Dominique

Coisas de Dominique é onde histórias de mulheres são contadas. Histórias de mulheres que realmente têm o que contar.
Eliane Cury Nahas por vezes transcreve, por vezes traduz coisas que Dominiques (aquelas mulheres com 50 ou mais anos de histórias) contam. Surpreendentemente você se identificará com muitas delas, afinal #SomostodasDominiques

Oh Cupido vê se me deixa em paz e para de atrapalhar o destino

Dominique - CupidoA Cynthia Camargo mandou uma história superengraçada sobre uma vez que deu uma de cupido. Cupido desastrado, claro.

Ela fez que eu lembrasse da vez que fui eu o cupido.
Quando a gente casa, sei lá porque, acha que todo mundo que está do nosso lado TEM que casar.
Que estes seres infelizes só conhecerão a luz quando a alma gêmea aparecer iluminando o coração.
Yesss…Cafona assim mesmo. E surreal também.
Mas esta era eu há 30 anos e recém casada.

Uma superamiga, a Bia, tinha acabado de brigar com o namorado e um primo do Guilherme estava correndo o risco de ficar solteiro para sempre se eu não fizesse alguma coisa.
Então obviamente bolei um plano perfeito! Apresentá-los! Claro!
Mas obviamente, como sou muito, muito esperta, resolvi contar para ambos e consultá-los antes:
– Bia, o Gui tem um primo superlegal que adoraria que você conhecesse, topa?
– David, você sabe quem é minha superamiga Bia? Aquela, bonita de cabelos compridos… Então, vou convidá-la para jantar aqui semana que vem. Você gostaria de vir?

Pronto. Marcado. Avisei Guilherme que sempre odiou esse tipo de coisa.
– Dominique, Dominique! Os caras sabem errar sozinhos! Não precisam da sua ajuda para quebrar a cara! Que mania!
– Ai Gui… Para. Que pessimismo!

Chega o dia do jantar.
David chega antes de Bia, perfumado e arrumadinho.
Bia, como sempre um tantinho atrasada, vestida para matar. Decote sob medida num vestido provocador. Sabe aquele cabelo que dá vontade de passar a mão? Então… O da Bia.
Sempre lembrando que na época não deveríamos ter mais que 26 anos, tá? Lindas e gostosas. Como sempre.

Um aperitivo com um pouquinho de álcool (não tomávamos vinho naquela época, eu acho) para quebrar o gelo.
O papo flui fácil entre nós. Mas principalmente entre eles.
Servi o jantar e na sobremesa, os dois já tinham engatado um papo olho no olho meio que ignorando a presença dos donos da casa.

Tirando a mesa, Bia foi me ajudar e ficamos excitadas conversando na cozinha:

– E aí? – Perguntei eu já me imaginando de chapelão e vestido fúcsia como madrinha no casamento daqueles pombinhos!

– Ahh Nick… Gostei, né? Gatinho. Parece ser um cara legal.

Pronto match maker. A casamenteira.

Despedidas. Afinal era dia de semana e já passava da meia noite.
Vi que Guilherme puxou David num canto e cochichou alguma coisa.

Mal fechei a porta e perguntei o que ele tinha cochichado.

– Falei para Davi que acompanhasse a Bia até em casa. Que a seguisse com o carro, pois já é tarde.
– Claro… mas meio óbvio, não?
– Não. Conheço meu primo. Quando se trata destas coisas, melhor desenhar para ele.

No dia seguinte, mal acordei e liguei para a amiga. Será que tinha rolado beijo?
Ou ela tinha convidado ele para entrar para um último licor?
Sairiam novamente esta noite?

– Biaaaaa…Me conte tudo!
– Contar o que Dominique?
– Como assim?
– Não tem o que contar. Quando dei seta que entraria na minha rua, David buzinou, acenou pelo vidro e seguiu reto.

Nãooooooooooooooooooooo. Não podia crer nisso.
Contei para Guilherme que determinou que naquele momento se encerrava minha carreira de cupido. Na verdade estúpido cupido.

Você acha que a história acaba aí, né? Não, colega.

