Dominique

Coisas de Dominique é onde histórias de mulheres são contadas. Histórias de mulheres que realmente têm o que contar.
Eliane Cury Nahas por vezes transcreve, por vezes traduz coisas que Dominiques (aquelas mulheres com 50 ou mais anos de histórias) contam. Surpreendentemente você se identificará com muitas delas, afinal #SomostodasDominiques

Recomeços aos 50 anos. Existem? Sim senhora.

Dominiques me pedem para falar sobre recomeços aos 50 anos.

Recomeços….

Fico eu pensando cá com meus botões. Todo dia que acordo é um recomeço porque sou uma nova pessoa, com novas dores pelo corpo.

Mas acho que não é a isso que elas se referem.

Imagino e só imagino o tipo de recomeço de que estamos falando.

Chegamos aos 50, 60 anos. Mais do que recomeçar, decerto, muitas vezes temos que nos reinventar.

Palavrinha meio que na moda essa, que quando acompanhada da palavra resiliência chega a me dar frio na espinha e visões de bruxos da auto ajuda.

Verdade é que nessa idade parece que mudamos de patamar, dessa forma, coisas que faziam sentido antes, deixam de fazer.

Só para exemplificar, vou falar de um fato bem bobinho, quer ver?

Suas compras de supermercado. Como era sua compra de supermercado quando você tinha os filhos em casa? E agora depois que eles saíram de casa, como é? Com toda a certeza aquela compra monstruosa deixou de fazer sentido, aquela geladeira abarrotada, os Toddynhos e os Gatorades, né? Confesso que ainda hoje, passo pelas gôndolas dos Danoninhos com uma certa nostalgia.

Quantas de nós não chega aos 50/60 anos com questionamentos existenciais?

E agora? Já trabalhei, aposentei-me, já criei meus filhos. Minha missão acabou? O que vou fazer do resto de minha vida?

Bem, a resposta eventualmente estará no recomeço.

Ah, existe outro tipo de recomeço. Não raro, vemos mulheres que estavam casadas há 25,30 anos, inesperadamente ficando sozinhas.

Mas como assim? Passei mais tempo com ele do que com meus pais. Como ficar sozinha justamente agora? Conseguirei refazer minha vida amorosa? Vou ter dinheiro não apenas para meu plano de saúde mas para para minha velhice? Vou ter companhia para ir a um teatro, um cinema, uma caminhada? Para quem vou contar as miudezas de meu dia? Por mais que eu fique tentada, não vou ligar para uma amiga para contar que acordei gripada justo no dia que a faxineira faltou.

Bem queridas amigas, casadas ou não, com ou sem filhos, a verdade é que estamos numa fase de recomeços. Em todos os sentidos. E por onde começar?

Affff, como é difícil até de pensar nisso.

Não tenho fórmulas e nem cases de sucesso prontos e formatados para apresentar. Mas conheço algumas histórias. E você deve conhecer outras. Que tal se contássemos aqui algumas delas? Pode ser inspirador.

Sabe o que eu acho? Podemos contar todo tipo de história. Com final feliz ou não. Sabe por que? Porque somos humanas e não somos feitas só de sucessos.

É importante saber que outra colega se deu bem, mas também alguém entrou numa roubada. Isso faz com que nos sintamos mais próximas.

O que vocês acham? Acho que eu vou começar contando aqui uma história sobre recomeço, tá?

E para que todas tenhamos voz sem constrangimento, vou dar o nome de Dominique para todas as personagens de nossas histórias. As histórias de recomeços aos 50 terão sempre uma Dominique como protagonista.

Eliane Cury Nahas

Economista, trabalha com tecnologia digital desde 2001. Descobriu o gosto pela escrita quando se viu Dominique. Na verdade Dominique obrigou Eliane a escrever. Hoje ela não sabe se a economista conseguirá ter minutos de sossego sem a contadora de histórias a atormentá-la.

3 Comentários
  1. Conheci agora o blog. Apaixonei!!!tenho muitas histórias. Hoje aos 58 anos tenho que me reinventar todo dia.

