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Sete Dias Sem Fim – Uma Reunião Familiar Forçada

Nesse momento difícil para todos nós, um filme visto em casa
pode aliviar a tensão que todos estamos sentindo. Por isso
escolhi o filme “Sete Dias Sem Fim” que vou comentar e explicar
para você porque gostei e estou recomendando.

“Sete Dias Sem Fim (This is Where I Live You) é uma comédia
dramática escrita por Jonathan Tropper e dirigida por Shawn
Levy. Baseado no livro homônimo do próprio Jonathan Tropper,
o diretor consegue deixar no cenário de reunião familiar forçada,
alguma nostalgia para pessoas distantes de suas casas onde
passaram a infância, boas passagens de humor e algumas
mensagens positivas bastante válidas.

Quando o pai morre, quatro irmãos, com as mágoas e cicatrizes
causadas por suas respectivas vidas adultas, são forçados a
retornar à casa paterna e viver sob o mesmo teto por uma
semana, junto a sua mãe hiperativa e uma variedade de
cônjuges, ex-namorados e afins. Precisaram lidar com as
diferenças de cada um. Ao confrontarem suas experiências, e os
estados desgastados de seus relacionamentos entre pessoas que
mais os conhecem e amam, eles acabam por se reconectar de
forma histérica e comovente em meio ao caos, humor, dor de
cabeça e redenção que somente as famílias podem proporcionar.
Encarar a realidade e a complexidade do luto e seguir em frente
não são tarefas fáceis para nenhum dos personagens

Com poucos minutos de exibição nota-se a maioria dos
problemas de todo o clã, e o quanto cada um deles tem
dificuldade de viver em comunidade.
Os bate-bocas e intrigas evoluem e tornam-se cada vez mais
eloqüentes mostrando uma violência reprimida por anos e que
somente piorou com o acúmulo de hostilidade e guardadas em
virtude do afastamento entre eles.

A direção segura de Shawn Levy, que pega todas as qualidades
legítimas e maduras do roteiro ligeiramente melancólico e as
equilibra de forma brilhante com o humor, e este é um grande
diferencial dessa comédia dramática. As piadas, as situações
constrangedoras e os irônicos diálogos ocorridos no decorrer de
sua duração funcionam sem falhas. Isso porque o elenco que
compõe esse longa, além de afiadíssimo, simplesmente
arrebenta em cena.

O roteiro ajustado de Tropper trabalha com sabedoria todas as
emoções contidas em cada um dos personagens, e mostra que,
apesar do claro incômodo presente na intimidade entre eles,
ainda há espaço para a solidariedade e companheirismo,
especialmente nos momentos de crise.
Suas mensagens sobre valores, família, passado e futuro que
estão em movimento, geram ótimas passagens dramáticas que
não causam nenhum espanto com o formato de humor
constante que essa comédia assume.
Mesmo que a proposta não busque revolucionar, ela funciona e
diverte como poucas.
A ótima trilha que dá um ar indie à produção colabora para um
desfecho rico e edificante dando como principal mensagem asbinfinitas possibilidades que se abrem ao ser humano mesmo
diante de tantas adversidades.


Um filme muito interessante principalmente para quem gosta de
histórias de família repleta de casos engraçados.
“Sete Dias Sem Fim” apresenta diálogos fantásticos expressados
por um elenco para lá de carismático. No conjunto da obra, o
filme levanta boas reflexões sobre a vida, a morte e
companheirismo de um jeito leve, e que te proporciona altas
risadas, só isso já vale a pena conferir.
Refleti muito, me diverti, e dei muitas risadas!
Amei!

Veja o tralleir

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Lída Baarová: as conseqüências de nossas escolhas

Lída Baarová, disponível na Netflix, é uma daquelas histórias pouco conhecidas que merecem ser contadas e assistidas.

Especial para a TV alemã, o drama biográfico dirigido por Filip Renc, conta a história da atriz tcheca Lída Baarová, que dá o nome ao filme.

