Cinema

Nossas Noites mostra que nunca é tarde para amar

Dominique - Nossas Noites
Nossas Noites, produção original Netflix, dirigida pelo indiano Ritesh Batra (da obra-prima The Lunch Box), baseada na obra homônima de Kent Haruf, apresenta um retrato tocante sobre duas pessoas solitárias que buscam entre elas novas formas de aproveitar a vida.

No longa, Addie (Jane Fonda), viúva há vários anos, faz uma proposta corajosa a um vizinho com quem mal falou a vida toda, o também viúvo Louis (Robert Redford), de passar as noites com ela, para que ambos consigam dormir mais tranquilos e afastar a solidão.

A atitude transforma a vida dos dois e mostra como a vida e o tempo mudam nossa forma de ver o mundo.

Envelhecer ainda é tabu. As reações que nossa sociedade tem em relação a astros e estrelas, que foram famosos também por sua beleza, mostram que não lhe damos o direito de ficarem velhos e perderem o frescor.

É interessante ver Fonda e Redford juntos novamente nesse filme que por conta da história parece torná-los mais humanos e reais.

A personagem de Fonda encanta pela decisão e ousadia a respeito da proposta que faz a Louis, ela se mostra bem resolvida e dá pouca importância ao fato de que possam virar notícia na cidade, o que realmente acontece e deixa Louis irritado.

Robert Redford e Jane Fonda se completam em cena, em atuações marcantes e emocionantes.

Nossas Noites é um filme para os protagonistas brilharem. Há muita qualidade em cena, transformando diálogos simples e ritmo controlado em grandes lições de vida que chegam junto a um show de maturidade e segurança para romper qualquer traço de preconceito desse novo amor.

Dominique - Nossas Noites

Batra tem um poder de captar o sentimento. É lindo o amor mostrado, a linha tênue entre amizade e paixão é composta pelo conforto do próximo.

Delicado e sensível, Our Souls at Night, título original, mostra um lado humano que emociona com simples modo de olhar o próximo.

Dentro da multidimensionalidade dos protagonistas, temos elementos que fazem com que Addie e Louis sejam mais que “velhinhos fofinhos que se apaixonam”.

O passado de ambos é marcado por falhas – ela por ter negligenciado o filho após a morte de outra filha, e ele, por ter abandonado a família por um período durante a juventude. As marcas desses e outros conflitos são visíveis nos personagens, apesar da narrativa ser, no geral, bastante leve e agradável ao longo do filme, conferindo-lhes humanidade.

O longa conta com uma direção de fotografia belíssima assinada por Stephen Goldblatt, de “Closer – Perto Demais” (2004), “Julie & Julia” (2009).  Um cara que sabe trabalhar com luzes suaves e cores que transmitem muito conforto.

Stephen explora cenários lindíssimos na estrada e nas montanhas em perfeita harmonia com a trilha sonora de Elliot Goldenthau, que aposta em tranquilas canções Country e algumas músicas mais antigas, casando muito bem com a atmosfera de romance com certas dificuldades, mas nada constrangedor.

Figurino e fotografia definem bem Addie e Louis: enquanto ela usa roupas alegres e joviais e com uma casa mais colorida, ele, embora não seja descuidado, não se preocupa muito em variar o visual, mantendo uma série de camisas xadrez no armário. Além disso, sua casa arrumada sobriamente transmite um certo isolamento que a de Addie não possui.

A gentileza faz de “Nossas Noites” um filme de fácil e agradável consumo, porém sem nada de tão marcante para além de suas 1h43 minutos.

Se você for amante de um bom e tradicional filme, Nossas Noites não deixa de ser um exemplar para se colocar na lista para assistir na Netflix.

Nossas noites é um filme encantador. Eu amei, espero que você também goste!

[fve]https://youtu.be/YoJZRp_IadI[/fve]

Veja mais dicas de filmes:

Uma Mulher Fantástica: conflitos de uma transgênero
Afterimage – A história do artista Wladyslaw Strzeminsk

3 Comentários
  1. Deise Esteves disse:
    Seu comentário está aguardando moderação. Esta é uma pré-visualização, seu comentário ficará visível assim que for aprovado.
    Eu amei esse filme, é de uma elegância enorme.

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Uma Mulher Fantástica: conflitos de uma transgênero

Dominique - Mulher
Uma Mulher Fantástica, já escolhido para representar o Chile no Oscar® 2018 na categoria de melhor filme estrangeiro e de melhor atriz, é um filme tocante, delicado e fascinante.

