Dominique

Coisas de Dominique é onde histórias de mulheres são contadas. Histórias de mulheres que realmente têm o que contar.
Eliane Cury Nahas por vezes transcreve, por vezes traduz coisas que Dominiques (aquelas mulheres com 50 ou mais anos de histórias) contam. Surpreendentemente você se identificará com muitas delas, afinal #SomostodasDominiques

Vexame 1 – A Saga – A culpa é sempre do creme de leite

Dominique - Vexame
Vexame, situação embaraçosa, B.O. Famoso Boletim de Ocorrência. Gíria para dizer que pisamos na bola. Que deu ruim. Bafão.

Quem nunca? Que jogue a primeira pedra aquela mulher que nunca rodou a baiana num momento de pura ira e percebeu depois que não tinha a menor razão.
Quem nunca subiu na mesa fazendo a dancinha da garrafa (na frente da futura sogra).
Quem nunca teve um ataque de ciúmes de rasgar a camisa do namorado e saber depois que a mulher que viu com ele, de longe na banca de revista, era a Tia Amélia.

Como já somos amigas de infância, vou contar aqui alguns de meus B.O.’s.
Claro que não os piores.
Só os mais divertidos.
Porque vamos combinar que têm uns que JAMAIS contaremos e jamais esqueceremos.
Nem os outros. Affff!

Um belo dia, já casada com meus dois filhos nascidos, tive um desentendimento qualquer com meu irmão mais velho e resolvemos jantar para, civilizadamente, resolver nossa querela.
Bacana, né?
Marcamos num restaurante pertinho de onde trabalho. Fui a pé.
Claro que eu estava um tantinho tensa.
Algumas conversas nunca são fáceis, ainda mais com pessoas tão queridas.
Ele também não estava com cara de muitos amigos. Pedimos um vinho.
Pedi uma massa. Ele um peixe, o que já me deixou com uma baita dor na consciência!

PQP.

Conversa dura na primeira taça de vinho.
Lavação de roupa suja na segunda.
Entendimento na terceira.
E felizes planos para o futuro na quarta.
Nenhum dos dois estava bêbado. Mas o sentimento era de alívio.
Jantamos. Tomamos café (eu ainda dormia nessa época).

Ele me ofereceu uma carona até meu escritório para que eu não andasse sozinha à noite.
Assim que entrei no carro, meu mundo deixou de ser meu.
Ele girava à revelia de minha vontade.
Ele falava alguma coisa, mas eu não escutava mais do que um deformado e distante Uoumm Uoumm Uoumm Uoumm…
Embicou o carro na garagem do prédio e sei lá como consegui falar:
– Não entra não. Me deixa aqui, porque eu vou subir para pegar minhas coisas.
– Tem certeza?
– Claro…Beijo e super tks.

Burrrrraaaaaaa. Porque não falei que estava passando mal?
Porque não falei que não ia conseguir dirigir?
Porque não falei nada?
Era meu irmão, cazzo!

Passava das 22h. Cumprimentei o porteiro/segurança da noite e passei a catraca rumo ao elevador.
– Oi Marcão! Acende a luz por favor. Está tão escuro aqui.
– Mas a luz está acesa D. Dominique.
– Como assim? Não estou nem enxergando o botão do elevad……

A outra coisa que me lembro é de estar no chão e o Marcão do meu lado.

– Dona Dominique acorda. Pelo amor de Deus, o que aconteceu? Acorda Dona Dominique. O que eu faço?

Abri os olhos..Entendi que tinha desmaiado.
Tadinho do Marcão. Um afrodescendente de grande porte. Um armário. Estava completamente apavorado! Lívido!

– Marcão, por favor, me ajude a chegar na minha sala. Só isso. Já vou melhorar. É só um mal estar.

Levantei-me e nesse momento percebi que estava sem meus sapatos que devem ter saído do meu pé a hora que desmaiei.
Aliás, sapatos liiindooos, saltos altíssimos, quase agulha que combinavam com minha saia lápis.
Yesssss, eu estava de saia para complicar toda a cena.
Amiga… Imagina isso…
Entramos no elevador. Eu amparada no meu enorme anjo da guarda.
Adivinha?
Pufffff. Apaguei de novo.
A outra coisa que me lembro é do coitado do MArcão quase chorando me carregando no colo na porta da minha sala.
Pedi que ele me ajudasse a chegar em minha poltrona.

