a passagem e, dia 19, de malas prontas, me despedi das crianças de do Guilherme.

Este, nesse momento, apesar de não ter mais tocado no assunto durante todos aqueles dias, me deu um abraço apertado e um envelope com Francos. Dinheiro muito bem vindo que, além de poder me salvar de algumas roubadas, me mostrava todo carinho de meu marido.

Peguei um táxi. Sozinha. E confesso, com muito medo. E uma culpa que só aumentou diante da generosidade de Guilherme.

Naquele momento quase contei do telegrama. Mas não. Não deveria. Pra que colocar minhocas na cabeça de meu marido sobre algo tão bobo e inocente? Ele seria capaz de não entender que Loup foi algo do passado.

Dominique. O que você está fazendo? Volta pra casa! – dizia meu insuportável grilo falante.
Mas alguma coisa me impelia ir adiante.
Minha curiosidade?
Meu passado?
Minha saudade?
Minha libido?
Minha loucura?
Minha ânsia por aventura?
Ou simplesmente nostalgia de uma vida de solteira e a vontade de fingir que era livre como antes?

Nao sei. Cheguei no balcão da VARIG carregando minha mala SEM rodinhas, preocupada, assustada e um pouco amedrontada. Na verdade apavorada.
Não viajava todo dia. Nem todo mês. Nem todo ano.
Não tinha tanta experiência assim. Estava nervosa.
– Dominique!
Virei e vi Valentina atrás de mim com uma mala.
– Você não acha que deixaria você sozinha nessa aventura, né? Vamos juntas pro céu ou para o inferno! Diversão garantida!
Meu nervosismo se transformou em pura alegria. E em minutos, excitação.

O que vai acontecer com a Dominique em Paris? Roendo as unhas de ansiedade!

Amanhã o terceiro capítulo. Mas se estiver muiiito curiosa, no grupo fechado da Dominique no Facebook, tudo é publicado antes. Que tal?

www.facebook.com/groups/dominique

Eliane Cury Nahas

Economista, trabalha com tecnologia digital desde 2001. Descobriu o gosto pela escrita quando se viu Dominique. Na verdade Dominique obrigou Eliane a escrever. Hoje ela não sabe se a economista conseguirá ter minutos de sossego sem a contadora de histórias a atormentá-la.

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A Maior Aventura de Minha Vida – O Chamamento Capítulo 1

Dominique - Aventura
Sim… Vivi uma aventura digna de livro.
Um roteiro para filme. Hollywood claro.
Nasci em 1964.
Sempre li muito a respeito dos jovens franceses e brasileiros desta década, principalmente os de 1968.
Como será que eu teria me comportado se tivesse sido uma jovem naquele ano?
Será que teria feito a diferença?
Será que estaria com Gabeira no sequestro do embaixador americano?
Será que estaria na briga da Maria Antônia ao lado do Chico? Ou ao lado de meus amigos Mackenzistas?

E se eu tivesse nascido na França?

Seria uma das namoradas de Daniel Red? Essa sim, uma grande aventura, hein?
Bem, verdade é que fui jovem na década de 80 e nada, absolutamente nada fiz de revolucionário, além de uma ou duas passeatas pelas “Diretas Já”.
Ahhh, e muitos shows de rock. Isso sim que era ser subversiva e roquenrow (como diria Ritinha Lee).

Mas 68 e seus movimentos sempre me fascinaram.
Fui fazer um curso depois da faculdade na França por 6 meses. Lá fiz muitos amigos arquitetos e de belas artes.
Todos de esquerda, ou não.
Revolucionários, ou do contra. Como preferir.
Tentei manter contato ao longo dos anos, mas a verdade é que estes laços esmaecem e a roda gira.

Casei-me.
Tive meus dois filhos.
Minha vida de solteira e ideais foram trocados por noitadas acordada com bebês, trabalhos insanos para ganhar uns trocos para fraldas descartáveis que custavam uma verdadeira fortuna e finais de semana catando brinquedo pela casa.
Meu dia se resumia a trabalho, apoio à carreira de marido, cuidar de filhos e da casa. Veja bem, não estou reclamando. Isso não era ruim em absoluto. Muito ao contrário.

