Tag: Cinema

Vermelho Russo: um filme para mulheres fortes e independentes

Dominiques que tal um filme nacional para este final de semana?
Vermelho Russo, o atrativo filme dirigido pelo carioca Charly Braun (do bom Na Estrada, de 2011).
É uma comédia dramática interessante, original, sensível e divertida.
O filme brinca com os limites entre a realidade e a ficção.

A obra foi inspirada em uma viagem realizada pelas atrizes Martha Nowill e Maria Manoella, em 2009.
Na trama, Martha Nowill (Marta) e Maria Manoella (Manu) interpretam duas jovens atrizes. Um tanto desiludidas com a carreira, que decidem ir à Rússia estudar o famoso método de atuação de Constantin Stanislavski, que busca a espontaneidade do ator.

Em pleno inverno na Rússia, as amigas vivem a dificuldade da língua e da dura rotina das aulas, encenando clássicos de Tchekhov.
Manu narcisista e fechada. Marta é extrovertida, mas bem insegura quanto a seus afetos.
Essas diferenças no modo de ser afetarão tanto a amizade, quanto as aulas de interpretação que estão tendo.
A evolução das aulas revela a importância do autoconhecimento e do domínio do papel ambos interligados.

A viagem por sua vez aflora em ambas crises de autoestima. Tanto pela falta de confiança na vida profissional, quanto por questões amorosas. Entre “rolês” culturais, ensaios teatrais, brigas e reflexões, o filme segue as duas, que tentam o tempo inteiro se descobrir como atrizes e como adultas.

Martha Nowill e Maria Manoella trazem um frescor da naturalidade em suas interpretações. Embebidas da própria vivência e de uma delicadeza entre o drama e o humor. O texto escrito a quatro mãos por Braun e Nowill e foi premiado com o troféu Redentor de Melhor Roteiro no festival do Rio 2016.

Sem dúvida Vermelho Russo é um filme sobre mulheres fortes e independentes, buscando o amadurecimento. A direção de fotografia bem clean, com planos bem limpos, fica num meio termo entre amador e documental. Numa combinação de expor a verdade em meio a ficção surge uma obra que responde com sinceridade tanto para a arte quanto para a vida.

Dominiques espero que vocês gostem!
Bom programa e divirtam-se!

Vermelho russo e um ótimo programa para quem procura algo diferente.

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O integrante e imperdível Cidadão Ilustre
Pequeno e intimista, o discreto drama Melhores Amigos aposta no silêncio expressivo

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Pequeno e intimista, o discreto drama Melhores Amigos aposta no silêncio expressivo

Oi Dominiques!
Hoje falo do delicado, leve e afetuoso Melhores Amigos, um daqueles pequenos grandes filmes que não recebem a atenção que merecem. O diretor Ira Sachs tem sido muito elogiado por tornar situações corriqueiras atraentes cinematograficamente. Melhores Amigos é uma experiência acima da média.

Os garotos Jake e Tony se aproximam durante o funeral do avô de Jake. Logo, uma forte amizade nasce entre eles. Eles jogam vídeo game, andam de patins, vão às festas e compartilham seus sonhos. Jake gosta de desenhar e Tony vê na atuação o seu futuro.
Jake é tímido e Tony extrovertido. Mesmo tão diferentes, a química entre eles é evidente e emocionante. A amizade de Jake e Tony é ameaçada por causa de um problema envolvendo as duas famílias.

O filme é recheado de boas cenas que não necessariamente são definitivas para a narrativa, porém dão um tom maior de sensibilidade aos personagens, como por exemplo a aula de teatro das crianças. São momentos corriqueiros do cotidiano como esse que o filme atinge seu ápice de delicadeza.

Dominique - Melhores amigos

Vale destacar o elenco comprometido em entregar performances convincentes longe de excessos, mas o destaque especial vai para a ótima Paulina Garcia (protagonista do filme Glória, lembra?), mãe de Tony. Mesmo em papel secundário, Paulina faz a melhor interpretação do elenco, dando a sua personagem humildade e uma forte carga emocional.

Melhores Amigos poderia ser mais um filme completamente fundado numa relação estabelecida em meio às questões inerentes ao crescimento de dois meninos aprendendo mutuamente. Mas não é só isso. O diretor Ira Sachs, em parceria novamente com o brasileiro Maurício Zacharias, cria uma narrativa leve, mas que nem por isso deixa de tocar em assuntos difíceis.

Por mais simples que seja a história do longa existe humanidade, amor e tristeza na relação entre os jovens. Sachs conseguiu mais uma vez oferecer um retrato potente e genuíno de afeto no meio aos conflitos no Brooklin, em New York.

Crescer faz parte da vida, mas o amadurecer nem sempre é um processo natural, custando tempo e esforço. O roteiro escapa lindamente dos estereótipos e sintetiza, numa bela cena final, o significado de crescer e seguir em frente.

Dominiques, aqui fica a dica!
Vale a pena conferir o raro Melhores Amigos!!!
Bom programa!

