Tag: Decisões

História do dia: Adoro me casar por Lila Leal

Dominique - Adoro me casar
Eu adoro me casar.
Mas antes de escutar a minha história, por favor, não me julguem.
Eu não sou fútil. Também não desisto rápido das coisas.
Dizem que a nova geração, quando a barra aperta, dá o fora rapidamente. Falam que eles não sabem lidar com as frustrações.
Esta também não sou eu.
Nasci em 1970, por isso faço parte da turma que cresceu sem muita expectativa e com muitos problemas econômicos.

Mas vou voltar pra minha história do porquê eu adoro me casar.
Eu já me casei três vezes.
Nunca imaginei que isso fosse acontecer comigo.
Quando subi ao altar pela primeira vez, era novinha e estava apaixonada.
Nunca acreditei na balela do “ser feliz para sempre”.
Sempre soube que teria dificuldades, problemas sérios, mas que juntos daria pra enfrentar.

Aliás, escutei sobre isso naquele cursinho de noivos, que é obrigatório para quem quer se casar na igreja.
Numa das palestras, um casal começou falando assim:
– Se é difícil casar, é mais difícil ainda se separar.
E foram uns 30 minutos de conversa só sobre problemas de casamento. Dá pra imaginar?

Eu não acho que o segredo para o sucesso esteja em enfrentar os problemas.
No meu caso, o motivo que levou à separação foi outro.
Foi a constatação de que casamos novos, tentamos seguir juntos, mas no nosso processo de amadurecimento tomamos caminhos diferentes.
Quando você conhece uma pessoa muito jovem, você tem uma referência dela.
Quando chegamos aos 30, já éramos outras pessoas. Diferentes, muito diferentes.

Sabem as diferenças irreconciliáveis?
Existem várias delas, das mais simples às mais complexas.
Vão desde diferenças com a divisão das tarefas em casa até na educação dos filhos.
Não tive filhos. Meus problemas giravam sobre expectativa de futuro, hábitos pessoais, amizades, família e problemas financeiros.

Eu demorei um bom tempo para me dar conta disso.
Enfrentei aquelas 5 fases do Luto.
Sim! Porque a dor de se separar é igualzinha à dor do luto!
Primeiro foi a negação. Tentei de todo o jeito não enfrentar o problema.
Segundo foi a raiva. Eu me revoltei, me senti injustiçada.
Terceiro foi negociação. Pensei que se mudasse algumas coisas poderia resolver tudo.
Quarto foi a depressão. Eu me isolei, culpei o mundo e me culpei muito também.
Até que chegou a aceitação.

Enfrentar uma separação é difícil.
Mas isso não é um problema.
Duas pessoas podem SIM amadurecer de formas diferentes e chegar à conclusão de que não querem mais viver juntas.
Na minha opinião, o maior problema está na pressão da sociedade sobre o casamento, no que as pessoas dizem:
– Mas vocês precisam tentar tudo.
– Mas a vida a dois é assim mesmo.

Eu tentei sim, tudo o que pude. Mas não acho que a vida de casada tenha de ser isso.
Eu não concordo que temos de aceitar estas diferenças se isso significa nos machucar, nos fazer sofrer.
A decisão de separar foi minha, difícil de tomar, mas nunca me arrependi de ter tido esta atitude.

Passei uns bons anos solteira.
Achava que já estava descolada no assunto.
Que eu não cometeria os mesmos erros (e acertos).
Ledo engano, né?

Tudo foi muito mais simples. Nós dois já éramos mais velhos.
A fase dos 30 e poucos anos deixa mais claro todas as diferenças.
Eu sabia exatamente como o segundo ex era, o que iria viver.
Mas nesta experiência acabou o amor.
Como prever algo assim?
Fiquei muito tempo sem conseguir entender (ou me entender).

Falaram que existe a diferença da paixão e do amor. Blá, blá, blá…
Escutei muito, de novo.
Mas a verdade é que separar é sofrer muito.
Eu não entrei num segundo casamento pra enfrentar a mesma barra que tinha vivido alguns anos antes.
Mas não deu, mesmo.

