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A Síndrome de Paris afeta turistas no mundo todo. Entenda!

Dominique - Paris
“Por ter sido uma vez Lutèce e por ter-se transformado em Paris… O que poderia ser um símbolo mais esplendoroso? Ter sido lama e ter-se transformado em espírito” Victor Hugo.

É bom saber que nem tudo é perfeito e que este tipo de ilusão pode causar uma síndrome que acomete, sobretudo, os japoneses. A chamada Síndrome de Paris provoca alucinações, sensação de perseguição, taquicardia, suor excessivo, despersonalização…

O turista constrói uma imagem de Paris baseado em fotos perfeitas, homens e mulheres elegantes e felizes, onde tudo parece ser uma espécie de paraíso, mas ao chegar à Paris e perceber que nem todo parisiense é elegante, feliz e gentil e ainda sentindo certos odores, diferentes dos perfumes franceses, entram em choque e chegam a ser hospitalizados.

Obviamente, como toda cidade grande, há contrastes entre o belo e o feio, entre o divino e o profano, entre a elegância e a vulgaridade, entre o sublime e o grotesco.

Há, em alguns momentos, choques culturais.  É necessário ter em mente que Paris não é a cidade mais limpa do mundo, nem o parisiense é o cara mais simpático do mundo, apesar da cortesia. Se estiver consciente disto, ficará longe da tal síndrome.

Como toda grande metrópole muita gente mora nas ruas, há uma vigilância extrema por conta dos ataques terroristas, Paris sofre com as elevações do rio Sena de tempos em tempos e durante o verão idosos morrem desidratados. Não é raro cruzar com pessoas que falam sozinhas e até mesmo discursam enquanto vagam sem rumo. Tudo isto faz parte de sua personalidade marcante.

Como uma das cidades mais visitadas do mundo, às vezes, quando você está para registrar a melhor foto de sua vida, um grupo de excursão surge do nada e sai na foto ocultando o monumento! Há pessoas de todas as crenças, religiões, classes sociais e culturais sendo necessário um exercício de respeito.

Italianos falam alto e gesticulam (até aí você se sente em casa, apesar do francês ficar absolutamente aterrorizado com isto), os japoneses pedem para tirar foto com você, ingleses e alemães são discretos fazendo o possível para se tornarem invisíveis, já os americanos pensam que estão na Disney.

Ah gente, é divertido e não pensem vocês que os brasileiros são os “normais” desta história. Brasileiro tem de todo tipo. Veja se reconhece algum destes:

#deslumbrado 😍 Selfie com emoticons top top top top! Passa o dia produzindo selfies.  Não “tô” criticando, tá? Também faço! Somente não se esqueça de que a atração principal é Paris e não você!

#folgado 😎 Arranca flores do jardim para guardar em um livro qualquer, tira fotos onde é proibido, fala alto, fura filas e não cumprimenta os funcionários do hotel. Você já cruzou com algum?

#esnobe 😒 Ele sabe tudo, visitou tudo, conhece o melhor restaurante, experimentou a melhor comida, degustou o vinho mais caro do mundo, fez a melhor compra e clicou as fotos insuperáveis. Ele diz não frequentar pontos turísticos porque não suporta turista, apesar de ser um deles.

#neurótico 😣 Louvre express para correr para a fila da Torre Eiffel, Notre-Dame a jato para voltar à fila da Louis Vuitton. Degustar o vinho? Não dá tempo, tem a lista da vizinha para checar… Ao sair do hotel precisa ir ao banheiro, imediatamente. Depois de duas horas do café da manhã precisa almoçar, imediatamente. Logo após sair do restaurante do almoço necessita, desesperadamente, ir ao banheiro.

#sem noção 🙈 Ele acredita ser o convidado de honra do chefe de estado. Imagina que os franceses nasceram para servi-lo. É aquele que usa a frase: “Tô pagando”! Ele não foi lá para aprender nada. Foi porque é legal dizer que foi. 👊👊

#afrancesado 😷 “Du coup…” Imita todos os costumes incluindo, até mesmo, tiques nervosos dos parisienses!

#expatriado • Em geral, ao menos os que eu conheço, são muito simpáticos, solícitos, animados, mas já vi muitos que não se consideram brasileiros, falam uma parte em português e outra parte em francês e costumam ter mais sotaque do que o próprio nativo. Não gosta de turistas, gente em geral e, ora vejam, detestam seus conterrâneos.

#hipocondríaco 😱 Não degusta queijos, porque sofre de intolerância à lactose. Não come croissant, porque tem alergia ao glúten. Não embarca no Bateau Mouche, porque o vento causa-lhe inflamação na garganta. Não circula pelo metrô, porque sofre de rinite alérgica. Sai do hotel com chapéu, filtro solar 50, álcool gel, analgésicos, pastilhas para o estômago, sal de frutas, Nebacetin e Salompas.

#felizardo 😪 Está sempre animado, alegre, festivo, sorrindo, curtindo, provando, grato e amigável. Todas as suas hashtags são #gratidão.