  2. Existem, sim senhora !
    Recomecei em um outro continente… trazendo comigo só meus filhos e algumas roupas, sapatos, bolsas e maquiagens.
    O restante ficou tudo no meu apartamento no Rio. Deixei, com saudades, minha família e meus amigos.
    Mas Andréa, mudar para outro país, em outro continente, com 50 anos ? Isso, exatamente… completei meio século, olhei para trás e não parecia ter vivido tanto tempo… Chegou a hora de uma mudança radical. E foi.
    Hoje, moro em Gaia, em Portugal, com o meu casal de filhos adolescentes, minha mãe vem me visitar mas foge do inverno, mas ano passado já não queria voltar para o Brasil – agora já tem, até autorização para moradia até 2024 !!!!!
    Foi tudo fácil ? Claro que não, mas valeu a pena e vale, sempre, recomeçar, se reinventar…
    Eu fiz com 50, a minha mãe com 87 !

    1. Andrea querida…Que história bacana. Inspiradora e corajosa. Mudar de país nao é para qualquer um. Conheco de perto algumas das dificuldades que deve ter passado. Nao todas. Mas conheco também a sensacao de liberdade, de felicidade, de êxtase misturado com frio na espinha, de passar a régua e comecar do zero. Comecar do zero é maneira de expressao, uma vez que a nossa bagagem e nosso passado nos acompanham onde quer que estejamos. Beijo grande e obrigada por seu depoimento..

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Triste, Louca ou Má – A Música de minha trilha para 2019

Só de ler o nome dessa música, já deveria ter entendido que era um sinal. Triste, Louca ou Má. Tem nome melhor para uma música do que esse?

Além do nome maravilhoso, a música é arrebatadora.

Obviamente será ela que representará o ano de 2019 na trilha sonora da minha vida.

Você sabia que eu escolho uma música todo ano, né? Não? Então se tiver curiosidade, no fim desse texto, colocarei o link para as músicas dos outros anos, tá?

Já tinha essa música no meu Spotify porque adoro Mariana Aydar, sua voz, seu repertório, seu gosto por ritmos tão nossos, sem falar o que ela é gata.

Entretanto quando aleatória e raramente ela tocava, eu escutava, gostava, sem botar reparo de verdade, entrando por um ouvido e saindo por outro. Como se estivesse ouvindo uma belíssima canção cantada em Finlandês.

Foi em dezembro, mais precisamente em um domingo, que ela tocou. No rádio e na minha alma. Duas vezes.

Foi ela que me ajudou a tomar importante decisão em minha vida. Certamente que já vinha cozinhando, mastigando, engolindo, digerindo, o assunto há tempos. E mesmo assim, com dúvidas, muitas, e pedindo um sinal.

Pedindo um sinal para quem Lili? Para quem você haveria de pedir um sinal se justamente você não acredita “nisso”.

O que é “nisso“? Sinal de onde eu estava esperando?

E aqui, mais uma vez, faço de meus rabiscos e de sua paciência lugar de ordenação de minhas próprias ideias e de grandes descobertas.

Sem meias palavras ou eufemismos, esperava um sinal de Deus. Um Deus que sempre esteve tão distante de mim ou eu Dele, seja por prepotência, ignorância ou simplesmente comodidade. Da minha parte, claro.

Ser atéia, cética ou agnóstica é fácil. É na verdade primário. De fato, é muito fácil guiar-se pela lógica e pelo nada.

Ter fé, crer e aceitar nossa impotência é coisa elaborada e sofisticada. Sempre achei que ter Fé era um luxo. Acho que cheguei a invejar com um certo escárnio, as pessoas que Nele confiavam as próprias vidas.

Não estou aqui para pregar ou para te convencer de nada, aliás quem sou eu, com minhas infinitas dúvidas para falar qualquer coisa a esse respeito.

Estou apenas contando uma história, uma história que é minha e que caso você queira saber, estou aqui para contar.

E nessa minha história entra uma busca muito sutil e desleixada pela fé. Cheguei a achar que estava em busca de uma fé de conveniência, um crer flex e adaptável a meus quereres.

