Amizade

Ho! Ho! Ho… não!! Amigo Secreto

E chegou o Natal.

Período de paz, de propaganda bonita na TV, de esperança, de amor e de…. Amigo Secreto.

Pesquisei no Santo Google quem inventou o Amigo Secreto e descobri a seguinte definição: de origem nórdica, a brincadeira se popularizou no ano de 1929, em plena depressão. Como muitos não tinham dinheiro, faziam a brincadeira para que todos pudessem sair com presentes.

Ok. A intenção foi boa e a crise existe até hoje. Mas por favor, se você já vai comprar um presente só ao invés de dez, se dedica, pesquisa, faça com prazer, mesmo que o nome que tenha saído no papelzinho não seja lá a pessoa que você gostaria de presentear.

O fato de Jesus não ter nascido numa maternidade particular, e sim num cocho onde se colocava comida para os animais, não significa que a gente tem que seguir à risca essa coisa de simplicidade e dar de presente, pro seu amigo secreto, um sabonetinho embrulhado no tecidinho de filó comprado no Bazar das Senhoras Padroeiras da Santa Higiene.

A maioria dos Amigos Secretos tem um limite de gasto, que gira em torno de 50 – 100 reais para os reles mortais. Sim, porque infelizmente, ou não, eu nunca fiz parte de um grupo cujo teto tenha sido 10.000 ou 100.000 reais.

Abaixo segue a minha listinha  com dicas do que NÃO dar de presente para amigos e parentes, a menos que você queira se vingar daquela “lembrancinha” que ganhou do amigo secreto do ano passado.

Amigo(a) de trabalho:

Espuma de banho – Fofa, a maioria das pessoas não tem mais banheira em casa. Não existe uma reforma que tenha sido feita em um apartamento, seja no Morumbi ou na COHAB, que não tenham eliminado a dita cuja da banheira.

Porta-retrato – Estamos na era digital, ninguém mais imprime foto. A gente olha no celular e já tá bom demais.

Bombons – Amiga, é Natal não é Páscoa.

Para seus pais:

Chinelos – Nunca é tarde para uma chinelada na bunda. Desce o sarrafo. Assim, já que é Natal, ele aprende um dos 10 mandamentos: Honrar pai e mãe.

Camisola/pijama – Não é porque você acha que pais não transam que você tem que vesti-los, quando eles dormem, com aquelas flanelinhas ornadas com desenhos de papel de parede dos anos 50.

Blusa – Seja ela uma camisa ou uma camiseta, é o presente mais “vai isso mesmo porque já rodei esse shopping inteiro e não aguento mais”.

Namorado/ marido/amante/caso:

Carteira – Minha amiga, se seu marido é rico ele já deve ter um exemplar Cartier. Se ele tá agarrado na dívida, vai achar que é indireta e sua noite de Natal vai virar Halloween.

Kit sex shop – Camisinhas que cantam, vibradores com WiFi, lingeries com pompons de pelos de coalas australianos, creminhos que congelam, máquina de lavar Orgasmatron, Patinho esfrega esfrega e por aí vai. Não exponha as suas taras justo na noite em que a Virgem Maria deu à luz.

Perfume – Amada, perfume a gente dá pro primo distante. Mas pro seu parceiro? Justo você, que conhece os cheiros dele melhor que ninguém?

Parentes em geral: irmãos, tios, avós, primos…

Objetos de decoração – Velas perfumadas, vasos, toalha de mesa, canecas, etc. Simplesmente porque sua avó já não liga mais pra isso, aliás ela tá é querendo distribuir pros filhos e netos sua herança de armário. Seus tios não colocam um cinzeiro na mesa de centro da sala desde que aquele netinho, uma releitura do cramunhão, nasceu. Para os primos não rola simplesmente porque você nunca foi na casa deles. Já para um dos seus irmãos, vai cair como uma luva se a relação de vocês for na base do conflito.

Creminho hidratante – Sua avó já enrugou de tal maneira que nem o creme do mar morto vai dar jeito. Sua irmã vai dizer que é mais nova que você e devolver o presente. Seu primo vai reciclar a lembrança e passar o creme pra frente, provavelmente pra recepcionista da firma que quebra uns galhos pra ele de vez em quando.
DVD do André Rieu nas ruínas do Peloponeso ou do Andrea Bocelli no subsolo do Santo Sepulcro – Se você me provar que tem um em casa, me mandando uma selfie com o DVD na mão e o vídeo na TV, pode dar de presente pra quem você quiser.

E para encerrar, independente do ser humano que caiu pra você esse ano e do presente que você comprou, nunca diga, na hora da entrega “é apenas uma lembrancinha”.

Helena Perim

Escritora e roteirista, trabalhou como diretora de arte em canais de TV e produtoras, mas acabou trocando o desenho pela escrita. Hoje, é freelancer na criação e no desenvolvimento de projetos pra TV e Internet. Também é autora de 4 livros de humor, que falam de comportamento, turismo e moda.

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Que tal retomar a tradição de enviar cartões de Natal pelo correio?

Compartilhei no post Dá pra ser feliz no Natal algumas dicas para sobreviver aos dias 24 e 25 de dezembro.

Tá bom… sei que não é a solução, mas deixa a festa um pouco mais divertida, vai!

Como nada é fácil nesta época, o nosso trabalho começa muito antes.

Aliás, bem agora… no início de dezembro.

Estou falando da tradição de mandar cartões de Natal para os amigos, família ou pessoas do trabalho. Cartões mesmo, via correio!!!!