Tudo isto pode e deve ser visto também como a riqueza da cidade. A diversidade sempre nos traz um olhar mais enriquecedor e humano para tudo e para todos.

 “Homo sum humani a me nihil alienum puto”
Vamos a Paris!!!
Cynthia Camargo

Formada em Comunicação Social pela ESPM (tendo passeado também pela FAAP, UnB e ECA), abriu as asas quando foi morar em Brasilia, Los Angeles e depois Paris. Foi PR do Moulin Rouge e da Printemps na capital francesa. Autora do livro Paris Legal, ed. Best Seller e do e-book Paris Vivências, leva grupos a Paris há 20 anos ao lado do mestre historiador João Braga. Cynthia também promove encontros culturais em São Paulo.

4 Comentários
  1. Lindo o texto nunca fui a Paris .mais pretendo ir e vou lembrar de todas as dicas que você deu.pretendo ser a turista agradecida.

  2. ahahh…amei o texto, já encontrei todos os tipos aí de cima…Amo viajar, e Paris está entre minhas cidades preferidas…em minha primeira visita á capital francesa, fiquei muito doente, tipe pneumonia e achei que ia morrer lá mesmo, num quarto de hotel em Saint Dennis…achei até um fim romântico para minha biografia….mas não rolou, sobrevivi e voltei outras vezes para conhecer a cidade e me perder pelas ruas deliciosas, passar horas conversando nas mesinhas dos cafés, sentar num banco no Jardim de Luxemburgo e apreciar o por do sol, me perder entre as bancas de livros e discos… me achando a própria parisiense…!!! Ah Paris…Paris!!!

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Malasartes e o Duelo com a Morte: trapaças, mitologia e diversão

Dominique - Malasartes

Hoje comento e indico o brilhante e inovador filme Malasartes e o Duelo com a Morte, que o genial diretor e roteirista Paulo Morelli nos presenteou. Uma superprodução nacional que resgata o folclore caipira.

Pedro Malasartes é um personagem bem mais antigo do que se pensa. Originado há séculos em Portugal e Espanha, ele acabou sendo trazido ao Brasil na época da colonização.

Esperto e sedutor, nas histórias em que é protagonista, ele alterna entre a humildade e a malandragem.

Tem um bom coração, mas sempre quer levar vantagem em tudo. Com esse perfil bem brasileiro ele acabou se tornando um mito importante na cultura nacional.

Sendo um personagem tão importante para a cultura popular, nada mais justo que Malasartes ganhar um filme próprio.

Malasartes é um filme doce e inocente, ingenuidade pura e para toda a família.

Para o roteiro, Morelli mesclou a riqueza da cultura brasileira com elementos da mitologia grega e romana.

O resultado é um filme típico caipira com um mundo místico e criativo.

Morelli entrega uma história agradável e divertida, cheia de viradas no tempo certo e um ritmo que impõe ação contínua aos personagens muito bem construídos.

A trama é bem costurada com uma mitologia própria e uma história composta por trechos de diversos contos.

Dominique - Malasartes

Na trama Malasartes (Jesuíta Barbosa), escapa de uma situação atrás da outra, conhecido como trapaceiro em sua pequena cidade. Um dos seus mais ferrenhos cobradores é Próspero (Milhem Cortaz), o valentão local, cuja irmã Áurea (a graciosa Isis Valverde) está secretamente enamorada pelo protagonista.

A história toma contornos fantásticos quando a Morte em pessoa (Julio Andrade) pretende enganar Malasartes para que esse assuma seu lugar – já que o sujeito é considerado o único capaz de derrotá-la em um duelo de esperteza.

A história de Malasartes se divide em dois grandes momentos: o que se passa no mundo rural e o que se passa no mundo mágico. Os efeitos especiais ocorrem nos dois ambientes com muito mais ênfase no mundo virtual.

Os efeitos especiais são o carro chefe do filme. Cerca de metade do longa foi feito com efeitos visuais gerados por computação gráfica.

Sem dúvida, uma conquista para o cinema nacional poder criar pela primeira vez algo assim. Realmente impressiona, em especial a forma como o além-mundo é retratado, com as velas que contam os anos de vida de cada pessoa na terra.

Dominique - Malasartes

O elenco peso pesado, renomado, mais acostumado a trabalhar em dramas intensos, como Jesuíta Barbosa, excepcional no papel, Milhem Cortaz, Julio Andrade, Luciana Paes. Realmente ótimos atores com sinergia entre todos e excelentes atuações individuais.

A Direção de Arte tem dois momentos fantásticos: nos cenários caipiras bem elaborados e visualmente ricos e nos cenários e figurinos do mundo mágico.

Essa superprodução além de ótima distração é também uma experiência inusitada, inovadora, além de muito apropriada para o nosso momento brasileiro.

Vale a pena conferir!
Divirta-se assistindo Malasartes e o Duelo com a Morte!

[fve]https://www.youtube.com/watch?v=s_qtWlhxhlA[/fve]

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