Lída Baarová, disponível na Netflix, é uma daquelas histórias pouco conhecidas que merecem ser contadas e assistidas.
Especial para a TV alemã, o drama biográfico dirigido por Filip Renc, conta a história da atriz tcheca Lída Baarová, que dá o nome ao filme.
Por sentir que sua vocação profissional é a Arte Cênica, e no intuito de satisfazer o desejo da mãe – de vê-la brilhar diante das câmeras – Lída empenha-se em conseguir espaço no universo dramatúrgico.
Aos quase 20 anos e no auge de seus estudos no Conservatório de Praga, ela alcançou seu primeiro papel, mas partiu para a Alemanha em busca da notoriedade, já que não conseguia em seu país natal.
Sua trajetória rumo ao estrelato começa com sua viagem a Berlim para protagonizar ao lado do belo ator Gustav Fröhlich, com quem teve um romance. Foi uma das grandes atrizes européias entre as décadas de 1930 e 1950.
Totalmente focada nos seus sonhos, Baarová se dedica ao máximo para poder falar alemão sem sotaque, algo valioso visto que acabavam de sair do cinema mudo. Conquistou papéis importantes, e com a ascensão se deslumbra com Berlim, e com o sucesso, participando de grandes festas e muito luxo peculiar à alta sociedade. Em contrapartida ficou totalmente indiferente ao que acontecia na horrível Alemanha de Hitler.
O destino da jovem atriz, entretanto, muda depois de conhecer o Ministro da Propaganda, Joseph Goebbels, um dos personagens mais sinistros da Segunda Guerra Mundial, na Alemanha Nazista, entre 1933 e 1945. O ministro de Hitler, apaixonado pela atriz tcheca, ajudou-a a subir na carreira e ser uma das mais promissoras atrizes da Alemanha.
O longa mostra uma pessoa que busca o sucesso a qualquer preço, que se apaixona pela personalidade, força, poder do Ministro, e que enxerga, na paixão dele por ela, a chance de conquistar mais espaço e mais popularidade. Torna-se visível como Lída estava completamente alienada ao mundo a sua volta.
O ministro alemão relacionou-se por pouco tempo com a atriz já que, após sua esposa descobrir a traição do marido e pedir para que Hitler interviesse, ele foi proibido pelo próprio ditador de ver sua amante.
Vetada para o elenco de diversos filmes alemães como retaliação do governo nazista, e excluída por considerável parte da população de seu país, Lída foi acusada de traição à nação pelo envolvimento com o nazista, e por isso sua vida social e carreira desmoronaram.
Lída teve uma vida difícil após a guerra, transitou na época entre o cinema italiano e alemão, mas quando estava na Tchecoslováquia era tratada como traidora por ter se envolvido com o ministro nazista.
Falando objetivamente, apesar de ser um filme muito interessante, poderia ser dada mais ênfase à relação de Lída Baarová e Joseph Goebbels. Inclusive acho que por ser o atrativo do filme vemos pouco disso na tela e realmente não conhecemos a fundo quem era Goebbels. Como amante extremamente apaixonado toda a relação deles é mostrada rápida demais e falta coragem, poderia ser mais forte.
Lída Baarová, que tinha sido convidada para trabalhar em Hollywood e simplesmente recusou por seu amor a Goebbels, disse no fim de sua vida, com sua presunção costumeira: “Eu poderia ter sido maior que Marlene Dietrich…”
Agora é só dar o play e assista no fim de semana!
Gostei muito ter conhecido a vida de Lída Baarová que é tão pouco conhecida.