Bom… se pra alguns é apenas a formalidade…. pra quem faz a diferença pra gente vale, sim, enviar um obrigado especial e diferenciado.

Mais do que grana, é a demonstração de cuidado. Você dá seu tempo… tempo que anda corrido sempre e piora nessa época do ano!!!

Estou falando de enviar os cartões pelos correios!

Pode parecer old fashion?

Fora deste tempo de facilidades tecnológicas?

Afff… Não é sobre o formato do envio que estou falando!!!

Mas do cuidado e consideração que existe ao escrever um cartão e enviá-lo à alguém pelos correios.

A tecnologia trouxe facilidade, mas também deixou esta troca de cartões muito mais impessoal.

Não reclamo da  tecnologia que invadiu nossa vida. No começo é tudo novidade. Os cartões estão prontos, é só compartilhar. Nem é preciso sair de casa.

Tem gente que até fala que é mais sofisticado, atual!!! Nada contra, mas tudo a favor de uma certa originalidade, darllliiinnngg!!!!!!

Justamente por causa da correria, o inverso ganha outro significado.

Receber um cartão que alguém dedicou um tempo para escrever e enviar mostra cuidado, consideração. Apreço, palavra em desuso mas que cabe aqui, né!

Tem alguma dúvida de que isso pode impressionar muuuito mais aqueles que são especiais para gente ?

Se gostou da ideia, anote duas dicas pra comprar ou imprimir seus cartões.

Aqui você compra e ajuda entidades que promovem a venda de cartões de Natal, com renda revertida para a instituição:

Criando online para impressão

Essa dica é mais moderna e tecnológica. Acesse o site Canva, lá  tem uma opção para criar um cartão e personalizá-lo para impressão. Fácil de usar, dá pra customizar nomes e a mensagem. São vários desenhos prontos. Depois de colocar o texto é só salvar o arquivo e imprimir. Viu? Nada contra a tecnologia!

Tudo a favor da originalidade…
Ju Junqueira

Jornalista que trabalha com internet há 20 anos. Divide o tempo entre as inovações tecnológicas e os trabalhos manuais no estilo Do It Yourself. Descobriu que é melhor que fazer meditação.

2 Comentários
  1. Comentário de 2019!
    Desde 2017 eu tenho feito meus cartões de natal com colagem e tal. O pessoal tem gostado bastante. Mas recebo poucos de volta :-/
    Curti as dicas!

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Uma reflexão sobre amizade e transparência

Cheguei à conclusão de que todo mundo quer ter amigo transparente.
Aliás, tem coisa melhor do que trabalhar com alguém assim?
Você sabe o que o outro está pensando e o que está querendo.

Não tem jogo!
Não…
Não tem para o coitado do transparente, que leva uma surra atrás da outra neste tosco e fosco mundo.

Não sei se isso é uma característica do signo.
Ou coisa de gente que levou pouca porrada da vida.
Gente que não aprendeu as artimanhas da dissimulação.

Só sei que eu sou uma dessas…
Translúcida na verdade.
Revelo-me a cada segundo.
Aqui, lá, em qualquer lugar.

Não me orgulho disso, até porque não é voluntário.
Não sei ser diferente.
Por muitas e muitas vezes, juro, queria ter conseguido segurar uma lágrima, um rubor, um olhar de desconfiança, um olhar apaixonado.

Eliane Cury Nahas

Economista, trabalha com tecnologia digital desde 2001. Descobriu o gosto pela escrita quando se viu Dominique. Na verdade Dominique obrigou Eliane a escrever. Hoje ela não sabe se a economista conseguirá ter minutos de sossego sem a contadora de histórias a atormentá-la.

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Sabe o que ganhei de aniversário? LIBERDADE!

Não sou novata em redes sociais.
Mas sempre fui muito cautelosa.
Nunca me expus.
Nunca escrevi nada que pudesse me “comprometer”.
Fotos, então, nem pensar….
Sempre prezei demais pela minha privacidade.
Hoje, vejo que não existe um real porquê de todo esse pavor em me revelar.
Acabo de chegar aos 50. E, neste momento, sinto a necessidade de me expor: minhas ideias, meus sentimentos, a mim mesma.

De que vale uma vida se não compartilhada?
Ainda mais agora que liguei um baita de um FODA-SE.
Sério. Falo, escrevo, posto, publico, grito, insinuo o que eu quero!!!
Doa a quem doer. Mas não vai doer não. Prometo.

Quero falar coisas da minha vida.
Passada, presente e futura.
Só da minha vida, tá?
Mas o que é que eu posso fazer se você faz parte dela?

Relaxa… Já falei que não vai doer.
Afinal, a liberdade que conquistei provavelmente está a seu alcance também.
Tome-a e use-a. Ou não.
Meus amigos me conhecem bem.
Se eu os chamo de AMIGOS, gostam de mim.
Os conhecidos, com certeza, me toleram.
Mas se estão na minha listinha de “amigos”, e ainda não me bloquearam, é porque falo coisas que fazem sentido.

Até agora pelo menos. Veremos…Veremos…
Dizem que a tal liberdade trazida pela idade é uma ceifadora de conhecidos…
Afffff… Já vão tarde.
Que fiquem só os amigos e os transparentes.

Eliane Cury Nahas

Economista, trabalha com tecnologia digital desde 2001. Descobriu o gosto pela escrita quando se viu Dominique. Na verdade Dominique obrigou Eliane a escrever. Hoje ela não sabe se a economista conseguirá ter minutos de sossego sem a contadora de histórias a atormentá-la.

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