Tag: Comédia Dramática

O Orgulho – Preconceito, intolerância e o valor da palavra- nos cinemas

Banner_Dominique-Filme-orgulhoEstreia hoje nos cinemas, o filme “O Orgulho”, um dos destaques do Festival Varilux de Cinema Francês 2018.

O filme fala da linguagem e força das palavras. A linguagem é a arma mais importante porque as palavras estimulam o pensamento, a reflexão.

O longa dirigido pelo franco-israelense, Yvan Attal, narra a história de Neila Salah (Camélia Jordana), uma jovem de ascendência árabe que cresceu nos subúrbios de Paris (Cretail) e sonha em ser advogada.

Desde o seu primeiro dia na renomada e tradicional Universidade Parisiense de Assas, ela entra em confronto com Pierre Mazard (Daniel Auteuil), um severo professor conhecido por ser racista e preconceituoso.

Ele a humilha na frente dos colegas. Com a cabeça a prêmio, o professor recebe do seu superior a proposta de treinar a jovem para um concurso de eloquência. O professor realmente a prepara, numa relação que evolui para o respeito, mas passa por muita agressão mútua.

Interna_Dominique-Filme-orgulhoO filme não é só sobre palavras, porque o professor reacionário ensina sua aluna – futura advogada – que a verdade não é o objetivo da justiça, e sim o convencimento. A eloquência é para convencer os outros do que ela quiser, não necessariamente a verdade. Isso dá realmente um debate muito interessante.

Apesar do clima “feel good” de superação das diferenças em nome de algo maior, o longa é atual e arrojado, se mostrando antenado com questões representativas e sociais.

O texto apresenta uma heroína, que apesar de representar uma minoria, tem força suficiente para ascender e conquistar seus objetivos. Jordana dá conta do trabalho, se encaixando de forma exímia na personagem.

Por outro lado, o roteiro apresenta o grau de dificuldade que figuras retrógradas e conservadoras possuem em se adaptar aos novos tempos, no qual o comportamento incorreto e ofensivo em relação a minorias não é mais tolerável.

Outro fator que encanta e sobressai como chamariz do longa é a incrível química de seus protagonistas, sem falar da atuação irretocável de Daniel Auteuil.

Um filme inteligente, ágil, fantástico!

Eu amei!

Vale a pena conferir!

Trailer:

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Uma Família de Dois: quando a paternidade fala mais alto

Dominique - Família
Hoje comento o longa francês Uma Família de Dois!

Um filme no melhor estilo sessão da tarde e isso é um elogio, pois um filme sessão da tarde é aquele que você vai ver várias vezes sem cansar e gostar sempre.

Na trama, Samuel (Omar Sy) é um “bon vivant”que tem a vida que pediu a Deus: trabalha em um resort na costa francesa, onde é o responsável por levar os hóspedes para passeios de iate e organizar as festas mais badaladas da região.

Tudo vai bem até o dia em que Kristin (Clémence Poésy) aparece, deixando-lhe uma criança que ela alega ser de Samuel. O bonitão, então, parte para Londres em busca da mãe da menina, mas é tarde demais: Kristin sumiu sem deixar notícias.

Samuel decide ficar na capital inglesa, onde assume a paternidade e cria um forte laço com a pequena Glória (Gloria Colston) que a cada dia que passa mais alimenta o desejo de conhecer a mãe.

Hugo Gélin, em seu segundo longa-metragem, dirige sem rodeios, é eficiente na condução da trama do personagem que se vê obrigado a mudar seu comportamento ao se deparar com as responsabilidades da vida.

A história ganha muito quando, anos depois, Kristin retorna do nada para requerer a guarda da filha. Apesar de o argumento parecer vilanizar essa figura feminina ( afinal para muitos é socialmente “aceitável” que um homem abandone uma criança, mas nunca que uma mulher o faça), é aí que se desenvolve o arco dramático da fita – e as melhores cenas surgem, tanto cômicas, quanto tristes.

Dominique - Família

Existem poucos atores tão carismáticos quanto Omar Sy. Ele tem um tom cômico perfeito para esse filme e consegue mergulhar no drama quando é necessário, fazendo lágrimas correrem.

Mas ele não está sozinho. Temos um trio sensacional composto pela atriz mirim Gloria Colston que é uma graciosidade por si só. Sem esforço algum ela consegue nos cativar. Para fechar o trio temos o divertidíssimo Bernie (Antoine Bertrand) que faz o melhor amigo dos dois, um alívio cômico que merece ter seu trabalho reconhecido.

A direção de Hugo Gélin consegue casar de maneira positiva a outros departamentos. Seja a limpa e bem enquadrada direção de fotografia de Nicolas Massart ou na edição de Valentin Feron e Grégoire Sivan. Com a maior parte dos planos centralizados, o diretor os utiliza de maneira interessante, a fim de intensificar o drama de seus personagens, tornando-os o centro de nossa atenção. Tal feito gera um resultado interessante, uma vez que o que vemos nos cativa muito mais que a base da história.

O longa embalado por trilha pop e com músicas originais de Robert Simonsen se encaixam de forma leve e adequada ao filme, sem dúvida agrada.

Uma Família de Dois é uma história gostosa de se assistir, entrega o que promete, entretêm e emociona.

Qualquer um que convive com crianças e com o universo infantil vai se sentir tocado e vai se conectar com o drama do personagem Omar.

Talvez uma das obras sobre paternidade mais belas dos últimos anos. Com um desfecho surpreendente, esse é um filme que vai emocionar.

Assista Uma Família de Dois, tenho certeza que você vai amar!

Bom programa.

[fve]https://youtu.be/ummsBoLRCVs[/fve]

 

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