Gente eu estava uma pasta.
Liguei para meu irmão que deveria estar há duas quadras de lá e pedi que voltasse.
Marcão desceu para seu posto rapidamente.
Alberto chegou, expliquei rapidamente o que estava acontecendo.
No meio da frase corri para o banheiro.
Passei muito, muito muito mal.
Tão mal que num determinado momento, vejo maninho ligando pra maridão.
– Meu, vem pra cá que sua mulher tá passando mal. Eu não vou dar conta sozinho.
Olhei pra ele com cara de madrasta, mas fraca demais para responder a essa covardia.
– Sinto muito Dominique. Muita bucha pra eu segurar sozinho.

Não deu 15 minutos e Guilherme entra na sala. Vai direto no pescoço de Alberto.
– O que você fez com sua irmã? Brigou com ela????
– Calma, Calma! Ela só bebeu demais.
– Não foi nada disso!
Aí eles lembraram de olhar para mim.

Sentada na minha tão querida poltrona, exaurida, cabelo grudado no rosto de tanto suar frio, branca como um papel. Olhar parado, só esperando a onda seguinte de enjoo para correr ao banheiro.
Não. Aquilo não pode ter sido um porre.
Aquilo foi uma intoxicação. Brabésima. Creme de leite estragado provavelmente.
Bom…Nada tão grave assim.

Agora, mais vale a versão do que fato, não é mesmo?
Lembra do Marcão?
No dia seguinte, o prédio inteiro estava sabendo que eu tinha chegado de porre à meia noite e que ele teve que me carregar no colo.
E que depois dois homens brigaram por minha causa.
E o que era aquilo em cima da recepção, perguntavam meus vizinhos curiosos?
– A prova do crime.
Meus sapatos eram exibidos como troféu no balcão da recepção.
Marcão, Marcão, que bela versão, hein?

Quem vexame hein Dominique? Derrubada pelo creme de leite…

Leia Mais:

Dia de São Longuinho – Quem nunca deu três pulinhos?
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Dominique

Nasceu em 1964. Ela tem 55 anos, mas em alguns posts terá 50, 56, 48, 45. Sabe porque? Por que Dominique representa toda uma geração de mulheres. Ela existe para dar vida e voz às experiências, alegrias, dores, e desejos de quem até pouco tempo atrás era invisível. Mas NÓS estamos aqui e temos muito o que compartilhar. Acompanhe!

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Tom & Jerry & Lewis – Deliciosas lembranças daqueles sábados

Algumas coisas me arremessam à minha primeira infância.

Engraçado, né?
Como ter lembranças dos 3, 4 ou 5 anos?
São raras.
Algumas vezes, meu pai me levava com meu irmão ao cinema do Shopping Iguatemi, nas manhãs de sábado.
Tom & Jerry.
Você tem ideia do que era emocionante?
Sim…Tom & Jerry na telona também era muito legal.
Mas emocionante mesmo era o papai sair sozinho conosco!
Só nós três de mãos dadas.
Meu outro irmão era muito pequeno ainda para nos acompanhar.

Antes de começar o desenho, passava algo em preto e branco, com um homem falando difícil.
Era interminável! E muito, muito chato. Ainda mais diante de nossa ansiedade infantil.
Eu, como sempre, ou ao menos durante minha infância, me continha e esperava. Mas meu irmão não…
– Muda pai! Muda de canal, papai! Muda pra começar!
Era isso toda vez. E toda vez o cinema inteiro gargalhava com o pedido choroso daquela criança.
Eu morria de vergonha!

Mas um dia ele falou que iríamos assistir algo diferente.
Um filme de verdade.
E lá fomos nós três.
O horário também era diferente. Fomos à tarde.
O público também era diferente. Crianças mais velhas.
O cinema também era outro. Numa rua movimentada.
Mas o homem falando difícil naquele filme preto e branco era igual.
Ai que chato!
E começa o filme.
Era um moço fazendo caretas e andando esquisito.
Lembro-me nada ou quase nada do que se passou na telona.
O que ficou foi a deliciosa gargalhada de meu pai.
Gargalhava tanto que quase perdia o fôlego e falava:
– Esse fulano é um gênio!

