Dominique

Coisas de Dominique é onde histórias de mulheres são contadas. Histórias de mulheres que realmente têm o que contar.
Eliane Cury Nahas por vezes transcreve, por vezes traduz coisas que Dominiques (aquelas mulheres com 50 ou mais anos de histórias) contam. Surpreendentemente você se identificará com muitas delas, afinal #SomostodasDominiques

Quantos anos eu tenho? Um incrível texto de José Saramago

Dominique - quantos anos tem
Texto de José Saramago

Tenho a idade em que as coisas são vistas com mais calma, mas com o interesse de seguir crescendo.
Tenho os anos em que os sonhos começam a acariciar com os dedos e as ilusões se convertem em esperança.
Tenho os anos em que o amor, às vezes, é uma chama intensa, ansiosa por consumir-se no fogo de uma paixão desejada. E outras vezes é uma ressaca de paz, como o entardecer em uma praia.

Quantos anos tenho? Não preciso de um número para marcar, pois meus anseios alcançados, as lágrimas que derramei pelo caminho ao ver minhas ilusões despedaçadas…
Valem muito mais que isso.
O que importa se faço vinte, quarenta ou sessenta?!
O que importa é a idade que sinto.

Tenho os anos que necessito para viver livre e sem medos.
Para seguir sem temor pela trilha, pois levo comigo a experiência adquirida e a força de meus anseios.
Quantos anos tenho?
Isso a quem importa?
Tenho os anos necessários para perder o medo e fazer o que quero e o que sinto.

Ler mais aqui.

Quantos anos eu tenho? é um dos meus textos favoritos de Saramago, você tem algum texto favorito dele?

Leia Mais:

Um pai, uma filha e uma lição
Você conhece a deusa Ananque?

Dominique

Nasceu em 1964. Ela tem 55 anos, mas em alguns posts terá 50, 56, 48, 45. Sabe porque? Por que Dominique representa toda uma geração de mulheres. Ela existe para dar vida e voz às experiências, alegrias, dores, e desejos de quem até pouco tempo atrás era invisível. Mas NÓS estamos aqui e temos muito o que compartilhar. Acompanhe!

4 Comentários
  1. Não sei. Acho que ninguém sabe. Só sei que pesquisei na internet, e há vários sites dizendo que é uma falsa atribuição a José Saramago. Esse poema é de autoria desconhecida. Mas isso é uma coisa muito comum na internet, ou seja, textos e frases atribuídos erroneamente a certos autores. Uma vez eu vi uma frase célebre, que eu não me lembro mais qual é, cuja autoria atribuíam a quatro pessoas diferentes. Resultado: eu repasso dizendo, no final, ‘autor desconhecido’. Outra coisa que eu vejo também é má tradução. Eu já peguei, pelo menos, umas cinco frases célebres mal traduzidas, cujos sentidos não ficaram claros. Mas as pessoas vão passando mesmo assim. Também já peguei várias frases feitas atribuídas a certos autores, mas que, na verdade, não foram ditas pelos autores, ou seja, a pessoa criou uma frase baseando-se nas ideias do autor. Porém, a frase nunca foi dita ou escrita pelo autor.

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Inevitabilidades

Yes, yes, yes…
Eu era a queridinha de meu pai.
Ele me ensinou a rir, sonhar, lutar, amar…
Mas o mais importante. Ele me ensinou a pensar!

[fve]https://youtu.be/lWuxCK3HJiA[/fve]

Eliane Cury Nahas

Economista, trabalha com tecnologia digital desde 2001. Descobriu o gosto pela escrita quando se viu Dominique. Na verdade Dominique obrigou Eliane a escrever. Hoje ela não sabe se a economista conseguirá ter minutos de sossego sem a contadora de histórias a atormentá-la.

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Está na hora de rever alguns tabus!

Dominique - Tabus

Estes dias eu comentei que acho que existe apenas um único pecado: fazer mal intencionalmente para alguém.
Mas até pouco tempo não era assim não. A sociedade nos condenava por muito mais do que sete pecados capitais.
Gente… lembra… 20, 30 anos atrás alguns comportamentos eram considerados tabus.
Não se tratava apenas de fazíamos.
Algumas vezes ser ou sentir-se diferente do padrão era simplesmente proibido, censurado.

