Separação depois de 25 anos de casamento. Quem lembra como é namorar? Passa um ano e junto com a tristeza vem um esplendoroso sentimento de liberdade. A descoberta do que é viver sozinha. A alegria dá até vergonha. Afinal, era para continuar de coração partido, não é?
Chega o segundo ano. Aparece uma inquietação no corpo e uma certa melancolia no coração. O que será que dá dentro da gente? Nunca mais aquele frio na barriga?
E surge a constatação de que é preciso reaprender a namorar.
A gente olha em volta e começa a prestar atenção nas histórias de quem encontrou o par perfeito no Par Perfeito.
Hum! Não vai dar. E a vergonha de se expor, a preocupação com a privacidade? E se alguém descobrir? Um dia, uma amiga experiente faz um comentário que desmistifica os receios. Vamos tentar.
Dizem que não se deve fazer nada na internet depois de três cervejas, mas quem segura? Lá estamos nós no site de encontros, cadastro feito, descrição bem escolhida, nada de foto. E começa a espera.
Surge um, surge o segundo, o terceiro. São poucos pra quem achava que haveria uma enxurrada de pretendentes na mesma situação. O primeiro é o que dá mais química.
São conversas intermináveis pelo sistema de mensagem (aquele que a Microsoft comprou, lembra?). As conversas sempre terminam com muita malícia. Oh! Céus, onde aprendemos a escrever assim.
Dois meses depois vem a proposta para um encontro cara a cara. Sensação de adolescente indo para o primeiro date. Que roupa usar? Clássica ou descolada? Está muito decotado? Escolher uma mais comprida? Cafezinho, happy hour ou jantar? Ir ou não no embalo?
Quer saber, dá tudo certo! Surge mais um e aparecem outros e vamos lá. O plano não era esse mesmo, reaprender a namorar? Quando vê, está administrando uma carteira de seis sujeitos. Uns, frequentes, outros aparecem de vez em quando, uns querem uma coisa, outros só ter uma companhia para dançar.
Sabe o mais legal dessas histórias? Conhecer pessoas fora do nosso círculo e descobrir que tem gente interessante em qualquer meio ou profissão.
De repente, a gente percebe que ficou esperta, aprendeu. Convidou? Tá aceito, sem problema, vamos conhecer. Pisou na bola, teve chilique? Tá fora.
Assim se passa quase um ano. Você nunca pensou que aprenderia a namorar sem se apaixonar e muito menos quebrar o coração. Isso é ficar? A vida corre despreocupada.
Um dia, vai à uma singela festa de aniversário de uma amiga. Domingo, chácara, feijoada, muita família, música. Nenhuma intenção extra.
Chega lá, você faz uma brincadeira inocente com um convidado. Ele dá bola. Daqui a pouco te puxa pra dançar. Não desgrudam o resto da festa. A conversa parece de amigos antigos (Velha infância). Troca de números, um beijo escondido.
E assim começa a história de duas pessoas, do jeito que a maioria dos namoros acontece há alguns séculos. Nenhum chip envolvido.
A moral da história também é velha conhecida – cabeça aberta e coração generoso são bons atrativos para a sorte no amor.
Ah, a Ju Junqueira fez uma lista esta semana dos apps e sites de relacionamento mais bacanas para uma Dominique. Você viu? Tá aqui.