Coisas de Dominique é onde histórias de mulheres são contadas. Histórias de mulheres que realmente têm o que contar.
Eliane Cury Nahas por vezes transcreve, por vezes traduz coisas que Dominiques (aquelas mulheres com 50 ou mais anos de histórias) contam. Surpreendentemente você se identificará com muitas delas, afinal #SomostodasDominiques
Você comeu Mandiopã?
Você tomou Fanta Laranja?
Dormiu de touca para ficar com cabelo liso e acordou para virar?
Usou calça boca de sino?
Então você foi uma das felizardas que assistiu o homem chegando a lua há exatos 50 anos.
Uiaaaa. Isso realmente deve ter sido o maior feito do homem.
E da mulher.
Sim querida, porque foram muitas de nós envolvidas no processo.
E não só como esposas.
Lembro direitinho onde estava dia 20 de julho de 1969 assistindo ao grande feito.
Estava em frente a uma TV branco e preto, deitada no chão da sala com meu irmão ao meu lado. Meu pais provavelmente estavam no sofá, mas só lembro de meu irmão. Será que tínhamos ideia da magnitude do que acontecia ou era apenas um deslumbramento infantil com mais uma história de super heróis e viagens espaciais completamente normais e possíveis em nossos universos?
Muitas histórias rolaram em torno deste acontecimento.
Esta semana vou tentar falar sobre a Lua, seus visitantes, seus observadores, seus encantos.
E vamos combinar que a vida da gente nunca mais foi a mesma depois disso.
Ex: ovinho frito na Teflon.
Vou começar com este vídeo que conta toooooda a historinha de como foi que o homem pisou na lua pela primeira vez.
Nasceu em 1964. Ela tem 55 anos, mas em alguns posts terá 50, 56, 48, 45. Sabe porque? Por que Dominique representa toda uma geração de mulheres. Ela existe para dar vida e voz às experiências, alegrias, dores, e desejos de quem até pouco tempo atrás era invisível. Mas NÓS estamos aqui e temos muito o que compartilhar. Acompanhe!
Chegamos finalmente ao Hyde Park para o show da Barbra Streisand depois daquela viagem épica que contei aqui. Tudo muito organizado, nem pareciam ser quase 70.000 pessoas.
Colocaram-nos pulseirinhas como nas baladas. Moderninho.
Os maridos perguntaram qual o número de nossas cadeiras e se eventualmente sentaríamos todos juntos. Dedé e eu ficamos mudas e fomos caminhando para o gramado. Passamos por pessoas sentadas em mantas espalhadas pelo chão, num delicioso piquenique gigante. Foi aí que contamos que não haveria cadeira e que portanto pelas próximas 4 horas ficaríamos em pé.
Naquele momento senti que corria risco de perder senão um marido toda minha credibilidade conquistada ao longo de 32 anos de casamento.
Dear Mrs Streisand, capriche!! Tudo isso precisa valer a pena.
Depois de uma hora começa o esquenta com nada menos que Bryan Ferry. Eita coroa em forma viu? O cara tá com 73 anos e gato. Charmoso pra burro. Cantando as mesmas músicas de sempre, mas que conhecemos e respeitamos. Aliás ele é um senhor a se respeitar a história apesar de ter se casado com a namorada do filho. Ou até mesmo por isso. Quem sou eu para julgar, né? O que me interessa nele é seu talento para minha paixão. A musica.
E ele cumpriu sua missão. Esquentou mesmo o público.
Pelo menos eu esquentei. Dancei, cantei, balancei bracinhos, fiz amizade com as pessoas do meu lado. Entrei no clima.
Gravei uns videozinhos que entretanto ficaram muiiiito ruins. Como não tenho o menor senso do ridículo vou publicar a maioria deles. Mas no final do texto, publicarei a setlist do show com vídeos bem melhores que outras pessoas gravaram.
Agora, o que é a dispersão, não é mesmo?
Parei de escrever um pouquinho para fuçar a história do casamento B. Ferry com a ex do filho e acabei sabendo até o que aconteceu com os pais da terceira mulher que se suicidou depois que casou com o dono da boate inglesa do século passado. Em resumo fiquei quase duas horas navegando para coisa nenhuma! Ai que raiva!!
Mas voltando.
Sai Ferry. Entra a orquestra ou banda, sei lá. Era um monte de gente e um monte de instrumentos.