Três anos depois, num sábado à tarde, toca o telefone.
Guilherme atende o primo David e me avisa que ele passará em casa para tomar uma cerveja de noite. Estranhei muiiiito, porque ele nunca tinha feito aquilo.

Well… Chegou, sentou, bebeu, enrolou enrolou e perguntou:
– E aí Dominique? E aquela sua amiga a Bia? Gostei dela, viu?
– O que? Vc tá brincando, né? Cara, ela já até casou!
– Ah, jura? Que pena!
– Não estou acreditando, David! Só 3 anos depois? Mas o que aconteceu na época?
– Na verdade, eu percebi no jantar que a Bia era moça séria e que não dava para fazer besteira.
– Pera. Pera. Eu te liguei e disse que ia te apresentar uma de minhas melhores amigas. E você só sacou que ela era “séria” quando a conheceu?
– ……
– David, para o seu controle, Bia não é uma moça séria. Nem ela nem eu, tá! E sabe quem levou a melhor? O marido dela e o meu!

Essa Dominique… Mas e você? já tentou ser cupido de alguém?

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Piloto de avião Tereza Paz e uma verdadeira Dominique com asas!
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Dominique

Nasceu em 1964. Ela tem 55 anos, mas em alguns posts terá 50, 56, 48, 45. Sabe porque? Por que Dominique representa toda uma geração de mulheres. Ela existe para dar vida e voz às experiências, alegrias, dores, e desejos de quem até pouco tempo atrás era invisível. Mas NÓS estamos aqui e temos muito o que compartilhar. Acompanhe!

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Dominique pra valer viveu intensamente a adolescência – Será que você é?

Dominique
Você é uma Dominique se:

– Chamava balada de discoteca.
– Foi ao parque de diversões da Santo Amaro. No Playcenter, você já era quase mocinha.
– Foi a mingais.
– O segurança te botou para fora do mingau, porque estava no maior amasso com seu namorado.
– Usava o verbo Transar para dizer que tinha beijado sem compromisso. Transar significando trepar é coisa de hoje…
– Assistiu a seriados como A Feiticeira, Agente 86, Família DoRéMi.
– Aliás, por falar em família DoRéMi, percebeu que tinha algo estranho acontecendo com você ao olhar David Cassidy e sentir arrepios.
– Rolezinho de férias era ir para a sorveteria Guarujá no centrinho.
– Não contava nem pra melhor amiga as ousadias com o namoradinho.
– Carnaval era no interior e, não raramente seus pais ou os pais de suas amigas, iam junto e ficavam na mesa só olhando…
– Achava o Kadu Moliterno um gato. Aqueles olhos azuis… e aqueles cabelos.. sim, ele já teve cabelos.
– Ia assistir aos jogos de vôlei no Ibirapuera. Torcia para a “jornada nas estrelas” do Bernard dar certo.
– Ia ao aeroporto de Congonhas ver o time de vôlei chegar em São Paulo. Torcia mais ainda para que o Montanaro desse um mole. E ele sempre dava.
– Well’s, na Rua Augusta. Jack in the Box, na Praça Panamericana. Sábado, comer bomba de chocolate na Brunella. Paquera na Brunellaaaaaaaa.
– Passeios de Caloi 10.
– Esborrachou-se no chão andando de patins.
– Fazia pesquisa e trabalho em grupo usando a Barsa ou ia para a biblioteca.
– Gritava para que seu irmão desligasse a extensão do telefone!
– Não saia sem uma ficha telefônica. Aliás, anotou muito telefone na mão.
– Usou tamancos.
– Usou polainas

E para você? O que uma Dominique com certeza já fez?

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Energy ball – Doce perfeito para recuperar as energias sem sair da dieta

Dominique

Nasceu em 1964. Ela tem 55 anos, mas em alguns posts terá 50, 56, 48, 45. Sabe porque? Por que Dominique representa toda uma geração de mulheres. Ela existe para dar vida e voz às experiências, alegrias, dores, e desejos de quem até pouco tempo atrás era invisível. Mas NÓS estamos aqui e temos muito o que compartilhar. Acompanhe!

