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Alguém Tem Que Ceder. Charmosa e inteligente, comédia romântica faz chorar de rir.

Se você não curte os agitos do carnaval e quer ver um filme confortavelmente do seu sofá, indico a melhor comédia romântica que já assisti! Disponível no Netflix.

Não pense que “Alguém Tem Que Ceder” é mais uma entre tantas comédias que tem por aí. Sucesso absoluto de bilheteria em 2003, ela deu o que falar.

O longa teve esse sucesso graças ao casal protagonista: Jack Nicholson e Diane Keaton. O nome dos dois atores já basta para dar um carimbo de atestado de qualidade em qualquer filme. Por isso, por mais previsível que seja o roteiro, a presença dessa dupla de atores veteranos faz com que o filme supere qualquer e toda expectativa. 

O filme aborda o relacionamento entre duas pessoas que já passaram dos cinqüenta anos: a escritora Erica Barry (Diane Keaton) e o produtor musical Harry Sanborn (Jack Nicholson). Harry, na verdade, considera-se um especialista em mulheres jovens, já que vem saindo com elas há 40 anos – e sua última conquista é a filha de Erica, com quem ele vai passar o fim de semana na praia. Keanu Reeves e Amanda Peet co-estrelam, com a também excelente Frances MacDormand, em papéis coadjuvantes importantes.

O roteiro escrito por Nancy Meyers consegue agradar e divertir o espectador de todas as idades, ao satirizar alguns aspectos de um relacionamento entre duas pessoas totalmente maduras.

O filme arranca boas gargalhadas graças à excelente química entre Keaton e Nicholson, que parecem estar se divertindo imensamente um com o outro. Nicholson, em particular, brinca com sua própria imagem de playboy na meia-idade e utiliza todos os seus tiques habituais, como as sobrancelhas arqueadas, o sorriso irônico e o jeitão de quem não liga a mínima para o que os demais estejam pensando.

É realmente incapaz de compreender porque sua postura diante do sexo feminino é tão criticada. Harry também se mostra verdadeiramente confuso frente às carências de Erica – uma combinação de preocupação e descaso que Nicholson ilustra com maestria. Mas a grande estrela do longa é mesmo Keaton, que mantém uma beleza que irradia. A atriz explora os sentimentos contraditórios de Erica e consegue fazer rir até mesmo ao chorar convulsivamente.

Incrível a performance da dupla, que tem seu ponto alto numa das poucas cenas de sexo entre atores na terceira idade da história do cinema.

Destaque para Keaton

Vale ainda prestigiar a coragem de Keaton que, como poucas atrizes de Hollywood, se deixa fotografar sem retocar os sinais da idade, provando que uma mulher que já não é mais jovem (com rugas e todo o resto) também pode ser sexy, muito sexy.

“Alguém Tem Que Ceder” diverte bastante em sua primeira metade, com piadas afinadas na medida certa, belos diálogos e interpretações muito inspiradas. 

“Alguém tem Que Ceder” é uma comédia com algumas velhas formas, mas alguns grandes detalhes fazem com que o longa valha muito a pena ser visto mais de uma vez até. 

Afinal, não é sempre que temos uma comédia realmente inteligente que diverte para valer.

Um excelente programa para toda a família.

Eu adoro esse filme porque além de tudo tem belas locações nos Hamptons, Nova York e Paris.

Uma delícia!


Imperdível!!!

Para assistir no Netflix:

Método Kominsky – série diverte e emociona com dupla de atores

Filme Roma – Obra prima rara de Alfonso Cuáron

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Sementes Podres – Encara o mundo com humor e otimismo

Sementes Podres, apesar do nome, traz um otimismo quase
ingênuo para estes tempos em que vivemos dominados pelo
cinismo.
O ator, diretor e rapper iraniano-francês Kheiron dirige e
protagoniza a comédia dramática francesa, produção original da
Netflix que acaba de estrear na plataforma.

Kheiron aposta na compaixão e na paciência como formas de
educar crianças e adolescentes que têm tudo para tomarem
caminhos tortuosos.

No longa, o protagonista Wael, ainda menino viu toda a família
ser assassinada em um povoado qualquer do Oriente Médio.
Conseguiu escapar, sobreviver batendo carteiras e passando-se
por cego, até ser encontrado por uma freira que o leva para viver
em um orfanato. A história da infância de Wael é narrada ao
mesmo tempo em que sua vida presente, ao lado de Monique
(Catherine Deneuve), a freira que o salvou, agora ex-freira.

Ela ajuda a aplicar pequenos golpes até os dois serem pegos por um
senhor, Victor (André Dussolier), que conhece Monique há 30
anos. Victor tem uma instituição de apoio a adolescentes
problemáticos, e acaba empregando Wael como orientador de
um grupo.
Sementes Podres surpreende do começo ao fim. Nem mesmo
quando alguns clichês trazem um ritmo cômico para o longa, é a
mensagem por trás da história que contagia. Kheiron não apenas
é o protagonista perfeito, como realizou um excelente trabalho como roteirista.

