Dominique

Coisas de Dominique é onde histórias de mulheres são contadas. Histórias de mulheres que realmente têm o que contar.
Eliane Cury Nahas por vezes transcreve, por vezes traduz coisas que Dominiques (aquelas mulheres com 50 ou mais anos de histórias) contam. Surpreendentemente você se identificará com muitas delas, afinal #SomostodasDominiques

Os 7 Pecados

Dominique - 7 Pecados

Deixa eu te contar uma coisa.
Numa época da minha vida estudei em colégio de padres.
Duro mesmo era conviver com os teólogos que davam aula de religião.
AFFFFFFFFFF.
Acredita que religião valia nota, tinha prova e reprovava???
Sério!!
Perguntas impossíveis de serem respondidas tipo:
Quais são os 7 pecados capitais??? Signifique.
Você acha fácil? Quero ver!
Querida, não conheço ninguém que não recorra ao Google para lembrar dos 7.
Não vale confundir com os 10 mandamentos, hein?!
Aha!! Te peguei, né?
Aliás, tem coisa mais chata e antiquada do que essa noção de pecado?
E ainda por cima 7?
Na minha modestíssima opinião só existe um único pecado.
Isso.
1.
Hum.
Um.
Que é fazer mal ao outro conscientemente.
Sim, porque se você fizer sem querer não pode ser pecado.
Mas os padres/teólogos queriam 7.
E ainda tínhamos de significar!!! Seteee!!
Minha teoria de nada adiantava, e nunca convenceu na hora das prova.
Mas e você? Já achou no Google?
Vou te ajudar a lembrar.
Claro que adaptei um pouquinho, né?

1.Inveja
Olha, eu não me lembro de ter invejado nada de ninguém a não ser magreza! A única coisa que invejo no universo é mulher magra. Mas digamos que essa é a tal da inveja boa. Hahahahahahahahaha, inveja boaaaa…

2.Gula
Genteeee… eu vivo de regime desde o dia em que eu nasci. Para mim, ser gulosa é comer uma fruta a mais no jantar!! Isso não pode ser pecado!! Isso é deprimente!!!

3.Avareza
Ahhhh… sou mesquinha sim. Nas raríssimas vezes em que compro chocolate, compro pra comer como uma louca desvairada atacada. E não tem nada que me irrite mais do que alguém pedir um pedaço!!! Não dou, não dou, não dou!!

4.Ira
Fazer a maior ginástica para minha calça jeans entrar. E depois quebrar 3 unhas para conseguir fechar!!! Aí, usar aquela armadura machucando e cortando a pele o dia inteirinho me lembrando o quanto eu engordei. Raiva. Muita raiva. Muita raiva.

5. Luxúria
Quando eu era pequena meu sonho era que um caminhão da Kibon capotasse na frente da minha casa. E eu me via dentro da caçamba mergulhada num mar de picolés. Isso, sim, era pecado.

6. Preguiça
O-DEI-O me mexer!!! ODEIO!!!
Se pudesse nunca mais calçava um tênis na minha vida!!

7. Soberba
Emagreci 4 quilos. Vesti aquele vestidinho preto super sexy e me olhei no espelho.
Nunca vi mulher mais espetacular que aquela. É impressionante o que 4 quilos podem fazer. Que pecado de mulher!!!

Eliane Cury Nahas

Economista, trabalha com tecnologia digital desde 2001. Descobriu o gosto pela escrita quando se viu Dominique. Na verdade Dominique obrigou Eliane a escrever. Hoje ela não sabe se a economista conseguirá ter minutos de sossego sem a contadora de histórias a atormentá-la.

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Arrumar armário pode ser o começo de um novo ciclo

Dominique - Organização

Ordem em armário.
Arrumar prateleiras e gavetas sem fim.
Isso já foi um pesadelo em minha vida.
Não sei quem foi o gênio que disse:
Dois corpos não podem ocupar o mesmo lugar e no mesmo tempo!!
Gente!! Quando consegui entender esta frase, meu mundo mudou!!!
E meu armário também, claro!!!
Ficou muito mais fácil dar ordem em coisas para colocá-las  num espaço que agora eu sei, é limitado!!
Sério.

Tenho dois tipos de ordem em armário.
A light e a RADICAL.
A light é aquela do dia a dia. Quando não consigo mais encontrar a calcinha que quero ou que combine com aquele sutiã. Aí paro e arrumo rapidinho.
Agora a radical…
Ahhhh A radical é outro papo.
Chega um dia que me dá os 5 minutos. Olho meu armário e não consigo mais entendê-lo.
Aí começo a arrumar.
Mas começo da seguinte forma:
Tiro tuuuuddddooo e jogo no chão!!!
De forma que eu não tenha chance de desistir no meio do caminho.
Ou termino ou termino.
E é incrível.
Sempre que faço este tipo de arrumação percebo que estou no fim de algum ciclo de minha vida.
Na verdade, no começo de algo.
Não é consciente. Mas hoje já sei que quando me dá a comichão da devastação de gavetas é porque mudei.

