Dominique

Coisas de Dominique é onde histórias de mulheres são contadas. Histórias de mulheres que realmente têm o que contar.
Eliane Cury Nahas por vezes transcreve, por vezes traduz coisas que Dominiques (aquelas mulheres com 50 ou mais anos de histórias) contam. Surpreendentemente você se identificará com muitas delas, afinal #SomostodasDominiques

A publicidade não fala com as Dominiques. Por quê?

Dominique - Publicidade

Definitivamente a publicidade não fala conosco, Dominiques!

Ahhh… Claro que fala! Tem aquela publicidade do creme contra rugas.

As empresas que fabricam e anunciam esses produtos mágicos de rejuvenescimento também fabricam perfumes, maquiagem, produtos pra cabelo. Mas parece que nós não nos maquiamos. Nós não nos perfumamos.  Nós não lavamos cabelo. Nós só envelhecemos.

A diversidade que eles tanto pregam, LGBT, diversidade racial, igualdade de gêneros e outras, não incluí Dominiques. 

Mas já que é para falar de cremes e rejuvenescimento, falemos. Sobre eles. Prometo que não vou ser panfletária. Vou fazer gracinha, tá?

Nada contra. Nada contra quem usa. Nada contra quem não usa.

O que sempre me incomodou é o tal “rejuvenescimento”. Eu NÃO quero REJUVENESCER!
Quero saber envelhecer . Aliás, envelheço desde o dia que nasci. Você também. Sério.

Tem pessoas que já me confessaram não estão encarando bem o espelho e o envelhecimento.
Morro de pena. De verdade. Porque não há muito o que fazer.
Quem sabe, talvez, tratamentos cosméticos e plásticas.
Mas estes são apenas paliativos para a imagem e o reflexo. E temporários. Efêmeros. Com um custo altíssimo.
Não. Não estou falando de dinheiro.

É duro ver no espelho minha coxa em babados??  PQP, claro que é!

Vou pra musculação xingando e com a certeza que no máximo estarei com a consciência tranquila quando usar maiô na praia. Fiz meu melhor! A perna continuará em babados. E a da maioria das minhas amigas também.

É… Cést la vie!!

Mas garanto!
Ninguém discute um texto de Julio Cortázar como eu.
Ninguém faz um moqueca como minha amiga da casa ao lado.
Ninguém tem um papo tão delicioso como a amiga da casa da frente.

E tomar caipirinha comendo um petisquinho (frito de preferência) com elas na praia, tomando um solzinho, falando quilos de bobagens, não tem preço.

De vez em quando até passa na nossa frente uma daquelas mulheres lá de cima que falei. Num biquíni pequenino. Com um chapéu maior que nosso guarda-sol. Corpaço. Inveja? Talvez. Por segundos.

Mas aí eu penso no que ela fez, ou pior, no que ela deixou de fazer em nome do corpaço e do espelho.
Bom, a inveja continua.
Mas como o bolinho de arroz muito mais aliviada e ainda coloco um tabasquinho.

Dominique - Publicidade

Leia mais:

A casinha do armário e os segredos de uma lembrança
Qualidades ou defeitos? Minha lista dos tipos de homens

Eliane Cury Nahas

Economista, trabalha com tecnologia digital desde 2001. Descobriu o gosto pela escrita quando se viu Dominique. Na verdade Dominique obrigou Eliane a escrever. Hoje ela não sabe se a economista conseguirá ter minutos de sossego sem a contadora de histórias a atormentá-la.

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A casinha do armário e os segredos de uma lembrança

Dominique - Armário
Lembranças de um armário? Sério?

Meu pai, como já contei, era engenheiro inglês e veio para o Brasil a serviço de uma empreiteira locado na construção de Brasília e outras grandes obras.

Naquela época, não havia muito essas grandes especializações de hoje. Engenheiro era engenheiro. Estrada, pontes, cidades, tanto fazia. Era a pessoa que sabia construir.

Isto posto, lembro que meu pai era o consultor de todos os amigos na hora de comprar o primeiro imóvel.

