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Todos têm direito a uma segunda chance, até mesmo os cupidos!

Dominique - Cupidos
Uma vez, uma profissional de RH me classificou como “ponte”. Aquelas pessoas que enxergam sincronicidades e que ligam pontos e interesses em comum entre as pessoas. Do tipo agregadora. Exercito a habilidade na vida pessoal e profissional.

Bem, eis que eu tinha um namorado que tinha um irmão: Tiago. O sujeito era escritor, autor, pintor, escultor e achei que ele tinha tudo a ver com uma amiga jornalista, a Julia.

Falei dele pra ela, falei dela pra ele e então ela veio do Rio de Janeiro para um final de semana em São Paulo para que eu fizesse a apresentação formal. Nossa! Pareciam feitos um para o outro. Deu liga instantânea e pouco tempo depois estavam morando juntos!

Para mim foi a glória ter sido o cupido e ainda minha amiga havia se tornado minha cunhada e vivendo na mesma cidade do que eu.

Só que não!

Só que não!  6 vezes. Oiii???

Falávamos quase que diariamente ao telefone e então ela me contou que estava meio aborrecida com o Tiago. porque, segundo ele, eu e ela não éramos amigas de verdade.

Oi? 1

Segundo ele, amigas de verdade devem passar por brigas feias e como nós nunca havíamos brigado em 15 anos de amizade, de fato, não éramos amigas!

Ah, tá! De início não levei a sério. Piada, né? Em seguida, começaram as críticas. Tiago me achava metida à besta e meio esnobe, porque trabalhava com Paris e blábláblá.

Oi? 2

Fiquei meio chateada, afinal, o sujeito era irmão do meu namorado e tal. Resmunguei com meu namorado e fim.

Só que não!

Então veio a nova crítica da semana: eu vivia fora da realidade, porque levei minha amiga para provar um Tiramissú. Disse que eu queria parecer uma pessoa rica e que somente gente rica comia Tiramissú.

Oiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii? 3

A intenção era me desmoralizar. O que eu era, minha conduta, meu estilo de vida, meus gostos, etc. Comecei a ficar irritada e passei a rosnar com o meu namorado que me pediu para parar de ouvir fofoca!

Só que não!

Então veio a máxima: ela estava muito magoada, porque Tiago havia dito que meu livro de Paris era uma porcaria e que ele escreveria um livro muito, mas muito melhor do que o meu, se quisesse.

Oi? 4

Gente, até que sou simpática, mas tudo tem limite. Obviamente caí na armadilha e fui lá tirar satisfação do motivo pelo qual ele vivia a me criticar… A coisa foi meio barraco!

Passado um tempo, meu namorado marca um encontro entre mim e Tiago a fim de colocar um  ponto final na ladainha sem sentido.

Só que não.

No encontro, além de me dizer barbaridades, me disse para ficar longe da mulher dele, porque eu era má influência!

Oiiiiiiiiiiiiiii? 5

Obviamente, ele armou toda esta situação para provar sua teoria de que não éramos amigas.

Passávamos os almoços de domingo em volta da mesa da mãe dos rapazes e não nos olhávamos. Era patético. Não amiga, nós não tínhamos 12 anos, éramos balzaquianas e Tiago já havia dobrado o Cabo da Boa Esperança.

Pouco tempo depois, eu e meu namorado rompemos, entretanto mantivemos o contato. Ele me contou que Tiago rompeu com Julia, logo após o nosso rompimento e que Julia havia voltado para o Rio de Janeiro. Claro, né? Perdeu a graça.

Eu fui para a terapia. Achei que eu fosse louca, que aquilo devia ser esquizofrenia de minha parte, mas a terapeuta confirmou minha lucidez. Fui pouco inteligente para perceber a manobra armada de Tiago querendo apenas comprovar sua teoria. Caí feito pato!

Tempos depois, conheci meu marido, casei, tive uma filha e, de repente, não é que Tiago me pede amizade no Facebook?  Oiiiii? 6. Não…Não caio numa cilada dessas de novo.

Mas caí. Não aguentei.

Eis que virei cupido outra vez! Todos têm direito a uma segunda chance, até os cupidos desajeitados!