Depois desse dia, assistimos juntos muitos filmes de Jerry Lewis.
Ele e meu irmão sempre acharam mais engraçado do que eu.
Não via muita graça naquele pastelão ou naquele moço sempre se dando mal.
Às vezes, morria de pena dele, sei lá.

Com o tempo comecei a ver a coisa de outra maneira.
E claro virei mais que fã.
Sou uma grande admiradora.

Tanto que para mim e meus dias difíceis tenho um remédio que quase sempre dá resultado.
Para mim, este vídeo com música de Count Basie e interpretação divina de Jerry é arco-íris em dia de chuva.
Assisto compulsivamente uma vez atrás da outra.
Não sei o que nele tem efeito calmante em mim. E energizante. Não sei mesmo.

Hoje Jerry Lewis faria 92 anos.
Meu pai teria 84.
Saudade de sua gargalhada.

[fve]https://www.youtube.com/watch?v=kS21T_p0pNA[/fve]

Jerry Lewis com certeza deixou saudade…

Leia Mais:

Meu primeiro pilequinho. Dei PT com licor de cacau
Amiga pra valer é tão gostoso quanto café com leite

Eliane Cury Nahas

Economista, trabalha com tecnologia digital desde 2001. Descobriu o gosto pela escrita quando se viu Dominique. Na verdade Dominique obrigou Eliane a escrever. Hoje ela não sabe se a economista conseguirá ter minutos de sossego sem a contadora de histórias a atormentá-la.

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E subimos ao paraíso – 2º andar da Boutique Sensual

Dominique - Boutique SensualDominiques numa Boutique Sensual – Parte 2.  Queridas, promessa é dívida.

No texto A primeira experiência de Dominiques numa sex shop – Primeiro andar comecei a contar como foi a primeira visita de três Dominiques a uma sexshop. Mas parei no primeiro piso. E prometi que contaria a parte mais divertida neste texto.

Mas para ficar mais interessante, pedi para a Bela escrever desta vez.

Contar nossa descoberta, claro que recheada com detalhes, tudo tim tim por tim tim.

– Bela, a bola está com você!

– Obaaa! Deixa comigo Dominique.

Amei a incumbência de relatar nossa inesquecível experiência no mundo da Boutique Sensual, o nome mais chique para a Sexshop.

Eu, Dominique e Celia já estávamos mais à vontade com a Juju Balagandan e com a curiosidade à flor da pele para subir aquela escada. Detestamos atividade física, mas nunca ficamos tão ansiosas para exercitar a panturrilha. Apenas alguns degraus para chegar ao paraíso ainda desconhecido.

Pois é amiga, é ali que a magia acontece.

Brinquedinhos e brinquedões de todos os formatos, cores, tamanhos e texturas. Alguns fazem o trabalho sozinhos, movidos à pilha. Outros, manuais, dependem de um certo esforço nosso ou do nosso companheiro.

Divertido além da conta é a Juju explicando como usar cada um deles. A cara da Celia foi impagável!!!

Num determinado momento olhei para uma pedra linda colorida parecida com uma ametista roxa! Na outra extremidade um treco meio pontiagudo de metal prateado. Enquanto Juju demonstrava os brinquedos com riqueza de argumentos e detalhes, instigando nossa imaginação até as últimas consequências, fixei os olhos na pedra e não conseguia imaginar para que servia tal objeto. Digamos que anatomicamente não se encaixava em lugar algum. Já tinha gastado todos os meus neurônios tentando montar aquele quebra-cabeça quando desisti, perdi o pouco da vergonha que me restava e apelei para a sabida criatura:

– Juju, o que é isso? Para que serve esta pedra com esta ponta, não é o cúmulo do perigo isso aqui?

Juju, como sempre, com a naturalidade de uma irmã franciscana, responde sem nenhuma nuance na voz:

– É uma joia anal.

– Como assim? Não entendi. Me sentindo a pessoa mais desinformada da face da terra.

– É um enfeite, um adorno. Fica lá encaixadinho só com a pedra para fora. E quando o parceiro chega perto, surpresa!!!

– Ah, tá! Agora entendi tudo! Quero uma de cada cor….Mas sério, se me contassem não acreditaria. E talvez jamais entenda a utilidade.