Num sábado ensolarado, lá longe, acho que em 76 ou algo assim, papai me convocou para acompanhá-lo a uma destas visitas técnicas.

Era uma casa. Aos olhos de uma menina, uma casa velha. Apesar de vazia, vi os sinais dos antigos moradores em todos os cantos. Nenhum móvel. Mas pinturas riscadas, pisos andados, armários empenados.

Meu pai técnico que era, analisava cada milímetro para elaborar um relatório preciso e perfeito que fizesse jus a responsabilidade a ele conferida. Avaliar a compra da morada de toda uma família era coisa muito séria, ainda mais em tempos de “pra toda vida”.

Você consegue imaginar o tempo que ficamos por lá?

Bem. Passada a primeira hora, já sem nada para fazer e sabendo que ficaria lá por muito tempo, comecei uma exploração investigativa da casa.

Em cada cômodo analisava os sinais do tempo e imaginava como estes interagiram com as vidas lá vividas.

Cozinha com uma copinha.

Vi ali, com os olhos imaginativos de uma criança, a avó, mãe da dona da casa, separando o feijão que ficaria de molho para o almoço de domingo.

A mãe, dona da casa, ouvia o radinho de pilha enquanto lavava a louça do café e começava a pensar no almoço do sábado.

Na sala, na poltrona, o pai de chinelos, lia o jornal e se preparava para quem sabe lavar o carro.

Sai para o jardim.

Quantos filhos seriam?

Hummm…

Acho que naquele cantinho ficava uma bicicleta. Olha as marcas do guidão no muro. Ahhh… Isso é com certeza coisa de menino.

O quintal tinha um pequeno jardim. Este jardim deve ter sido o orgulho de alguém quando era bem cuidado.

Hoje com sua grama alta escondia o caminho de pedras que levava ao portão. Portão baixo que obviamente não tinha a intenção de proteger.

Naquela época, imagino que sua função era apenas de delimitar território ou prover privacidade.

Na grama alta, vi o que identifiquei como sendo marcas de um Velotrol. Provavelmente não era nada disso.

Subi uma escada de madeira estreita que rangia a cada passo. Um corredor pequeno dava acesso aos quartos.

No primeiro à direita, uma marca na parede junto a um prego me pareceu ter a forma de um pequeno oratório. Pronto. Este era o quarto da avó.

Em frente, o quarto com janela para rua. Um pouco mais de espaço. Com certeza, o quarto dos pais.

Ahhh… Um banheiro para todos. (Vocês hão de acreditar, mas naquela época, era comum. E conseguíamos nos virar uma família inteira em um único banheiro).

Aí entrei no quarto que deveria ser dos filhos. Marcas nas paredes mostraram que muitas coisas foram pregadas e arrancadas. Outras tiradas e levadas embora.

Queria saber mais daquelas crianças.

Marcas de bola no teto. Vishhh. A mãe deve ter ficado muito brava. Piso de taco, bem desbotado perto da janela. E menos nos espaços onde as camas devem ter ficado.

Do outro lado de onde deveriam ter sido as camas, vi um armário embutido. Fui até ele, esperançosa.

Quem sabe ao abrir aquelas portas, encontraria objetos esquecidos ou deixados pela família que me presenteassem com detalhes ou pistas para melhor montar minhas histórias.

Abri a primeira porta, confesso que ansiosa. De lá só saiu um cheiro estranho. Cheiro que nunca esqueci. Cheiro de abandono. Prateleiras vazias e empoeiradas.

Abri a segunda e da mesma maneira nada existia além do tal cheiro.

Abri a terceira e última porta, já sem esperança, mas por insistência.

Ao abrir, parei. Fiquei olhando meio que em transe. Um estado nunca sentido antes. O que vi me despertou de um sono. Mas meus olhos estavam hipnotizados. Fixos naquele pôster pregado na porta do armário, estava lá David Cassidy.

Lembra dele? O filho mais velho daquela série Do Re Mi. Não ria. É serio. Pôster do David Cassidy.