Fiquei um tempão sozinha.
Sai com amigos, montei um apartamento superlegal.
Viajei bastante também.
Foi um período gostoso.
Não tive muitos namorados.
Na verdade, nem queria me envolver com ninguém.

Até que chegou o dia em que conheci alguém e me envolvi rapidamente.
Foi uma delícia. Sempre foi muito bom conversar, ficar juntos, viajar.
Anos depois resolvemos morar juntos.
Passaram-se outros anos e nos casamos.
Teve festa e tudo o mais.

Se temos problemas? Muitos, mesmo.
Já teve dia que fomos conversar num terapeuta de casal.
Sabe que dá certo!
Lembra aquelas diferenças que falei? Desta vez elas não existem.
Eu revejo todos os dias minha história neste terceiro casamento.
E sei que estamos no mesmo caminho.
Também tenho certeza que sobra carinho e amor.

No início eu brinquei que adoro me casar.
Não é que eu leve este assunto na brincadeira, não.
Hoje, depois de tudo o que eu já vivi, posso falar que gostei de casar. porque me permitiu viver e descobrir muitas coisas. Sobre o mundo e sobre mim mesma.
Se eu cresci e amadureci foi muito por estas experiências.
 Hoje, sei lutar pelo que quero e gosto. Eu sei mais claramente o que espero da vida. Sei comunicar isso e tudo mais claramente também para não ter ou tentar não ter problemas.

Emocionante a história da Lila não é mesmo? Casar e muito sério, devemos escolher bem com quem escolhemos dividir a vida.

Leia Mais:

Meu corpo mudou, depois dos 50 meu corpo nunca mais foi o mesmo
Estilistas, atenção – Dominiques também consomem!

Dominique

Nasceu em 1964. Ela tem 55 anos, mas em alguns posts terá 50, 56, 48, 45. Sabe porque? Por que Dominique representa toda uma geração de mulheres. Ela existe para dar vida e voz às experiências, alegrias, dores, e desejos de quem até pouco tempo atrás era invisível. Mas NÓS estamos aqui e temos muito o que compartilhar. Acompanhe!

2 Comentários
  1. Muito boa tds as colocações,e ainda bem.q.vc as resolveu logo, difícil qdo isso n acontece e se.arrasta p uma vida,felicidades no.novo casamento!!!

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V de vingança V de veneno. Melhor mesmo é o V da Virtude.

Vingança, riscando carro

Guardar mágoa gera câncer, segundo alguns especialistas nem tão especialistas assim.

Se vira ou não doença não faço a menor ideia. Sei que faz mal para mim, mais do que para o outro. Dizem que dá enxaqueca, dor no corpo, no dente, até caspa na unha.

Sou escorpiana e quando digo para as pessoas, elas olham para mim com ar de pavor e reprovação, como se eu pudesse mudar isso. “Nossa você é rancorosa e vingativa”.

Logo emendo, mas meu ascendente é câncer, signo do bem, família, regido pelo elemento água, chora até em inauguração de supermercado. Preciso me desculpar de alguma forma para toda uma nação por ter nascido sob o signo mais encardido do zodíaco.

Tudo bem, não vou negar que quando a vida dá voltas eu entro em êxtase. Já aconteceu algumas vezes… Tá bom vai, muitas vezes, mas juro que não foi planejado. Assim, sem esperar, a vingança é muito mais saborosa, não é por acaso que existe o ditado popular “a vingança é um prato que se serve frio”.

Sabe aquele cara que te deu um pé na bunda e fez você sofrer como um cão? Anos mais tarde você o reencontra com grandes diferenças: você está linda e loira, magra, bem sucedida, namorando um gato e o ex-bofe está um caco? Não tem preço, nem Mastercard paga.

Então, vivi isso algumas vezes e a sensação é ímpar. Em minha defesa, EU NÃO PLANEJEI, é a danada da vida com sua implacável lei da ação e reação.