Por sentir que sua vocação profissional é a Arte Cênica, e no intuito de satisfazer o desejo da mãe – de vê-la brilhar diante das câmeras – Lída empenha-se em conseguir espaço no universo dramatúrgico.

Aos quase 20 anos e no auge de seus estudos no Conservatório de Praga, ela alcançou seu primeiro papel, mas partiu para a Alemanha em busca da notoriedade, já que não conseguia em seu país natal.

Sua trajetória rumo ao estrelato começa com sua viagem a Berlim para protagonizar ao lado do belo ator Gustav Fröhlich, com quem teve um romance. Foi uma das grandes atrizes européias entre as décadas de 1930 e 1950.

Totalmente focada nos seus sonhos, Baarová se dedica ao máximo para poder falar alemão sem sotaque, algo valioso visto que acabavam de sair do cinema mudo. Conquistou papéis importantes, e com a ascensão se deslumbra com Berlim, e com o sucesso, participando de grandes festas e muito luxo peculiar à alta sociedade. Em contrapartida ficou totalmente indiferente ao que acontecia na horrível Alemanha de Hitler.

O destino da jovem atriz, entretanto, muda depois de conhecer o Ministro da Propaganda, Joseph Goebbels, um dos personagens mais sinistros da Segunda Guerra Mundial, na Alemanha Nazista, entre 1933 e 1945. O ministro de Hitler, apaixonado pela atriz tcheca, ajudou-a a subir na carreira e ser uma das mais promissoras atrizes da Alemanha.

O longa mostra uma pessoa que busca o sucesso a qualquer preço, que se apaixona pela personalidade, força, poder do Ministro, e que enxerga, na paixão dele por ela, a chance de conquistar mais espaço e mais popularidade. Torna-se visível como Lída estava completamente alienada ao mundo a sua volta.

O ministro alemão relacionou-se por pouco tempo com a atriz já que, após sua esposa descobrir a traição do marido e pedir para que Hitler interviesse, ele foi proibido pelo próprio ditador de ver sua amante.

Vetada para o elenco de diversos filmes alemães como retaliação do governo nazista, e excluída por considerável parte da população de seu país, Lída foi acusada de traição à nação pelo envolvimento com o nazista, e por isso sua vida social e carreira desmoronaram.

Lída teve uma vida difícil após a guerra, transitou na época entre o cinema italiano e alemão, mas quando estava na Tchecoslováquia era tratada como traidora por ter se envolvido com o ministro nazista.

Falando objetivamente, apesar de ser um filme muito interessante, poderia ser dada mais ênfase à relação de Lída Baarová e Joseph Goebbels. Inclusive acho que por ser o atrativo do filme vemos pouco disso na tela e realmente não conhecemos a fundo quem era Goebbels. Como amante extremamente apaixonado toda a relação deles é mostrada rápida demais e falta coragem, poderia ser mais forte.

Lída Baarová, que tinha sido convidada para trabalhar em Hollywood e simplesmente recusou por seu amor a Goebbels, disse no fim de sua vida, com sua presunção costumeira: “Eu poderia ter sido maior que Marlene Dietrich…”

Agora é só dar o play e assista no fim de semana!

Gostei muito ter conhecido a vida de Lída Baarová que é tão pouco conhecida.

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Euforia: Trama delicada sobre o silêncio e a negação de um amor fraterno

Selecionado para a Mostra Un CertainRegard no festival de Cannes de 2018 e destaque da programação do Festival do Cinema Italiano no Brasil, “Euforia” é o tipo de filme que se aprofunda em seus personagens a partir das relações familiares vistas em cena.

“Euforia” é o segundo longa dirigido pela italiana Valeria Golino, uma das atrizes mais talentosas do cinema contemporâneo.

Valeria ampara bem suas ambições ao construir uma trama delicada que funciona muito bem.