Ela, Dominique (claro)! Ele, colunista do Estadão, o homem mais viajado do mundo, Mr. Miles (leiam sua coluna, é ótima)! Ele é um lorde inglês, muito amigo de Elizabeth, a rainha!

Ambos, monstros da escrita, liguei os pontos.

Tudo começou quando Dominique me perguntou quantos anos tinha Mr. Miles e ele me mandou a seguinte resposta:

Querida: Mr. Miles é um eterno galanteador. Sua idade é o segredo mais bem guardado do mundo. Basta ler algumas de suas colunas, porém, para concluir que ele tem, possivelmente, entre 130 a 150 anos de idade. Faz parte do charme. Se a Dominique for charmosa, Mr. Miles está interessado, sem dúvida”.

Eis que Dominique responde:

“Querida: Li alguns textos do Mr. Miles. Realmente encantadores. Não leio almas, mas reconheço um sedutor à distância. É um tipo universal, que faz com que nós incautas carentes, nos sintamos únicas. Não tem amigas, mas um séquito. Digamos que seja um sedutor inveterado. Espero sinceramente que não seja do tipo invertebrado. Estes são os piores. Agora, quanto maior o desafio melhor, não e mesmo? Tem larga vantagem, pois consegue articular bem mais do que duas palavras e as usa com maestria. As presas aparecem aos borbotões. É seletivo. Afinal, qual seria seu critério mesmo? Eu gosto. E gosto muito desses tipos sedutores articulados e vaidosos. São mais interessantes para esgrimir e papear. Mas um perigo. Apaixonar-se por um homem desta espécie está fora de questão! Ahhh e como resistir? You´re so vain, you probably think this post is about you, Don’t you? Bjs, Dominique”

Imaginem vocês que a resposta veio a jato!

“ Well, Dominique, my dear: terei muito prazer em convidá-la para uma chávena de chá, se isto lhe aprouver. Essa minha modesta existência peregrina permite que eu reconheça uma dama de longe. It seems to be exactly the situation”. Mr. Miles

E, ela:

“My dear Mr. Miles, pode dar game, hein?

E, ele:

“Quem sabe? Mas a inspiração foi você, chèrie!”

To be continued…

Será que a cupido Cynthia vai conseguir juntar esse casal? Que os cupidos a abençoe!

Leia Mais:

Vou mudar de país e agora terei o mundo para chamar de meu
Loucuras que Dominiques já fizeram por uma paixão

Cynthia Camargo

Formada em Comunicação Social pela ESPM (tendo passeado também pela FAAP, UnB e ECA), abriu as asas quando foi morar em Brasilia, Los Angeles e depois Paris. Foi PR do Moulin Rouge e da Printemps na capital francesa. Autora do livro Paris Legal, ed. Best Seller e do e-book Paris Vivências, leva grupos a Paris há 20 anos ao lado do mestre historiador João Braga. Cynthia também promove encontros culturais em São Paulo.

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Frida – A personagem acima de tudo. Disponível na Netflix!

Dominique - Frida
Existem personagens que, de tão fortes e complexas, são a garantia de uma boa história.
É o caso de Frida Kahlo (1907-1954), pintora mexicana, considerada a primeira artista surrealista da América Latina. Por isso, escolhi o filme “Frida” (2002), disponível na Netflix, que conta a história dela.

Como história de amor “Frida” é um sucesso. Porém como relato fiel sobre a vida da atormentada artista e suas motivações por trás de sua obra, o filme pode deixar a desejar. Mas que não o impede de ser muito bom.

Salma Hayek encarna Frida no longa que retrata sua história de vida. Do acidente que deixou sua saúde muito fragilizada, passando por suas aventuras românticas com outras mulheres até aos seus casos amorosos. Estes envolveram as relações de amor com Diego Rivera (Alfred Molina),  e a extraconjugal com o revolucionário russo León Trotsky (Geoffrey Rush).

Comunista, bissexual, beberrona, ousada e talentosíssima, esta filha de um imigrante alemão e uma mexicana católica e tradicional, decidiu transpor toda e qualquer barreira que a ela se apresentasse.

Frida viveu 25 anos, às turras, com o difícil, mulherengo e egocêntrico Diego Rivera (1886-1957). Ele foi um dos mais importantes artistas mexicanos, ícone do movimento Muralista, pintor de  grandes murais públicos.