Vou dar aqui algumas dicas que você talvez até já saiba ou já use há tempos!! Mas vai que alguma Dominique se inspire com ela, né?

– Gavetas e camisetas.
Meu armário tem gavetas. Mas sou daquelas que gosta de ver absolutamente tudo que há numa gaveta. Então se eu fizesse uma pilha de camisetas, não veria além da primeira. Se eu as espalhasse não caberiam mais do que 3 ou quatro. Como arrumar e organizar isso??Achei uma solução!! Rolinhos!! Camisetas não amassam. E conseguimos saber qual é qual num rolinho. Olha só quanto espaço economizei!!

Dominique - Organizar

– Lenços Pashminas echarpes e afins
Adoroooo um lenço no pescoço… Adorooo uma echarpe.
Mas como guardá-las?
Ocupar uma gaveta? Empilhá-las?
Bom… Usei o mesmo método das camisetas para as pashminas.
Mas não as coloquei em gavetas. Coloquei em caixas. Caixas que você compra ou caixas que você faz como eu… Não te contei que virei a louca da caixa? Ahhh minha querida… Dei para encapar caixa no meu tempo vago. Mas isso é outra história.
– Para os lenços eu tive uma ideia, modéstia às favas, genial.
Você conhece aquele cabide para pendurar múltiplas calças? Então!!!
Penduro mesmo múltiplos lenços.
Além de ficar superprático, fica superlindo no armário.
O meu eu comprei na Camicado (www.camicado.com.br)

Dominique_organizar

– Uso minhas caixas encapadas para guardar um monte de coisas. Organizar papelada.
Guardar lembranças dos filhos. Mas uso estas caixas para coisas que não vou usar com frequência e que sei que não vou jogar fora. Pois são caixas que não vejo o interior. Uso-as inclusive de maneira decorativa no meu armário.

Dominique - Organizar
– Mas uso também as transparentes de plástico.
Nelas guardo livros, cartões, papéis, grampeadores, coisas de papelaria, coisas de costura, minhas tralhas de artesanato. Ahhh Assim fica fácil de achar. Mas estas eu não deixo à mostra não!

Dominique - Organizar
– Não tenho TOC, mas separo minhas camisas, blusas e calças por cores, estampas e textura por uma simples questão de praticidade na hora de achar e me vestir.

Tenho outras dicas, mas acho que a dica mais importante de todas vem agora.

Aprendi com uma pessoa muito especial. E muito generosa.
Toda vez que colocar algo novo no armário tire algo. E doe.
Tem coisa mais coerente e correta?
Abracei isto de tal maneira que tenho um número exato de cabides em meu armário. Só compro cabide novo quando algum quebra!
E só compro roupa nova, quando sei exatamente qual eu vou tirar. Se não souber, é porque não preciso da nova.

Eliane Cury Nahas

Economista, trabalha com tecnologia digital desde 2001. Descobriu o gosto pela escrita quando se viu Dominique. Na verdade Dominique obrigou Eliane a escrever. Hoje ela não sabe se a economista conseguirá ter minutos de sossego sem a contadora de histórias a atormentá-la.

9 Comentários
  1. Também sou muito organizada e ao longo da vida, a cada mudança de casa, sempre para menor, fui reduzindo as posses . E engraçado, a poucos dias comecei apensar em repassar os armarios!!! acho que tô sentindo mudança no Eu….

  2. Desde criança sempre ganhava roupas usadas , mas roupas boas, das minhas tias pouquinho mais velhas que eu , eu adolescente e elas jovens , então a moda virava elas compravam roupas da moda e eu ganhava as fora de moda rsrsrs , mas minha mãe era costureira e sempre dava um jeitinho , tbm nunca fui muito ligada na moda .
    Enfim até hoje ganho roupas , agora das minhas filhas , pois emagreci e elas engordam e cada uma faz a sua moda .
    Mas tem uma coisa que sempre faço , abro as gavetas e guarda roupas e tudo que não uso , mas em bom estado eu tenho mania de doar pra quem precisa , aí encho sacolas e mando pra quem precisa ,assim fico só com o que eu uso mesmo .
    Passado uns dias recebo , ganho roupas novinhas pra repor aquelas que doei , é muito gostoso doar e receber em dobro .
    Isto funciona comigo desde minha adolescência kkkkk
    Adoro doar e receber tbm .
    Por isto compro pouquíssimas roupas todos os anos.Compro apenas algumas peças no tempo do frio , qdo não ganho lógico né !
    Mas esperimente fazer isto , é como a lei do retorno .
    Compro somente roupas íntimas e meias .Ganho até acessórios , como brincos cintos , pulseiras , perfumes ,cremes e etc.