Ahhh, sim, sou muito consciente e analítica de meus caminhos. Até que deixei de ser.

Ao longo desse ano de 2019 eu não recebi um sinal de Deus. Recebi muitos. Muitos sinais que eu acreditei, querendo acreditar. Mas não acreditando. Não sei explicar.

Cheguei a me sentir um tanto ridícula por achar que tinha recebido alguns sinais. Sorry, uma atéia se comporta dessa maneira e com esse desdém.

Até aquele domingo. Naquele dia pedi um sinal com uma certa esperança.

Junto comigo nesse momento, estava uma pessoa que não apenas crê, mas vive intensamente a experiência de Tê-lo por perto.

Ao me despedir dela, entrei no carro e Louca, Triste ou Má toca no meu randômico. Botei reparo nela escutando-a com atenção. Meus olhos encheram de lágrimas.

Mas sinceramente, se aquilo era o sinal enviado por Ele, achei que foi meio fraquinho pro tamanho da decisão que eu precisava tomar. Loooooonge de mim desmerecê-LO, pelo amor!!

Calma você também. Calma que sou novata nesse negócio de fé. Estou aprendendo ainda a ler, reconhecer, acreditar e principalmente agradecer.

Entretanto se a música não tinha sido suficiente e eu precisava de um sinal com S maiúsculo, ele veio ao entardecer.

Não foi milagre nem teve pirotecnia alguma, tá? Não precisa ficar curiosa.

Na verdade ouvindo e apenas ouvindo histórias e historinhas, fui acometida de uma clareza de pensamentos espetacular. Eu entendi. Tinha certeza. Eu sabia o que deveria fazer.

Foi nesse momento, pela segunda vez no dia que “a” música entrou no meu randômico.

Ihhhh , estranho, vai? Fala a verdade! Tenho mais de 7.000 músicas em meu Spotify.

Você acredita no que você quiser. Eu resolvi acreditar Nele. Resolvi..Até parece que tenho esse poder todo.

Comecei a escutar essa música obsessivamente. Isso é o que sempre acontece com as músicas que entram par minha trilha, ou seja escutá-las em looping por horas seguidas, além de parecer uma insanidade, é um dos indicativos de que a música está na bica pra ganhar a parada.

Se você tiver curiosidade de escutar a música e/ou ler a letra, já adianto que continuo casada e a mensagem que me pegou provavelmente usou o casamento a que a letra se refere como uma metáfora.

Ahhh, você entendeu, vai?

Leia Também :

  • Sinal de Deus
Eliane Cury Nahas

Economista, trabalha com tecnologia digital desde 2001. Descobriu o gosto pela escrita quando se viu Dominique. Na verdade Dominique obrigou Eliane a escrever. Hoje ela não sabe se a economista conseguirá ter minutos de sossego sem a contadora de histórias a atormentá-la.

2 Comentários
  1. Muuuito feliz por vc Li!
    Era uma questão de tempo ,nesse caso, tempo Dele…
    Somos sensíveis, buscadoras.
    Difícil passar a vida sem fé. Sem contar com Jesus, sem contar com seus toques, suas dicas, seu suporte ou qq força espiritual que nos acompanhe nessa batalha da vida física , árdua.
    Cultive seu relacionamento com Ele, faça perguntas, converse, torne-O seu amigo ( e tb não estou pregando hein! kkk).
    É transformador. Faz toda diferença. Completa tudo.
    Super amém, bjs!

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Natal mais divertido de toda minha vida – Graças ao Papai Noel!

Dominique - Natal
Acho que já falei um milhão de vezes que não gosto de Natal, né? Não vou repetir. Ahh, vou sim!

Torço para um dia poder dormir dia primeiro de dezembro e só acordar dia 26.
24 sempre é o pior para mim. 25 nem tanto, pois estou sempre pronta para ir pra praia, logo depois do almoço, então já começo a contagem regressiva a hora que acordo.
Mas a noite do dia 24 é um tormento.