Não posso negar que nós, os “escorpiões”, somos passionais e extremistas. Sem meio termo. Mexa com alguém que gostamos e veja o que acontece. Síria, Afeganistão são lights.

Parei para pensar no assunto e analisar o tema. Eu guardava rancor. A mágoa aprisionada a sete chaves. Sem me martirizar, nem desejar vingança, muito menos transformar em uma obsessão, mas aquilo permanecia gravado como uma tatuagem, uma marca indelével, no meu coração. Simplesmente não esquecia. Lembrava da situação e revivia tudo. Até o gosto amargo da dor, coração acelerado e a carga do mau sentimento voltavam à tona com requintes de detalhes. Quanta perda de tempo.

Ao longo da minha existência venho mudando o padrão de comportamento. Ainda bem, já era tempo. Uma vez ou outra sinto-me desrespeitada como a metade da torcida do Corinthians, Flamengo, Palmeiras… Mas desenvolvi a arte de deletar e seguir em frente.

É uma arte e tanto, exige treino, muito treino, disciplina e vontade. Estabeleci limites e quase sempre não deixo que ninguém os ultrapasse. O curioso é que a vida passou a fluir melhor. Bingo, descobri a pólvora, como é bom ter 51 anos, isso chama amadurecimento.

Ainda cometo deslizes, poucas dores permanecem incrustadas e de vez em quando, bem de vez em quando, voltam à cena.

Ministério do bom senso adverte: Vingança faz de você uma pessoa triste e ressecada. Cuide da sua alma, do seu coração e esqueça tudo de ruim.

Leia Mais:

De mãe para filha: viver é ser feliz!
E para apimentar os 28 anos de casados…

Marot Gandolfi

JORNALISTA, EMPRESÁRIA, AMANTE DE GENTE DIVERTIDA E DE CACHORROS COM LEVE QUEDA PARA OS VIRALATAS.

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15 resoluções mais mentirosas de uma Dominique

Tá bom…

Você faz uma listinha com promessas de ano novo.
– Vou fazer isso e aquilo e, no final de 2017, vou rever o ano e ver o que realizou!
Hum…
Alguns itens você até tenta cumprir.

Agora, tem aquelas promessas que vc tem CERTEZA que não vai cumprir.

Mas coloca na listinha seja por desencargo de consciência, seja por hábito ou até mesmo por fé.

Veja aqui as promessas mais mentirosas de uma Dominique.

 

# 1
Nunca mais vou ligar pra ele!!! Esse ano vou arrumar paixão nova.

 

# 2
Juro que não ligarei mais no trabalho do maridão.

 

# 3
Ficarei sem comer doces de segunda a sexta-feira.

 

# 4
Vou tratar superbem qualquer namorada do meu filho.

 

# 5

Não falarei mal da próxima. Nem da vizinha.

 

# 6

Vou passar creme toooodas as noites!!!

 

# 7

Sempre que comprar uma roupa, tirarei outra do armário.

 

# 8

Não vou comprar mais nem um único sapato este ano.

 

# 9

Vou fazer faxina todo domingo.

 

# 10

30% de tudo que eu ganhar vai para minha previdência privada.

 

# 11

Faça chuva ou faça sol, vou correr no parque 3 vezes por semana.

 

# 12

Vou assinar o divórcio

 

# 13

Vou trocar o RG de 20 anos atrás.

 

# 14

Não vou comprar nem um único livro até que eu leia todos os que estão empilhados na cabeceira da cama.

 

# 15

Nunca mais usar lingerie bege. Aliás, jogar todas as calcinhas no lixo e comprar todas novas, pequininhas e bonitinhas.

 

 

Eliane Cury Nahas

Economista, trabalha com tecnologia digital desde 2001. Descobriu o gosto pela escrita quando se viu Dominique. Na verdade Dominique obrigou Eliane a escrever. Hoje ela não sabe se a economista conseguirá ter minutos de sossego sem a contadora de histórias a atormentá-la.

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