Até que um dia recebo um telegrama.

Telegrama, lembra o que é isso?
Quem me mandaria um telegrama em pleno final de milênio?
Mais exatamente 1997.
Abri ansiosa.
Mas aquilo que estava lendo não fazia muito sentido.

Não fazia sentido algum.
Todas as palavras eram com apenas 4 letras e eu não conhecia o sentido da maioria.
Afffff… Li, reli e não entendi.
Era endereçado à Mouton e assinado por Loup.
Claro que não  dá para entender Dominique. Isso é em código!
Uma mensagem cifrada.

Já tinha visto aquilo antes. Mas onde?
Passei o dia com aquele telegrama em minha bolsa.
Pegava de vez em quando.
Dava uma olhada.
E aquela sensação de ter algo na ponta da língua, sabe?
Mas nada.

Até que de noite, vendo uma reportagem sobre o Tour de France, onde aconteceu um bololô de bikes, caiu a ficha.

Aquele telegrama foi escrito num código inventado pela minha turminha de amigos franceses.

Inventamos num dia chuvoso, num dia de inverno modorrento do lado de fora e, divertidíssimo, do lado de dentro.
Aquele código serviria para driblar parte dos colegas que moravam naquela mesma “república”.
E pra que o usávamos?
Para nos encontrarmos sem que os outros soubessem.
Para avisar onde estava escondido o chocolate ou a última garrafa de vinho.
Ou até para contar quem estava dormindo com quem.
Coisas importantes assim.

Lembrei de todas as bobagens que fizemos naquela época com um sorriso no lábio e uma saudade olfativa, gustativa, tátil e sexual que chegaram a me cutucar.
Gente, como os sentidos eram aflorados naquela época, não? Qualquer vinho era bom.
Qualquer passeio era uma aventura.
Qualquer queijo forrava o estômago.
Qualquer lã esquentava e não dava alergia.
Qualquer beijo acendia o tesão.

Mas alguns beijos e tesões simplesmente incendiavam.
Na verdade tinha O beijo que incendiava.
Nunca vou me esquecer daquele rapaz, quase homem, com cara e atitude de lobo. Na cama e fora dela.

Ainda com as lembranças daquele passado tão distante enevoando meu presente, peguei aquele papel já roto de tanto manuseio.

Comecei deliciosamente a decifrá-lo.

Anotando em meu bloquinho, palavra por palavra.
Depois de quase 3 horas, finalmente a mensagem.
“Mouton, Preciso de você. Pegue avião. Paris dia 20. Te espero no Lanterna Vermelha. Você pediu. Não esqueci. Urgente. Loup”

Mouton, ovelha em francês.

Era assim que ele me chamava por causa de meus cabelos encaracolados.
Loup tradução para Lobo.

O segundo episódio será publicado amanhã aqui e nas redes sociais no final da tarde. Mas se estiver muito curiosa entre no Grupo Fechado da Dominique porque lá publicamos tudo antes!

https://www.facebook.com/groups/dominique/

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Caminhos Cruzados

Eliane Cury Nahas

Economista, trabalha com tecnologia digital desde 2001. Descobriu o gosto pela escrita quando se viu Dominique. Na verdade Dominique obrigou Eliane a escrever. Hoje ela não sabe se a economista conseguirá ter minutos de sossego sem a contadora de histórias a atormentá-la.

19 Comentários
  1. Parece legal!envolvente e não precisa ser de 64 ou 68 p per ceber. Pode ser de 52 como eu. Sabe porque? Pq Vida, Amor, Aventura, Segredo não tem idade. Mouton…loup…carinho.

  2. Amei.Adoro esses tipos de textos.Leitura que prende,interessante o enredo e remete a juventude

  3. Amo sua página, nem sei como cheguei nela!!! Mas acompanho tudo que você faz, me comove, me encaixo nas historias, me encanto com todas elas parabéns!

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