Hoje comento a 1ª temporada da primeira série espanhola original do Netflix, As Telefonistas, que é simplesmente ótima!
A série, formada por oito episódios de no máximo 1 hora cada um, trata-se de uma trama que se passa em 1920/1930. Relata a vida de quatro mulheres que vem de diversas partes da Espanha para trabalhar como operadoras de telefonia em uma empresa, em Madri, que vai revolucionar o mundo das telecomunicações.
No único lugar que representa progresso e modernidade para as mulheres da época, elas aprendem a lidar com inveja e traição, enquanto embarcam em uma jornada em busca de sucesso. Juntas, lutam por liberdade e independência.
Como em todas as séries dramáticas, cada uma delas tem também uma história pessoal. Alba tem um passado comprometedor e sombrio. Leva uma vida fora dos padrões esperados para uma mulher de sua época e é conhecida pelo nome falso de Lídia; Carlota, filha rebelde de um militar, de classe alta, busca se libertar da família controladora e tem seus próprios desejos e afeições bissexuais; Ángeles, mãe trabalhadora cujo marido desaprova seu trabalho e a maltrata sem piedade; Marga é a menina que veio do interior, cresceu na zona rural sob as asas da avó, começa a perder o medo de agir por conta própria e se deixa apaixonar; Sara, a supervisora das telefonistas, misteriosa, apaixona-se por Carlota e se envolve com o namorado dela também, formando assim um triângulo amoroso.
As telefonistas, são mais que colegas de trabalho, são amigas no sentido mais puro. Elas se apoiam, brigam, se desculpam, fazem as pazes e reforçam o quanto é importante que as mulheres pratiquem a empatia entre si. Considerando que cada uma é diferente da outra, mas igualmente únicas.
Apesar de se passar nos anos 1920/1930, o seriado tem muitos pontos em comum com a atualidade.
Na trama, temas como a violência doméstica e relações entre o mesmo sexo são abordados. Como também machismo, amizade e sororidade.
O desenrolar dos fatos é rápido e chega até a ser difícil acompanhar alguns diálogos.
No decorrer dos episódios há uma tomada de consciência generalizada. Como a que aconteceu com Ángeles, a experiente, mas ingênua telefonista que aos poucos percebe que vive um relacionamento abusivo. Ela fica pró-ativa para reduzir os danos já que ainda não encontra meios para resolver plenamente.
É impossível não sofrer com cada personagem, com seus problemas e felicidades tão antigos e tão atuais ao mesmo tempo.
A série possui uma estética única e bela, em meio a ornamentos, caracterizações e figurino, tudo muito caprichado. Apesar de retratar uma época mais antiga, a fotografia é moderna, com tons fortes, contrastantes, vibrantes.
A trilha sonora é um capítulo à parte, contemporânea e totalmente sedutora, faz jus às ideias mais progressistas da série. As músicas, na sua grande maioria, são atuais e vamos até ouvir alguns sons eletrônicos.
As Telefonistas é uma escolha acertada que vai te surpreender e você vai amar. É uma série feminina e feminista na medida certa!
Logo mais, comentarei a 2ª temporada, já disponível também.
As Telefonistas é uma ótima opção para quem quer curtir o Carnaval em casa. Me diz depois o que achou!
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