A produção coloca muita ênfase no casamento turbulento de Kahlo e Rivera. Deu pouca atenção à mulher celebrada como ícone feminista, modelo de liberação sexual e originalidade.

Dominique - Frida

Um ponto forte do filme é a forma como a diretora Julie Taymor consegue, de maneira surreal, dar vida às angustiadas pinturas de Kahlo.

O longa é arrebatadoramente latino, visceral e inquieto, coerente com a personalidade da artista plástica mexicana,.

Frida concorreu a seis indicações para o Oscar® (Melhor Atriz, Direção de Arte, Figurino, Maquiagem, Trilha e Canção).  Ganhou um bem-vindo Oscar® de Trilha Sonora e um injustificado de Maquiagem. Mas merecia também o de Melhor Atriz . A mexicana Salma Hayek  encantou pela ótima interpretação. Vivendo convincentemente a sua personagem e encarnando o papel de uma forma tão intensa chegou a pintar alguns dos quadros vistos no filme.

O filme encanta também pela agilidade da narrativa, figurino formado por roupas exóticas e coloridas. A latinamente vibrante trilha sonora inclui Burn It Blue interpretada por Caetano Veloso.

É um filme para se assistir e gostar sim, mas não para ficar na história como uma biografia audiovisual de uma das maiores personalidades do século XX.

[fve]https://www.youtube.com/watch?v=S7c_JdPpaQE[/fve]

Frida é, sem dúvida, um ótimo entretenimento e se você não assistiu ainda, tenho certeza que vai gostar!

Leia Mais:

Amante Por Um Dia – Um filme francês sobre amor, traição e fidelidade
A Duquesa – Um lindo filme de época disponível na Netflix

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  1. Cilene disse:
    Seu comentário está aguardando moderação. Esta é uma pré-visualização, seu comentário ficará visível assim que for aprovado.
    Não está disponível na Netflix

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Vou mudar de país e agora terei o mundo para chamar de meu

Dominique - Mundo
De repente, aquela inquietação e ansiedade, quase incontroláveis, estavam de volta mais fortes do que nunca. Uma necessidade maluca de buscar respostas como nos meus 16 anos.

Não, não foi um surto! Mas um processo.

Cheguei aos cinquenta e, finalmente, entendi que já passei da metade da vida. E, agora, ao invés de planejar um futuro colorido e distante como na adolescência, a questão passa a ser outra: O que fazer para tornar mais digna a vida que me resta?

Como para 100% da população do planeta, a vida foi me dando rasteiras. Uma, duas, várias. Uma após a outra. Quando dei por mim, percebi que na realidade, tinha dado início a um percurso sofrido para responder a uma só questão. O que a minha Alma quer de verdade?

Bem, diferenciar o que a Alma quer (sim, Alma com A maiúsculo) e não o que preenche o Ego, velho companheiro, tem sido uma das tarefas mais complexas da minha vida.

Passei a viver uma estranha bipolaridade. Enquanto parte de mim precisa desesperadamente de estabilidade e conforto, a outra, quer ir pra longe e correr o mundo buscando não sei o quê, não sei onde…. Ou será que sei?

O processo é mais ou menos assim: você lê tudo sobre dietas e tratamentos de beleza, mas consome seus dias comprando e colecionando incríveis livros de receita. Aqueles cujas fotos fazem a gente sentir o gosto e o cheiro das calorias.

Já exausta de tanto cair de bunda e levantar pra cair de novo, resolvi finalmente deixar a Alma falar. E ela gritou: desapega e vai para o mundo ver o que não viu!

O sonho adolescente voltou maduro e apoiado nas tecnologias, nas redes sociais, no desejo cada vez maior de aprender coisas novas, de buscar um jeito mais simples de viver. Ganhou roteiro, formato, cor e, principalmente, pressa, muita pressa.

Uma odisseia que ainda não terminou. Reorganizar a vida, fechar ciclos, deixar ir, pensar e repensar. Superar os piores pesadelos e os melhores sonhos, desapegar do cheiro dos livros, do jeito do colchão, dos 1355 enfeites e recordações, do álbum de fotos da família, do quadro que teima em ficar torto na mesma parede todo santo dia e, é claro, das pessoas. O maior de todos os bens dessa primeira metade da vida e que incluem mãe, filhos, marido e amigos preciosos. Um exercício contínuo e difícil de fazer.