O filme conta a história de Marina (Daniela Vega), uma mulher transgênero de voz divina que sonha ser cantora lírica, trabalha como garçonete de dia e de noite canta em boates para se sustentar.

Ela está em um relacionamento estável com um homem mais velho, Orlando (Francisco Reyes Morandé) até que ele morre na noite do aniversário de Marina. E aí começa sua jornada.

O enfrentamento com a família do falecido e as instituições oficiais é quase todo calcado em desconfiança sobre sua identidade feminina.

Todos a tratam da forma mais odiável possível. A família de Orlando reivindica o enterro, o luto, a missa, as coroas de flores, sem falar no apartamento e na doce cadela Diabla.

Marina se impõe pela firmeza, pela dignidade e pela beleza, não convencional, mas um misto de força e feminilidade. Marina sofre, mas não se vitimiza, nem entrega os pontos.

O diretor Sebastián Lelio, aclamado pelo filme Gloria, repetiu as parcerias com Gonzalo Maza como roteirista e Benjamím Echazarreta como fotógrafo.

Com boa parte das cenas em close frontal no rosto de Marina, Uma Mulher Fantástica transporta o público para os olhos da protagonista, fazendo com que suas angústias e tristezas sejam sentidos do outro lado da tela.

Lelio nos presenteia com cenas lindas e cores marcantes. É um filme sensível, embora a violência (psicológica e física) que Marina vive seja notada sem pudores.

Um dos momentos mais bonitos é quando a vemos enfrentando uma forte ventania, cuja intensidade vai, aos poucos, aumentando. Ela se inclina com força e consegue se manter em pé. É uma metáfora perfeita da vida de quem se vê na posição de lutar pelo direito de ser quem é.

Lelio avança sua dramaturgia enfocando tramas protagonizadas por mulheres.

Pela delicadeza do tema, o autor não hesitou em convidar a atriz trans e cantora lírica Daniela Vega para participar do projeto desde a concepção do roteiro.

A produção ganhou o Urso de Prata de melhor roteiro no Festival de Berlim.

A comovente interpretação de Daniela Vega é a principal força do filme, pilar sobre o qual o cineasta constrói a trama.

Destaca-se também a ótima trilha musical assinada por Mathew Herbert.

Este é sem dúvida um forte candidato ao Oscar® de melhor filme estrangeiro.

Uma Mulher Fantástica é um filme encantador!

[fve]https://www.youtube.com/watch?v=d3VKy4PuvJ4[/fve]

Gostou dessa dica? Veja outras:

Afterimage – A história do artista Wladyslaw Strzeminsk
Bingo, o Rei das Manhãs – Inspirado no apresentador Bozo

2 Comentários
  1. Vi e gostei muito de todos os filmes aqui listados.
    Acabei de descobrir seu blog e já deu pra notar que vou seguir.
    Coisa boa começar a semana assim!

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Afterimage – A história do artista Wladyslaw Strzeminsk

Dominique - Afterimage
Escolhi o filme Afterimage porque se você, assim como eu, gosta de história e de artes plásticas, certamente vai gostar desse filme que, embora pesado é o último do aclamado cineasta polonês Andrzej Wajda, mais um motivo para ver no cinema.

Powidoki (título original), narra a história do celebrado artista plástico, o também polonês Wladyslaw Strzeminski, um dos principais nomes da arte de vanguarda em seu país, perseguido na União Soviética por fazer oposição ao Realismo Socialista, um movimento artístico cujo conceito era basicamente uma forma de propaganda dos ideais soviéticos.

Ao longo do filme, acompanhamos as consequências sofridas por um artista que ousou levantar a voz contra o totalitarismo soviético.

O título Afterimage vem das memórias, especialmente as visuais, que não são apagadas com agentes soviéticos destruindo obras de arte na surdina e um vasto e consagrado conjunto de obra não desaparecerá com tanta facilidade apenas impedindo que o artista continue seu trabalho.

Wladyslaw Strzeminski foi um artista plástico, um pintor do início do século XX, contribuidor fundamental ao modernismo, teórico e prático.

No longa vemos magistralmente interpretado por Boguslaw Linda um brilhante professor da Escola de Belas Artes de Lodz, feliz por desenvolver o pensamento sobre a nossa percepção de arte, “Teoria da Visão”.

No auge de sua carreira, com aulas lotadas e idolatrado pelos seus alunos da Escola de Arte de Lodz, o pai do Movimento Construtivista polonês dos anos 1920/30 vê tudo que construiu ser apagado da memória da sociedade com a destruição de suas obras e humilhação pública por não conseguir emprego.