Só que hoje eu vou falar do que mudou!
Ah, sim… porque muita coisa está diferente.
E acho que contribuímos muito para esta evolução.
Quer ver?

Casar grávida
Consciência do nosso corpo, mais conhecimento e mais diálogo. Pois é, se o bebê chegou antes qual é o problema?

Não casar virgem
A sexualidade é intrínseca ao ser humano e não é pecado. Uma mulher tem a opção de se casar virgem ou não, não uma obrigação.

Ter amigas divorciadas
Se não deu certo, vou dar a maior força para ela seguir em frente. Medo, receio… é tão ultrapassado.

Ter uma profissão considerada masculina
Uma profissão não é certa para mim porque eu não quero. Eu que decidi simplesmente porque não é minha vocação.

Praticar esportes considerados masculinos
Eu, um dia, fui proibida de fazer luta porque não era para mulheres. E pensar que hoje eu luto muito bem, em tudo na vida.

Morar sozinha
O que as pessoas vão pensar? Que eu quero morar sozinha, ter um canto só meu.

Viajar com namorado
Se meu namorado é quem eu escolhi para compartilhar a vida agora, com certeza é a melhor a companhia para uma viagem.

Relacionamentos interraciais
Adoro ver que o amor pode ser colorido, tudo misturado.

Mulher ganhar mais que o homem
Eu trabalho pra caramba pra ganhar meu pãozinho de cada dia. Se sou mais bem-sucedida e meu salário é mais alto é por competência, darling!

Comentar sobre doença
Falar que alguém estava com câncer, por exemplo, era proibido. Pode contar comigo. Farei o que puder para te apoiar.

Falar sobre sexo na família
Pais não falavam com os filhos; e os filhos não contavam para os pais. Tanta coisa pode mudar quando há diálogo.

Infidelidade
Se aconteceu, é um momento triste pra ambos. Mas nem o casal, e muito menos seus filhos, devem ser marcados por isso

Comer manga com leite
Ah… este em casa ainda é um tabu. Assim como esperar uma hora após o almoço para tomar o banho!!!

Dominique

Nasceu em 1964. Ela tem 55 anos, mas em alguns posts terá 50, 56, 48, 45. Sabe porque? Por que Dominique representa toda uma geração de mulheres. Ela existe para dar vida e voz às experiências, alegrias, dores, e desejos de quem até pouco tempo atrás era invisível. Mas NÓS estamos aqui e temos muito o que compartilhar. Acompanhe!

1 Comentário
  1. Mudou muita cousa mesmo… De uma geração para outra já nota se a diferença.. Entro sozinha em restaurantes e minha profe de inglês que é de uma geração anterior fica boquiaberta.. Ando sozinha por ai.. Com o nariz retinhho.. Não sou eu que me esforcei e passo minhas dores sozinha??? O mundo é meu.

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História e Estória – Vizinha, minha parente mais próxima

Dominique - amizade

Você sabia que a tal da estória não existe?
Verdade, menina!!
O que existe é única e tão somente história*.
Sabe o que isso quer dizer?
Que tudo o que acontece conosco é pra valer.
É de verdade.
É pra sempre.

Outro dia, uma amiga muito querida disse que invejava a quantidade de coisas que eu tinha para contar.
Que minha vida era muito cheia de acontecimentos.
E que ela não teria nada para falar, muito menos para escrever.
Retruquei.
– Todos temos muitas histórias. Muitas histórias importantes, interessantes. E sempre dignas de serem contadas. E todas, sim, com H.
Ela prometeu que tentaria lembrar de algo interessante para me contar.
– Ok… Vou esperar.

Corta.
Fecha o plano.
Fecha o olho…
Te convido para voltar no tempo comigo.
1990.

Eu – com minhas argolas enoooormes, meu jeans de cintura altíssima, cabelos cheios e ondulados com aquela indefectível tiarinha – assistindo e me divertindo muito com a novela Que Rei Sou Eu. Feliz da vida que meu nenê ja estava finalmente dormindo e eu teria aquele tempinho só pra mim antes de o maridão chegar.
Estava sentada no chão para não sujar o sofá, meio esgotada, meio hipnotizada, quando toca o telefone.
Fixo, é claro.
1990, pessoal!! Só fixos e orelhões…

Era minha vizinha querida, que tanto me ajudou naqueles meus primeiros anos de mãe e de esposa.
O primeiro banho do pequeno, pedi que ela ficasse ao lado da banheirinha.
Just in case!
Vai que eu deixasse o nenê escorregar, né? Ela estaria lá para salvar!