Eles tocam um pout pourri que prenuncia o que vem para frente certamente muito animador.
E entra Barbra. A simples presença dela já causa arrepios e não só em mim. Foi uma comoção geral.
Ela usa um kaftan rosa, mas bem rosa, estampado com mangas amplas, da estilista Zandra Rhodes . Como sei?
Num determinado momento do show, ela deu créditos aquela senhora baixinha de cabelos pink com uma roupa super pink que estava em pé ao meu lado. Yess…A tal Zandra Rhodes estava do nosso lado e só percebemos quando todo mundo virou para olhá-la.
Um detalhe sobre a roupa de Barbra: Um Kaftan solto, bacanérrimo, mas solto. Inegavelmente o tempo passa para tooooodas nós , capicce?
Começa um delicioso bate papo tão descontraído que me senti na sala de visitas da artista embora estivesse de pé (lembra?) . Ela contudo, senta-se junto a um bule e uma xícara de chá e começa a falar de sua vida carreira e músicas.
De cara conta que o motorista que a levou do aeroporto ao hotel, perguntou-lhe se ela iria a Pride Parade. E ela respondeu:
– Por que iria? Vou encontrar todo mundo no dia seguinte no meu show no Hyde Park.
E foi verdade.
Vou abrir um parênteses aqui para falar do público. Não é vantagem nenhuma mas acho que a Dedé e eu éramos das mais novas de lá. Nem por isso as mais animadas.
Muita muita muita gente na casa dos 60/70 anos. Muitos casais heteros, gays e afins. O arco-íris inteirinho estava lá representado por uma geração que viveu Woodstock e por outra que foi a discotecas .
Muita gente chorando a cada música, a cada história.
Obviamente existe além de tudo uma memória afetiva que Barbra Streisand nos traz em suas músicas ou principalmente em sua voz.
Vê-la e ouví-la é um daqueles privilégios que não há como agradecer ou retribuir ao universo.
Não sei se pareço uma tolinha deslumbrada, mas me sinto impelida a dividir essa experiência. Deslumbrada estou mesmo. Na verdade embevecida.
Ela contou que o último show que fez em um parque tinha sido em 1967!! Isso mesmo, há 53 anos no Central Park. Mas que felicidade ela ter topado o cantar novamente num parque, desta vez para 66.000 pessoas.
Tudo isso entremeado com historia de sua carreira, fotos no telão, e muita música.
Ela então começa a falar de Nasce uma Estrela. Ahh como eu me lembro deste filme. Assisti naquele cinema da Paulista, acho que era o Gazeta, sentada na escada do cinema que naquela época não tinha lotação máxima. Me debulhei em lágrimas, na primeira vez, e em todas as outras sessões a que fui.
Ela começa a falar de Kris Kristofferson. De seu parceiro.
Ela e o diretor estavam a procura do ator para o papel, ator/cantor. Não fizeram um casting propriamente dito. Foram a bares se não me engano pela Califórnia.
Mas quando ela viu Kris cantando num palco improvisado teve a certeza que era ele.
Aquele homem rústico de vozeirão DESCALÇO no palco. O que a pegou foi justamente o fato de ele estar descalço com o violão em punho.
Muitos suspiros, e mais ainda quando ela o chama e ele entra no palco, Bonitão, muito bonitão.
Barbra, de mãos dadas com Kris, diz que se arrepende muito de ter cortado uma cena do filme, e Tcharan! A cena aparece no telão! Gente, uma cena inédita de nasce uma estrela. Mas por uma falha técnica, o áudio estava totalmente fora de sync e ficou incompreensível. Falha imperdoável da produção de uma Diva.
Entretanto, justamente por ser uma verdadeira diva, usou o bom humor para lidar com a situação. Veja aqui nesse vídeo que gravei da tal cena.
Depois disso, convidou Kris a cantar com ela Lost Inside of You. Esta foi a parte triste do show.
Aquele monumento que povoou sonhos de minha adolescência, não conseguia cantar. Balbuciava as palavras. Provavelmente lhe faltou voz e memória e talvez tenha sobrado emoção. Não sei. Mas o público ficou penalizado evidentemente.
Barbra foi amiga, cantando, a sua parte e a dele. Encurtou a música, abraçou e beijou Kris e quando ele saiu, ela falou:
-Oh My God. What a man. E aqueles dentes? Vocês já viram homem com sorriso assim?
