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Match Point – A importância da sorte na vida, disponível na Netflix

Dominique - Match Point
Hoje comento o filme, disponível na Netflix, Match Point, thriller frio e calculista que usa a metáfora do tênis para mostrar a importância da sorte na vida. Quando a bola toca na tela, tudo pode mudar no próximo segundo e o vencedor é decidido.

“Ponto Final”, título original, tem Chris Wilton (Jonathan Rhys-Meyers), professor de tênis que conhece uma jovem rica e ingênua, Chloe Hewett que se apaixona perdidamente por ele. Chris, ao contrário, apenas a usa como meio de subir na vida, até que conhece Nola Rice (Scarlet Johansson), uma sedutora aspirante a atriz que vai fazê-lo perder os seus limites e, quem sabe, a sua sorte.

A trama passa-se em Londres, local perfeito para uma ambiência de sedução, suspense e algum caos dramático. “Match Point” foge de todo aquele gênero cômico (marca de Woody Allen), mas isso não o torna menos interessante, muito pelo contrário, graças às sacadas inteligentes, cheias de significados e analogias.

Dominique - Match Point

“Match Point” é um filme especial e diferente, unindo a genialidade criativa de Allen com a narrativa policial sobre o poder da sorte que, em última instância, pode definir quem vence e quem é vencido.

O roteiro, indicado ao Oscar®, em 2005, é brilhante e confirma a competência do diretor que também assina o roteiro.

A escolha dos atores é irretocável, com uma surpreendente Scarlet Johansson que rouba a cena e enche a tela em cada encontro magnetizante com o protagonista. O elenco dá um show de harmonia e afinidade com destaque para Rhys-Meyers.

A trilha sonora é característica de Woody. Feita para dar densidade às cenas, é notável que ela fosse trabalhada peculiarmente para desafiar o espectador a querer desvendar o que está por vir.

Uma trama envolvente, ambiciosa, ousada e que promove uma crítica social forte com um instigante desenrolar até os últimos momentos, que por sinal impressionam.

O desfecho é sensacional, proporciona um final com chave de ouro.

Wood Allen já afirmou que esse é um dos seus trabalhos prediletos e, sem dúvida, concordo.

[fve]https://youtu.be/q99Lx_XhOAw[/fve]

Match Point, vale a pena ver e rever esse filme, realmente imperdível!

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Suite Francesa – Amor proibido em tempos de guerra

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Amante Por Um Dia – Um filme francês sobre amor, traição e fidelidade

Dominique - Amante por um dia
Hoje comento o belo Amante Por Um Dia, filme do francês Philippe Garrel que, apesar de não ser muito conhecido no Brasil, é um cineasta prestigiado pelo mundo.

Em seu novo filme apresenta uma história sobre amor, amizade e companheirismo. O enredo gira em torno de conflitos psicológicos aprofundados em seus personagens e passando por temas como a fidelidade amorosa.

A trama segue Jeanne (Esther Garrel, filha do diretor Philippe Garrel), que após terminar relacionamento de longa data com Mateo, volta para o apartamento do pai, o professor de filosofia Gilles (Éric Caravaca) que está morando com sua namorada e aluna Ariane (Louise Chevillotte). Superado o choque inicial, as duas passam a compartilhar segredos.

O filme foca tanto no relacionamento entre essas três figuras que vivem juntas, como em seus conflitos pessoais e usa desse cenário para discutir amor e traição.

A espinha dorsal do filme é mostrar como o tema fidelidade é visto pela ótica desses três personagens; pela desiludida Jeanne, pela fogosa Ariane e pelo homem maduro. A convivência dos três começa a levantar questões sobre o que é certo e errado na fidelidade. Assim eles percebem que todos têm muito a aprender.

Cada personagem sofre em algum nível com a insegurança gerada pelo amor e com a busca de uma liberdade pessoal. Coisas que não condizem com a estrutura tradicional de uma relação a dois, monogâmica.