Mas o fato é que o “BRAZIL ZIL ZIL” também deu seu empurrãozinho. Como quase todas as pessoas por aqui, tive meu tsunami profissional. Fruto das mazelas políticas e econômicas e de ter acreditado em mais um “vôo de galinha” que fez, a todos nós, cair de cara no chão. O meu país – sem perspectiva, perdido em seus valores e sua história – fez brotar a semente de coragem para que eu me transformasse oficialmente numa estrangeira.

Por duas vezes, precisei adiar a partida para o velho mundo por motivos diversos. Mas a cada adiamento em que a dificuldade aumenta, a vontade de partir dobra. Pensar, planejar, pensar de novo. Juntar dinheiro, desfazer de bens da vida inteira, ajustar contratos, preparar documentação, pesquisar, pesquisar e pesquisar.

Em meio a todo esse processo tive uma das maiores surpresas. Minha filha, cujo primeiro posto agora é ser a mãe do meu neto, simplesmente comunicou em tom solene:

– Mãe, a Família Adams vai para Portugal!

– O que? Como? Mas essa ideia é minha, respondi.

Um estranho frio na espinha. Uma mistura de alegria pela coragem dela fazer o caminho de volta com sua pequena família, e, ao mesmo tempo, de medo pelo que pode vir pela frente nas rotas que ela estabeleceu e é claro, não são as que tracei pra mim.

Como num piscar de olhos, enquanto eu continuo catando meus pedaços e me reconstruo aprendendo a desapegar e criar novos valores, ela já fez o que precisava e está pronta para partir bem antes que eu… E vai me esperar por lá.

É óbvio que pensar que ter por perto o sorriso do meu neto me conforta e estimula mais do que nunca a fazer tudo o que precisa ser feito, e o quanto antes.

Tudo ganhou mais cor e faz mais sentido. A cada dia vou percebendo o que realmente importa. Preciso de bem menos do que sempre tive para viver: menos bens, menos objetos, menos roupas, sapatos, perfumes, panelas, mimimis.

Mas nunca, jamais, de menos afeto!

E quando perguntam o que vou fazer por lá é a Alma quem responde: vou reaprender a viver.

Meu personagem para os próximos anos? Talvez uma avó mochileira colecionadora de histórias e de gente, a buscar novas experiências para ser útil.

Ainda sinto pulsar forte em mim o sonho de lecionar e, principalmente, ser aluna em uma universidade europeia. Aos poucos, vou desenhando uma nova jornada cuja única bagagem que pretendo deixar crescer é a da espiritualidade e do conhecimento.

Hoje, só sei o que não sei. E me sinto liberta para o fim e o recomeço.

Agora, finalmente, terei o mundo pra chamar de meu. Namastê.

Leia Mais:

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E aí – Alto padrão é um elogio ou desqualificação?

25 Comentários
  1. Olá, me identifiquei muito com você. A diferença é que faço 60 e não tenho netos, mas vivo entre Brasil e Portugal. Porém está chegando o tempo que não viverei mais no Brasil e sim em Lisboa. Apesar de ter já vivido em Cascais por 5 anos de 91 a 96, hoje Portugal é outro país, bem diferente da época que vivi lá. Se tenho medo da mudança? Tenho e muito porque terei menos futuro e no Basil está todo o meu passado.
    Beijos!

  2. Me tocou muito seu texto, adorei!!!! Vá e viva tudo que puder!!!
    A nossa Alma fala conosco e a sua está falando contigo.
    Boa sorte, torcendo muito por você!!!

  3. Acabo de me aposentar e meu principal projeto é tornar a minha vida melhor e mais agradável. Aprendendo coisas novas, viajando e praticando muito o desapego. Alem disso procurando me cercar de coisas e pessoas agradáveis e principalmente buscando mais a minha espiritualidade e o amor ao próximo.