E dessa maneira voltou a nos alegrar.
Bem, Barbra fez questão de mostrar fotos de sua noite de estreia de Funny Girl em Londres, com a Princesa Margareth indo aos backstage. Foi ovacionada. Assim como quando apareceu sua foto com a Rainha Elizabeth.
Depois mostrou fotos dela em outros momentos com a princesa Diana . Impressionante a força que Lady Di ainda tem. O público veio a loucura.
Não sei se propositalmente ou não, na sequências vieram uma ou duas fotos dela com o príncipe Charles, e a frieza era de congelar. Tenho cá pra mim que o inglês não é lá muito fã desse príncipe. Mas eu sou apenas uma brasileirinha que não entende nada de realeza.
Num determinado momento ela chama alguém, que realmente acho que nunca vi quer mais gordo quer mais magro. Um cara bonitão num smoking, e deslumbradamente encantado de estar ali.
Talvez você o conheça já que é o ator/cantor de Fantasma da Ópera, Miss Saygon e sei lá mais o que.
– Mas você está de smoking. Por que? Por que veio tão chique?
– Porque você é Barbra Streisand.
Ai gente, essa resposta me pegou. Achei tão bonitinha!!
E ela disse que ele segurasse a plateia que ela ia se trocar.
Ele cantou. E cantou bonito.
Aí volta nossa Diva num vestido preto de tafetá. Amplo e decotado. Longo, porém curto na frente. Siiimmmm, ela com 77 anos tem perna para vestido curto.
Avisa que nunca cantou ou sequer ensaiou com aquela roupa, e que Deus a ajude.
Realmente a roupa não se comportou muito bem, pois ficava o tempo todo mais curta do que deveria. Porém quando ela sentava, e fechava as mangas como a um xale, deixando apenas uma das pernas cruzadas a mostra era arrasador.
E aí, cantaram juntos. Foi a vez do fã ser generoso com o ídolo.
Ramin diminuiu e muito seu canto para que a voz de La Streisand soasse grande. Generoso e muito legal, pois todos percebemos que naturalmente sua voz e seus agudos estão impressionantemente belos para uma mulher de 77 anos, assim como suas pernas.
E da-lhe música.
E da-lhe história
E dá-lhe surpresa. Talvez a maior da noite.
Ninguém sabia, nem mesmo boa parte da produção. Mas Lionel Richie, deu uma canja. Yesss. Não sou fã dele, mas não foi ruim vê-lo ao vivo. Nada nada.
E foi por aí. Genteeee, já tava dando quase 4 horas que eu estava em pé. Ok..Ok..é um preço pequeno a se pagar, mas a limitação é física.
Fiquei olhando as amigas de Jane Joplin e me perguntando se elas beberam uma água diferente da minha durante o show. Estavam todas inteiras e lépidas.
Verdade seja dita, quando Barbra Streisand falou que Antonio Banderas estava por ali cheguei a ficar animadinha e até passei discretamente meu batom. Ahhhhh como sou bobinha.
Bem, ainda tinha muita história pra contar do Show da Barbra, mas não sei se você está tão interessada assim.
Saímos em êxtase do parque. Nem ligamos quando percebemos que teríamos que andar uns 6 km as 22h30 até nosso hotel pois não havia qualquer tipo de condução disponível naquela hora para acomodar 66.000 fãs.
No entanto, houve ainda um momento tenso! Foi quando a Dedé percebeu que não tinha nada aberto prum lanchinho. Ahhhh…Dormir com fome não estava nos planos né?
Barbra Streisand – Todas as músicas que cantou no show. Aqui em vídeos que outros fãs gravaram, aliás muito melhor que eu.
Economista, trabalha com tecnologia digital desde 2001. Descobriu o gosto pela escrita quando se viu Dominique. Na verdade Dominique obrigou Eliane a escrever. Hoje ela não sabe se a economista conseguirá ter minutos de sossego sem a contadora de histórias a atormentá-la.
Vc foi perfeita na sua narração. A gente começa a ler e não quer parar um único segundo e quando acaba fica aquele gostinho saboroso de quero mais. Parabéns. Que privilégio pra vc ter estado ao vivo e a cores diante desse monumento chamado Barbra Streisand. Obrigado.
Obrigada Dominique! Queria estar lá com vcs! Mas sua descrição foi tão boa que quase me senti lá!!!