O professor e a aluna tentam manter uma relação aberta, mas são ciumentos e inseguros demais para isso.  A filha não consegue superar o fim do namoro e procura entender onde errou. A aluna procura ajudar e dar apoio à filha em sinal de irmandade e empatia. As duas se tornam muito próximas e complementares na visão sobre amor e sexo. A figura masculina do pai/professor nesse meio reflete sua experiência de vida muito mais vasta e complicada do que a das duas jovens.

Dominique - Amante por um dia

Com esse trio de personagens, o roteiro faz com que o espectador se enxergue um pouco em cada um deles.

O roteiro escrito a quatro mãos acerta em cheio nos diálogos inteligentes e na elaboração das personalidades do trio.

A fotografia em preto e branco destaca a sutileza do relacionamento entre os personagens e a melancolia da trama.

Contando com o belo controle de iluminação dos cenários e a direção sensível de Garrel, a maior força da obra ainda fica por conta das duas atrizes principais.

Com interpretações valiosas através de suas expressões corporais e faciais que dão vida à Jeanne e à Ariane, as duas personagens são muito bem desenvolvidas por um roteiro que pretende provocar questionamentos.

Com tom assumidamente retrô (Nouvelle Vague), o filme defende seu charme com competência e sensibilidade em prazerosos 76 minutos.

[fve]https://youtu.be/E1eZ5-GaFYc[/fve]

Amante por um dia está em cartaz nos principais cinemas, vale a pena conferir.

Leia Mais:

A Duquesa – Um lindo filme de época disponível na Netflix
Eu, Tonya – Sarcasmo, Irreverência, ironia e más escolhas

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Eu, Tonya – Sarcasmo, Irreverência, ironia e más escolhas

Dominique - Eu, Tonya
Vencedor do Oscar® de Melhor Atriz Coadjuvante, o ótimo, Eu, Tonya, filme dirigido pelo australiano Craig Gillespie, é preciso ao contar a história de Tonya.

Tonya Harding (Margot Robbie), a mãe Lavona Golden (Allison Janney) e o ex-marido Jeff Gillooly (Sebastian Stan) relembram o caso que chocou a América: o ataque ao joelho de Nancy Kerrigan, às vésperas dos Jogos Olímpicos de Inverno de 1994.

Desde os três anos exibindo talento para a patinação artística no gelo, Tonya cresce  destacando-se no esporte. Aguentando maus tratos e humilhações por parte da monstruosa mãe. Entre altos e baixos na carreira, idas e vindas num relacionamento abusivo, a atleta acaba envolvida num plano de eliminação da principal concorrente.

O filme consegue abordar o abuso e a agressão domiciliar, o rigor excessivo em competições esportivas e o fetiche doentio da mídia pelo sensacionalismo barato, sem perder o foco na trama principal.

Há um diálogo com temas contemporâneos sem a preocupação de defender essa ou aquela bandeira. É um filme que se propõe a contar uma história trágica, mas sem se deixar levar pelo drama. Mistura crime, investigação policial, suspense, drama e discute feminismo também.

Na infância problemática, quando Harding é interpretada pela ótima atriz mirim, Mickenna Grace, sua personalidade começou a ser moldada. A maior interferência nesta fase se deu pelos maus tratos da exigente e desequilibrada mãe. Performance bem chamativa da excelente Allison Janney que deixa aflorar sua veia sarcástica ao máximo. Retirando muito do humor negro da obra, fazendo jus à uma premiação.

Dominique - Eu, Tonya

Outro grande chamariz aqui é o desempenho de Margot Robbie (Tonya), jovem australiana de 27 anos, em sua melhor atuação, mostrando tudo que sabe, num show só seu. Margot soube lidar muito bem com o drama proposto, trazendo vida à personagem com muita dedicação e carisma.

Robbie vive diversas fases da narrativa, desde uma adolescente de 15 anos, até uma mulher com mais de quarenta anos, amargurada pela série de decisões equivocadas que construíram sua vida.

Robbie faz rir, transmite culpa, pena, sofrimento, tristeza, através de um verdadeiro esforço.

