Tem fases que óculos não são mais uma opção e sim uma necessidade.
E chega aquela idade em que as letrinhas vão diminuindo. E a gente tenta ler. Afasta.
Aproxima. Fooooocaaaa. Desfoooocaaa. Acende a luz. Aproxima a vela. Insinua que diminuíram o tamanho da etiqueta pra que você não veja o tamanho do preço. E adivinha? Ahhh… e como adivinhamos coisas que provavelmente estão escritas.
Aí, um dia, você escondidinha compra um par de óculos de farmácia. E pensa:
Só pra ler em casa, de noite. Vista cansada… Sabe como é.
Você usa e se sente o ó com aquele negócio. Justo você que operou a miopia há 15 anos pra se livrar deste corpo estranho grudado em seu nariz. Mas, ok. É só pra ler de vez em quando. E larga aquele troço horroroso na gaveta.
Não! Não é de vez em quando. Os de farmácia não estão mais dando conta.
Pronto. A sua oftalmo te examinou, fez a receita e disse que não é o fim do mundo.
Falou para você fazer vários. Um de cada cor. Que fossem divertidos. Que você se divertisse.
Mas, não. Não! O primeiro par que você manda fazer é daqueles grandes.
Pra quem tem miopia, sabe, ou qualquer problema de visão que jovens também têm.
Aliás, até você tinha, lembra? E ODIAVA estes óculos. Mas, hoje, antes eles do que… do que…
Gente, e dizem que cabelos brancos nos envelhecem. Que ruguinhas nos envelhecem.
Que filhos adultos nos envelhecem. Ahhh…Não há nada que faça eu me sentir mais anciã do que aqueles óclinhos.
Na verdade, a sensação pior é quando olho por cima deles e entendo porque eles são pequenininhos. Yes, darling. Os grandes não funcionaram tão bem.
E hoje eu vivo pacificamente com uma coleção de óclinhos extravagantes. Um para cada ocasião. Tem o de bolinha. O de antenas. O laranja fosforescente. O com patinhas de aranha. Com focinho de gato. E aquele que me deixa supersexy que as hastes são literalmente perninhas.
Velha, sim. Conformada, jamais!
A presbiopia chegou, mas meus óculos são arrasadores!
Resolvi que a melhor maneira de encarar esta fase era me divertindo com ela e rindo de mim mesma.
Ria comigo!
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