Gente… foi mesmo incrível! Valeu todo esforço físico, valeu cada centavo pago, momentos que vamos guardar no coração pra sempre!
Um evento muito Dominique não só considerando a faixa etária mas a wibe do público em total sintonia com a dela. Todos cheios das mais deliciosas “memories “, cheios de vontade de curtir e se entregar à emoção das músicas, das estórias contadas, das sacadas bem feitas…as 4 horas voaram, sério. E o que achei mais legal é que nós demos pra ela tanto prazer quanto recebemos dela. Foi uma troca. Artista e público. Foi demais.
FinalizAMOS cantando todos juntos:
”People who need people…are the luckiest in the world..”. Não podia ser melhor.
Isso é muito Dominique ❤️Já sdds Lili bjsss
Sim…Assisti ao show de Barbra Streisand ontem no Hyde Park.
É uma longa história de como cheguei até aqui, mas talvez seja mais interessante neste momento, contar sobre o show.
De minha ida ao show da Barbra (desculpe a intimidade), preciso dizer que foi por ideia e insistência, há quase seis meses, da Dedé. Uma amiga mais que amiga, sabe como é?
Estávamos com nossos maridos, que podem até ter uma simpatia por nossa Diva, mas
com certeza jamais a paixão que ambas temos.
Tudo aconteceu no final de semana dos dias 6 e 7 de julho. Quer dizer, chegamos no dia 6 e o show foi no dia 7.
Quer saber de uma coisa? Resolvi que vou contar a epopeia da viagem
agora, sim.
Esta é uma viagem comemorativa de aniversário. Primeiramente na companhia de nossos filhos e 4 amigos. Mas estes já partiram todos. Agora vamos encontrar outros amigos.
Sairíamos de Portugal com destino a Londres. Em princípio, tudo absolutamente sob controle, ou seja, as entradas em mãos, o hotel reservado e passagens compradas. Passagens low cost, óbvio. Querida, o tal do baixo custo’ às vezes sai caro….
Sabe aquele aeroporto super bacana, o Heathrow em Londres?
Pois é, a empresa aérea low cost não para nele. Para num barracão lá loooonge,
numa outra cidade há quase duas horas de distância do Big Ben .
Nada de English Cab, vamos de Uber mesmo. E onde é que se
pega o Uber nesse aeroporto? Affff
Trânsito infernal para entrar em Londres. Num sábado?
Os organizadores devem ter marcado a data da parada de propósito dia 6 de julho depois que souberam que Barbra Streisand estaria dando um show na cidade no dia 7.
Chegamos ao hotel. Fui pro quarto exausta já que era tarde da noite, esfomeada e nem olhei os preços muito menos as calorias das guloseimas do mini bar (grande arrependimento na hora de pagar a conta do hotel e da balança).
Olha, foram mais de 10 horas de viagem. Mas ok..
Um detalhe que vale a pena ressaltar. Estamos vindo de uma
viagem anterior bem movimentada e corrida. A tal companhia low cost não permite bagagem com mais do que 8 kg (isso porque
paguei por cada um deles). Então fiz uma mala com pouquíssima roupa, e na
correria.
Meninas, um dia vou escrever sobre isso. Como errar em cheio
uma mala para 2 dias e meio e não ter o que usar no segundo dia. Eu não poderia
ter errado mais a mala. Dava pra comprar lá? Não tinha nem tempo nem marido com
boa vontade para isso. Ainda mais em Libras. Enfim…Era uma fã muito mal
ajambrada. E uma turista que não faz jus a Dominiques. Mas era o que tínhamos.
E vamos para o show. Gente como sou prolixa, como dou voltas. Você já deve estar cansada e eu nem comecei a contar. Quer saber? Vou dividir em partes assim vou escrevendo com calma, ok?
Economista, trabalha com tecnologia digital desde 2001. Descobriu o gosto pela escrita quando se viu Dominique. Na verdade Dominique obrigou Eliane a escrever. Hoje ela não sabe se a economista conseguirá ter minutos de sossego sem a contadora de histórias a atormentá-la.
“Recebo pontos de bônus se eu agir como se me importasse?”
“Se ninguém te odeia, você provavelmente está fazendo algo errado”
“Se ele ficar melhor, eu estou certo. Se ele morrer, você está certo.”