Ahhh Ok. Você gosta. Respeito.
Dá licença?
Pra mim é como remédio ruim. Fecho os olhos, prendo a respiração e vou!
São 6 ou 7 horas infinitas e eternas.

Maaaaasss ontem foi diferente! Tanto que acordei e tive que escrever!

Minha prima Hilda fez o Natal pela primeira vez em sua casa.
Na verdade, todos estranhamos quando ela se ofereceu para tão árdua tarefa.
Justo ela que não é chegada em festas natalinas, em família e principalmente, em hard work!

E vamos combinar que por mais que todo mundo ajude, a ceia de Natal é um trabalho hercúleo para a dona da casa.
E mais!
Hilda convidou nossa família inteira (somos primas por parte de mãe) e toda família de seu marido, Drummond.

Ahh, esqueci de dizer que Hilda não passa por um bom momento com o maridão.
Ela e Drummond pensam em se separar. Não sei exatamente o motivo.
Mas parece que Drummond já até viu um flat.

Exatamente por isso, todos pensamos ser esta a única razão plausível para seu ato heróico de receber quase que 60 pessoas no Natal: um passo para a harmonia familiar e contemporização de ânimos.

Bom, passei lá de tarde para levar minha sobremesa. Entrei para ver se Hilda precisava de algo.
Genteeee..Não acreditei! A casa nunca esteve tão arrumada. Mas tinha algo diferente.
– Hilda você mudou a decoração?
– Não, Dominique, apenas abri espaço na sala para o Papai Noel.
– Não acredito que você chamou Papai Noel! Não temos nem mais crianças na família!
– Ah, sempre tem uma ou outra. E depois Natal sem Papai Noel não é Natal.

Realmente estava tudo um primor!
Lembrancinhas embrulhadas com o nome de cada um de nós.
A Árvore de Natal impecável.
Estranhei um pouco o colorido das flores e dos enfeites, mas gosto é gosto.
Tudo em pink e roxo? Para o Natal? Mas mais uma vez. Gosto é gosto.

Fui pra casa impressionadíssimo com o capricho de Hilda.
Nem por isso mais animada com a noite que tinha pela frente.
Me vesti bonitinha. Respeito aos outros! Apressei os meninos! Peguei aquele monte de presentes (na verdade 3, da mamãe, e dos 2 afilhados) e fomos.

Chegamos e não adianta. Natal é um porre!
Cumprimenta na hora que entra. Smack Smack. Afff.. Dois beijinhos ainda? Em multidão!?!?
Aquela mesa cheia de comidas lindas e deliciosas!
Não sei se já te contei. Mas nunca consigo comer no Natal. Não consigo me decidir diante daquela mesa cheia de opções. E acabo indo sempre na salada.
Cumprimenta meia noite smack smack – Feliz Natal! Affffff..Será que vou ter que me despedir deste batalhão com dois beijinhos também?

Sobremesa servida, todos acomodados na sala, em degraus, em banquetas, onde dava.

Obviamente Dona Marieta, mãe de Drummond e sua irmã Dona Mércia, sentadas nas melhores e mais confortáveis cadeiras da sala até por conta da avançada idade de ambas.
Apesar de Hilda dizer que eram duas mulheres do mal, olhando para elas, era impossível acreditar! Eram velhinhas fofas! Com cara de vovós de livros.

Comecei a me preparar para ir embora calculando o número de beijos que daria, quando de repente escuto um sininho e um Ho-Ho-Ho! Tinha esquecido do Papai Noel! E entra o bom velhinho com um saco de presentes.

Todos sorriem encantados ou complacentes, não sei.
As duas senhoras imutáveis na cadeira.
Apesar de fofas, não tinham sorrido muito.
Hilda dizia que elas só sabiam criticar.
Mas Hilda sempre foi exagerada.

Fato é que o Papai Noel começou a distribuir presentes e todo mundo estava feliz. Dona Marieta estava até sorrindo.

Quando fui pegar meu presente e Papai Noel me abraçou, estranhei alguma coisa. Mas não conseguia identificar o que. Fiquei pensando o que seria, mas não tive muito tempo, pois neste momento começa a tocar uma música diferente.