    1. Que legal Hilda. Acho que somos uma geração de mulheres realmente diferenciada!!! E quantas possibilidades temos hoje! A internet facilita tudo!Olha fiz curso até de brigadeiro gourmet, tarot, acupuntura energética, florais de bach, um monte de coisa que não tem a ver com minha área de trabalho, mas quem sabe posso utilizar no futuro…ou não ..tudo vale… aprender é uma delícia!
      beijos
      Cris

  4. Nem mesmo a liberdade, tão almejada, faz sentido se vc olhar em volta e não tiver com quem compartilhar! Vale filhos, amigos, companheiro.Felicidade é um estado de espírito completo onde quer que esteja!

    1. Concordo plenamente Vera .Mas o bom da maturidade é esse processo todo para entendermos o caminho, seja ele qual for. !beijão

  5. Adorei ! Sinto exatamente assim , que preciso de menos coisas materiais para ser feliz mas que preciso mais que nunca realizar todos meus sonhos , rápido sem perder um minuto
    Atuar fortemente em buscas de meus desejos como uma menina cheia de sonhos !!!!
    Estou curtindo muito 50 e poucos anos

    1. É isso aí…ainda somos meninas cheias de sonhos e isso é vitamina pra viver!

      50 e poucos anos é tudo de bom!!!Em alguns momentos damos algumas balançadas mas faz parte do processo.Bora viver!

  6. Meninas, a decisão não foi e nem tem sido fácil não. Vou escrever mais contando essa saga. Fico imensamente feliz com o incentivo e a identificação de todas vocês.Não tinha ideia que a minha história pudesse impactar dessa forma.Muita gratidão e um beijo a cada uma de vocês.

    Cris Bighetti

  7. Adoravel c sempre Dominique!!! Delicia acordar lendo suas histórias, q sempre cabemos em algum pedacinjo delas!!! Bom dia

  8. Nossa que texto forte…..essa é a nossa cara nao tem como fugir desse momento que chega querendo chegar finalmente……

    1. Neide, saiu do fundo do coração. Forte eu não sei, mas verdadeiro pode ter certeza.Nem eu esperava que impactasse tanta gente.Agora quero compartilhar tudo com vocês, cada passo!
      beijos

  9. Estou nesse dilema. O que é mais difícil deixar para trás não são coisas, mas as pessoas… n acha?

    1. Ana, não é fácil.Mas como dizia minha avó, pior que a morte é a agonia. O mais difícil é tomar a decisão e aos poucos, passo a passo ir tomando providências, atitudes e criando estrutura. Com cinquenenta e tantos anos temos o direito de decidir, voltar atrás, repensar, decidir de novo e mudar tudo. O que é bom pra uma mulher não quer dizer que seja o ideal pra outras.Penso que o autoconhecimento , esse sim, é nosso cúmplice.
      beijão
      Cris

  10. No seu texto, apenas dois pontos temos diferente, já passei dos 50 (tenho 55) e não tenho um neto. Ler o que você escreveu (tão bem por sinal), foi como se eu estivesse escrevendo, cada ponto e cada vírgula, até o sonho de cursar uma faculdade na Europa, temos em comum.Tenho pensado nisto todos os dias, só me resta agora, “planejar, pensar de novo. Juntar dinheiro,preparar documentação, pesquisar, pesquisar e pesquisar” e ter coragem.

    Gostaria muito de agradecer por ter colocado neste texto, tudo que eu sinto e não tive a coragem de escrever e por me ajudar a fortalecer a minha decisão.
    Muito sucesso em novo caminho, que Deus te abençoe. Abs

    1. Josy, eu que agradeço seu carinho. Também passei dos 50. Mas esse foi um processo que começou quando cheguei lá e não parou mais…nem sei se pára algum dia, espero que não.
      Boa sorte pra você! coragem!
      Cris

  11. Cris, uma amigamada me marcou no seu depoimento: ela me viu ali. E eu me reconheci nas suas palavras, na sua inquietude, no seu encontro com sua Alma. Estou em processo – mas ainda me falta coragem. Ainda não me sinto liberta para o fim, apesar de ansiar o recomeço. Mas suas palavras alimentaram um pouco mais meu desejo. Que seu novo caminho seja lindo, seja leve, seja pleno.