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Pitanga é uma homenagem ao ator e ao cinema brasileiro

Dominiques, hoje é dia de Pitanga.
Fruta?
Não…
Pitanga – o filme. Dirigido por Beto Brant e Camila Pitanga, o filme-documentário é uma homenagem ao espírito inquieto de Antônio Pitanga , pai de Camila.
O longa alegre e feliz como seu protagonista mostra com muito bom humor quem é essa figura central do cinema nacional nos anos 60 e 70.
O ator Antonio Pitanga foi figura constante nas obras de Glauber Rocha, Cacá Diegues e Walter Lima Jr.

Pitanga ganha agora um documentário sobre sua vida e obra, contado por ele através de um papo divertido com seus amigos, familiares e companheiros de profissão.
Como Pitanga é o narrador nada fica exagerado nas histórias bem engraçadas contadas por ele.
Nelas podemos relembrar a fama de conquistador, a entrega no trabalho e a busca por direitos iguais para negros e brancos.
As perdas e as superações pessoais, tudo vai surgindo naturalmente através do papo de comadres e compadres e nos divertindo junto com eles.

Os casos e os enroscos de Pitanga respondem pelos momentos mais divertidos.
Mesmo já setentão, o ator arranca suspiros e saudade das ex-namoradas como Bethânia, Ítala Nandi e Tamara Taxman.
O documentário começa e termina com o ator cercado pela família.
Pitanga foi pai e mãe dos dois filhos desde cedo, após a separação de Vera Manhâes, lindíssima, que passava por tratamento psiquiátrico e cedeu a guarda dos meninos.
Pitanga é um ótimo documentário por levar a tela um projeto familiar tão especial e por dimensionar bem a importância de Antônio Pitanga para a cultura brasileira.
O grande achado do longa é a descontração obtida pelas lentes de Brant e (Camila) Pitanga. Belo filme!
Bom programa!
Dominiques, divirtam-se!

 

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Com boa atuação de Adam Driver, filme de Jim Jarmusch celebra a vida simples

Para as Dominiques sensíveis, zens e poéticas, sugiro Paterson o delicado, belo e original filme do mais cult e cool cineasta norte-americano Jim Jarmusch.
E o que torna Paterson tão especial?
A sensibilidade de Jarmusch no seu roteiro e a objetividade de sua câmera.

Na trama, Paterson é um pacato motorista de ônibus na cidade de… Paterson (New Jersey).
Essa redundância é o primeiro achado poético do filme.
Depois de maneira inesperada, Paterson acaba por escrever poemas (inspirado em William Carlos Williams) e, mais, vive poeticamente. Ou seja, tem contato com as coisas, na contramão da maneira distanciada e voltada para si que passa por normalidade em nossos dias.

Paterson vive sua rotina, mora com sua bela esposa, Laura (Golshifiteh Farahani) e Marvin, um simpático buldogue.
Laura está em busca de seus sonhos, mas na dúvida faz cupcakes ou toca música country.
A cidade é pequena, os moradores se conhecem pelo nome, a rotina é bem determinada. Vidas pequenas, como todas.
O protagonista fala sobre a recorrência da repetição dos dias e da rotina, mas isso visto e catalisado enquanto poesia.

Paterson deixa claro que é um homem simples e que ama isso. Ao contrário de muitas pessoas, como também de sua esposa, que estão sempre atrás da próxima conquista ou de realizar mais um sonho.

Ator de rosto marcante, bem expressivo, Adam Driver é de uma entrega apaixonante em cena.
Contido nas falas, gestos e nas emoções intimistas se envolve de tal maneira, construindo personagem de grandeza impar.

No final, prestem atenção ao poema que diz Você preferiria ser um peixe? Inspirado na canção “Swinging on A Star”, não fala sobre estarmos presos numa existência, mas nas possibilidades de conseguirmos transcender a ela.

Com belas imagens e uma narrativa comovente, Jarmusch reverbera o existencialismo no seu mais delicado trabalho.
A poética do simples é um bonito antídoto aos excessos alienantes do mundo contemporâneo.

Dominiques de plantão, vale a pena conferir!!!

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O que achei do filme Mulheres do Século XX

Oi Dominiques!
Aqui vai outra dica da minha coluna.
Vou escrever aqui sobre Cinema.
Esta dica é boa para nós sabem por que?
Mulheres do Século XX é um filme extremamente feminino, sensível, leve e divertido, mas… trata-se de uma comédia dramática sobre o sentido da existência.

Os diálogos são excelentes, cheios de humor. O conteúdo é eficiente e com extremo requinte estético da reconstituição de época.
Sabem onde?
Santa Monica, Califórnia, em plena década de 70.
E a trilha sonora, então!
Vocês vão amar! Repleta de clássicos para relembrar!
É uma delicia escutar Talking Heads, David Bowie, Louis Armstrong, Siouxsie and the Banshees e muito mais!!!

As mulheres protagonistas do filme são:
Dorothea (Annette Benning) – Ela está excelente no papel! Hippie, moderna, cinquentona e mãe solteira preocupada em educar seu intrigante filho adolescente.
Abbie (Greta Gerwig) – Fotógrafa, punk e feminista.
Julie (Elle Fanning) – Adolescente inteligente e provocadora, amiga do filho Dorothea.

As três figuras de características bem distintas e que se tornam confidentes por causa das suas indagações sobre a vida e o mundo. Por isso, o filme não se limita apenas à relação de distanciamento entre mãe e filho. Esta deliciosa e sensível comédia dramática vai encantar muitas de vocês, Dominiques.

Divirtam-se!!!

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