Enquanto desvendávamos aquela infinidade de possibilidades, uma mulher entrou. Uma Dominique. Sem nenhum constrangimento, perguntou para Juju o que ela poderia levar para ajudar na atrofia vaginal.

Na mesma hora, a vendedora mostrou uma série de alargadores para exercitar a vagina que vai se alargando conforme o exercício é feito. Sabe como funciona musculação? Então é assim. Achamos sensacional!

Celia perguntou sem a menor cerimônia, como se fosse colega de infância, o que era e como ela tinha descoberto a tal atrofia.

– Querida, tenho quase 70 anos. Não é todo dia que tenho amiguinho para brincar. E meu ginecologista disse que para a minha vagina não fechar, não perder a musculatura, eu preciso treinar. Oras…Treinar com quem? Para ser todo dia só se for com estes amiguinhos. E tenho que começar treinando com um bem modestinho.

– Ahhhhhh, entendi! Mas me diga uma coisa, quantos anos tem seu amigo?

– Uns 70 também.

– E pra ele rola fácil?

– Não vou mentir. Às vezes dá um trabalho danado. Mas o negócio é curtir o caminho e a brincadeira. Outro dia comprei um “ovo” aqui com a Juju. O tal “ovo” foi só para esquentá-lo.

– Jujuuuuuu, o que é esse ovo?

– Calma meninas. Tá aqui o ovo. Vejam…

Bom, o tal egg é um masturbador masculino. É feito de silicone supermacio e muito elástico, ajustável a todos os tamanhos de pênis! Na parte interior possui texturas para excitar ainda mais! Essas texturas permitem uma massagem gostosa no pênis enquanto você estica, gira ou aperta o egg no membro.

Todas nós imediatamente compramos um destes para levar. Na verdade, compramos um moooonte de coisas.

Mas aí uma questão pairava no ar. Tá bom, a gente compra um brinquedo, mas como faz para guardar? Onde esconder? Não é algo que dê para deixar numa gaveta da cômoda, né? Como sempre, a esclarecida Juju, que pensa em tudo, explica:

– Embrulhe na sacola preta da loja (que não tem nenhuma identificação), é claro, e coloque em alguma bolsa, junto com todas as outras bolsas que você tem na prateleira no seu armário! Prontinho. Quem vai mexer lá?

Decididamente, hoje, só sofre quem quer.

Tem solução para tudo. A felicidade está ao alcance de qualquer uma de nós, basta ter um cartão de crédito e deixar o pudor de lado.

Nós três compramos produtos diferentes, afinal temos realidades distintas, mas todas com o mesmo propósito: ser feliz! E nós merecemos, concordam? E como!

Acabou a vergonha e aumentou a curiosidade para experimentar os brinquedos adquiridos ao vivo e a cores.

Obrigada Bela querida!!! Amei seu relato. Não poderia ter tido companhia melhor nesta visita a boutique sensual!!

Leia Mais:

Me Chame Pelo Seu Nome – Um sensual despertar para a sexualidade
Vexame juvenil – a doce descoberta do prazer etílico

Dominique

Nasceu em 1964. Ela tem 55 anos, mas em alguns posts terá 50, 56, 48, 45. Sabe porque? Por que Dominique representa toda uma geração de mulheres. Ela existe para dar vida e voz às experiências, alegrias, dores, e desejos de quem até pouco tempo atrás era invisível. Mas NÓS estamos aqui e temos muito o que compartilhar. Acompanhe!

6 Comentários
  1. Adoro suas historias!! Tinha um brinquedinho guardado no fundo do guarda roupa.. um belo dia chego em casa e minha funcionaria tinha resolvido dar uma geral no guarda roupa… apenas peguntei a ela : Guardou tudo no seu devido lugar?!?! e ela: Tudinho !! kkk
    Não sabia se ria ou se enfia minha cara em um buraco.

  2. Vc pode dar um ponto de referência desta loja, eu nunca ouvi falar desta rua e bairro. Meu desejo é ter um bem moreninho, bem roliço e boa medida kkkkk tenho meus 62 anos, e já faz mto tempo solitária!!!

  3. Adorei a história… tanto que gostaria de ter a minha experiência também. Você pode me passar o endereço dessa loja?

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Meu primeiro pilequinho. Dei PT com licor de cacau

Dominique -Porre
Não sou de beber muito. Nem pouco. Bebo se estou com vontade e o que eu gosto. Dificilmente fico de porre, porque infelizmente passo do estágio “ai, acho que vai ser bom” para o “nunca mais na minha vida, acho que vou morrer” em alguns segundos.