Estas frases todas foram proferidas por uma única pessoa. Dr House, provavelmente meu cínico preferido. Preferido porque era apenas um personagem de um seriado. Lembra do Dr Gregory House? Mas era House um cínico? Ou irônico? Ou ainda um grande sarcástico?
Pois eu passei os últimos dois dias lendo todas as definições e frases que encontrei destas palavras e a única conclusão definitiva a que cheguei é que você não gostaria de ser vítima de nenhuma delas, por mais inteligentes que as cutucadas pareçam.
Assim como o cinismo, o sarcasmo e a ironia geralmente são engraçados quando falamos de um outro alguém. Melhor ainda, se ele/ela não estiver por perto, pois assim podemos ser mais ácidos e mordazes até porque nem todo mundo gosta de magoar just for fun, né?
Ahhh, tenha certeza que o alvo do cinismo, ironia e/ou do sarcasmo, nunca se sentirá 100% confortável, pois em todas as situações foi desmerecido mesmo que sutil e brilhantemente. Aliás, quanto mais inteligente a sacada mais constrangedor e provavelmente irritante. A menos que a vítima não perceba. Aí pode ser cruel ou inofensivo dependendo de quem está ouvindo.
Bem… Vamos às definições encontradas em dicionários:
Significado de Ironia
substantivo feminino É a utilização de palavras que manifestam o sentido oposto do seu significado literal. Desta forma, a ironia afirma o contrário daquilo que se quer dizer ou do que se pensa. A ironia é a arte de gozar de alguém, de denunciar, de criticar ou de censurar algo ou alguma coisa.
Significado de Sarcasmo
substantivo masculino Zombaria que busca ofender; ironia insultuosa; ação de dizer o oposto do que se quer, mordaz e amargamente.
Significado de Cinismo
substantivo masculino Atitude ou caráter de pessoa que revela descaso pelas convenções sociais e pela moral vigente; impudência, desfaçatez, descaramento.
Vemos acima, que a ironia assim como o sarcasmo até que são fáceis de se identificar. Mas e o cinismo? Quando estamos diante de um cínico? Como identificá-lo?
Você é capaz de me contar alguma atitude cínica que tenha vivido? Certamente verá como é difícil classificá-la
Procurei na internet situações onde o cinismo aparecesse como protagonista, mas o que melhor encontrei foram frases que definem este substantivo melhor que o próprio dicionário. Veja algumas delas:
“Só o cinismo redime um casamento. É preciso muito cinismo para que um casal chegue às bodas de prata.” Nelson Rodrigues
“O cinismo consiste em ver as coisas como realmente são, e não como deveriam ser. ” Oscar Wilde
“O poder de observação aguda é comumente chamado de cinismo pelas pessoas que não a possuem” – Bernard Shaw
“Idealismo é o que precede a experiência. Cinismo é o que sucede.“- Autor desconhecido
E aí, sem querer, procurando outra coisa, achei um personagem de nossa história que proferiu frases de um cinismo que muito me divertiu. É ele o Barão de Itararé que aliás de barão não tem nada.*
“Não é triste mudar de ideias, triste é não ter ideias para mudar.”
“Precisa-se de uma boa datilógrafa. Se for boa mesmo, não precisa ser datilógrafa.”
“A pessoa que se vende recebe sempre mais do que vale”
*Essas frases são atribuídas ao Barão de Itararé, mas não tive como checar a autenticidade da autoria. Mas de qualquer maneira, ilustram meu ponto.
Por fim pergunto: Serão estas pensatas cínicas ou irônicas? Difícil né?
Acho que tudo depende de contexto, interlocutor e da “vítima”.
Mas aí me deparo com isso, de nosso queridíssimo Millôr Fernandes:
“Quando a bajulação não atinge seu objetivo, você pode estar certo que não foi por falta de vaidade do bajulado, é incompetência do puxa-saco.”
“Monogamia é a capacidade de ser infiel a mesma pessoa durante a vida inteira”
Ditas assim, parecem ironias mas aplique a frase ao cotidiano, e situações de verdade.
Só para ilustrar vejamos uma situação que muito provável porém inventada.
Duas amigas chegaram antes ao restaurante onde encontrarão uma terceira amiga, Aninha, para um almoço gostoso de sexta feira.
– Você viu como a Aninha emagreceu?