    1. Oi Cida! Que bom que se identificou.O mais importante é a gente escutar o nosso interior pois nem sempre é preciso voar para tão longe, mas para dentro da gente. beijão

  12. Identifiquei-me em grande parte com vc. Não cheguei aos cinquenta, já passei; estou chegando aos setenta.
    Torno minha sua pergunta: o que fazer para tornar mais digna e gratificante a vida que me resta?
    Pensar, pensar, pensar.Muita inquietude. Começar a planejar, juntar dinheiro, desapegar.Pesquisar, pesquisar, pesquisar.
    E mais: CORAGEM.

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Amante Por Um Dia – Um filme francês sobre amor, traição e fidelidade

Dominique - Amante por um dia
Hoje comento o belo Amante Por Um Dia, filme do francês Philippe Garrel que, apesar de não ser muito conhecido no Brasil, é um cineasta prestigiado pelo mundo.

Em seu novo filme apresenta uma história sobre amor, amizade e companheirismo. O enredo gira em torno de conflitos psicológicos aprofundados em seus personagens e passando por temas como a fidelidade amorosa.

A trama segue Jeanne (Esther Garrel, filha do diretor Philippe Garrel), que após terminar relacionamento de longa data com Mateo, volta para o apartamento do pai, o professor de filosofia Gilles (Éric Caravaca) que está morando com sua namorada e aluna Ariane (Louise Chevillotte). Superado o choque inicial, as duas passam a compartilhar segredos.

O filme foca tanto no relacionamento entre essas três figuras que vivem juntas, como em seus conflitos pessoais e usa desse cenário para discutir amor e traição.

A espinha dorsal do filme é mostrar como o tema fidelidade é visto pela ótica desses três personagens; pela desiludida Jeanne, pela fogosa Ariane e pelo homem maduro. A convivência dos três começa a levantar questões sobre o que é certo e errado na fidelidade. Assim eles percebem que todos têm muito a aprender.

Cada personagem sofre em algum nível com a insegurança gerada pelo amor e com a busca de uma liberdade pessoal. Coisas que não condizem com a estrutura tradicional de uma relação a dois, monogâmica.

O professor e a aluna tentam manter uma relação aberta, mas são ciumentos e inseguros demais para isso.  A filha não consegue superar o fim do namoro e procura entender onde errou. A aluna procura ajudar e dar apoio à filha em sinal de irmandade e empatia. As duas se tornam muito próximas e complementares na visão sobre amor e sexo. A figura masculina do pai/professor nesse meio reflete sua experiência de vida muito mais vasta e complicada do que a das duas jovens.

Dominique - Amante por um dia

Com esse trio de personagens, o roteiro faz com que o espectador se enxergue um pouco em cada um deles.

O roteiro escrito a quatro mãos acerta em cheio nos diálogos inteligentes e na elaboração das personalidades do trio.

A fotografia em preto e branco destaca a sutileza do relacionamento entre os personagens e a melancolia da trama.

Contando com o belo controle de iluminação dos cenários e a direção sensível de Garrel, a maior força da obra ainda fica por conta das duas atrizes principais.

Com interpretações valiosas através de suas expressões corporais e faciais que dão vida à Jeanne e à Ariane, as duas personagens são muito bem desenvolvidas por um roteiro que pretende provocar questionamentos.

Com tom assumidamente retrô (Nouvelle Vague), o filme defende seu charme com competência e sensibilidade em prazerosos 76 minutos.

[fve]https://youtu.be/E1eZ5-GaFYc[/fve]

Amante por um dia está em cartaz nos principais cinemas, vale a pena conferir.

Leia Mais:

A Duquesa – Um lindo filme de época disponível na Netflix
Eu, Tonya – Sarcasmo, Irreverência, ironia e más escolhas

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Contar amigos é o mesmo que contar com amigos?

Dominique - Amizade

Quantos amigos alguém pode ter? Sempre estranhei a facilidade com que algumas pessoas chamam de “minha grande amiga” uma infinidade de gente. Considero a amizade um espaço quase sagrado e por isso apertado. Para mim, cabem poucas pessoas.

Tenho muitos conhecidos e colegas, também uma conquista na vida. Amigo e amiga, no entanto, só consigo dizer para poucos. Por isso, fico incomodada de alguém usar essa posição privilegiada à toa. Como se contasse vantagem. Não parece?