O longa embalado por uma trilha sonora que evoca as décadas de 80/90 se mostra uma das cinebiografias mais interessantes desta temporada.

Craig Gillespie apresenta uma fórmula não convencional para narrar uma história atípica, inusitada e polêmica cujos personagens não são exemplos a serem seguidos, é verdade; pelo contrário, são tipos problemáticos que estão sujeitos a todo e qualquer tipo de sentimento. O que os diferencia são as atitudes que tomam diante os acontecimentos de suas vidas.

Eu, Tonya é uma obra sobre escolhas e como elas nos afetarão em algum momento. Há uma beleza plástica nas cenas de patinação com resultados artisticamente belos.

Um filme biográfico com conquistas e superações em meio a problemas técnicos, familiares e amorosos.

Como na maioria das obras cinematográficas, aqui você apanha junto à protagonista em cada cena de injúria e sofre a cada má escolha.

[fve]https://www.youtube.com/watch?v=_YSP-ADogMA&feature=youtu.be[/fve]

Com direção consciente, roteiro sarcástico e atuações memoráveis, Eu, Tonya realmente vale a pena ser conferido!

Leia Mais:

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Todo Dinheiro do Mundo – Vigor e ótimas interpretações regem um grande sequestro

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Todo Dinheiro do Mundo – Vigor e ótimas interpretações regem um grande sequestro

Dominique - Todo Dinheiro do Mundo
Dirigido por Ridley Scott, o thriller Todo Dinheiro do Mundo teve uma indicação ao Oscar® de Melhor Ator Coadjuvante pela interpretação de Christopher Plummer como o bilionário, frio e avarento, Jean Paul Getty, famoso por não querer pagar o resgate do sequestro de seu neto predileto, Jean Paul Getty III, herdeiro do seu império de petróleo.

Ridley Scott conduziu muito bem o caso de assédio de Kevin Spacey. Ao demiti-lo imediatamente de Todo Dinheiro do Mundo, agiu em favor da opinião pública. Conseguindo assim três indicações já no Globo de Ouro.

Acertou em cheio na sua substituição por Christopher Plummer. O fato é que essa situação inusitada mostrou o enorme valor e flexibilidade de Ridley Scott atrás das câmeras.

O longa é um produto que não mostra seus problemas de bastidores. O que acaba sendo um feito inacreditável quando lembramos o que foi alcançado em tão pouco tempo. Literalmente questão de semanas.

As sequências com Jean Paul Getty são várias e suas interações com seu braço direito Fletcher Chase (Mark Wahlberg) e sua nora Gail (Michelle Williams) não são poucas. Revelando um esforço, invisível, que Scott soube guiar com maestria e que o elenco entregou com grande competência.

Aliás, competência é a palavra que ecoa ao longo da produção que lida com uma notória história ocorrida em 1973. Trás a tona um dos sequestros com maior repercussão no mundo que fascina até hoje. Não pelos desdobramentos do crime, mas pela exposição da maneira de pensar e agir de Jean Paul Getty, o homem mais rico do mundo na época.

Dominique - Todo Dinheiro do Mundo

Apesar da fama da história e seu conhecido desfecho, o que importa, na verdade, não é o final e muito menos a fidelidade histórica, já que muita coisa foi alterada para fins dramáticos, mas sim as várias lições de vida que o roteiro de David Scarpa tenta passar.

O filme é inclemente sobre Getty e sua famosa reação. Elementos que só são suavizados pela magistral interpretação de Plummer que empresta uma camada de solidão a esse homem que tinha tudo, mas ao mesmo tempo não tinha nada!

Já Gail, a mãe desesperada para ter o filho de volta, surpreenderá com sua atuação. A atriz entrega um trabalho encantador como uma mãe lutadora e dedicada, mas que carrega um pouco de frieza.

O ex-espião da CIA, Fletcher Chase é o negociador-chefe de Getty encarregado de descobrir quem está por trás do crime e convence de forma eficiente.

Até mesmo o neto, com atuação contida, é natural e vai bem como sequestrado.

