Tag: Lavandário

Viajar é comigo mesma! Pagar micos? Ah, sou expert!

Dominique - Micos
Micos de viagem? Este tema, ao menos no meu caso, daria um livro! Mas vamos ao último deles.

Meu marido tinha uma reunião em Guaratinguetá em uma sexta-feira de manhã. Propôs que eu fosse com ele e, enquanto estivesse em reunião, eu daria um pulo em Aparecida do Norte e depois seguiríamos para Paraty pela serra Cunha-Paraty.

Como eu havia lido, recentemente, um artigo sobre o Lavandário de Cunha, adorei a ideia.

A questão é que para chegarmos a Guaratinguetá a tempo eu coloquei o meu despertador para às 4h30 da manhã.

Completamente bêbada de sono escolhi uma blusinha bem confortável que me lembrasse de meu pijaminha. Olhei no espelho o meu look do dia e confesso que achei algo estranho, pouco confortável, mas achei que fosse o sono.

Cinco xícaras de café depois, decidi que para andar nas pedras de Paraty o melhor seria uma botinha da minha filha. Não me lembrei do preço absurdo que havia pagado (em euros) a tal bota “horrorosa” e cheia de fricotes para limpeza (é, tem que limpar com borracha e lixa de unha para não estragar a camurça). Achei que minha filha não se incomodaria em me emprestar…

Ahhh! Que bom viajar sem pretensão alguma! Para quê perfume, brincos? Pra quê desodorante? Bobagem! Maquiagem, então, para um passeio quase espiritual seria até pecado! Nada a ver. Vou da forma que me levantei da cama!   

E, assim, partimos!

Ao chegar em “Guará” tem início a minha série sucessiva de micos, não sem antes, no posto de estrada, ver ao longe uma moça se espatifando ao chão e meu marido correndo para socorrê-la… Ah é seu… Então percebi que moça era minha filha! ☹

O carro estava com um barulho incômodo e já na porta da empresa, onde meu marido presta serviço, decidi verificar se o escapamento do carro estava solto… Com o pé… Calçando a botinha “carésima” de camurça bege… É amiga, ficou preta! Evidente, né? Não para mim! Esfreguei, joguei água, passei o dedo, as unhas, cuspi e lambi. Então, olho para frente do carro, enquanto lambia a bota, e percebo um senhor ao lado do meu marido me convidando para entrar para um café. Dominada pelo mau humor extraterreno por conta da bota bege-preta, de minha burrice e com medo de olhar para a expressão do rosto da minha filha soltei um “não, obrigada” displicente… Sem saber do meu gênio cão o senhor insiste, desconhecendo o perigo. Agradeço apertando os dentes, quase rosnando, “Não, obrigada(aa)! Outra hora, talvez na volta”.

Segui viagem com minha filha a fim de lhe apresentar a padroeira do Brasil e os mistérios da fé. Já refeita do momento “possuída pelo demo” indaguei à minha filha quem seria aquele senhor simpático que nos convidou para um café… SIMMMMM era o dono! Tipo, somente o patrão do meu marido! Ah tá!  

Em Aparecida, bem incomodada com a bota bicolor de um pé só, pensando na minha grosseria com o senhor simpático, inicio a catequese de minha filha e explico porque metade da população do Brasil se encontrava no mesmo local que a levei passear.

Expliquei o que era uma promessa e sugeri que ela fizesse uma. Ela me perguntou se seria possível prometer “lamber tijolo”! (???????). Isso é o que dá não ter frequentado a catequese. Para desviar o assunto, e não precisar responder, saí pela tangente quando, ao mesmo tempo, o padre que fazia o sermão perguntara quem ali havia conhecido e convivido com o Padre Vitor. Levantei a mão. Minha filha arregalou os olhos, como se estivesse diante da própria Nossa Senhora:

“Mãe!! Você conheceu o Padre Vítor?”

“Não, filha!”

“Está mentindo por que, mãe?”

“Ora, para distrair, filha!”

Seguimos o resto do passeio com mais uma pequena série de equívocos como dizer a ela que na igreja antiga havia um guarda-chuva grudado no teto (me contaram quando eu era pequena) e ao chegar lá não havia nada, mais explicações inexplicáveis das velas em forma de fígado e estômago…

Enfim meu marido ligou dizendo que a reunião havia acabado. Aliviada por terminar o passeio, cheio de indagações sem respostas, senti que havia algo na minha blusa que meio que me enforcava, apertada demais no pescoço, mas não tomei nenhuma providência, de investigar mais a fundo, a não ser leves grunhidos.

Ao reencontrar meu marido ele sugeriu almoçarmos por ali mesmo. Ok! Ao chegar ao restaurante detectei o meu incômodo: além da bota bicolor em um pé só, eu havia vestido a blusa não só do avesso como de trás para frente! A etiqueta com a numeração da blusa estava virada para fora grudada em meu pescoço. Tarde demais!

