Passamos uma boa parte da vida tentando entender os homens…
Fracasso total. Cá pra nós, é pura pretensão nossa, nem nós nos compreendemos, ora essa!
O desafio começa na adolescência e não tem fim. Mulher é bicho teimoso, uma paca. Por que não jogar a toalha? É infinitamente menos cansativo e frustrante.
A cada dia me surpreendo mais com o comportamento da ala masculina. Intrigante demais para meus neurônios.
Os lobos em peles de cordeiro são muitos. Talvez em um número não tão expressivo sejam os cordeiros em pele de lobo. Isso mesmo, cordeiros em pele de lobos, aqueles que se alimentam de fantasias para sobreviver ao tédio e à rotina do dia a dia. Estão casados, levam a sério o compromisso, “leais” e com caráter incontestável, não dão um passo fora do traçado. Sim, existem. Eles contentam-se só com os devaneios e deixam a imaginação rolar solta como um mecanismo de sobrevivência. Afinal, largar tudo para viver uma grande paixão demanda coragem, é para os fortes.
Há os que são lobos assumidos. Escancarados, declarados, só não enxerga quem não quer. Estão a fim e vão até o fundo para conseguir o que querem, claro que nunca rola o “the day after”. Sorvem paulatinamente o chá de sumiço e evaporam sem deixar rastros, só ansiedade, às vezes, alguma saudade. Correm atrás de paixões repentinas, totalmente sem compromisso, friends with benefits, o velho e bom “P.A”. Ninguém é de ninguém.
A mercadoria em falta são os meros gatos pingados (e que gatos!). Esses buscam viver uma paixão alucinante que, only God knows, transforma-se em amor, cumplicidade e amizade à toda prova. No final é isso mesmo que importa, certo? Ter alguém para conversar e para ficar quieto. Para chorar de rir e para chorar de chorar. Para partir numa viagem glamourosa rumo à Bali ou assistir uma maratona da série preferida embaixo do cobertor, comendo pipoca, o fim de semana inteiro.
Transar é bom? Ô se é. É pra lá de bom, mas só isso também cansa. É pouco, muito pouco. Sem falar que passa como tudo na vida. Nada dura para sempre, muito menos uma noite de sexo alucinante. Vamos combinar que nem todo dia queremos subir nas paredes como lagartixa, né? Tem coisa melhor que dormir de conchinha de vez em quando?
Cheguei à conclusão que o viés mais inteligente é parar de tentar entender. Ligo o sensor de crepúsculo para identificar quem quer aquilo que valorizo e o sensor de estacionamento para amarrar o meu pônei no arbusto (burro na sombra não é muito a minha cara). Adotei o padrão de qualidade ISO 9000 para separar o joio do trigo e ser feliz.
Nada de ficar com quem não tem o que eu quero para oferecer e o que eu quero é simples, mas para poucos.