Era música natalina, mas num ritmo de música eletrônica.
Como disse, gosto é gosto. E Papai Noel começou a dançar devagarinho com aquele barrigão tentando desajeitadamente acompanhar o ritmo. Mas a música foi acelerando.

Percebemos que o Papai Noel tinha o maior swing.
E num movimento brusco, tira a barriga falsa e vimos que não era um homem gordo.
O ex-gordo continua dançando, mas acho que percebi uns movimentos mais sensualizados.

Dominique, você é louca! – Pensei com meus botões – Tá vendo coisas! Deixa o cara dançar em paz!

Quando de repente, ele tira o cinto e o casaco vermelho deixando a mostra um torso musculoso e lotado de tatuagens lindas.

Neste momento, já estamos todos em estado estupefato.

Procuro desesperada Hilda que num cantinho apenas sorri, um sorriso satisfeito. Vejo ela apertando um botão e aqueles enfeites rosas e roxos viram enfeites fluorescentes.

Aiii meus sais.

E Aramel (este é o nome de Noel, soube depois) continua requebrando, agora já sem barba.

Gente…Moço lindooooooo. Delicioso.

Todos em silêncio.

Comecei a bater palmas acompanhando a música para tentar desanuviar e mostrar que tudo aquilo era divertido!

Quando em mais um susto e um aaahh geral, Aramel arranca a calça vermelha de uma só vez ficando apenas de botinhas, gorro e sunguinha.

Papai Noel era um delicioso stripper todinho tatuado. Ele continuou dançando, requebrando e mostrando seus melhores ângulos e dotes.

Lembra da dona Marieta e da tia Mércia? Pois é…Estavam lívidas! Mudas! Agarradas ao braço das cadeiras como se estas fossem protege-las do Demo.

Pensa que acabou? Não! Hilda vai pro meio da sala dançar com o stripper de gorro.
E todos se perguntando até onde iria aquilo. Resolvi ajudar minha prima querida e fui dançar junto.
E aí saquei o que tinha estranhado.
– O perfume. Que Papai Noel usa um perfume delicioso daquele?

Acaba a música. Acaba o show.
Silêncio sepucral!
Silêncio rompido pelo irmão mais velho de Drummond que sai porta afora, pisando firme, levando sua mulher e filhos com ares ofendidíssimos sem falar uma só palavra!

Minha família tenta levar na esportiva.
Tenta tirar o peso e aliviar a barra de Hilda.
Mas não teve jeito. Dona Marieta fechou a cara e disse que queria ir embora.

Vi Hilda sorrindo satisfeita tempo inteiro. Não entendi exatamente o que ela pretendia com aquilo.
Se ela queria chutar de vez o pau da barraca tinha conseguido.

Confesso que me diverti muito, apesar de um tantinho preocupada com ela.

Hoje pela manhã, acordei com um sorriso nos lábios lembrando da coragem e ousadia de Hilda.
Mandei uma mensagem, perguntando como ela estava. A resposta demorou um pouco mas chegou.

– Noite de amor maravilhosa! Sexo tórrido. Mulher bem comida!

Não acreditei no que li.

– Hilda, Papai Noel ficou por aí? Você está realmente louca!

– Não, Dominique! Ele foi embora naquela hora mesmo. Quem ficou foi o Drummond! E ficou pra valer.

E você já teve algum Natal parecido? Compartilha comigo!

Leia mais:

Cardápio simples e delicioso para 9 dias de férias na praia
Com Amor, Van Gogh: uma declaração ao criador e à Arte

Dominique

Nasceu em 1964. Ela tem 55 anos, mas em alguns posts terá 50, 56, 48, 45. Sabe porque? Por que Dominique representa toda uma geração de mulheres. Ela existe para dar vida e voz às experiências, alegrias, dores, e desejos de quem até pouco tempo atrás era invisível. Mas NÓS estamos aqui e temos muito o que compartilhar. Acompanhe!