Assim que me dei conta, do meu look do dia (além da bota suja) e suada por percorrer o pequeno Templo dedicado à Aparecida, percebo o senhor simpático, daquela manhã, vindo em minha direção. Não só o dono da empresa como sua esposa, seus dois filhos e suas noras!

Sim, prometi a Santa lamber tijolo caso ela abrisse um buraco debaixo dos meus pés para que eu pudesse desaparecer!!!

Infelizmente ela não aceitou a proposta e, sem maquiagem, sem perfume, nem desodorante, sem brincos ou cabelo escovado, com a blusa do avesso e de trás para frente e a bota imunda cumprimentei e dei beijinhos em todos (12 beijinhos) que custaram uma vida para terminar. A cada beijinho eu sentia a etiqueta no pescoço e entre um e outro olhava para o meu pé. E como eu olhava, todos olhavam o que eu estava olhando…

Tive uma total amnésia depois dos cinco minutos de papo sobre as belezas de Cunha e Paraty, dicas de restaurantes, cafés e só voltei ao meu juízo perfeito ao chegar à Paraty! Então, foi aí que lembrei que ia visitar o Lavandário! Só que não!

Você também é assim? Comente aqui!
Cynthia Camargo

Formada em Comunicação Social pela ESPM (tendo passeado também pela FAAP, UnB e ECA), abriu as asas quando foi morar em Brasilia, Los Angeles e depois Paris. Foi PR do Moulin Rouge e da Printemps na capital francesa. Autora do livro Paris Legal, ed. Best Seller e do e-book Paris Vivências, leva grupos a Paris há 20 anos ao lado do mestre historiador João Braga. Cynthia também promove encontros culturais em São Paulo.

7 Comentários
  1. Nossaaaaaaaa!!! Amiga isto está mais parecido com filme de terror; . Agora fala sério, sem desodorante!!!???? Miga sua louca .

    1. Achei que não ia encontrar ninguém, rsrsrs! Tava muito frio às 4h30 da manhã e o desodorante é geladinho! 🙁

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Lavandário em Cunha: a Toscana e Provence do Brasil

Dominique - Lavandário

Fale a verdade, quando você viu esta foto achou que era a região da Toscana, na Itália, ou Provence, na França, não foi? Mas pasme, é aqui no Brasil, a 223 km de São Paulo e cerca de 1h15 de Paraty.

Com apenas 3 horas de viagem, partindo de SP, é possível viver uma experiência única e inusitada neste município encravado nas montanhas da Serra do Mar. Cunha, é uma pequena cidade com características muito especiais, tanto geográficas, como históricas e culturais, famosa pelas cachoeiras e cerâmicas vitrificadas.

Há flores de lavanda durante o ano inteiro. São 40 mil pés plantados e cerca de 10 mil em plena floração. As plantas mais novas levam cerca de 8 meses para florescerem e estarem em ponto de poda.

As principais moradoras dos campos de lavanda são as siriemas e abelhas, afinal as flores são um banquete dos deuses para elas.

Em qualquer época do ano os campos são lindos, floridos e perfumados, porque a poda é rotativa: toda semana são podados 300 pés que florescem em 3 ou 4 meses.

O Lavandário promove passeios entre as plantações em áreas demarcadas, não se pode andar no meio das plantas. Eles levam a sério o compromisso com o meio ambiente, protegendo as áreas naturais, preservando a fauna e flora silvestres.

Uma loja logo na entrada traz uma grande variedade de produtos cosméticos e gastronômicos, indicados para a saúde das pessoas e cuidados com a casa, como o mais puro óleo essencial de lavanda, do latim lavare, “lavar”, usado pelos romanos para lavar roupa, tomar banho, aromatizar ambientes e também como calmante, relaxante e alívio das dores. Há ainda lavandas orgânicas recomendadas para uso em culinária pelo seu perfume mais seco.

O Lavandário é um dos lugares mais visitados pelos turistas, recebendo cerca de três mil pessoas nos finais de semana.

Não são só as plantações de lavanda que atraem os turistas. Cunha é conhecida por ser um importante pólo de arte cerâmica do Brasil e da América do Sul. A cerâmica faz parte da história da cidade que começou esta atividade em 1975 e grande parte da população vive da produção ou comercialização de artefatos e peças de arte.
Os ateliês são abertos para visitação a partir das 9h00 e oferecem uma enorme variedade de peças.
Para mais informações: www.cunhatur.com.br ou www.lavandario.com.br

Cunha vale o passeio, programe uma viagem no fim de semana e encante-se!
Marot Gandolfi

JORNALISTA, EMPRESÁRIA, AMANTE DE GENTE DIVERTIDA E DE CACHORROS COM LEVE QUEDA PARA OS VIRALATAS.

2 Comentários
    1. Que bom que gostou Rubens! Se vc tiver uma dica de algum lugar me fale, a gente adora descobrir lugares diferentes e que merecem uma visita. Beijo

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