O filme é leve apesar do significado denso que tem.


O roteiro explora os sentimentos de cada jovem, bem como de
seu novo mentor. Quando suas vidas se entrelaçam, percebemos
que há muito a fazer por aqueles que estão ao nosso lado.
Além da interpretação fantástica de Kheiron, temos também a
maior diva da França em um papel de coadjuvante perfeito para
ela: Catherine Deneuve. Deneuve, esplêndida como a mulher
que resgatou Wael durante a revolução Islâmica e o levou para a
França, cuidando dele com todo amor e carinho de uma mãe.

A sensibilidade de Kheiron é gigantesca e ele faz aqui uma de
suas melhores obras até o momento. Sementes Podres traz as
marcas das produções francesas, como a mistura da comédia
com drama, mas também tem elementos pessoais do autor, que
com bastante sutileza faz uma crítica ao modo de como as
pessoas vêem os imigrantes naquele país. O longa deixa a
certeza de que só o amor, a empatia e o conhecimento podem
triunfar sobre a vilania, a intolerância e a ignorância.
Temos aqui um bom filme, com tempero franco-persa de
Kheiron, resultando em 100 sólidos minutos de entretenimento
que comove, emociona e toca pela extrema sensibilidade.
Aqui fica a dica de um filme que realmente merece ser visto.

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Julieta – De Almódovar – feminino, materno, belo e profundo

Em Julieta, filme dirigido pelo cineasta espanhol Pedro Almodóvar, a beleza estética salta aos olhos do espectador.

Baseado em três contos do livro A Fugitiva, da canadense vencedora do Prêmio Nobel Alice Munro, Almodóvar escreveu seu vigésimo filme.

Aqui, o diretor retorna ao drama, e também ao melodrama feminino, notadamente materno, cujo último exemplar em sua filmografia foi em 2006, com Volver.

O arco dramático gira em torno de Julieta (Emma Suárez). Uma mulher já vivida, que está prestes a se mudar para Portugal com o namorado. No entanto, presa ao passado, ela decide suspender os planos. É justamente
o passado que dá ritmo ao longa. Nesse sentido, pouco a pouco,
o diretor vai entregando os elementos necessários para nos
envolver profundamente no drama da protagonista.

Do romance entre Julieta e Xoan, surge a tão amada filha do casal . Ela mais tarde se desencontraria da mãe por um longo período. Os doze anos que separam mãe e filha, aliás, é o causador de todo o infortúnio na vida de Julieta.

Ao centro de tudo gira o mistério do desaparecimento voluntário de sua filha Antía, aos 18 anos. Nesse ensaio mais contraído de Almodóvar sobre seu recorrente tema da maternidade ele renuncia provisoriamente ao humor e abraça a tragédia

Ao longo de três décadas, vemos o sofrimento e o amadurecimento de Julieta, que assim como o espectador, tenta descobrir porque Antía se afastou dela.

Julieta em seu passado

A crise da protagonista está dividida entre um presente de arrependimentos e a possibilidade de recuperar algo do passado para, então, organizar seu futuro, por isso a personagem é incapaz de alcançar uma plenitude.

“Julieta” conta com interpretações afiadíssimas e performances excelentes de ambas as atrizes.

A passagem de Julieta jovem de Adriana Ugarte para a Julieta madura de Emma Suárez é bela, reveladora e representativa de uma maturidade que chega a duras penas.

A direção de Almodóvar torna o seu cinema visualmente reconhecível com seus figurinos de cores quentes (destaque para o dramático vermelho), ou estampas nada discretas que se realçam nos ambientes. Sem falar da fotografia que visita com sucesso várias tonalidades de cor, procurando mais as sombras ou a neutralidade.

Almodóvar realiza uma jornada bastante dolorosa mas com pinceladas de thriller e humor.

Julieta é um ótimo filme em um doído grito de socorro que vale a pena ver e ouvir. Os filmes do diretor parecem que suam de tanta emoção e que transpiram de tão intensos que são.

Leia também: Maria Callas em suas próprias palavras

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Lazzaro Felice – Italiano, inédito e premiado

Hoje comento o belo e instigante filme, Lazzaro Felice, vencedor do prêmio de Melhor Roteiro no Festival de Cannes deste ano. Já em exibição no Netflix antes mesmo de estrear nos cinemas brasileiros.

Poético e desconcertante, “Lazzaro Felice”é um dos grandes acontecimentos cinematográficos de 2018. Representa a Itália na disputa por uma vaga para Oscar de Melhor Filme Estrangeiro,

O longa-metragem assinado pela italiana Alice Rohrwacher,  retrata as relações de trabalho e poder no mundo contemporâneo, de forma idílica e perturbadora. Esteticamente intrigante, o longa não é apenas um espetáculo para os olhos. É uma verdadeira reflexão sobre o capitalismo, seus desvios e perversidades.

