Olá Dominique.
Meu nome é Edna Freitas, tenho 49 anos, sou casada, mãe de 2 rapazes lindos e avó de 2 netinhos. No dia em que eu nasci, minha mãe me deu para outro casal. Fui criada como uma princesa em todos os sentidos.
Mas, mesmo assim, eu sentia uma falta muito grande dentro de mim, que era a de conhecer meus pais biológicos. Tudo o que eu sabia era que minha mãe de sangue tinha ido embora logo após o parto para o Pará e que meu pai se chamava Jorje Mesquita. Essas eram todas as informações que eu tinha deles.
Quando criança eu não ligava muito não, pois eu soube de tudo desde cedo. Mas, na adolescência, eu comecei a me revoltar. Não entendia porque um pai e uma mãe dariam uma criança do seu sangue para desconhecidos e nem porque eles nunca se preocuparam em saber o que aconteceu com esta filha, se ela morreu, se era bem tratada…
Quando meus pais adotivos faleceram coloquei na minha cabeça que iria procurá-los até encontrar. Mas eu tinha um objetivo: dizer umas verdades para eles e passar na cara deles que eu tinha sobrevivido sem eles. Eu tinha muitas palavras duras para dizer. Comecei a busca, colocando em rádios, pedindo informações em todo lugar. Mas era como se eles tivessem sido engolidos pela terra. Ninguém me dava informações sobre nada. Minha raiva só crescia. Quando eu via na TV pais procurando os filhos que deram quando bebês eu odiava todos eles. Eu até me culpava, pensando: “eu sou tão ruim que eles nunca quiseram saber de mim, nem depois de grande”. E por ai ía a minha revolta.
Quando me casei e tive os meus filhos passei a não entender ainda mais. Como um ser humano tem a coragem de dar um filho? Os meus eram a coisa mais linda, a mais importante da minha vida. Eu não suportava a ideia de me separar deles nem para trabalhar, tanto que eu não trabalhei enquanto eles eram pequenos. Não tinha coragem de deixar com ninguém, eu temia que eles fossem maltratados. E minha raiva crescia mais e mais…
Quando completei meus 47 aninhos… em um belo dia desabafando com uma irmã da minha igreja, ela falou a respeito do perdão. Naquele momento eu chorei muito e achei que tinha perdoado. Eu falava como se tivesse perdoado, mas no fundo não. A mágoa continuava lá, escondidinha. Eu já não tinha aquele sentimento de raiva, revolta, então achei que tinha esquecido. Um dia eu estava com uns problemas no casamento. Fui conversar novamente com a mesma irmã, esperando dela uma palavra sobre o meu relacionamento. Ela tocou no assunto de meus pais biológicos. Ela me falou de uma maneira que só sendo da parte de Deus, pois ali esqueci tudo o que estava vivendo.
Fui refletir sobre minha vida, minha história, meus pais biológicos, adotivos e ali encontrei uma brecha aberta do rancor, da mágoa. Nesse dia eu me tranquei no quarto e puxei uma cadeira. Pedi para o Senhor sentar ali naquela cadeira e tive uma conversa com Deus. Foi uma conversa longa e muitas lágrimas rolaram. Este foi o dia que senti que tinha verdadeiramente perdoado os meus pais. Tudo mudou pra mim, fiquei leve, mais feliz, mais amável. Eu já tinha desistido de procurar os meus pais pois foram muitas tentativas. De repente, me deu vontade de procurar novamente, e comecei a minha busca.
Apenas um ano depois eu encontrei o meu pai, com 86 anos, velhinho e morando de favor com uma irmã. Muito humilde. Foi muita emoção. De repente eu não quis nem saber o porquê de eles terem me dado. Minha mãe biológica já havia falecido. Eu trouxe ele para morar comigo. Hoje estamos juntinhos, e ele é tratado como um príncipe. Ele já disse que nunca imaginou um dia viver o que está vivendo agora. Ele me disse que não tinha nada, e nem ninguém, e que hoje tem uma filha, um genro que mais parece um filho, dois netos lindos e dois bisnetos.
E hoje sou completamente feliz.
Esta é a minha história.
Beijos
Muito interessante essa história, porém o mais importante foi a linda Dominique ter liberado o perdão, e se sentir livre…Parabéns! !
Olá,um dia abençoado à todos,quero agradecer por esta oportunidade de poder contar minha história.Perdão não é uma opção
É comum escolhermos o que vamos perdoar, baseados naquilo que acreditamos ser “perdoável” ou não. Algumas pessoas acreditam, por exemplo, que quando alguém comete o mesmo erro conosco mais de uma vez, não merece ser perdoada. Então elas criam uma espécie de “escala de perdão”. Mas a Bíblia nos mostra que perdoar não é uma opção, mas uma ordem de Deus. Veja o que Jesus disse: “Tomem cuidado. Se o seu irmão pecar, repreenda-o e, se ele se arrepender, perdoe-lhe. Se pecar contra você sete vezes no dia, e sete vezes voltar a você e disser: ‘Estou arrependido’, perdoe-lhe” (Lucas 17:3-4).A melhor atitude de toda a minha vida foi perdoar meus pais.É saúde p os meus ossos.
Acredito no perdão genuíno, aquele que é dado com o coração limpo sem nenhum resíduo de mágoa, tristeza…É divino esse perdão! Somente aqueles que realmente vive a palavra, consegue essa bênção. Lindo!
FELICIDADES AMIGA.
…e como é difícil perdoar o abandono!
Mas a gratificação por perdoar é uma liberdade imensa para a alma.
Eu sei. Um dia, eu conto!
Bjs