Senti umas coisas estranhas acontecendo comigo. Algo como um certo frio na espinha.
Um vazio na barriga que não era fome. Um comichão. Acho que foram meus hormônios se manifestando pela primeira vez na vida, me avisando que eu era mulher. Não sei.

Mas dai pra frente minha vida nunca mais seria a mesma. Nunca mais conseguiria viver sem aquele frio na espinha. Até hoje preciso dele como preciso do ar que respiro.

Ahhh… Tio Miguel não comprou aquela casa. E ainda tenho muito carinho por David Cassidy.

Afinal, o primeiro tesão a gente nunca esquece.

E eu jamais esquecerei daquele armário…
Eliane Cury Nahas

Economista, trabalha com tecnologia digital desde 2001. Descobriu o gosto pela escrita quando se viu Dominique. Na verdade Dominique obrigou Eliane a escrever. Hoje ela não sabe se a economista conseguirá ter minutos de sossego sem a contadora de histórias a atormentá-la.

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Qualidades ou defeitos? Minha lista dos tipos de homens

Alguns tipos de homens.
Claro que todos têm vantagens e desvantagens. Qualidades e defeitos.
Mas depois dos 50 anos alguns defeitos ficam mais evidentes.
Não leve esta minha listinha aqui muito a sério.
É mais para darmos risada.
Veja se tem algum tipo que eu não listei e me conte.

Homem Sensível
Já descrevi lá no vídeo. Você viu?
Tá aqui!

Homem Família
Parte boa
Família vem em primeiro lugar!! Sempre…
Parte ruim
Mas é a dele, claro.
Os compromissos com os filhos são sempre mais importantes do que aquele cineminha com você.
A primeira comunhão da neta do irmão mais velho mela aquela viagem pra Ilha Bela que você estava sonhando há meses.

Homem Bom-Garfo
Parte boa
Adora bons restaurantes.
Se você cozinha bem, ja é 60% de garantia da conquista.
Parte ruim
Sempre pensando onde será a próxima refeição.
Seja em restaurante ou na sua casa, trate de sempre ter em mente como alimentar este monstrinho.
Nem sempre este apetite todo se repete na cama.
Eles morrem de medo de indigestão.

Homem Fofo
Parte boa
Te elogia o tempo todo.
Te abraça o tempo todo
Te beija o tempo todo.
Parte ruim
Te dá um apelido tipo tchuca.
Fala com você com voz de nenê.
É pegajoso.

Homem Intelectual
Parte boa
Sempre terá assunto.
Ele será seu Google.
Tem amigos interessantes.
Parte ruim
Ele detestará seus amigos.
Os amigos dele, com o tempo, podem se tornar muito chatos.

Homem Sedutor
Este é uma delícia e um perigo.
Tem por hábito/vício seduzir.
É bom neste esporte.
Parte boa
Você vai ficar encantada.
Se for boa no jogo também, ambos se divertirão muito.
Parte ruim
Ele não faz isso só com você.
Não se apaixone, a menos que ele se apaixone antes.
Tenha certeza disso.

Homem Bonito
Homem bonito? Com mais de 50 anos?
Hummm… Não é tão fácil assim.
Mas tá bom, vai.
Achou um.
Parte boa
É bonito!!
Aproveite!!!
Parte ruim
Ahhh…
Deve ter um monte.
Mas é bonito. Aproveite!!

Homem Dependente
Este, geralmente, foi filhinho da mamãe.
Mamãe sempre lavou passou e cozinhou para ele.
Mamãe sempre soube o que era melhor para ele.
Parte boa
A esta altura do campeonato, mamãe já não deve existir mais.
Se existir, caia fooooraaa. Nem leia o resto.
Se ele precisava tanto de mamãe, vai precisar muito de você.
Se você é do tipo que gosta de controlar o jogo, achou seu homem.
Parte ruim
Você nunca será a mamãe.
Acredita em assombração?
Não? Pois bem, ela existe e vai viver no meio de sua cama.