16 Comentários
  1. Sou de Curitiba, me identifiquei com muitas coisas…aqui os capítulos das novelas passavam várias semanas depois do Rio e SP,era sensacional quando minha prima carioca vinha pra cá e contava o que ia acontecer na novela!

    1. Claudia,

      Jura que demorava para passar os capítulos das novelas em Curitiba? Nunca soube disso. Só sei que Curitiba é mercado, ou era, mercado teste, sempre que uma empresa ia lançar um produto, fazia um teste ai.

      beijo enorme

  2. Eu também sou uma Dominique viva, lembrando dos bailinhos aos sábados, às matines de domingo a tarde, e depois ir paquerar na praça tomando sorvete

  3. Sensacional!!! Anos 80…. ombreiras….cores cítricas, relógio que trocava pulseiras, filme Bete Balanço…Cazuza tocando direto…eeeee…. saudades

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Resposta de Dominique para Mr. Miles – A minha praia

Dominique - Mr. MilesQuerido Mr. Miles, você respondeu minha pergunta sobre a praia ! E no Estadãoooo!

Wow! Que demais! Estou me sentindo a tal. Toda prosa.

Para quem não leu, está aqui.

Mr. Miles, my dearest, não entendo porque esquivou-se de responder minha questão. Tenho certeza que não lhe falta vocabulário, muito menos passagens por praias “agradáveis”.  Suponho que se um dia tivermos mais intimidade, as palavras nos serão mais confortáveis.
Confesso que espero ansiosa este dia, mas enquanto ele não chega, vou aproveitar meu proeminente desembaraço para contar um pouquinho de mim.

Sempre gostei de praia.
Sempre preferi praia ao campo e montanha.

De criança e mocinha, frequentava uma praia lotada, cheia de gente. Cheia de amigas e amigos. E era isso que eu queria.
Eu acho. Também não conhecia outra coisa.
Meus pais nunca foram do tipo aventureiros de pegar o carro e ir para praias mais agrestes, mais rústicas, onde minha mãe não tivesse porque usar salto alto e meu pai não tivesse como ligar um ventilador.

Ahhhh estou sendo injusta com meu pai. Ele era sim, um aventureiro do jeito dele. Deixa eu te contar:

Não sei se sabe, mas Daddy era inglês, como você.  Veio para o Brasil na década de 60 para trabalhar e conheceu minha mãe, uma descendente de nobres nordestinos.

Como dizem por aí “não é o mais forte que sobrevive, mas o que melhor se adapta às mudanças”. E assim foi com meu pai. Rapidamente tropicalizou-se e passou a gostar de tudo que essa nossa brasilidade tem de mais exótico.
Você acredita que ela adorava o Guarujá? Você sabe onde é o Guarujá?

Pois bem, num remotíssimo passado era nosso destino de férias de verão.

A grande aventura era arrumar aquele monte de mala, sacolas, pacotes de todos nós no bagageiro do carro. Um exercício matemático que só mesmo um engenheiro conseguiria.

Aí, pegávamos a estrada, a Serra de Santos, cantando, com os vidros abertos, papai fumando um cigarro atrás do outro, com o bração pra fora.

Sempre que furava um pneu e não eram poucas as vezes, Daddy dizia que chegava a ser um prazer desmontar e montar todo o porta-malas para trocar o pneu ladeado por aquela Mata Atlântica com folhas enormes, perfumes, animais e insetos nunca jamais vistos.

Passada essa etapa, chegávamos em Santos, rumo à balsa. Você sabe o que é balsa Mr. Miles?

Papai a-do-ra-va a famosa fila da balsa de Santos. Achava super pitoresco.
Uma, duas até três horas na fila, sob aquele calor grudento da baixada.  Com o motor do carro desligado, ele descia para calcular o tamanho da fila. Fez grandes amigos na solidária e modorrenta espera.

Sem falar no Biju, queijadinha, biscoito de polvilho, Fanta Laranja, raspadinha de groselha, amendoim com casca e outras guloseimas que nos mantinham entretidos e emporcalhavam completamente o carro.

Aí chegávamos naquela praia que papai tanto valorizava. Lembre-se que ele vinha dos gelados mares do norte. Sol, areia branca, marés quentes, família e amigos tão calorosos quanto nosso clima eram coisas que ele ainda não havia experimentado na vida.