Mas tenho histórias memoráveis.

**Meu primeiro porre

14 anos. Ganhei de presente de meus amiguinhos minha bebida predileta: “licor de cacau”. Era período de férias e fomos comemorar juntos na casa de não sei quem.

Bebi a garrafa sozinha, inteirinha, como se fosse chocolate derretido.
Moral da história?
Nunca mais na vidaaaaaaa quis ver o tal licor na minha frente.
Virei do avesso, claro.

**Meu segundo porre (eu acho)

Estávamos no começo do segundo colegial e o Marcão convidou a classe toda para um final de semana na sua casa, em Itanhaém. A condição das mães era que algum “adulto” fosse junto. Foi a mãe de uma das meninas.

Enfim…Baita farra. Ônibus, praia, sol, cantoria e rouquidão. Fiquei completamente afônica e sofrendo horrores. Imagine uma menina com a turma toda sem poder falar?

Aí me aparece o meu superamigo com um remedinho mágico. Um copo com um líquido dentro dizendo que aquilo me faria ficar boa rapidinho, mas tinha que virar. Só funcionaria se fosse de um gole só.

Confiando nele como sempre, virei um copo de pinga com mel. A rouquidão passou realmente, mas só percebi quando acordei 12 horas depois.

Disseram que eu cai durinha segundos após virar o copo. Meu amigo não só ficou com remorso como muito preocupado. Quem não dormiu foi ele, hahaha.

**Meu enésimo porre

Um dia sai com um cara que estava paquerando há tempos…
Gente, estou falando de anos 80. A coisa era diferente.

Naquela época, saiamos domingo à noite.
Comíamos fritura, comida pesada, qualquer coisa.

Remédio de regime era vendido livremente em farmácias.
Claro que de tempos em tempos eu tomava um Hipofagin e passava o dia inteiro com uma maçã.
E atire a primeira pedra quem nunca fez uma loucura destas.

Mas loucura mesmo era beber tomando estes remédios. E num primeiro encontro então!

No segundo gole da caipirinha, comecei a passar mal.
Pedi licença e fui ao banheiro.
Ah, o gato não ia me ver passar mal daquele jeito. Não depois de semanas batalhando por aquele encontro.

Entrei no banheiro, molhei os pulsos e sentei num banquinho, respirando fundo para esperar passar o mal estar.

De repente, escuto batidas na porta e alguém me chamando aos berros.
Era meu gato. Ou meu ex-futuro gato.

Fazia 45 minutos que eu estava no banheiro! 45 minutos e não percebi!
Desmaiei? Apaguei? Não tenho ideia.

Só sei que quando sai as luzes do estabelecimento já estavam apagadas, cadeiras em cima da mesa e apenas um foco de luz em cima da nossa mesa com os pratos que pedimos deprimentemente esperando por nós.

Pensei com meus botões: – Bom, este riscarei do meu caderninho. Nunca mais vai me ligar! Acabou aqui e agora.

Menina, não é que casei com ele? Sério!
Vai entender, né?

Quem não tem uma boa história de um porre juvenil para contar?

Mas me animei!! E resolvi contar toooodooos (quase todos) meus B.O.s da minha vida adulta. Semana que vem tem mais tá?

Leia Mais:

Ainda com a ressaca de Carnaval? Conheça algumas receitas antirressaca
Os desafios da recolocação no mercado de trabalho para Dominiques

Dominique

Nasceu em 1964. Ela tem 55 anos, mas em alguns posts terá 50, 56, 48, 45. Sabe porque? Por que Dominique representa toda uma geração de mulheres. Ela existe para dar vida e voz às experiências, alegrias, dores, e desejos de quem até pouco tempo atrás era invisível. Mas NÓS estamos aqui e temos muito o que compartilhar. Acompanhe!

1 Comentário
  1. Eu tinha 17 anos, morava em Caxias do Sul, vinho, conhaque…. Pois bem, passamos na casa da mãe do meu tio, estava muito frio, e ofereceram uma taça de conhaque, achei chic, nem gostei muito, mas bebi. Chegando na casa dos tios com quem eu morava, fui ajudar a lavar o carro, e tomei outra taça de conhaque…. Hahaha… Já estava tontinha, fomos almoçar e serviram vinho…. Aí meu Deus!!!!
    Não esqueço da vergonha que passei!!!