8 Comentários
    1. Amei,poucos dizem o que sentem de verdade, e este texto é real em relação ao Natal, e como poderiam ser mais divertidas as festas de família! Por mais Natais como este, Dominique!

  1. Adorei…É esta Cena de Natal que é sufocante com tanta Gente “esquisita”ou Eu sou “esquisita!?Kkkkkk

  2. Muito divertido a Cena de Natal e a Ceia!Os Parentes chegando e vários beijogos e Sorriso forçado!

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Marron-Glacê – A Receita da minha avó

Tenho pensado muito na vovó. Lembrado de nossas histórias. Outro dia estava escrevendo sobre a lenda de São Martinho e sua relação com castanhas portuguesas, e adivinha? Lembrei de quando minha avó fazia em casa Marron-glacê para o ano todo na época de natal.

Marron-Glace
Receita de Marron-Glacê de minha avó. Escrita por ela em seu sagrado e organizado caderninho.

Minhas amigas Dominiques gostaram do texto e das receitas. Mas algumas, para minha surpresa, pediram a receita da vovó.

Fui procurar e achei. Com a letrinha dela, com as observações, e até o desenho de como amarrar as castanhas na gaze. 

Colega, essa época já é punk. Imagina esse reencontro com o caderno da vovó? Nossa, como me lembro dele. Na verdade deles. Ficavam todos em uma gaveta, embaixo da bancada de trabalho na cozinha. Os de capa azul eram os para receitas salgadas. Os verdes para doces. Ou vice-versa. 

Acho que já contei que quando era pequena, dormia todos ou quase todos os finais de semana com ela. E domingo de manhã, preparávamos o almoço da família. Quer dizer, eu com 4,5,6,7,8 anos era sua “auxiliar”. Tinha um banquinho de madeira em que subia para alcançar a bancada. E lá, do alto do meu banquinho, recebia minhas tarefas. E a primeira delas sempre era pegar o caderno.  

  • Ayouni, pega o caderno azul.  Hoje vamos fazer Salpicão que seu tio adora.    E lá ia a vovó fazer a maionese em casa!!! Sério!! 
Que delícia está sendo lembrar desses momentos. Mas bem, vamos ao Marrom Glacé.

Menina.. Jura que você quer fazer em casa??? Você tem ideia do trabalho? Quando achei a receita, comecei a ler. Reli porque achei que não tinha entendido. Mas não. É isso mesmo. São diaaaaaassssss….

Há 50 anos até entendo ela fazer. Hoje só pode ser em amor a castanha ou ao fogão né?

Mas você pediu e aqui está. 

Receita de Marron-Glacê da vovó Helena

Ingredientes:

  • 6 Kg de castanhas (yesssss…ela fazia para dar de presente e para ter de estoque em casa durante o ano)
  • 6 kg de açúcar (quem disse que era light?)
  • Lascas de erva doce
  • 2 Limões cortados em 4 – um para cada caldeirão – (isso, você leu certo. caldeirão)
  • Duas favas de baunilha
  • Rolos de gaze e barbante

Modo de fazer:

Descascam-se as castanhas que devem ser grandes e frescas.

Num caldeirão colocar água para ferver com um pedaço de limão. Mergulhar as castanhas na agua fervente de 6 em 6 para não deixar a agua esfriar e conseguir controlar esse rápido cozimento. (é minha linda, O trabalho só começou. De 6 em seis!!!!

Em seguida, ainda quentes, tirar com delicadeza a pele das castanhas.

Depois de todas já sem pele, embrulhamos em gaze duas a duas. 

Colocar os pacotinhos nos caldeirões e cobrir com água já fervendo. Deixar cozinhando no fogo baixo por 2 horas. 