Homem Vaidoso / Metrossexual
Parte boa
Gostoso sair com alguém em ordem.
Estará sempre limpinho e cheiroso.
Parte ruim
A minha amiga Helena Perim já diz e eu concordo:
Nunca saio com ninguém que a nécessaire seja maior do que a minha!
Ele provavelmente vai cobrar de você a mesma vaidade.
Se empatarem neste quesito, legal!
Agora, já pensou ele reclamando que você está desarrumada?
Que não vai sair com você vestida para ir à feira?

Homem Egoísta
Parte boa
Normalmente é muito educado, conhece muitas pessoas, sabe o que é bom.
Parte ruim
Tudo o que faz no fundo é visando seus interesses, ou seja, te convida pra jantar em tal lugar pois ele é quem gosta de tal comida nesse restaurante.
Idem viagem.
Idem amigos.
Quando você se encher de fazer só o que ele quer, ele vai dizer que sempre deu opções!!

Homem Possessivo
Parte boa.
Vai fazer de tudo para te conquistar.
Ele sabe o que quer.
Você.
Não poupa esforços para te ter e te conquistar.
Ele vai organizar passeios, jantares, viagens. Você não terá que pensar em nada. Só terá que estar disponível.
Vai te mimar e te encher de presentes.
Parte Ruim
Mas a palavra conquistar tem um sentido mais amplo e literal.
Se conquistada, você passa a ser propriedade dele. Só dele.
Você terá que estar a disposição dele 24 horas por dia.
Só dele.
Só dele!!!
Amigos devem esquecer que você existe.
Aliás, até filhos ele prefere que você não tenha. Ou esqueça que já teve um dia.
Pode ficar muito raivoso quando as coisas saem do controle.

Homem Espiritualizado
Parte Boa.
Foi o Universo que os uniu.
Rapidamente ele te lê.
Sabe seu signo e ascendente sem que você diga.
Diz que vc é alma gêmea e soube disso desde o primeiro minuto que te viu.
Provavelmente se conheceram em outras vidas.
Parte ruim.
Tudo de ruim que acontece com vocês é culpa dos astros ou dos deuses.
Quando não gosta de algum amigo seu, diz que não suporta a enegia de tal pessoa.
Quando vocês brigam diz que você está possuída e transformando a vibe do lugar.
Ele nunca é responsável por nada. Sempre são os astros ou os espíritos.

Dominique

Nasceu em 1964. Ela tem 55 anos, mas em alguns posts terá 50, 56, 48, 45. Sabe porque? Por que Dominique representa toda uma geração de mulheres. Ela existe para dar vida e voz às experiências, alegrias, dores, e desejos de quem até pouco tempo atrás era invisível. Mas NÓS estamos aqui e temos muito o que compartilhar. Acompanhe!

2 Comentários
  1. Amei ! A sua maneira espontânea e sincera de dizer as coisas nos deixa completamente a vontade e , sim , nos representa e muito .

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Liberdade foi o maior presente que eu ganhei de aniversário

Ahhhhh, a liberdade. Foi esse o presente que ganhei de aniversário quando fiz 50 aos!

E esse vídeo diz muito. Mas não diz tudo. Então completei com o texto.

[fve]https://www.youtube.com/watch?v=UPEcgyJfB4U[/fve]

Não sou novata em redes sociais.
Mas sempre fui muito cautelosa.
Nunca me expus.
Nunca escrevi nada que pudesse me “comprometer”.
Fotos, então, nem pensar….
Sempre prezei demais pela minha privacidade.
Hoje, vejo que não existe um real porquê de todo esse pavor em me revelar.
Acabo de chegar aos 50. E, neste momento, sinto a necessidade de me expor: minhas ideias, meus sentimentos, a mim mesma.

De que vale uma vida se não compartilhada?
Ainda mais agora que liguei um baita de um FODA-SE.
Sério. Falo, escrevo, posto, publico, grito, insinuo o que eu quero!!!
Doa a quem doer. Mas não vai doer não. Prometo.

Quero falar coisas da minha vida.
Passada, presente e futura.
Só da minha vida, tá?
Mas o que é que eu posso fazer se você faz parte dela?