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A primeira experiência de Dominiques numa sex shop – Primeiro andar

Dominique - Sex Shop

Primeiro piso.

Chegou a hora de contar um segredo.

Você acredita que na minha idade nunca fui a uma sex shop? Nunca tinha ido.

Yesss darling! Desvirginei. Já tinha usado brinquedinhos antes, mas nunca fui eu a comprar, portanto, nunca tive exatamente aquilo que queria.

Se me perguntar o por que nunca fui com tantos anos de vida sexual ativa, tá bem tem fases que nem tanto, outras ativíssimas, eu respondo que não foi por falta de curiosidade, vontade ou até coragem.

Toda vez que pensava em sex shop me vinha à cabeça aquelas lojas bizarras da Avenida Bandeirantes, em São Paulo, com neon e fantasias grotescas e machistas (nada contra) na vitrine, entradinha acanhada e pintura roxa descascada.

Simplesmente não tinha tesão naquela coisa tão decadente.

Mas aí, aprendi a primeira coisa! Meninas, nós não precisamos ir ao Sex shop. Nós frequentamos Boutiques Sensuais! Yes, ha uma enorme diferença que eu já explico, calma!

Quer motivo melhor para ir a uma Boutique Sensual do que escrever para vocês? Pois é, por vocês, Dominiques, embarquei numa excursão rumo ao desconhecido.

Então, não que eu precisasse de desculpa, mas um incentivo sempre cai bem.

Chamei duas amigas. Claro, Clóvis, qual é a graça de fazer uma coisa dessas sem ter com quem comentar o resultado depois?

Combinei com as duas que ainda não se conheciam. Marquei hora e local. Como autênticas Dominiques toparam na hora. Surpresa alguma. Conheço meu eleitorado.

Fui a primeira a chegar, mas esperei dentro do carro. Sei lá, ficar em pé em frente a um Sexshop pode ser esquisito, né?

Minha amiga que aqui chamarei de Bela, chegou e parou o carro atrás do meu e também ficou quietinha esperando.

A terceira amiga que vou batizar de Celia, estacionou numa rua distante e veio caminhando. Saímos, então, eu e Bela do carro.

Apresentações feitas, pergunto para Celia porque parar o carro tão longe? Como a tal loja era relativamente perto da casa da filha, tinha medo que o genro visse seu carro na porta. Como explicar? Dei muita risada, afinal estávamos no mínimo a dez tortuosos quilômetros distantes da casa da filha.

Tiramos uma selfie na porta da loja, bem embaixo do letreiro, para desespero de Celia e deleite de Bela.

Vale um esclarecimento aqui. Temos estados civis e idades diferentes. Mas não direi quem é quem. Uma tem um namorado há 4 anos, quase da mesma idade, gatérrimo e cheio de vontade. Outra um affair com um homem 10 anos mais velho e a outra casada há 22 anos. Temos 49, 56 e 64 anos.

Entramos na loja que tinha campainha! Veio nos receber uma vendedora exuberante. Cabelos crespos enorme, superextravagante e bonita.

Um balcão. Lingeries e espartilhos pendurados em araras e duas prateleiras cheias de frascos.

Ué, cadê os brinquedinhos? Aquele monte de borrachas, pênis, bolinhas? Parecia que eu estava numa muambeira da Victoria Secret, jamais em uma loja “de e para” sacanagens.

Minha amiga Bela, apesar de um certo constrangimento, fez a introdução e explicou que éramos as três novatas, por incrível que parecesse.  E pediu para a vendedora Juliana explicar do B A BÁ.

Juju, a vendedora já íntima, explicou detalhadamente sobre cada um dos frascos que tinham de tudo menos hidratantes. Havia, no entanto, um certo cuidado com as palavras.

Coloquei a mão no seu braço e disparei com minha habitual honestidade:

– Juliana, minha cara, é nossa primeira vez num Sexshop, mas querida, não se engane, já fizemos muita coisa nessa vida e ainda fazemos. Mas muiiita mesmo. Pode falar claramente porque aqui ninguém é principiante não.