  3. Preciso de ajuda, pois tenho muita dificuldade em organizar meu guarda roupa e minha casa em geral. Gostaria de dicas que me ajudassem. Adoro tuas postagens.

    1. Oii Neusa,
      Daremos mais dicas, sim!! Mas, caso seja do seu interesse, o livro “A Mágica da Arrumação” da Mary Condo, traz umas dicas bem bacanas sobre este tema.

  4. Ha alguns anos, em uma das minhas várias mudanças de casa, consegui encher uma caixa inteira, das grandes, de sapatos. Outra, de bolsas. Quando estavam sendo transportadas, reparei o espanto dos rapazes da transportadora. Fiquei envergonhada por minha acomodaçao e egoismo, um monte de coisas que eu nao usava mais. Entao adotei, pra valer, o lema de só ter o quê realmente uso. É uma delicia!

    1. Nossa Cynthia…Sei exatamente qual foi seu sentimento com os rapazes. E sei também exatamente qual é o prazer de ter um armário onde todas as peças têm valor pelo uso!! Em alguma outra dimensão seríamos grandes amigas, não acha?

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Transparente

Você fala o que pensa?
[fve]https://youtu.be/JMWFyWP80P8[/fve]
#Transparente #Pensamento #SomosTodasDominique

Dominique

Nasceu em 1964. Ela tem 55 anos, mas em alguns posts terá 50, 56, 48, 45. Sabe porque? Por que Dominique representa toda uma geração de mulheres. Ela existe para dar vida e voz às experiências, alegrias, dores, e desejos de quem até pouco tempo atrás era invisível. Mas NÓS estamos aqui e temos muito o que compartilhar. Acompanhe!

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Dançar faz muito bem!

Dominique - Dançar faz bem

Por: Claudia Kalil

Eu sempre gostei de dançar.
Danço desde menina, no clube, na escola ou em aulas de jazz e de dança moderna.
Em casa eu não podia ver a televisão ligada.
Se passava o programa do Chacrinha, tava lá eu dançando.
É algo meu, que me realiza e me satisfaz.
Dançar me traz uma grande felicidade, uma grande alegria.

Depois de casada, eu larguei um pouco a dança.
Vieram os filhos, a casa e o trabalho.
Eu me envolvi muito com este cotidiano.
Só que chegou uma determinada altura da minha vida que eu estava:
Leva criança… traz criança.
Aula de canto, aula de natação, aula de inglês, escola, catecismo…
São 3 filhos!
Além disso, cozinha, faz compras, vai ao banco.
Naquela época, eu trabalhava fora e a noite.

Fui ficando muito cansada, estressada mesmo.
Até que um dia eu tive um apagão.
Eu cheguei numa situação em que não sabia onde estava e nem o que estava fazendo naquele local.
Estava em um banco, mas não sabia o que estava fazendo ali.
Daí procurei um médico.
Claro, ele falou pra diminuir o meu ritmo e procurar alguma atividade física para fazer.
Logo pensei em voltar a dançar. Achei que me ajudaria.

Voltei para a academia e há 22 anos faço aulas de dança, como de salão e ritmos.
É uma delícia, nunca mais parei!
A dança é libertadora!
Libera nossos movimentos, desinibe e me ajuda a expressar sentimentos.
Pra mim é a cura da alma.
Foi e é um santo remédio para mim. Até hoje, aos 57 anos, eu danço semanalmente.

No último ano a dança me trouxe uma outra surpresa.
Uma pessoa que conheço há anos resolveu colocar em prática o seu projeto de vida: aprender a dançar.
Ela tem um espaço ótimo e me convidou para dar aula pra ela e um grupo de amigas.
Eu fiquei preocupada porque não tenho formação de professora de dança.
Bom… mas danço há 22 anos.
Então disse a elas que, se quisessem me acompanhar, a gente poderia botar pra quebrar. E foi o que aconteceu.

No último ano, comecei a dar aulas para um grupo de senhoras da minha cidade. A maioria delas com mais de 70 anos pra cima.
Agora eu consigo ver com nitidez o desenvolvimento e a alegria que a dança nos proporciona.
Nós nos reunimos duas vezes por semana para dançar.
E nos divertimos muito!
Além de trabalhar o corpo, queimando calorias e fortalecendo os músculos, a dança alonga e alivia o estresse.
Também trabalha ritmo, memória, porque temos de acompanhar as coreografias.
É fantástico.

