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A Livraria: a arte de contar uma bela história

Dirigido pela catalã Isabel Coixet, o longa “A Livraria”, indicado a 11 categorias do Goya (a maior premiação do cinema espanhol), levou as premiações de: Melhor Roteiro Adaptado, Diretor e Filme.

O longa, disponível na Netflix, se passa no final dos anos 50, em uma pacata cidade litorânea da Inglaterra. Narra o esforço de uma viúva para abrir uma livraria na pequena Hardborough, com nenhuma necessidade ou paixão de ler. Contudo, sua iniciativa é vista com maus olhos pela conservadora comunidade local, que passa a se opor tanto a ela quanto ao seu negócio, obrigando-a a lutar por seu estabelecimento.

O filme é sobre livros ou mais especificamente sobre quem ainda compra livros.

Embora de forma sutil, a paixão por livros está presente ao longa em diversas situações. Para Florence, ler serve para suprir carências afetivas, para viver outras vidas, para sonhar junto ao mar com os personagens e os sentimentos que habitam os livros.

Os poderosos da cidadezinha, predadores atrás de seus modos aristocráticos, declaram uma guerra a essa doce intrusa porque está convencida de que o que pretende vender pode representar prazer, conhecimento, aventura ou bálsamo para alguns moradores.

Florence é ajudada por uma menina cheia de imaginação. Inteligente, prática e sonhadora ao mesmo tempo, e manterá emocionante contato com um velho senhor que está a 45 anos trancado em sua mansão.  Surgirão vínculos muito belos entre esses dois náufragos, que desejariam ter se conhecido em outra vida.

Coixet descreve tudo isso com uma delicadeza e um tom primoroso. Imagens, diálogos, silêncios, gestos pequenos e reveladores convivem em harmonia, numa atmosfera atraente e verdadeira. Seu intimismo é contagiante.

“A Livraria” é um filme que também aborda questões feministas em relação ao trabalho, à remuneração e à igualdade e isso puxa outras questões mais profundas.

Esteticamente, o filme beira a perfeição. A pequena cidade inglesa é fria, cinzenta, triste. Porém, as cores vão se mesclando de acordo com as peças e personagens, trazendo movimento para a trama.

Com bela fotografia, design de produção e figurinos fiéis à época retratada, o longa tem uma beleza simples e cativante.

O longa conta ainda com personagens interessantes e grandes atuações.

“A Livraria” me tocou profundamente.

Aqui fica a dica!


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Diário de uma camareira

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