Fez-nos entender o privilégio que era viver perto dos 25º C com céu azul quase que o ano inteiro.
Sempre que podia, ele tentava explicar o valor que dava à receptividade ao imigrante por aqui.

Ahhh Mr. Miles, que doces lembranças você me proporcionou quando disse “O sol que me perdoe, mas uma sombra é fundamental”. Só um outro inglês seria capaz de dizer pérola semelhante. E era meu pai quem falava que o melhor do sol era sempre a sombra!. Coincidência? Acho que não

Voltando…

Com o tempo, mudanças, casamento, filhos, novos objetivos, conheci outros horizontes.
O amor por e pela praia só aumentou.
Conheci diversas.
Sempre ia onde ela lá estivesse. Em qualquer lugar.
Até que a mágica aconteceu. Mágica, feitiço, encanto! Chame como quiser.
Há 23 anos apaixonei-me por uma em especial.

Área relativamente pequena entre uma estrada e a praia.
Sem comércio local. Sem restaurantes.
Uma vendinha. Uma ou duas pensões.
Umas casas de pescadores.
Alguns pouquíssimos condomínios.
Dois botecos.
Praia de tombo.
Mar difícil. Dificílimo.
Montanhas muito próximas a praia.
Um contraste entre azul e verde, mar e mata, montanha e ondas, areia e terra que me deixou enlouquecida.

Bom, lá me estabeleci.
Lá construi a casa de meus sonhos.
Lá criei meus filhos.
Lá fiz amigos pra toda vida.
Lá descobri livros que me acompanharão para todo o sempre.
Lá aconteceram minhas grandes reflexões.
Lá eu tenho espaço para mudar.

Esta é a minha praia Mr. Miles. Veja só que ousadia, eu chamar a praia de minha. Mas sinto exatamente assim, é como se eu voltasse para casa cada vez que piso naquela areia. Não há no mundo outro lugar que eu me sinta tão eu mesma, tão em paz e tão feliz como em minha casa na praia.

Você conhece a minha praia Mr. Miles? Já esteve por lá?

Espero que sim.

Dominique - Mr. Miles

Leia Mais:

Todos têm direito a uma segunda chance, até mesmo os cupidos!
Mr. Miles responde: A praia de Dominique e os ‘inenarráveis prazeres’

Dominique

Nasceu em 1964. Ela tem 55 anos, mas em alguns posts terá 50, 56, 48, 45. Sabe porque? Por que Dominique representa toda uma geração de mulheres. Ela existe para dar vida e voz às experiências, alegrias, dores, e desejos de quem até pouco tempo atrás era invisível. Mas NÓS estamos aqui e temos muito o que compartilhar. Acompanhe!

8 Comentários
  1. Suponho que você esteja muito ocupada para responder as minhas humildes linhas. Anyway, insisto, porque ainda acho que temos muito a falar sobre esse grande planeta que é uma extensão de nosso quintal.

  2. Também foi um prazer receber sua resposta, my dear. A praia a que me referia chama-se Santiago e é a primeira ao norte de Pauba, no litoral norte de São Paulo. Uma estreita faixa de areia, as you said. Não me lembro de ter sido atingido por um sorvete voador em frente a Caramba, no Guarujá. Aliás, nunca frequentei essa sorveteria, que considerava uma jovem invasora em Pitangueiras. Era fiel à Sorveteria Guarujá. Besides, não voltei mais à esse litoral da memória. Unfortunately, nem tudo muda para melhor. Don’t you agree?

  3. Amei! Retornei a minha infância onde todo ano, passávamos férias em Bertioga. Era uma aventura sair de São João da Boa Vista passar por Campinas, São Paulo, descer a serra de Santos, uma balsa, Guarujá, outra balsa Bertioga. Tudo isso num DKW que fervia o motor a todo momento.

