Sim, o título é esse mesmo, A Sociedade Literária e a Torta de Casca de Batata, filme baseado em uma obra literária bastante conceituada do mesmo nome, escrito por Annie Barrows e Mary Ann Shaffer.
O título é bem instigante por ser tão diferente, mas assim como no livro, traz uma trama fluida e bem dosada, um drama muito bem construído.
Londres 1946, a história gira em torno de Juliet Ashton (vivida por Lily James), uma jovem escritora que goza do auge de sua carreira em meio a palestras e eventos para promover sua mais recente obra.
Tentando cumprir sua apertada agenda, Juliet recebe uma carta de um desconhecido. Esse desconhecido é um fazendeiro que se apresenta como Dawsey Adams (Michiel Huisman), que começa a se corresponder por cartas com a protagonista.
Juliet se encanta com a história de Dawsey e do grupo de literatura que se formou durante a Segunda Guerra Mundial, a tal Sociedade Literária e a Torta de Casca de Batata, e resolve visitar a Ilha de Guernsey, localizada no Canal da Mancha, entre a Inglaterra e França.
A Ilha de Guernsey foi invadida por alemães na segunda guerra e o filme ajuda a ilustrar os impactos que a invasão nazista causou à população.
Ao chegar à Ilha, Juliet conhece o grupo de amigos que compõe a Sociedade Literária e a trama começa a ser desenhada.
O principal é o drama que envolve o grupo de moradores e amigos em Guernsey.
O longa conta com um clima leve, longe de qualquer relação direta com tradicionais histórias da segunda guerra.
A Sociedade Literária e a Torta de Casca de Batata possui um texto mais moderno que, como toda boa obra, sabe misturar história de amor épico com outras temáticas mais profundas e complexas.
A direção do competente Mike Newel consegue levar drama, comédia, romance e literatura com resultado muito agradável.
A ambientação do longa, somada com a trilha sonora e fotografia, também ajuda a dar o tom.
Uma história que cativa pela sensibilidade e emoção.
O ponto-chave para esse resultado de sucesso reside na aposta do diretor pela simplicidade e delicadeza da história, e também nas boas atuações entregues por parte do elenco.
O filme carrega de forma inteligente o impacto causado pela guerra, que é superinteressante, mas o que chama a atenção é o destaque da atitude de Juliet que reforça a retomada do poder de decisão da mulher sobre sua própria vida.
A Sociedade Literária e a Torta de Casca de Batata não é só um drama/romance com tema de segunda guerra, mas traz também um ar feminista superpositivo, em uma época de transição e de quebra de paradigmas que foi o pós-guerra e que cabe ainda nos dias de hoje.
É um filme perfeito para aqueles que desejam se conectar com o poder da leitura e voltar a acreditar no amor ao próximo, uma vida simples, sem pré-julgamentos e na beleza de encontrar, em meio a um grupo, o seu lugar no mundo.
Sem dúvida, um filme belo e um ótimo entretenimento.
Aqui fica a dica!
Bom programa!
Trailer:
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