Matteo (Ricardo Scarmacio) vive um personagem com bastante sensibilidade, é o filho perfeito, porém distante. Publicitário de sucesso, mora numa bela casa em Roma, tem muitos amigos e todos os luxos e conforto possível. Ettore (ValerioMastandrea), por outro lado, foi o que ficou na casa da família, no interior, e sempre levou uma vida mais acomodada. Professor casou cedo com a primeira namorada, e com ela teve um filho. Num primeiro momento é o mundo desse que começa a naufragar, quando recebe uma terrível notícia. Separado, morando com a mãe e com pouco tempo para cuidar da criança. Os dois, no entanto, são irmãos. E quando o caçula recebe a notícia sobre o que está acontecendo com o irmão mais velho, decide fazer tudo o que está ao seu alcance para ajudá-lo. Mesmo que aquilo que lhe é possível de imediato não faça muita diferença na vida do outro.

Desta forma, o grande potencial oferecido por seus personagens são as possibilidades de conflitos entre os irmãos devido às suas características pessoais. Ambos são figuras complexas, principalmente  Matteo, contribuindo para a dúvida sobre como cada acontecimento irá ser interpretado por eles. A cada nova interação entre os irmãos, suas histórias são reveladas aos poucos para o público, preparando-o para um choque capaz de acontecer a qualquer momento, mas muito bem construído até o final do longa.

“Euforia” é acima de tudo, um conto sobre os tempos que vivemos. E se mesmo assim tais rótulos acabam sendo explorados – aquele com todos os bens materiais sofre de solidão e carência, assim como o que enfrenta uma luta diária para seguir adiante tem mais com o que lidar dentro de si do que passa ao seu redor – eles surgem como ferramentas para um discurso superior, de fraternidade e aceitação. São humanos, repletos de falhas e alegrias, tristezas e acertos. E será esse conjunto que fará do banal, algo acima do esperado. Um acerto de pequenos detalhes, que resulta em um conjunto maior do que a soma das suas partes.

Próximo ao desfecho a produção brilha, com a solução encontrada para o conflito dos irmãos. 

Uma bela história sobre reconhecimento e aprendizado sobre a dor, utilizando como pano de fundo o relacionamento de irmãos com vidas distintas. Apesar de vidas conflitantes, ambos se querem bem acima de qualquer coisa.

Par o público mais aberto e disposto a prestar atenção, é suficiente para revelar incômodos e reflexões não tão fáceis assim, um feito notável do longa.

Muito bom!

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Lucy, filme intrigante e envolvente que surpreende!

Com idéias da nova Física, intrigante e envolvente, Lucy surpreende pelo roteiro inteligente

Scarlet Johansson é Lucy no novo thriller de ação de Luc Besson, disponível na Netflix.

 Lucy é uma garota comum, uma americana morando em Taiwan, quando se envolve com um perigoso grupo de traficantes. Feita de “mula” ela transporta uma substância secreta dentro de si, mas o saco se rompe e dá a ela poderes para lutar contra esses criminosos.

lucy-filme-netflix

A premissa do filme é essa, onde Lucy acaba sendo cobaia involuntária de uma droga experimental adquirindo a capacidade de acessar áreas do cérebro ainda inexploradas. Basicamente ela ganha super poderes, e podemos acompanhar o progresso das capacidades cerebrais de uma forma bem visual.

Estudos apontam que os humanos utilizam apenas 10% de sua capacidade cerebral. Mas o que aconteceria se fosse possível usar 20% ou 100%? Ainda que essa teoria esteja sendo revista é interessante considerar essas hipóteses.

Admitindo, desde o princípio, em entrevistas, que essa teoria é errônea, o diretor já pede uma descrença ao espectador.

Besson sabiamente evita o óbvio, adentrando sem medo, na ficção científica, e consegue nos surpreender a cada seqüência.

O ritmo do filme é bem desenvolvido, sem muita enrolação. Basicamente é uma grande demonstração de super poderes possíveis utilizando apenas a mente.

Johansson se sai maravilhosamente no papel, lidou com grande comprometimento nesse projeto, e constrói com detalhes a progressão entre Lucy inicial e as demais, com diferentes porcentagens da capacidade cerebral desenvolvida. A atriz confere vida a este projeto coerente, insano e divertido, marcado por uma saudável vontade de trazer algo diferente aos blockbusters de ação e ficção científica. Aliás, diga-se de passagem, esses realmente, não gosto mesmo.