Pode ser que não. Sei que estou sendo intransigente. Coisa de quem está meio fora do espírito da época. Para o Facebook, amigos se contam às centenas. Para esclarecer o assunto, proponho um jogo da verdade. E convido todas as Dominiques para participar. Para você, o que faz alguém ser uma amiga ou amigo?

Para quem é meio tímida ou pouco sociável, o máximo grau de amizade é poder ficar ao lado de alguém em silêncio sem se sentir aflita ou envergonhada. O silêncio é uma medida, assim como a vontade de falar sem travas, porque sabe que vai ser ouvida sem julgamento e com compaixão. Falo dos retraídos, porque me parece que os extrovertidos têm mais facilidade para fazer amigos e não têm dificuldade em puxar conversa.

Um segundo critério para a amizade consiste em saber com quem podemos contar nos momentos críticos. Comparecer em situações barra pesada mesmo – desemprego, falta de dinheiro, acidente, luto, crise de pânico, depressão. Muita gente não vai concordar, mas tenho minhas restrições a essa medida.

Nessa altura da vida, aprendi que esse gesto tem mais a ver com o espírito generoso do que com a amizade. Pessoas generosas ajudam os amigos e também novos conhecidos. Alguns nunca deixam de fazer uma visita no hospital e até servir de acompanhante. Outros, emprestam dinheiro a quem pedir. Alguns usam a habilidade de head hunter para conseguir trabalho para quem precisa. Continua valendo como medida?

Vamos a outro critério. Amizade vem de quem sempre ouvimos um sim para as coisas boas da vida. Festas, happy hours, viagens, shows, jantares, curso de dança, tarde no cabeleireiro, procurar um vestido. Maravilha. Sabemos o que dói não ser convidada ou não ter alguém para dividir um momento feliz. Mas como será a disposição dessa amizade para os momentos não felizes? Fico em dúvida.

Alguém pode defender – amigo é com quem a gente convive. Está certo, mas como explicar aquela situação de passar tempos sem ver alguém e retomar a conversa no mesmo ponto e com a mesma alegria? Por fim, ouvi uma definição que pode ser colocada nessa lista – amigo é aquele para quem podemos chegar desarmados. Não tenho restrição.

Então, o que faz a amizade ser verdadeira? Enquanto vocês pensam, lembrei de como as manifestações de amizade podem ser variadas e até estranhas. Vejam só:
Tem gente que tem amigos um a um.
Outros têm amigos em grupo.
Existem amigas que formam quase um casal.
Conheço quem se relaciona com muita gente e não tem um amigo íntimo.
Conheço outros com dificuldade de conversar com o vizinho e capazes de ser íntimos de cinco pessoas.

Alguns chegam na casa de alguém sem avisar e, se a porta estiver aberta, entram sem bater.
Existem aqueles que precisam marcar hora e local ou receber convite para encontrar o amigo.
Tem o marido amigo.
A irmã amiga.
O filho amigo.
Há os que substituem a família pelos amigos.
Tem quem não consegue fazer amigos fora da família.
Tem mulher e tem homem para quem a amizade só é possível com o mesmo sexo.
Tem quem ache que amizade não tem sexo.

Como se vê, amizade não se discute. Mas não é bom saber que a gente tem amigos? Digam lá Carole King e James Taylor.

Leia Mais:

A Maior Aventura de Minha Vida – O Chamamento, Capítulo 1
Vexame 3 – O Retorno – O creme de leite azedou o aniversário do filhote

Inês Godinho

Jornalista, brasileira, ciente das imperfeições e das maravilhas da vida. Contradições? Nada causa mais sofrimento do que um texto por começar e não há maior alegria que terminá-lo.

5 Comentários
  1. Amigo prá mim é aquele com quem vc conta para rir , chora… Aquele por quem vc ou ele está sempre por perto quando um ou o outro precisa.

  2. Para cada um existe um critério.
    De qualquer modo o texto é bastante reflexivo, em tempos onde amizades são tão banalizadas.

  3. Amigos individuais ou em grupo..tem pra todo gosto..aprendi q o bom é a afinidade do coração e da alma, que não coloca restrições..como vc bem pontuou…
    Belo texto. Obg.

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