Elas cantam… tentam lembrar como dançavam na época de juventude. É um resgate.
É muito interessante.
Isso traz uma realização grande, uma felicidade.
Algumas delas passaram momentos difíceis, de perdas, problemas de saúde, depressão.

É impressionante como elas estão hoje.
E isto só melhora e se fortalece cada dia mais com a amizade.
Nós também fazemos algumas ações beneficentes, como visita a asilos.
Toda esta união nasceu com o objetivo de aprender a dançar.
É assim é até hoje e espero que isto se prolongue por muitos mais anos.
E vamos dançando. A dança é maravilhosa.

Dominique

Nasceu em 1964. Ela tem 55 anos, mas em alguns posts terá 50, 56, 48, 45. Sabe porque? Por que Dominique representa toda uma geração de mulheres. Ela existe para dar vida e voz às experiências, alegrias, dores, e desejos de quem até pouco tempo atrás era invisível. Mas NÓS estamos aqui e temos muito o que compartilhar. Acompanhe!

18 Comentários
  1. Tbm prático Dança Circular a sete anos, e hoje chegando os sesenta anos em dezembro, como Dominique diz, a dança só melhora e fortalece a cada dia! Amo dançar, será sempre um amor e minha terapia, nessa vida tão corrida!

  2. Lindas palavras amiga Cláudia, tirando o apagão e colocando travada na coluna….kkkk,nossa história é a mesma e devo minha disposição a dança tb é maravilhoso é o exercício mais completo.

  3. Parabéns pelo artigo Claudinha, muito verdadeiro, sou testemunha ocular dessa sua paixão pela dança, me orgulho muito de vc, e parabens pelo trabalho que realiza junto as Serelepes. Bjs.

  4. Putz,Claudinha.
    Eu sei exatamente como é seu amor pela Dança.
    Minha história, se encaixa um pouco com a sua.
    Vc tá de Parabéns.
    Está feliz e faz muitas outras pessoas felizes também.
    Que Deus, te dê muita saúde pra continuar nesta magia, que é a Dança.
    Um beijo.

  5. Sou uma apaixonada.
    Sempre procuro coreografias legais de músicas também bacanas.
    Jazz dança de salão são show.
    Me faz feliz me leva para uma balada com músicas anos 70 80 e um espumante cara viro uma pomba gira,sério e depois qdo vou dormir parece que estou flutuando.Detalhe chego em casa já deixo a roupa na máquina de lavar.
    E vamos dançar…….bjs

  6. Bernice falou tudo a gente está viva que seja de Feliz. Tenho muita vontade entrar para um grupo de dança. Tenho 61 anos mas sou muito ativa .

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SAI MAIA ENTRA AFRODITE – ep.2


– Nena, que noite!!
– Me conta tudo, Carla. T-U-D-O!!
– Menina… One night stand.. na minha idade?? E com um menino??
– Ahh, amiga. Não o conheco, mas não era tão menino assim. De longe, naquela balada escura, me pareceu ter uns 40 anos. Senão mais.. Quantos anos ele tem afinal?
– Não sei. Não perguntei.
– E pensar que você não queria sair de casa, hein, Carlinha!!
– Nenaaaaa que delícia. Que pegada!! E que energia. Eu mereci. Mereci muito esta noite divina dos deuses.

Resolvi não contar a minha piadinha interna. Guardei Adonis e Maia só pra mim e minhas memórias.
Este seria o casal eternizado naquela noite e não Paulo e Carla.
Adonis e Maia eram algo que representaria um conto de fadas. Ou melhor, uma noite mitológica.

Sobe som e toquemos a vida!!
E tocando a minha vidinha eu fui.
– Gente, que droga que é ser mulher às vezes né?
Foi uma belíssima experiência. Ok. Mas passou, Carlinha.
Repetia isso para mim mesma, todas as vezes que me pegava curtindo as lembranças.
One night stand é one night stand.
Será que ele pensou em mim alguma vez?

Afffffffff
Menininha menininha… Esquece.
É o que vou fazer!! Vou esquecer!!

E o tempo foi passando.
Mas não vou mentir pra você.
Não passsou tanto assim.
Implorei para que Nena fosse comigo à tal balada no fim de semana seguinte.
Você imagina a produção, né? De lingerie a luzes no cabelo. Tudo novo.
Conforme o sábado foi se aproximando, eu fui ficando mais e mais ansiosa.
Ou seria nervosa?
Será que ele vai lembrar de mim?
Será que ele vai OLHAR pra mim?
Será que ele vai estar sozinho?