Ela, mãe experiente de 3 filhos adolescentes.
Sempre que tinha um tempo, descia para um café.
Sempre que podia, descia para um dedo de prosa.
Naquela fase em que você não sai de casa, sabe?
Um bálsamo.
Amiga deliciosa.

No meu primeiro dia naquele apartamento, ela desceu para me conhecer e disse:
– Vizinha, saiba que o parente mais próximo é sempre um vizinho.
Na verdade, aquilo foi uma profecia.
Por muitos anos, nós nos complementamos como se um apartamento fosse a extensão do outro, apesar de serem em andares diferentes.
Nós nos socorremos mutuamente.
Nós nos consolamos.
Nós nos divertimos.

Mas voltando novamente ao toque do telefone – que era fixo…
Minha amiga. Minha querida amiga. Minha referência para tantas coisas, com a voz embargada me conta uma rápida história.
Escuto muda.
Continuo escutando em silêncio, enquanto lágrimas correm pelo meu rosto sem que eu tenha nenhum controle.
Desligo.
Em alguns minutos, tento pensar no que posso fazer para ajudá-la.
Preciso fazer. Preciso agir para não deixar a dor me imobilizar.

Deixo o nenê em segurança com o meu marido que acaba de chegar e saio correndo em busca de um supermercado aberto.
Compro, compro, compro.
Passo na casa da minha mãe, pego e entulho meu carro com tudo o que coube.
Volto, pego o que falta das coisas das crianças e subo.
Tento arrumar o que é impossível de ser arrumado.
Tento esperar sem saber ao certo o que fazer.

Minha amiga entra depois de um tempo, sabe-se lá se minutos ou horas.
Ela entra com um triste, mas acolhedor sorriso no rosto.
Entra carregando um pacotinho em seus braços.
O pacotinho não me parecia pesado.
Ela o carregava com muita delicadeza, mas com muita destreza.
E com o maior carinho e ternura que já vi.
Era seu sobrinho, quase recém-nascido.
Um mês ainda incompleto.

Em um trágico acidente, Ricardo tinha sobrevivido, ileso. Seu irmão de 5 anos também.
Seu pai, muito machucado, estava no hospital e se recuperaria bem em alguns meses.
Já sua mãe. Não consigo achar palavras para escrever. Espero que você tenha entendido o que aconteceu.
Vi minha amiga e seus filhos acolherem um recém-nascido.
Vi minha amiga reaprender a trocar fraldas.
Vi minha amiga reaprendendo a cuidar de bebê.
Vi Regina criar Ricardo.
Vi muito, mas muito amor, nesta história
E juro, cada vez que escuto Ricardo chamando Regina de mãe, me arrepio até o último fio de cabelo.
Hoje, Ricardo é um homem lindo, engenheiro, e que já já vai levar mais netinhos para minha amiga cuidar e amar.

Bom Regina, estou esperando você me contar aquelas histórias que você não tem, lembra?

*A palavra mais correta e socialmente aceita é história. A palavra estória aparece em dicionários e no vocabulário ortográfico da Academia Brasileira de Letras, mas não é unanimemente aceita, sendo o seu uso condenado por muitos, por se considerar uma “invenção” brasileira e sem necessidade de existir.

Eliane Cury Nahas

Economista, trabalha com tecnologia digital desde 2001. Descobriu o gosto pela escrita quando se viu Dominique. Na verdade Dominique obrigou Eliane a escrever. Hoje ela não sabe se a economista conseguirá ter minutos de sossego sem a contadora de histórias a atormentá-la.

4 Comentários
  1. Eu geria ver fotos das minhas vizinhas guermemandao mensagem guiando entro nos vídeos porn0
  2. Quando o facebook vai atender meu pedido de um botão de emocionada! Arrepiada com olhos marejados no meio de uma clínica aguardando minha consulta. Não tem como disfarçar.

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Surprise Surprise

Simplesmente adoro errar nos meus pré-julgamentos.
Gente, fala sério..! Como é gostoso se surpreender né?

[fve]https://youtu.be/1gEAdkAyHmM[/fve]

Eliane Cury Nahas

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