  • Dia 1. Assim que completar o tempo indicado acrescentar o açúcar, e cozinhar por mais 90 minutos. Nos primeiros 20 minutos  fogo forte e depois fogo baixo. Sempre fervendo. Neste momento juntar as favas e lascas de baunilha que também deverão estar num saquinho de gaze. Completados os 90 minutos desligar o fogo, tampar a panela e deixar descansar por 12 horas.
  • Dia 2. Após 12 horas de descanso, cozinhar por mais 90 minutos. No começo fogo alto e depois baixo, mas sempre fervendo. Completados os 90 minutos desligar o fogo, tampar a panela e deixar descansar por 12 horas.
  • Dia 3. Gataaaaa….Vai repetir o procedimento de novo. Sério. Após 12 horas de descanso, cozinhar por mais 90 minutos. No começo fogo alto e depois baixo, mas sempre fervendo. Completados os 90 minutos desligar o fogo. 
Deixe esfriar. Tire a gaze com muiiiito cuidado para não quebrar as castanhas. Essa é uma operação realmente delicada.

Aí é só colocar em potes esterilizados. Você sabe esterilizar potes? Ahhhha vovó sabia. Tá na receita. 

Mas sabe o que eu acho? Você não precisa fazer 6 kgs . Faz um kg só. E come no dia, ou no dia seguinte. E depois se der certo, faz mais um kg. Porque fazer o próprio Marron-glacê é mesmo um luxo!!

Eu infelizmente, não tenho a habilidade necessária. E apesar de ter sido “assistente”da vovó fui uma péssima aluna. Se por acaso você experimentar a receita, me conta como ficou? Vai me fazer tão feliz….


Você conhece a história do Marron-glacê? Veja aqui

Dica da Dominique:  se você ama Marron-Glacê e não está afim de ter essa  trabalheira, a Dora, minha amiga faz o melhor Marron (para os íntimos) que já comi. Vou pedir para ela deixar o e-mail dela nos comentários. 

Marron-Glacê
Eliane Cury Nahas

Economista, trabalha com tecnologia digital desde 2001. Descobriu o gosto pela escrita quando se viu Dominique. Na verdade Dominique obrigou Eliane a escrever. Hoje ela não sabe se a economista conseguirá ter minutos de sossego sem a contadora de histórias a atormentá-la.

19 Comentários
  1. Muito obrigada por compartilhar a receita da sua avó! Vou ver se consigo fazer pelo menos 1Kg. Não sou muito boa na cozinha hahahaha.

    1. Olá,adoro marrom glacê, gostaria de comprar, é um pouco complicado pra eu fazer.
      Pode me passar o valor por Lilo?

  2. Muito obrigada por compartilhar uma receita tão nobre de sua família. Deus abençoe você.

  3. Tem que dar trabalho mesmo pra fazer, pq um marrom glacé é uma iguaria ímpar, um carinho na alma!!! Parabéns a quem se propõe a ele!!

      1. Celina disse:
        Seu comentário está aguardando moderação. Esta é uma pré-visualização, seu comentário ficará visível assim que for aprovado.
        Olá,minha receita é exatamente essa. Todo Natal ,à partir de outubro, já abro minha lista de reservas ,porque a produção é limitada,pelo tempo e trabalho. Quem se interessar me ligue. WhatsApp 11981752522 Obrigada
  4. Minha tia também fazia o marrom glacê a receita dela veio da Itália,ela passou pra mim a nossa é quase igual só que leva cinco dias para ficar pronta minha tia morreu com noventa e três anos e ainda fazia é muito gostoso.

  5. Yaouni Eliane , essa é mesma receita que fazemos a 40 anos !! Sempre com a supervisão de minha mâe, que aprendeu com minha avó que era muito amiga da sua avó D Helena
    D Helena sempre me foi muito especial, mulher de fibra e de um capricho ímpar
    Deixo aqui meu contato para as Dominique’s 99185 2144 ❤️❤️❤️❤️

    1. Ola pessoal !
      Afinal não entendi se tem alguém que faz os marrons para vender … queria muito ! Obrigada

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Saias justas e Roubadas no Natal? Veja 13 dicas para escapar delas.

Roubadas no Natal? Ahh gente, para!! Natal, Ano Novo, tudo de bom!

É mesmo? Será?

Tudo é bom quando tudo corre bem, mas eu não conheço época do ano mais propícia para encrencas que essa.

