A Rússia por uma Dominique! O país da Copa do Mundo – Capítulo I

Dominique - Rússia
Estive na Rússia levando um grupo há poucos anos e tracei um paralelo com a Disney. O castelo da Cinderela com a igreja de São Basílio e as atrações como a Praça Vermelha, o Hermitage, as joias de Catarina, o Bolshoi com as atrações dos parques.

Não me leve a mal e nem estou desmerecendo um ou outro. É que a sensação de fantasia permaneceu todo o tempo em minha alma, justamente porque Moscou e Saint Petersburgo não podem ser comparadas à nenhuma outra cidade do mundo, nem muito menos à sensação que elas trazem ao nosso espírito.

O grau e nível de contemplações e deslumbramentos é muito parecido, só que em um contexto ainda maior: tudo ali é de verdade.

Como uma boa Dominique, claro que meu deu frio na barriga me lembrando dos tempos soviéticos: achei estar sendo perseguida por um espião da KGB e alguns de meus passageiros caíram nos braços da Síndrome de Stendhal*.

A começar que consegui que nossa visita ao maior museu do mundo (coloca o Louvre no chinelo, desculpe) fosse privativa para nós. Enquanto nos deliciávamos no corredor inteiro de Rembrandt, observávamos pelas janelas filas imensas do pessoal que vem em cruzeiros e aporta na mesma hora em Saint Petersburgo para visitar o museu. Sim, dei um “tchauzinho” de lá de dentro para não perder meu momento de sordidez!

Dominique - Rússia

Hoje em dia, o viajante busca novas sensações e confesso que levo mais grupos ao Marrocos do que à Paris nos últimos tempos (meu destino predileto), mas mesmo o Marrocos não possui a magia da Rússia em experiências tão fascinantes como as “Noites Brancas” de Dostoievski, por exemplo. Quem assistiu ao filme “O Sol da Meia-Noite”, de 1985, direção de Taylor Hackford, com aquele gato do Mikhail Baryshnikov, pode ter uma ideia do que é sair de barco pelo rio Neva em um eterno luso-fusco, seja 7 da noite ou 3 da manhã.

Entrar na Igreja do Sangue Derramado e observar ela inteirinha feita em mosaicos é algo que não se consegue descrever em palavras.

Já em Moscou, a sensação de pertencimento ao mundo, o poder de tocar na história ao caminhar pela Praça Vermelha não há comparativo à altura. Não é, nem de longe, uma questão de fotos bonitas e comprar Matrioskas ou Ovos Fabergé, ou provar o autêntico strogonoff, caviar e vodka. É algo que supera tudo o que você possa vir a imaginar. E eu acredito que esta sensação somente as Dominiques podem desfrutar. Novas gerações, pós-Perestroika, não sabem do que eu estou falando.

Dominique - Rússia

Grandiosidade é uma palavra pobre para descrever as construções, além do Hermitage, Igreja do Sangue Derramado (vou contar a história em breve), mas também “Tsarskoye Selo” e “Peterhof” são complexos totalmente fora dos mais absurdos padrões de beleza e minúcia. Algo que toca o divino. Palavra de Dominique!

É uma mistura do tipo coquetel Molotov: assim que desembarca no aeroporto, começa a ver placas de rua e trânsito e o mapa do metrô em Cirílico, passa pelo prédio da KGB, entra no Bolshoi, visita o Bunker de Stalin e, com isto, entre uma dose e outra de vodka, começa a sentir uma espécie de torpor que chega ao clímax ao sentir a brisa do mar Báltico, sem poder distiguir o dia da noite e entra na casa de Dostoievski. É uma explosão dos sentidos!

Dominique - Rússia

Fica esta dica, diante da Copa do Mundo, que inclua, ao menos uma vez na vida, a oportunidade de sentir, vivenciar, “experienciar” e sentir-se fazendo parte do mundo e de sua história visitando Moscou e Saint Petersburgo.

A Cynthia Camargo escreveu um Guia sobre Paris bem bacana e atualizado, veja neste link

Bem-vindas à série Rússia por uma Dominique! Até o próximo capítulo.

* Síndrome de Stendhal, síndrome da sobredose de beleza. É uma doença psicossomática bastante rara, caracterizada por aceleração do ritmo cardíaco, vertigens, falta de ar e mesmo alucinações, decorrentes do excesso de exposição do indivíduo a obras de arte. Fonte: Wikipédia.

Leia Mais:

A Rússia por um russo, Uma visão diferente do país dos Czares Capítulo II
Série Rússia Capítulo III – E, aí? Você já visitou um Bunker na sua vida?

Cynthia Camargo

Formada em Comunicação Social pela ESPM (tendo passeado também pela FAAP, UnB e ECA), abriu as asas quando foi morar em Brasilia, Los Angeles e depois Paris. Foi PR do Moulin Rouge e da Printemps na capital francesa. Autora do livro Paris Legal, ed. Best Seller e do e-book Paris Vivências, leva grupos a Paris há 20 anos ao lado do mestre historiador João Braga. Cynthia também promove encontros culturais em São Paulo.

6 Comentários
  1. Q texto lindo. Cynthia!!! Viajei junto , e é a sensação q tenho da Rússia td enorme!!!

  2. Malu, vc escreve muito bem…parabéns! Qdo organizar um grupo p a Rússia…conte conosco!

    1. Olá, Rosana! Na verdade meu nome é Cynthia!! Acompanha os outros capítulos, Rússia aqui na Dominique e, sim, pretendemos fazer uma viagem Dominique.
      bjs!!!!!

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