Selecionei para você mais um filme disponível no Netflix, A Dama Dourada (Woman in Gold), nome original.
A trama baseada em um caso real é muito interessante. Maria Altmann recebe documentos que comprovam que a famosíssima pintura Woman in Gold – definida no filme como a “Monalisa Austríaca” – foi roubada da casa de sua família.
Sendo a herdeira por direito, ela decide processar o governo da Áustria e exigir a restituição da obra até então exibida na Galeria de Belvedere, em Viena.
Helen Mirren interpreta Altmann com a gravidade necessária a uma personagem que sobreviveu ao Holocausto. Precisou para isso romper com suas raízes austríacas e se mudar para os Estados Unidos.
É para se conectar com esse passado que ela decide reaver o retrato de sua tia Adele, pintado por Gustav Klimt anos antes da chegada do exército nazista à Viena, com a ajuda de um jovem e inexperiente advogado.
O filme é de 2015, mas a história começa quando a Áustria é ocupada pelos nazistas nos anos 30.
Uma biografia bem feita não conta apenas a história de uma pessoa, mas revela os segredos de uma época e levanta questões para as gerações seguintes. É por isso que o longa consegue deixar sua marca. Mesmo narrando uma episódio tão específico da História da Arte: o processo de restituição do quadro de Adele.
Em termos cinematográficos “A Dama Dourada” poderia ter ambições um pouco maiores. Entretanto, o filme gera interesse por retratar uma história interessante. Tem o mérito de buscar dar luz a uma temática ainda pouco explorada nas telas. Com perspectiva atual para a polêmica das obras de arte roubadas pelos nazistas.
Apesar do roteiro previsível com muitos clichês e trilha sonora excessiva feita para emocionar o espectador, é uma história inspiradora. A obra tem suas virtudes. A principal delas é a interpretação da maravilhosa Helen Mirren que constrói uma protagonista simultaneamente divertida e comovente. Outro ponto positivo é a boa química entre ela e o advogado, Randol Shoenberg, neto do compositor Arnold Shoenberg, vivido por Ryan Reynolds, que gera bons momentos no filme. Não posso deixar de falar da fraquíssima atuação de Kate Holmes como a mulher de Reynolds.
Um filme bonito, agradável que emociona e instrui.
O quadro que conduz a história é o “Retrato de Adele Bloch-Bauer”, pintura de Gustav Klimt completada em 1905 e pode ser visto no Neu Galerie New York.
A Dama Dourada, um filme emocionante disponível na Netflix.
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