Wadja um dos grandes diretores da Europa Oriental, sempre lutou pela liberdade e democracia e expôs as repressões dos regimes totalitários na Polônia e seu posicionamento político em suas obras, ampliando a percepção de seu público para além de seu país, traduzindo em arte questões íntimas e sociais, de um cinema que soube ser engajado, autoral e, ainda assim, interessante.

Afterimage é a prova de que é possível fazer um cinema poético e simbólico a partir de conturbados momentos da história.

Wadja nos deixa com este candidato ao último Oscar® de filme estrangeiro, um grande filme, cuja percepção plena nos chega aos poucos, nos faz questionar a função do artista e da arte, suas importâncias para acultura e seus impactos na sociedade.

Quanto à parte técnica do filme destacam-se a trilha sonora, figurinos e a excelente fotografia, que passa de uma leve exposição de luz e cor no início, para uma realidade sombria, mais escura, com planos mergulhados em cinzas e filtros azulados e esverdeados.

Sem dúvida Afterimage foi um dos melhores filmes de Wajda fechando assim com chave de ouro sua extraordinária carreira.

Vale a pena conferir. Depois me conta se gostou!

[fve]https://www.youtube.com/watch?v=pRKUxnE9_cw&feature=youtu.be[/fve]

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Malasartes e o Duelo com a Morte: trapaças, mitologia e diversão

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Bingo, o Rei das Manhãs – Inspirado no apresentador Bozo

Dominique - Bingo
Bingo – O Rei das Manhãs, selecionado para representar o Brasil no Oscar® 2018, é o filme nacional do ano!

O filme é uma cinebiografia inspirada na vida real de Arlindo Barreto, ator que interpretou o palhaço Bozo e fez sucesso na televisão brasileira nos anos 80.

Por questões de direitos Bozo virou Bingo, Arlindo virou Augusto, SBT virou Mundial e só Gretchen continuou Gretchen.

O filme tem uma estrutura simples de ascensão, queda e superação, alternando momentos de humor, drama e uma melancolia inesperada nos olhos de um palhaço.

Nas cenas em que tira a maquiagem de Bingo, Vladimir Brichta mostra o peso de um personagem que está em conflito, ao mesmo tempo em que é líder de audiência, ele é um ilustre desconhecido. O ator por trás da máscara e da peruca de cabelos azuis, ferido em seu narcisismo por não poder revelar quem é por contrato, cai na decadência com bebida drogas e mulheres.

Surpresa mais que positiva é o trabalho de Daniel Rezende na direção: originalmente montador (inclusive indicado ao Oscar® por “Cidade de Deus” 2002), tem no seu currículo trabalhos como “Diários da Motocicleta” (2004), “Árvore da Vida” (2011) e “Robocop” (2014). Isso não é para fracos.

Em seu “debut” no comando de uma obra, Rezende entrega um filme mescla entre cinema autoral de qualidade com um produto elegante, com pompa de grande produção e totalmente vendável ao grande público apesar do teor adulto bem incorreto.

A direção de Rezende trabalha muito bem as várias percepções sobre seu protagonista e as transfere com sutileza para o espectador. Fácil se envolver com a história de Bingo.

O roteiro de Luiz Bolognesi (“Bicho de Sete Cabeças”) reúne as diversas faces do personagem e as põe em conflito. Bingo não é simplesmente um filme sobre ascensão e a derrocada de um apresentador de TV, mas trata das máscaras que vestimos diariamente para encarar o mundo. O rosto do palhaço funciona, assim, como uma metáfora para qualquer posição que assumimos frente a problemas.

Quem assina a trilha sonora, no melhor estilo pop anos 80, é o ex-DJ Rezende. Você vai ouvir as bandas como Echo & Bunnymen e Devo que se intercalam com as nacionais Titãs e Metrô.

Outro destaque é a direção de fotografia de Lula Carvalho que usa cores excessivamente saturadas, ajuda a transportar o expectador para os exageros dos anos 80: Os letreiros em neon, a maquiagem pesada, os cabelos armados e as roupas ousadas combinam com outro tipo de excesso também presente no filme, o abuso de drogas do protagonista.

No elenco, a esplêndida atuação de Vladimir que toma o filme para si, deixando transparecer a agonia e o sofrimento do protagonista que não consegue controlar seus excessos com as drogas e não sabe lidar com suas responsabilidades como pai.