  4. Well, my dear: humildemente acho que não me esquivei de responder à questão que você me propôs. Respostas objetivas, my dear, são fáceis como marias-sem-vergonha. Suposições costumam ser mais abrangentes — embora probably esse não foi o caso das minhas. Anyway, conheço o Guarujá, of course. Tive amigos que viveram em edifícios cujos nomes, se não me lembro, eram Sobre as Ondas, Tucuruçutuba, Piavu, Nautilus e Iporanga. Levei algumas lindas meninas ao Cine Guarujá para ver filmes com a Sandra Dee (com quem tive a sorte de ter um tórrido affair mais tarde) e, na antiga Sorveteria Guarujá, comprei muitos sorvetes de abacate com flocos. A menção à sombra, if you remember, remete à Vinicius de Moraes: “as feias que me perdoem, mas beleza é fundamental.” Não sei que outra insinuação você poderia estar fazendo. I’m very sorry, mas como viajo muito não é fácil saber qual é a sua praia. Eu ousaria dizer, however, que ela tem o nome da capital de um país. Am I right?

    1. Queridíssimo Mr Miles! Você não imagina como fico feliz cada vez que vejo uma mensagem sua chegar. Agora vamos por partes..
      Tem toda razão!! Como pude eu esperar de vc uma resposta banal e corriqueira? So, so sorry my dearest friend!!
      Será que frequentamos o Guaru na mesma época? Já pensou se assistimos “Horizonte Perdido” lado a lado? Ou será que nos trombamos no “centrinho”? Espero não ter sido o seu impecável terno vítima do sorvete que voou em um tombo cinematográfico que levei na frente do Caramba.
      Amei a brincadeira que fez com o bom e velho Vinícius. Como disse, sua imagem poética de sol e sombra, tomando emprestado a forma do poetinha, lembrou-me a frase que meu pai sempre dizia, ao chegar embaixo da barraca.
      Agora, quanto a minha praia, quem pede desculpas sou eu. Quebrei a cabeça para saber qual praia tem nome de capital e não sei se pelo tardar da hora ou simplesmente por desconhecimento, não consegui saber a qual praia se refere (agora fiquei curiosa). Todas as que penso, tem nome indígena. Baraqueçaba, Boiçucanga, Boraceia, Monguaguá, Jureia, Cambury. Camburiú, Ubatuba. A “minha”praia tb tem nome indígena. Rio Negro seria a tradução.
      Adoraria lhe contar mais sobre esse lugar sem adjetivos suficientes para descrevê-lo. O lugar, as pessoas, as histórias…Vishhh, falei demais Mr Miles. Sorry, mas me empolguei. Aguardo ansiosa tal qual uma adolescente um novo aceno de sua parte.

      Dominique

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Vexame 3 – O Retorno – O creme de leite azedou o aniversário do filhote

Dominique - Aniversário
Aniversário de meu filhote João!
18 aninhos. Data superimportante.
Mas ele não quis festa. Não quis nada.
Não poderíamos passar em brancas nuvens, né?
Marquei para jantarmos fora num restaurante bacanérrimo na época.

Convidei a avó (minha mãe), os padrinhos com os respectivos: meu irmão Alberto e minha sobrinha Gabi. Além do pai, claro, a irmã Clara, meu outro irmão Lucas e o namorado argentino da Gabi que não lembro o nome.

Aqui cabe uma explicação.

Gabi não é minha sobrinha de verdade. É sobrinha de Guilherme, meu ex.
Mas para mim é mais que sobrinha de sangue. Tanto que a escolhi como madrinha quando ainda tinha 14 anos. Menti para o Padre na época dizendo que tinha 16. Não poderia ter acertado mais na escolha da jovem madrinha, hoje linda e brilhante médica. Aí que orgulho!

Bom, voltando.
Dizer que é um estresse encontrar o Guilherme é um exagero. Mas não é a situação mais agradável do mundo. Já foi pior. Enfim, João não tem culpa de nada.

Mesa redonda.
Escolhi aquele restaurante justamente por ter uma mesa redonda que coubessem 10 pessoas. Muito mais gostoso, né?
Maître educadíssimo.
Cardápio requintado e longo.
Nada me irrita mais do que muitas opções em um cardápio. Não vejo a hora de me ver livre do tormento da escolha.

Então seleciono qualquer coisa rapidamente e fico atrapalhando quem não escolheu ainda.
A missão de escolher o vinho ficou ao cargo do namorado argentino.
Vinho pesaaaadooo. Mas quem sou eu pra falar qualquer coisa diante de um especialista “hermano”?