Lucy consegue ser sério às vezes, hilário em outros momentos, e quem diria, até poético em alguns instantes. 

O ritmo dinâmico da obra é, porém, constantemente quebrado pela intercalação com cenas focadas no professor Norman (Morgan Freeman), que, longe dali, apresenta uma palestra sobre as possibilidades do uso do cérebro. O longa procura realizar constantes paralelos entre dois focos narrativos, e Freeman, como de costume, consegue nos cativar com sua sincera interpretação.

A fotografia consegue através de seus constantes closes, retratar o melhor de Scarlet, que definitivamente convence no papel.

As músicas que compõe a trilha são perfeitas para o andamento da história, combinando perfeitamente com cada cena, inclusive contando com momentos selecionados de silêncio. Besson coloca música pop rock nas perseguições de carros, e logo depois usa trechos de música clássica. 

Definitivamente, Lucy é um filme empolgante com reais ambições, tanto artísticas quanto comerciais.

O filme vai agradar a quem gosta de divertir-se com novas idéias e especular sobre a natureza humana.

Com efeitos especiais, além de perfeitos e muito bem usados, Lucy é lindo, bonito de se ver, divertido e interessante.

Realmente adoro o cinema francês em qualquer gênero.

Amei!


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Viver Duas Vezes comove com lindo road movie

María Ripoll, diretora do longa Viver Duas Vezes, mais uma vez apresenta uma comédia dramática, agora apostando nas doses de emoção. Lançado em 2020, é o mais recente filme falado em língua espanhola e uma produção original da Netflix.

Emílio (Oscar Martínez) é um ex-professor de matemática que vive sua vida na companhia de seu inseparável Sudoku. A situação complica, porém, quando ele é diagnosticado com Mal de Alzheimer. Preocupado em esquecer seu amor de infância, Emílio convence sua família a partir em busca da amada.

A viagem, que ocupa a parte central do filme, acaba se tornando o momento em que todos os personagens devem enfrentar todos os enganos que eles mesmos cometeram. Porém, precisam encontrar coragem para mudar suas vidas, ou começar uma nova.

Apesar de se passar na Espanha, a história poderia ocorrer em qualquer lugar do mundo.

Viver Duas Vezes é um típico road movie, sentimental e emocionante, que apesar de não ter pretensões conta com atuações magistrais da dupla de protagonistas. Dentro da dor que é uma doença degenerativa, aprendemos muito sobre o poder da reconciliação e na união de forças.

O elenco tem uma química incrível. Oscar Martínez (Relatos Selvagens) está simplesmente espetacular como ex-professor rebelde, sistemático, mas com alma. O ator consegue muito bem ordenar a evolução da doença de modo que a deixe crível e realista.

Sua neta, encenada pela pequena e adorável Mafalda Carbonell, ponto alto da produção, esbanja carisma, graça e sagacidade, além de acrescentar muito na relação entre os dois, tornando esses elos muito mais cativantes.

Já Inma Cuesta é a filha/mãe resiliente e evolutiva, que precisa ajudar um pai debilitado, ao mesmo tempo em que enfrenta uma turbulência no casamento com seu marido, vivido pelo bonitão Nacho López: um esquecível coach que pouco tem a fazer na trama.

O que mais funciona é o elenco carismático que consegue nos colocar em uma verdadeira montanha-russa de emoções.

Nesse pequeno círculo familiar estabelecido na obra, representando uma sociedade que exercita cada vez menos a empatia, um terreno frio em que o contato humano se tornou algo raro, a mensagem transmitida no belíssimo final é de pura esperança, falando diretamente à emoção de se perceber necessário na jornada de outros, certificar-se que sua passagem tocou de maneira profunda a vida de quem amamos.

Dirigido com extrema sensibilidade, Viver Duas Vezes é daqueles filmes que ficam na cabeça dias após ter visto.

Aborda um tema complicado com leveza e muito humor, sem ser superficial, desaguando num oceano de lágrimas no final.

Lindo!

Lindíssimo!

Amei! 

Assista o trailer

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