O personagem-título, vivido de forma sublime pelo estreante Adriano Tardiolo, é um garoto pobre e pouco inteligente, mas extremamente bondoso. Explorado pelos familiares, faz trabalhos forçados diariamente. Ainda colabora com a marquesa, proprietária das terras onde vivem, (numa região rural italiana) que também os explora em regime de escravidão como se vivessem na Idade Média. Mas tudo se passa em algum momento dos anos 1990, a julgar pela onipresente dance music dos aparelhos de walkman. No entanto após um acontecimento, Lazzaro retorna à vida no século XXI.

Lazzaro Felice não compreende mais a lógica desse mundo, mas pretende reencontrar sua família e viver como antigamente.

Economizando nas expressões faciais, ele consegue uma performance mais corporal. Entrega-se inteiro para convencer como um sujeito que pode ser confundido com um tolo, guarde em si uma bondade que ninguém pode tirar. E apesar dos dissabores diários, ele ainda consegue sorrir e ser otimista.

Lazzaro gosta de deixar as pessoas felizes. Mesmo que isso não lhe traga qualquer benefício, a não ser ver um sorriso estampado no rosto delas. Por Isso faz que as pessoas o explorem. Ai temos uma batalha velada da maldade humana contra a bondade da alma de Lazzaro e isso é muito bem representado aqui.

Lazzaro com sua ingenuidade e servidão, é o fio condutor de um registro das mudanças sociais e econômicas de uma Itália em permanente convulsão.

Um filme de arte, construído com cuidado, com atuações acima da média, e que traz uma profunda reflexão. Quando não às lágrimas, mas que, ao fim deixa a nossa alma leve.

Trailer de Lazzaro Felice

Veja Também : O Universo Conspira

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Filme Roma – Obra prima rara de Alfonso Cuáron

 

 

Roma, filme da Netflix dirigido pelo mexicano Alfonso Cuarón, pode marcar uma nova era na relação da plataforma de streaming com suas produções de cinema.

Impedido de disputar o Festival de Cannes de 2018, diante da exigência da organização de estrear primeiro nos cinemas e só depois na Netflix, Roma foi apresentado meses depois no Festival de Veneza. Aí ganhou o Leão de Ouro como melhor filme, aclamado pela crítica e considerado por muitos uma obra prima.

 

O longa deve ser indicado ao Oscar de Melhor Filme. Sem dúvida é o grande favorito ao prêmio de Melhor Filme em língua Estrangeira.
Roma é uma obra semi-biográfica baseada na infância de Cuarón. Ele cresceu no bairro que dá nome ao filme na capital mexicana e narra a trajetória da babá Cleo, a estreante (Yalitza Aparício), empregada de uma família de classe média na Cidade do México, durante um ano, entre 1970 e 1971. Ela é uma versão romanceada e ficcional de Libo, mulher que trabalhou na casa de Cuarón durante a infância do diretor e a quem o filme é dedicado nos créditos finais. Nesse período de um ano, muitos acontecimentos irão abalar a vida desse núcleo familiar, desde a gravidez de Cleo à separação de seus patrões.

Muito mais que homenagear alguém importante em sua vida, Cuarón retrata, e ao final eleva a força e a capacidade resiliente das mulheres que tem suas vidas deformadas pelo abandono masculino, e isso inclui a personagem Marina de Tavira, a matriarca da família.

Roma é um filme sobre laços. Uma longa memória de infância.
Roma também se destaca como uma obra de época, que retrata um México sob o fervor do ativismo de 1968 e da influência de uma nova cultura popular.
É curioso notar que o diretor construiu uma obra essencialmente intimista. Mas o foco está no desenvolvimento dos personagens e no retrato fiel da sociedade mexicana.

Mas em alguns momentos somos jogados em situações catástrofes ambientais e sociais absolutamente inesperadas. Com isso, o filme se torna quase sempre imprevisível e instigante.

Dirigido, escrito, produzido, fotografado e montado por Cuarón, o filme está abarrotado de cenas exuberantes, todas bem musicalizadas e fotografadas.

Rodado em preto e branco, o longa exala um virtuosismo técnico quase que a todo instante. A fotografia em preto e branco não é apenas um requinte visual majestoso. Ela reforça a intenção do diretor em apresentar a vida humana tal como ela é: monótona, quase sempre sem grandes reviravoltas. E marcada por decepções, abandonos, angústias, choro e, claro, esporádicos momentos de alegria.

E isso não é ser pessimista, mas reforçar uma realidade presente na vida de classe média baixa ou inferior.

Inteligente, sensível, envolvente, e acima de tudo, instigante. Uma obra de grande força para arrebatar a temporada de premiações que se apresenta. Roma é um filme que vai ficar em sua cabeça por muito tempo.

Aqui fica a dica!
Depois conta se você gostou.

Trailer:

https://youtu.be/MecB2hk13uU

 

Veja também :

Diário de uma Camareira

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