Dominique - Bingo

O elenco conta ainda com Leandra Leal como a produtora Lúcia, Tainá Müller como a ex-mulher Angelica, Augusto Madeira como o câmera Vasconcelos, Emanuelle Araújo como Gretchen e o pequeno Cauã Martins como o delicado filho Gabriel.

Impossível não destacar também Domingos Montagner em um de seus últimos trabalhos. Falecido no ano passado, o ator vive um palhaço que serve como mentor para Bingo.  Difícil não ficar tocado com os apontamentos de Domingos que era um palhaço na vida real.

Bingo além de emocionar, fazer rir e chorar, já é um novo clássico do cinema brasileiro.

Agora é aguardar dia 4 de março e torcer para que o Oscar® venha dessa vez.

[fve]https://www.youtube.com/watch?v=4xHP9tiS6NM&feature=youtu.be[/fve]

Aqui tem mais algumas dicas de cinema, leia:

Uma Família de Dois: quando a paternidade fala mais alto
O Filme da Minha Vida: anseios e dilemas da juventude

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Uma Família de Dois: quando a paternidade fala mais alto

Dominique - Família
Hoje comento o longa francês Uma Família de Dois!

Um filme no melhor estilo sessão da tarde e isso é um elogio, pois um filme sessão da tarde é aquele que você vai ver várias vezes sem cansar e gostar sempre.

Na trama, Samuel (Omar Sy) é um “bon vivant”que tem a vida que pediu a Deus: trabalha em um resort na costa francesa, onde é o responsável por levar os hóspedes para passeios de iate e organizar as festas mais badaladas da região.

Tudo vai bem até o dia em que Kristin (Clémence Poésy) aparece, deixando-lhe uma criança que ela alega ser de Samuel. O bonitão, então, parte para Londres em busca da mãe da menina, mas é tarde demais: Kristin sumiu sem deixar notícias.

Samuel decide ficar na capital inglesa, onde assume a paternidade e cria um forte laço com a pequena Glória (Gloria Colston) que a cada dia que passa mais alimenta o desejo de conhecer a mãe.

Hugo Gélin, em seu segundo longa-metragem, dirige sem rodeios, é eficiente na condução da trama do personagem que se vê obrigado a mudar seu comportamento ao se deparar com as responsabilidades da vida.

A história ganha muito quando, anos depois, Kristin retorna do nada para requerer a guarda da filha. Apesar de o argumento parecer vilanizar essa figura feminina ( afinal para muitos é socialmente “aceitável” que um homem abandone uma criança, mas nunca que uma mulher o faça), é aí que se desenvolve o arco dramático da fita – e as melhores cenas surgem, tanto cômicas, quanto tristes.

Dominique - Família

Existem poucos atores tão carismáticos quanto Omar Sy. Ele tem um tom cômico perfeito para esse filme e consegue mergulhar no drama quando é necessário, fazendo lágrimas correrem.

Mas ele não está sozinho. Temos um trio sensacional composto pela atriz mirim Gloria Colston que é uma graciosidade por si só. Sem esforço algum ela consegue nos cativar. Para fechar o trio temos o divertidíssimo Bernie (Antoine Bertrand) que faz o melhor amigo dos dois, um alívio cômico que merece ter seu trabalho reconhecido.

A direção de Hugo Gélin consegue casar de maneira positiva a outros departamentos. Seja a limpa e bem enquadrada direção de fotografia de Nicolas Massart ou na edição de Valentin Feron e Grégoire Sivan. Com a maior parte dos planos centralizados, o diretor os utiliza de maneira interessante, a fim de intensificar o drama de seus personagens, tornando-os o centro de nossa atenção. Tal feito gera um resultado interessante, uma vez que o que vemos nos cativa muito mais que a base da história.

O longa embalado por trilha pop e com músicas originais de Robert Simonsen se encaixam de forma leve e adequada ao filme, sem dúvida agrada.

Uma Família de Dois é uma história gostosa de se assistir, entrega o que promete, entretêm e emociona.

Qualquer um que convive com crianças e com o universo infantil vai se sentir tocado e vai se conectar com o drama do personagem Omar.

Talvez uma das obras sobre paternidade mais belas dos últimos anos. Com um desfecho surpreendente, esse é um filme que vai emocionar.

Assista Uma Família de Dois, tenho certeza que você vai amar!

Bom programa.

[fve]https://youtu.be/ummsBoLRCVs[/fve]

 

Leia mais:

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Dunkirk: uma batalha no inicio da Segunda Guerra Mundial

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