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Z – A Cidade Perdida, uma aventura real e humana

Dominiques, hoje a minha dica vai para o exuberante Z – A Cidade Perdida, um filme de aventura, mas nada a ver com uma nova versão dos filmes do Indiana Jones.
Baseado no best-seller de não-ficção de David Grann, o longa conta com poucas cenas de ação.
A proposta é reproduzir as sensações de filme de aventura de décadas atrás.
A história remete aos grandes clássicos do gênero.

A produção gira em torno do explorador Percy Fawcett (Charlie Hunnam), que no início do século XX fez expedições para a Amazônia com Henry Costin (Robert Pattinson) e com seu filho Jack Fawcett (Tom Holland).
Ele queria provar a todos a existência de uma civilização perdida entre a Bolívia e o Brasil, onde hoje é o Acre.
No caminho, enfrentou a fúria dos índios e, depois de uma série de viagens ao local, desapareceu.

O diretor James Gray dá à aventura amazônica do coronel Fawcett um tom intimista e metafísico.
Na verdade, Z retrata a busca da cidade perdida como um caso de obsessão.
Fawcett é visto como alguém que precisa “resgatar o seu nome” e construir um prestígio a ser legado às próximas gerações.
Destemido, implacável e ambicioso, Fawcett não vê limites diante de si.

Esteticamente, o longa é quase uma obra-prima.
Gray deu um certeiro longo espaço à fotografia grandiosa de Darius Khondji, que fez um trabalho brilhante de captação das cores e luzes da selva.
O longa conta com efeitos especiais e tratamento de imagens prodigiosos.
Sem dúvida, um deleite para os fãs das modernidades visuais da sétima arte.

Os atores brilham em suas atuações.
O carisma de Hunnam (Fawcett) é inegável.
Quem se dá bem igualmente é Pattinson, irreconhecível atrás da pesada barba de Costin, o fiel escudeiro.
Sienna Miller abrilhanta o elenco no papel de Nina, a fiel esposa de Fawcett, que nunca deixou de honrar, além de carregar o peso do mundo sem ser reconhecida por isso.

Z traz de volta valores primordiais para o homem, perdidos há muito tempo, e levanta questões como o feminismo e o lugar da mulher por meio de fervorosos diálogos entre o protagonista e a esposa Nina, mostrando acima de tudo que tais dilemas não são novidade.

A direção de Gray é luxuosa sem ser chamativa. Z – A Cidade Perdida flui de forma eficaz, garantido o apreço dos aficionados pela história e amantes nostálgicos de uma era mais calma para o cinema.
Dominiques bom programa!!!

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Pequeno e intimista, o discreto drama Melhores Amigos aposta no silêncio expressivo

Oi Dominiques!
Hoje falo do delicado, leve e afetuoso Melhores Amigos, um daqueles pequenos grandes filmes que não recebem a atenção que merecem. O diretor Ira Sachs tem sido muito elogiado por tornar situações corriqueiras atraentes cinematograficamente. Melhores Amigos é uma experiência acima da média.

Os garotos Jake e Tony se aproximam durante o funeral do avô de Jake. Logo, uma forte amizade nasce entre eles. Eles jogam vídeo game, andam de patins, vão às festas e compartilham seus sonhos. Jake gosta de desenhar e Tony vê na atuação o seu futuro.
Jake é tímido e Tony extrovertido. Mesmo tão diferentes, a química entre eles é evidente e emocionante. A amizade de Jake e Tony é ameaçada por causa de um problema envolvendo as duas famílias.

O filme é recheado de boas cenas que não necessariamente são definitivas para a narrativa, porém dão um tom maior de sensibilidade aos personagens, como por exemplo a aula de teatro das crianças. São momentos corriqueiros do cotidiano como esse que o filme atinge seu ápice de delicadeza.

Dominique - Melhores amigos

Vale destacar o elenco comprometido em entregar performances convincentes longe de excessos, mas o destaque especial vai para a ótima Paulina Garcia (protagonista do filme Glória, lembra?), mãe de Tony. Mesmo em papel secundário, Paulina faz a melhor interpretação do elenco, dando a sua personagem humildade e uma forte carga emocional.

Melhores Amigos poderia ser mais um filme completamente fundado numa relação estabelecida em meio às questões inerentes ao crescimento de dois meninos aprendendo mutuamente. Mas não é só isso. O diretor Ira Sachs, em parceria novamente com o brasileiro Maurício Zacharias, cria uma narrativa leve, mas que nem por isso deixa de tocar em assuntos difíceis.

Por mais simples que seja a história do longa existe humanidade, amor e tristeza na relação entre os jovens. Sachs conseguiu mais uma vez oferecer um retrato potente e genuíno de afeto no meio aos conflitos no Brooklin, em New York.

Crescer faz parte da vida, mas o amadurecer nem sempre é um processo natural, custando tempo e esforço. O roteiro escapa lindamente dos estereótipos e sintetiza, numa bela cena final, o significado de crescer e seguir em frente.

Dominiques, aqui fica a dica!
Vale a pena conferir o raro Melhores Amigos!!!
Bom programa!

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