Relaxa… Já falei que não vai doer.
Afinal, a liberdade que conquistei provavelmente está a seu alcance também.
Tome-a e use-a. Ou não.
Meus amigos me conhecem bem.
Se eu os chamo de AMIGOS, gostam de mim.
Os conhecidos, com certeza, me toleram.
Mas se estão na minha listinha de “amigos”, e ainda não me bloquearam, é porque falo coisas que fazem sentido.

Até agora pelo menos. Veremos…Veremos…
Dizem que a tal liberdade trazida pela idade é uma ceifadora de conhecidos…
Afffff… Já vão tarde.
Que fiquem só os amigos e os transparentes.

 

Ficha TécnicaVideo : Liberdade foi o maior presente que eu ganhei de aniversário

Dominique de hoje : Carla Pagani
Direção : Cris Mariz
Roteiro : Eliane Cury Nahas
Produção executiva : Rita Urcioli E Claudio Odri
Figurino : Tigresse

Leia um pouco mais sobre essa mulher contemporânea que somos todas nós

 

 

 

 

Eliane Cury Nahas

Economista, trabalha com tecnologia digital desde 2001. Descobriu o gosto pela escrita quando se viu Dominique. Na verdade Dominique obrigou Eliane a escrever. Hoje ela não sabe se a economista conseguirá ter minutos de sossego sem a contadora de histórias a atormentá-la.

3 Comentários
  1. Muito booommm! Compartilhei no Face e marquei a minha filha. Ela ainda não é Dominique, mas pode degustar!

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MeNoPaUsA: uma palavra carregada de estigmas!

Dominique - Menopausa
Menopausa. Menopausa. Menopausa. Menopausa. Menopausa. Menopausa.
Menopausa. Menopausa. Menopausa. Menopausa. Menopausa. Menopausa.
Menopausa. Menopausa. Menopausa. Menopausa. Menopausa. Menopausa.

Não é porque vou repetir mil vezes essa palavra que me livrarei de seus significados nefastos, sem falar nos sintomas.
Você está oficialmente na menopausa 12 meses após parar de menstruar. Este é o fato biológico.
Agora, vamos aos significados.
Mas que significados?
Ah, de que a mulher na menopausa, acabou.
Ficou velha.
Não serve mais.
Que agora o negócio é ser avó e cuidar de netos.
Que sexo é… Sexo? Ela não deveria nem pronunciar essa palavra.
Sériooooo, amiga.
É isso que o inconsciente coletivo GRITA quando escuta a palavra MENOPAUSA.
Você pode ser a clone da Nicole Kidman com o corpão da Luiza Brunet. Se contar que está na menopausa, acabou.
Vão te olhar como se fosse a Dona Benta.

A mulher Menopausada (existe até esta qualificação) carrega uma série de predicados pejorativos já determinados e pré-existentes.

Enfim…Dominique - Menopausa
Tabu. Dos piores. Quer ver?
Faça uma experiência.
Saia você, seu marido/namorado/companheiro com mais um casal. Mas um casal de amigos que vocês tenham bastante intimidade.
Em certo momento, puxe o assunto da menopausa. Mas encha a boca para falar menopausa… Você verá o constrangimento dos rapazes. Eles olharão para baixo, tentarão mudar de assunto, farão alguma piadinha provavelmente grosseira ou condescendente…

Uma amiga outro dia, sentou na cama e falou:
– Afff, que calor insuportável. Acho que deve ser a menopausa chegando.
Disse que o marido imediatamente sentou ao lado dela, fez cara séria e perguntou:
– Você quer falar sobre isso? Está bem? Podemos conversar…
Fofo… Mas uma reação completamente exagerada para um comentário tão banal.

Menopausa. Menopausa. Menopausa. Menopausa. Menopausa. Menopausa.
Menopausa. Menopausa. Menopausa. Menopausa. Menopausa. Menopausa.
Menopausa. Menopausa. Menopausa. Menopausa. Menopausa. Menopausa.