A fotografia exprime bem o calor do Marrocos, o calor humano do lar de Gail, o tom frio da cinzenta Londres e a austeridade e frieza de Getty.

Muito bem colocada é a reconstituição de época ilustrada pelos figurinos.

Ridley Scott entrega um filme que é muito mais que os escândalos que o marcaram. A história dos Getty ficará por muito tempo com o espectador. O que por si só já revela todo o mérito do longa!

[fve]https://youtu.be/zFA4Yrt8F0Q[/fve]

Todo Dinheiro do Mundo é um filme que vale a pena conferir.

Leia Mais:

Trama Fantasma – Drama psicológico retrata amor obsessivo, corte e costura
The Post – A Guerra Secreta: Drama histórico com majestosa produção

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Trama Fantasma – Drama psicológico retrata amor obsessivo, corte e costura

Dominique - Trama Fantasma
Finalmente chega ao circuito dos cinemas o último concorrente ao Oscar® de melhor filme deste ano. Trama Fantasma é sem dúvida o longa mais bem sucedido em reunir técnica e sensibilidade.

Com seis indicações ao Oscar® em 2018, o ótimo e elegante Trama Fantasma, aclamado pela crítica, concorre nas categorias de Melhor Filme, Melhor Ator, Melhor Atriz Coadjuvante, Melhor Direção, Melhor Trilha Sonora e Melhor Figurino.

O projeto dirigido e escrito pelo talentoso Paul Thomas Anderson. Ele ambienta sua história no glamour de Londres dos anos 50. Onde o renomado costureiro Reynolds Woodcok (o perfeccionista, Daniel Day-Lewis, inspirado no renomado estilista espanhol Balenciaga) e sua irmã Cyril (Lesley Manville) vestem a realeza, a aristocracia e as celebridades.

Woodcock é um mimado cheio de manias com complexo de Édipo mal resolvido e capaz de ser delicado e agressivo ao mesmo tempo.  Seu universo controlado rigorosamente sofre um abalo quando o estilista conhece a inocente e simplória garçonete Alma (Vicky Krieps).

O que parece ser mais uma trama sobre os abusos sofridos pelas mulheres se torna algo maior sobre uma relação de ciúmes, amor doentio e codependência.  Anderson surpreende mais uma vez ao fazer um filme sobre o universo feminino  a ponto de transformar Krieps na protagonista da narrativa.

Em sua possível última contribuição dramatúrgica ao cinema. Daniel Day-Lewis não é menos do que sublime no trabalho que construiu para o longa. São os pequenos gestos que o fazem diferente. Seja no olhar triste e atormentado pela falta de sua querida mãe, na irritação com os barulhos pela manhã ou ainda nos arroubos de sua criação.

Dominique - Trama Fantasma

Lesley Manville, o poderoso segundo vértice do triângulo, é quem faz com extrema competência a personagem complexa por oferecer distintas vertentes de compreensão ao espectador.

Cabe a Vicky Krieps fechar o trio ao lado de dois monstros da atuação e ela se dá muito bem. Existe credibilidade em seu trabalho, o que torna crível a virada de personagem no meio do segundo ato.

A trilha sonora embalada pelas belas e eruditas músicas de Jonny Greenwood, Debussy e Shubert é inebriante.

O figurino, um capítulo a parte: simplesmente deslumbrante.

O filme tem um ritmo lento, porém hipnótico. É sedutor e envolvente, instável e impecavelmente tecido.

Trama Fantasma é um filme para se ver no cinema. Com qualidade sonora e visual imbatíveis, Anderson coloca mais uma obra de arte em sua “estante” de filmes magníficos.

Trama Fantasma é o resultado final de um fio tóxico de beleza e delicadeza. Costurado a um homem orgulhoso, cheio de amor, ódio e carente de companheirismo. Mesmo que não queira ou se dê conta disso.

[fve]https://www.youtube.com/watch?v=iaVj12uSZIc[/fve]

Trama Fantasma é um filme que prende do começo ao fim, estou louca para assistir!

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