Não precisei falar duas vezes. Juju dos Balangandas soltou o verbo.

Dominiques, existem milhares de produtos, os mais variados, que surpreendem e muito pela imaginação. Como alguém pensa num treco desses? E como eu não sabia que isso existia até agora?

Uma infinidade de cremes e loções para excitar ambos os sexos. Gel com todos os gostos, loção que faz com que a vagina fique estreita e o pênis maior (não é mágica, a Juju jura que acontece), líquidos com aromas para atrair o sexo oposto, creme que vibra… Esse eu vou ter que explicar. É um creme, pasta, gel, tanto faz a consistência daquilo, que faz nosso clitoris esquentar e tremer.

Consegue imaginar a nossa curiosidade?

Juju sorri e pede para esticarmos nossos dedos mindinhos. Ela coloca um pouquinho do tal creme e pede para passarmos na parte interna de nossos lábios (da boca pelo amor de Deus!), cada um no seu, claro. Amigaaaaaaa de repente, aquilo começa a fazer o lábio adormecer, sinto um leve tremor e a boca esquenta, muito. Tudo altamente prazeroso.

Juju com aquele sorriso de quem sabe tudo diz:

– Agora imagina isso na “menina”. Vai facilitar muito o trabalho dos parceiros. Vocês já chegarão quentes. Sabe no melhor estilo vem quente que estou fervendo?

Juliana é uma verdadeira consultora em sexo e explica com a naturalidade de um monge tibetano todas as funções das loções mágicas e brinquedinhos.

– Como assim eu não conhecia este lugar? – perguntou Bela arrancando os cabelos.

Juju explica que estávamos em uma butique sensual e não em sex shop. Normalmente, na sex shop somos atendidas por homens, os clientes cruzam uns com os outros. Tudo bem se você for superdesinibida, mas se não for?

Na Boutique Sensual tudo tem mais a ver com o gosto e sabor da mulher. Não é escancarado, nada é feito para nos constranger. As vendedoras são bem treinadas para detectar, quase sem perguntar, o que queremos ou gostaríamos.

Depois de assistir à exposição de tal variada linha de produtos e degustar alguns, aqueles que eram possíveis na situação, para minha surpresa, Celia pergunta que horas começa a brincadeira pra valer? Afinal, onde estava o que interessa, os brinquedos de verdade?

E, aí, somos convidadas a subir para o primeiro andar. Quer conhecer um novo parque de diversões? Conto na semana que vem, combinado?

Menina.. esse e só o começo de uma louca aventura de Dominiques uma sex shop, quer dizer, em uma boutique sensual…

Leia Mais:

Jamais diga desta água não beberei – Sim eu fiz uma tatuagem – Parte 1
Sobre vínculos, o que entendemos que seja o amor ao longo do tempo

Dominique

Nasceu em 1964. Ela tem 55 anos, mas em alguns posts terá 50, 56, 48, 45. Sabe porque? Por que Dominique representa toda uma geração de mulheres. Ela existe para dar vida e voz às experiências, alegrias, dores, e desejos de quem até pouco tempo atrás era invisível. Mas NÓS estamos aqui e temos muito o que compartilhar. Acompanhe!

12 Comentários
  1. Show, quero ter essa mesma experiência, nunca fui a uma loja sensual e tenho muita vontade. Meu relacionamento tá precisando de uma pitada de sensualidade. Você pode me enviar o endereço?
    Obrigada.

    Kala

  2. Ahhhh, como é bom conhecer coisas….
    Confesso que gosto e costumo sanar todas as minhas curiosidades.
    Será que conheço está?
    Manda o endereço, miga!!

  3. Amei o texto!!! Pena que na minha cidade não tem uma loja assim!! Mas ainda visitarei, se Deus quiser! 53 anos

    1. Beatriz, ir a uma loja é mega divertido. Mas tem sites que tb fazem as vezes. Podemos comprar pela internet. Vem uma caixa discreta. E no cartao sai algo como quitanda do ze (brincadeira, mas quase isso).

  4. Mal posso esperar as cenas dos próximos capítulos. Vc pode dizer onde fica essa loja ou outras do gênero?

    1. Nazaré, o próximo vou publicar amanhã. Conto pra vc sim. Mas te mando por email, tá? Me diga para qual e-mail posso mandar. Para esse aqui? Beijocas

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