Nossas histórias

Airton e Adelaide

História enviada pela Diva Marquezi

Mãe: Marlene.
Pai: Alcides.
Filha: Alcilene, é óbvio.

Se existe uma coisa que não dá pra explicar é como as pessoas escolhem os nomes dos filhos. Sim, concordo que a grande maioria é composta de nomes bem normais. Existem aqueles que são homenagens, os que são herdados, os que são pedaços de lembranças… A coisa engrossa quando nos tornamos criativos. São uniões de nomes, são brincadeiras do passado, são homenagens estranhas e, por aí vai.

Sim, tenho todo o direito de fazer essa pequena observação. Afinal, Divanir, você não acha em qualquer lugar, certo? Foi pensando nesse “singelo” nome que meus pais escolheram pra mim que comecei a pesquisar o meu passado e lembrar de um monte de histórias esquisitas. Vamos a elas?

Claro, vou começar com o meu nome, certo? Divanir… Conta a lenda que, na época de meu nascimento, meus pais, muito religiosos, freqüentavam uma sessão espírita, onde recebiam conselhos de um espírito de luz, muito elevado: Diva Muniz.
Pronto. Não poderia parar por aí?
Diva.
Simples, forte, de personalidade?
Diva. Só.
Não, se podemos complicar, por que não? Tinham que combinar com o nome do meu irmão, né? Tinham que ser engraçadinhos! Claro! Só Diva não bastava! E aí veio a sugestão do meu querido tio: Divanir.
Perfeito! Assim formou-se uma das primeiras duplas de nome esquisito.
E com vocês, os irmãos Divanir e Dagomir!
É, meu caro leitor, meu único consolo é que, mais esquisitinho que Divanir, só pode ser Dagomir. Então vamos à história dele!

Minha mãe, grávida, sonha com uma índia. Dagoméia. A coisa começa a ficar estranha aí: índia com nome de Dagoméia! Mas, enfim, como não havia Ultrassom naquela época, nasce um meninão! Dagoméia fica complicado, certo? Resolvido! Dagomir! E ninguém mais fala no assunto! Nesse ponto, sou atingida por uma certeza irrefutável: minha família está lotada de nomes, digamos, originais e histórias, digamos, engraçadinhas. Vou contar algumas delas.

Zamir, Zuleide e Zilder: vai dizer que meus tios não eram fanáticos pelo Zorro!
Ricardo, Reinaldo e Regiane: só poderiam ser filhos da Rogéria, certo? Nesse ponto, nós, os Marquezi, ganhamos de dez a zero: Dagomir e Divanir são filhos da Dirce e do Décio. Não é meigo?
Temos o Décimo que, óbvio é o décimo filho. Então, como explicar que o Sétimo não é o sétimo?

Mas, desse lado da família, a história mais interessante é da minha avó. Ela, linda, com os olhos negros como jabuticabas, tão maravilhosa que quase foi raptada pelos mouros quando criança, teve a infelicidade de nascer no dia 2 de novembro. Sim, dia 2 de novembro – dia dos mortos! Seus pais tinham acabado de perder um filho e ela surge como um consolo. Sem dúvida, minha avó só poderia se chamar Consuelo, certo?

Mas, espera aí. Só estou contando histórias do meu lado familiar. Então vamos aos cantores de churrascaria do lado da família do meu marido. A começar por ele mesmo: Claudio Roberto. Sem comentários. E não é que, dez anos depois, nasce meu cunhado. Wagner Ricardo. Sim, Wagner Ricardo, com toda essa pompa.

Agora vamos unir as famílias. Lá estou, barrigão, grávida de gêmeos! Fiz ultrasson todos os meses e nada. Não chegamos a nenhuma conclusão. Poderiam ser 2 meninos, 2 meninas, um casal… Haja nome para escolher. Bruno, Felipe, Fernanda, Virgínia… Só tínhamos certeza de uma coisa: ninguém iria saber antes deles nascerem. Seria um segredo do casal.

Novembro, 12. Estou deitada no sofá, vendo um seriado sobre um ginecologista. De repente, a bolsa rompe. E o parto estava previsto para 25 de novembro! Corre, pega a mala, vai para o carro. Maternidade… Estou na sala de parto. Todo mundo preparado: dois médicos, duas enfermeiras, meu marido apavorado, eu também e o anestesista fazendo piadinhas para que ficássemos mais calmos.

Duas piadas sem graça depois, ele solta a máxima, aquela que vai determinar a escolha dos nomes dos meus filhos. Aquela que vai selar um período de pesquisas para acharmos 2 nomes que combinassem, fossem fortes, simpáticos e sem as esquisitices que rondam nossas famílias. Do alto de sua máscara cirúrgica ele diz:

– Vamos logo, pessoal. É meia-noite e as duas começa o Grande Prêmio da Austrália!
Cinco minutos depois, nascem meus filhos: um casal! O menino, eu recebo com a seguinte observação do médico:
– Como ele escondeu tudo isso durante os 9 meses de ultrasson!
A menina, então, foi mais emocionante:
– Nossa! Essa aqui está escorregando como quiabo!

Era dia 13 de novembro de 1988. Grande Prêmio da Austrália. Senna estava a caminho de conquistar seu primeiro campeonato. Nasce meu filho e minha filha. O destino foi selado: Airton e Adelaide!

PS: Essa foi a história que eu inventei para toda a família. Não vou esquecer a cara de espanto e horror disfarçados de todos que ouviram. Meus filhos chamam-se, na verdade, Guilherme e Andrea.

Dominique

Nasceu em 1964. Ela tem 55 anos, mas em alguns posts terá 50, 56, 48, 45. Sabe porque? Por que Dominique representa toda uma geração de mulheres. Ela existe para dar vida e voz às experiências, alegrias, dores, e desejos de quem até pouco tempo atrás era invisível. Mas NÓS estamos aqui e temos muito o que compartilhar. Acompanhe!

4 Comentários
  1. Adorei!! Ainda por cima nasci em 12 de Novembro, e… me filho se chama Guilherme!!! Minha filha… Clara rs beijos

  2. Era para eu ser Maria de Lourdes, igual minha vo paterna. Mas minha tia Lourdinha (ela queria ser a única da família) pediu para meu pai colocar Ana Maria, e assim foi. Meu único irmão chama-se José Carlos. Tudo muito simples, né ? E assim ficou e meus filhos para ser mais simples ainda são Fernando e Bruno! Minha netinha? Marina. Aqui ninguém inventa …hahahaha
    Do lado do maridão só uma coisa engraçada eles são Adair, Jair e Moacyr. Mas minha sogra disse que nunca tinha reparado nesse final “ir” para os três . Pelo menos foi o que ela me disse…

  3. Ah, quanta emoção!
    Valeu Dominique!
    Com certeza, teremos muitas outras histórias pra compartilhar!˜

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