Ao longo dos anos, fui colhendo dicas e sábios conselhos para sobreviver aquelas roubadas no NATAL e faço questão de dividir esse conhecimento todo com vocês porque afinal de contas #SomosTodasDominique.

Vamos lá?

1.Tem gente que não gosta de Natal. E faz questão de falar pro mundo o quanto ela detesta. Não entre na dela. Não se deixe contaminar.

2.O Natal vai ser na sua casa? Ahhh minha filha, quem mandou se oferecer? Ok, ok, entendi. Chegou a sua vez pois é você que está no topo da “cadeia alimentar” agora. Então facilite!! Não invente! É peru e tender. Pronto. Não tem essa de fazer feijoada grega com azeite do deserto do Kwait.

3.Peça ajuda. Em todos os sentidos. Pros comes, pros bebes, pra servir e principalmente para arrumar depois. Claaaaroooo

4.E aquele cunhado chato, hein? Você já sabe que todo ano ele bebe demais e acaba falando mal da sua mãe. Aff. Mas você já sabe disso. Então esse ano enche ele de comida desde o minuto que ele chegar fazendo ele comer tanto que não sobrará espaço para mais nada, nem pra pensamento.

5.Amigo secreto. Affff. Não faça. Não deixe. PROÍBA!!!! Além de chato, decerto alguém fará alguma brincadeira que outro alguém não gostará e pior, tem gente que liga de verdade para o presente que vai ganhar. Compara o que ganhou com o que deu. Vale a pena? Vale nada.

Muita atenção à próxima dica:

6. Você é convidada? Faça com a anfitriã tudo aquilo que gostaria que fizessem com você. AJUDE!

7. Procure o lado bom, interessante e divertido de qualquer situação, porque ele deve existir.

8. Eu sei. Encontrar justamente no Natal neguinho que você não viu o ano inteiro é phoda, mas dentre esses quase estranhos deve ter alguma alma que tem um papo interessante ou até mesmo aquele parente maluquetes. TODO mundo tem um parente maluquetes. Sente do lado dele. Garre nele e divirta-se muiiito. Todo mundo vai querer saber porque vocês estão rindo tanto.

9. Se eventualmente alguma coisa não sair como você esperava( e é muito provável que isso aconteça), relaxe e dê risada. Quem sabe no próximo você acerta? Ou ainda melhor, quem sabe a cunhada, diferentemente de você, acerte tuuudo no Natal do ano que vem, mas na casa dela!!

10. Crianças..ahhh as crianças. São suas? Não? Então não se sinta culpada então por não achar graça nelas correndo e gritando de um lado para o outro. E presta atenção!! Vou falar sói uma vez!! O Papai Noel vai passar de madrugada na casa deles!! Não na sua. Poupe-se!!

11. Engov e similares nos banheiros sempre pois não é só seu cunhado que bebe além da conta.

12. Música. Muita música. Mas tenho certeza que nem a Simone aguentaria um CD inteiro só de músicas Natalinas. Por isso mesmo mescle os tipos de música ou então feche as janelas para não correr o risco de alguém se sentir tentado a pular aos acodes do And so this is Christmassss que na minha opinião é uma música mas deprê que a música do Fantástico no Domingo à noite.

Agora a dica mais importante nessa série de Roubadas no Natal:

13. E finalmente, DI_VIR_TA-SE. Natal é uma festa de celebração. Pense lá no fundo o porque daquilo tudo. Tenho certeza que você vai saber a resposta e tudo ganhará um colorido impressionate.

Leia Também :

Dicas para um Natal bem divertido

Eliane Cury Nahas

Economista, trabalha com tecnologia digital desde 2001. Descobriu o gosto pela escrita quando se viu Dominique. Na verdade Dominique obrigou Eliane a escrever. Hoje ela não sabe se a economista conseguirá ter minutos de sossego sem a contadora de histórias a atormentá-la.

1 Comentário
  1. Ótimas dicas! Identifiquei-me com várias situações. Vou tentar fortemente seguir as dicas para mudar meu bad mood de Natal e tentar melhorar tb o dos que me cercam. Valeu!

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