– Não! Vou precisar colocar os óculos para enxergá-la? (Sarcasmo)
-KKK… Ela disse que perdeu 5 kg. Mas se perdeu 5 mesmo já achou pelo menos uns 3 (sarcasmo). Ahh essa nossa amiguinha, viu? Perdeu 2 kgs e comprou uma calça 2 números menor. Essa não é proporção. (cinismo) Alguém avisa, ela pufavô!!!!! (ironia)
Então chega Aninha. Beijo, beijo, beijo
– Nossa Aninha! Como vc emagreceu!! Quantos Kgs? Pelo menos uns 10, né? Você está ótima!! (hipocrisia)
Bem, não tinha falado ainda sobre hipocrisia. O tema aqui é cinismo, ironia e sarcasmo e é provável que nunca consiga distinguir um do outro. Eventualmente você até discorde de toooodos os exemplos acima.
Agora certamente, não restará dúvidas para nenhuma de nós sobre o significado de hipocrisia e nem a necessidade de defini-la.
Já que depois disso tudo não conseguimos definir nada com muita precisão, vamos brincar?
Dominique tem alguns vídeos que serão um verdadeiro teste para sabermos se entendemos o que é cinismo, ironia e sarcasmo. Vamos ver?
Economista, trabalha com tecnologia digital desde 2001. Descobriu o gosto pela escrita quando se viu Dominique. Na verdade Dominique obrigou Eliane a escrever. Hoje ela não sabe se a economista conseguirá ter minutos de sossego sem a contadora de histórias a atormentá-la.
Adorei! Hoje acho que agi hipocritamente, coisa que abomino, ao cumprimentar um casal que postou no status a foto de 41 anos de casados, cheia de frases de amor! Sei que o marido tem amante , e um filho com ela! O duro é que a esposa sabe, vivem brigando, mas gostam de exibir uma felicidade que na verdade siquer existe! Fui hipócrita mesmo?
Ironicamente li tudo e ainda não sei
Preciso entender a diferença pois quero poder corrigir meus amigos pra manter a farça de intelectual local.
De todos os artigos disponíveis este é o melhor e eu nem aprendi nada aqui.
Sensacional o Gatão da Carla Pagani!!
Dá vontade até de mandar pra uns 3 ou 4 “se achões” kkkkk
Mistura fantástica de cinismo com sarcasmo, ironia e hipocrisia!!Tudo junto! Muito boa! Boas risadas pra um domingo à noite… coloquei fone, meu marido não está entendendo nada. Tadinho!! Valeu!!kkk
Hipocrisia , cinismo ,ironia,sarcasmo, são recursos inteligentes de se dizer a verdade ,que exige inteligência em tempo hábil do ouvinte. E diga-se de passagem…para bom entendedor, basta!…Surte um efeito de um tapa na cara , com luvas de pelica.
Esta semana fui assistir ao show da Eliane Elias aqui em Portugal. E se teve algo que me impressionou além de seu piano foi sua segurança e autoestima.
E por coincidência li ontem o post da nossaDominique Eliane com a análise do texto que Luiz Fernando Veríssimo escreveu sobre egos envolvendo Picasso e seu quitandeiro. Talvez por conta da reflexão que aquela história me causou, prestei tanta atenção no comportamento da música. Se não leu o post ainda, leia agora (aqui) porque vou dar spoiler e o texto vale a pena.
Pois então, lá vemos que além de toda a importância já preconizada da tão famosa autoestima, o que fica é que só nos dão valor quando nós mesmas nos valorizamos e principalmente nos gostamos.
Voltando ao tema principal de hoje que é Eliane Elias. Se você não tem ideia de quem seja essa jazzista brasileira, não se sinta mal ou desinformada. Apesar de brasileira, Eliane Elias fez toda sua carreira no exterior.
Pouco conhecida em sua terra natal, sabe-se lá porque, ela é um fenômeno da música instrumental e cantada no hemisfério norte.
O show foi no Centro Cultural de Belém. Ahhh o CCB merece que eu fale só dele em algum outro texto, pois é um complexo cultural que amo.
Comprei com muita antecedência pois sou chata. Se é para ir a show, tenho que sentar pertinho do artista. Vê-lo muito de perto bem como quase conseguir sentir seu perfume, porque senão vejo por dvd ou no youtube.
E colega, já fui a muito estádio. Assim sendo, nessa altura do campeonato quero um pouquinho de conforto.
Bem, voltando a autoestima e ao show em si.