Agora vamos aos sintomas.
Os sintomas todos, até onde sei, sentimos é na pré-menopausa, no famoso climatério. Que, aliás, rima com cemitério. Não é um horror?
Climatério na verdade é um período de grandes impropérios.
Preciso falar deles?
– Calores, mau humor, bom humor, mau humor, bom humor, insônia, peso, peso, peso… Ahhh, está tudo no vídeo. (AQUI)
Mas meninas, tenho boas notícias!
Nós mudamos.
Nós podemos tomar remedinhos mágicos.
Nós podemos fazer tratamentos bacaninhas.
Nós podemos um monte de coisas até para aquelas que não podem tomar remedinhos.

E quer saber, climatério hoje em dia tá rimando mais é com adultério, tá?
Brincadeiraaa. Desculpem-me pelo despautério.
Mas não quis perder a rima nem a piada.

Verdade é que, talvez, a medicina tenha avançado mais do que nossa anatomia.
Você já parou para pensar que há uns 100 anos a mulher talvez não chegasse a tal menopausa?
Ela nascia, procriava muito. Ou morria no parto ou morria muito, muito, muito velha. Isto é, aos 50 e poucos. Agora, passaremos um terço da nossa vida ou mais nessa condição.
Acho que daqui alguns séculos, talvez na nossa idade, estejamos engravidando, sei lá…

Mas voltando a meu tema: a tão estigmatizada menopausa.
Fiquei aqui pensando com meus botões.
A mulher mudou.
Os tratamentos apareceram.
Os sintomas amenizaram.
Tudo está diferente, menos o estigma de velha senhora menopausada.
Aí acho que achei uma simples e singela explicação.
A palavra!
Isso. A palavra é carregada de significados ruins.
A palavra MENO-PAUSA. Menopausa.
E se mudássemos a palavra menopausa?
Mudássemos para qualquer outra.
Tipo,  sei lá… Margarida talvez.
E aí Dominique, como está sua Margarida?
Ou Mafalda?

Alguma palavra que não remetesse a absolutamente nada.
E que déssemos novo significado a ela.
A partir de agora, significaria a fase em que a mulher está livre de usar O.B.!
Ou a fase em que não precisa mais se preocupar em engravidar.
Camisinha só para sexo seguro.
DIU never more.
Ou a fase que a mulher se sente um mulherão.
Livre e desprendida!
Totalmente Dominique!

Dominique - Menopausa
O que você acha?
Que palavra você daria para este período biológico e natural da vida que substituiria esta que começa com M…?
Proponho um desabafo coletivo que nos faça rir.
Que tal usar o bom humor para mudar um pouco a percepção do outro sobre nós?
Vamos pensar em um novo nome para combinar com nossa nova atitude?
Dê sua opinião aqui nos comentários!
Eliane Cury Nahas

Economista, trabalha com tecnologia digital desde 2001. Descobriu o gosto pela escrita quando se viu Dominique. Na verdade Dominique obrigou Eliane a escrever. Hoje ela não sabe se a economista conseguirá ter minutos de sossego sem a contadora de histórias a atormentá-la.

7 Comentários
  1. Menospausa. Porque essa não é uma época de PAUSAR nada! Sim, passamos por todas esses sintomas nada, mas NADA agradáveis. Sim todos, TODOS nos vêem com outros olhos (tipo fim da linha). Sim, todos os médicos dizem que tudo o que estamos sentindo é consequência da danada. Mas somos Dominiques ou não? Já passamos por tantas coisas. Bora encarar de frente? Bora derrubar todos esses estigmas?
    Quem sabe LIBERDADE não seja um nome mais bonitinho?

  2. Perfeito… nunca descreveram tão bem o que estou passando agora! Parabéns pela sensibilidade! E se usássemos a palavra “melhor pausa”… melhor no conhecimento do corpo, melhor nas escolhas e melhor na aceitação de quem a gente realmente é e quer?! Fica a sugestão!!!

    1. Querendo ou não, todas nós passamos por isso, né Sirlei? Como tudo na vida tem dois lados, não ia ser diferente nessa nova fase. Obrigada pela sugestão. Adorei!

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