Ai que saudade.
– Tá bom amiga? Jura?
– Esta saia não está muito curta?
– Este look ou este?
– A cor ficou boa em mim?
– Carla!! Não consigo mais responder seus whatsapps. Sossegaaaaaaa.

Bom… e é chegado saturday night fever!! Aiii que antigo…
John Travolta. Será que ele já era nascido quando o filme apareceu?
Tanto amolei Nena que chegamos cedo à balada. Horário de tia mesmo.
– Bom… é cedo..

Querida, não vou prolongar esta agonia, nem sua curiosidade.
Não. Ele não apareceu!!
Vou te poupar dos detalhes patéticos desta noite.
Quem sabe um dia ainda consiga rir dela e transformá-la num texto bem-humorado?
Mas ainda hoje, passados muitos anos, odeio lembrar as coisas que senti sentada sozinha naquela mesa.

E aí segunda-feira foi chegando mesmo antes de o domingo acabar.
Como?
Ahhhhh, também tenho os meus truques.
Como explicar para os filhos tamanha melancolia?
Como explicar isso para o universo???
Como eu sou rídicula.
Então me enfiei no trabalho.

E assim os dias foram passando.
E eu trabalhando. Ou me distraindo com o trabalho.
Meio tristonha, mas levando a vida.
Um dia após o outro.

Agora chegou a hora de você perguntar que horas eu o reencontrei!
Porque sim. Claro que eu o reencontrei. Senão não teria escrito outro textão!!
Você acha que escreveria pra te contar que nunca mais o vi???
Ora, me poupe colega!!
Bom, eu o reencontrei sim.

Não… não esbarrei nele no shopping.
Não… ele não descobriu meu telefone.
Nãooooo. Não foi obra do acasooooo.
No sábado seguinte lá estava eu na balada de novo!!!!
E aí de quem falar que foi sorte!!
Foi persistência, gata!!!!
Tanto fiz que uma hora, né?

Todo ritual de beleza novamente.
Todo ritual de ansiedade novamente.
Todo um trabalho de convencimento junto à minha amiga Nena.
– Carla. Já deu. Não aguento mais ir a esta baladinha de babies. 3 sábados seguidos?????
Desta vez tive que prometer pra Nena um fim de semana em Ilha Bela que ela tanto ama e eu tanto odeio.

Vou igualmente te poupar de outros tantos detalhes.
Quando cheguei, ele já estava lá.
Estava pegando uma bebida quando me viu,.
Abriu aquele sorriso que me desmonta.
Não ficou eufórico nem surpreso por me ver.
Nem tampouco saiu correndo de perto de mim.
Estava apenas reencontrando uma amiga.
– Maia…Tudo bem?

Não..Na minha idade não faria mais joguinhos de sedução.
Sabia exatamente pq estava ali.
E deixaria isto claro.

– Tudo. Que bom te encontrar. Na verdade acho que vim justamente para isso.
Ele soltou uma deliciosa gargalhada me agarrando pela cintura e me trazendo mais para perto dele.
Ahhhhhh ele podia não estar eufórico de me ver. Mas estava longe de estar triste.

Bebemos, dançamos e sabíamos como acabaríamos aquela noite.
Mas desta vez, conversamos um pouco.
Ou tentamos.
O tanto que aquele barulho deixou.
– Sou do interior. De Ribeirão Preto. Mas trabalho em São Paulo também. Sou engenheiro agrônomo.
– Ahh, que legal. Eu trabalho com educação.
Não ia falar nem morta que sou pedagoga. Sem ofender ninguém, mas tem profissão mais de tia do que pedagogia?
– Minha adorável professora. E me deu um daqueles beijos deliciosos.

Continuamos nos pegando como adolescentes na pista.
De repente, sem mais nem menos, enquanto dançávamos, ele perguntou minha idade.
respondi o mais rapidamente possível.
Queria me livrar daquele problema. Não queria dar pinta de que estava me preocupando.
– Cinquenta! – falei
– Quanto? não escutei, desculpe. Quarenta?
– Isso. Quarenta e dois. E você?
– Trinta e nove. Vou fazer 39..
Ufa….
3 anos não é lá uma grande diferença, vai.
Aliás, quem disse que 3 anos é diferença????

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Eliane Cury Nahas

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4 Comentários
  1. Quem é ou foi Dominique? lembro dessa música na minha infância e fico triste, talvez por que quando a ouvi pela primeira vez eu estava num momento triste, ou porque me faz sentir algo que eu não me lembro, vidas passadas talvez??

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