Pontualmente, sim, pontualmente às 21h Eliane Elias entra no palco acompanhada de um contrabaixo e uma bateria. Usa um vestido justo, ligeiramente acima do joelho que brilha um pouco porque o palco pede brilho, né? Salto altíssimo e uma cabeleira loira digna das jovens e famosas blogueiras. Sim, cabelos longos, muito longos. Por que falo isso tudo? Porque Eliane Elias é uma Dominique nascida em 1960. E sem medo de ser feliz, ousa usar um vestido bem justo e relativamente curto em suas exuberantes curvas com suas madeixas que passam e muito da altura do ombro.
Aí ela senta em seu banquinho a frente do piano e toca as primeiras notas. Pronto. Entendi tudo.
Fogo!! Ela toca com tanta facilidade que parece estar a brincar. Chacoalha-se toda acompanhando, ou melhor, dançando enquanto toca.
Sabe o que é isso? Intimidade. E essa intimidade tão natural impressiona e seduz quem assiste.
Adoro quando o artista conversa com a platéia pois desse modo me parece que gera-se uma certa cumplicidade, sei lá. E a cada música Eliane conta uma histórinha saborosa ora sobre composição ora sobre os personagens envolvidos.
Quando Lili canta (permita-me assim chamá-la) ouvimos uma voz aveludada que talvez já tenhamos ouvido até melhores.
Não sei se ela percebe que cantar não é seu forte, mas age como se fosse Maria Callas.
Sem a menor cerimônia desfila os Grammys que ganhou. Entretanto faz questão de contar que o primeiro veio depois no seu 25o disco e após 7 infrutíferas indicações.
Contou com muito orgulho, que aos 17 anos acompanhou em turnê Tom, Vinicius e toquinho. E com muita naturalidade, como se fosse merecedora e naturalmente por consequência de seu talento conversar com estes mestres madrugada afora. Aiii que inveja!!! Bem, num desses papos, Tom confidenciou-lhe que o compositor que mais admirava no mundo era Dorival Cayme. Que não havia outro. Mas que por um capricho do próprio ídolo, compôs apenas 100 músicas. APENAS!!
Contou isso de maneira coquete aproveitando para emendar numa música de Caymmi, Morena Rosa. Neste momento ela se levanta para cantar em pé longe do piano, desfilando pelo palco.
Vi ali toda a segurança e autoestima daquela Dominique. Com sua mania de passar a mão na cabeleira, sambando discretamente e esbanja charme aproximando-se dos dois outros músicos.
E amigas, o mais giro é ver que Eliane Elias com aqueles quilinhos a mais próprios desta fase de vida das Dominiques, desfila com a certeza de que está muito gostosa. E olha..Tendo a concordar!!
Faz tanto charme para o menino baterista enquanto canta, que achei que era uma paquera. Vira-se para voltar para o piano, passando pelo grisalho músico do contra-baixo. Vê-se ali uma troca de olhares intensa e cúmplice. Óó raiossss! Como pode ser ela tão segura??
Assim que saí do teatro fui ler sua biografia. Descobri para minha surpresa, que ela é casada com um dos músicos que a acompanhava no palco aquela noite. E não é com o miúdo da bateria mas sim com o charmoso homem que sorriu para ela durante todo o espetáculo.
Sou uma Portuguesa meio tropicalizada. Moro em Lisboa, já fui curadora de museu e exposições. Hoje trabalho com turismo. Apaixonei-me pelo projeto Dominique e cá estou a colaborar.
CARA BARBARA GODINHO, PARABÉNS PELAS ACERTADAS OBSERVAÇÕESM EU QUE JÁ FUI MÚSICO QUANDO JOVEM, JUSTAMENTE NA ÉPOCA DA BOSSA NOVA (SOU
CARIOCA – RIO DE JANEIRO) SÓ VIM SABER DA ELIANE ELIAS HÁ UNS DOIS ANOS). FIQUEI IMPRESSIONADO COM A DESENVOLTURA DA MOÇA, E A QUALIDADE MUSICAL DE SEUS GRUPOS, EMBORA SE SAIA BEM CANTANDO, NÃO É VERDADEIRAMENTE SEU FORTE. MAS, ELA SE COMPLETA BEM COM AS DEMAIS QUAIDADES, TUDO COMO A SRA. HOJE NÃO DEIXO DE APRECIAR QUASE DIARIAMENTE ALGUMAS DE SUAS OBRAS NO YOU TUBE.