Bebemos, chegaram os pratos, bebemos.
Alberto acabou de comer rapidamente, deu um beijo no afilhado e disse que tinha um compromisso.
Fui acompanhar meu irmão até a porta do restaurante para me despedir e ao levantar senti aquele típico suor frio. Disfarcei e me apoiei nele.
Quando voltei à mesa, passei a mão nas costas de meu irmão Lucas e perguntei ao garçom onde era o toilete.

Era no andar de cima!

Affff, tinha que subir um lance de escada!
Amiga, você não está entendendo. A essa altura, eu já estava verde.
Não estava subindo uma escada. Estava escalando uma montanha.
Cada degrau era um enorme obstáculo a ser vencido.
Prestes a desistir e provavelmente deixar meu corpo rolar morro abaixo, sinto o amparo salvador de Lucas que apareceu do nada e praticamente me carregou até o cume. Entramos os dois no banheiro feminino.

Note bem, Lucas não é o tipo de homem que passa desapercebido. 1 metro e 95 centímetros.
– Abre a torneira, Dominique. Lava o rosto.
Fiz o que ele mandava, mas só piorava.
– Aí… Vou pra casinha!
Entrou uma senhora. Lembra que estávamos no banheiro feminino?
Lucas sorriu para ela. Ela saiu para olhar a plaquinha e certificar-se de que estava no local certo.
Entrou com cara de poucos amigos. E saiu com cara de menos ainda.

Sentei-me no chão e abracei literalmente meu amigo vaso.
Rezava para conseguir botar pra fora aquilo que me demonizava. Precisava exorcizar. Ouvi Lucas falando.
– Estou aqui cuidando de minha irmã que está lá dentro, mas fique à vontade, finja que não estou aqui.
Era outra senhora. Affffff!

Como estávamos demorando, Lu, esposa de Lucas, sobe para ver o que acontecia.
– Dominique…KKKKKK…Só você mesmo…
– Aí, Lu. Eu vou morrerrrrr…
– Não vai não. Mas toma água gelada.
– Lu, não vai adiantar.

Nesse momento entra minha filha Clara:
– Mãeeeeee. Não acredito! Você bebeu?
– Não, filha. Foi o creme de leite – disse eu verde ou azul, com o cabelo completamente encharcado, já sem o casaqueto, sem os sapatos e com a calça aberta.

Então, preste atenção, eu no chão, Lucas, minha cunhada, minha filha, todos no banheiro feminino.
Abre a porta uma terceira senhora que dá volta e sai pisando firme.
Em menos de um minuto aparece o maître.
– Posso saber o que está acontecendo aqui?
– É minha mãe, ela não está bem.
– E o que este homem faz no banheiro das senhoras?
– Sou o irmão da vítima. Estou aqui para ajudá-la. E o Senhor deveria fazer o mesmo! Não vê que ela está passando muito mal?

Assustado, no mesmo momento, trouxe uma cadeira e instalou-a no meio do banheiro.
Não era um lugar grande. Estava abafado. Comecei a piorar.
Não sei quanto tempo se passou, com gente me abanando,  jogando água em mim, reclamando…

Num  determinado momento, Gabi, minha sobrinha médica, entra, olha, sai e volta com uma lata de coca cola normal e fala:
– Toma agora!
– Eu só tomo Coca zero.
– Tia! Fica quieta e toma essa já!
Tomei aquele quilo de açúcar e na hora comecei a me sentir melhor.

Ao longe escutei um surdo e sem graça parabéns.

Uhhhhhhhh… O aniversário do João!
O bolo que eu encomendei!
Pois é.
Chegou o bolo com a vela.
Cantaram parabéns para o João, o pai, a avó e o namorado argentino.
Tadinho do meu filho!

Tentei me recompor.

Fechar a roupa, calçar o sapato e minimamente dar um jeitinho naquele cabelo que aquela altura estava nojento.
Desci, recebi um olhar de madrasta de minha mãe.
– Bonito, hein!!!
João estava quietinho, abraçado ao bolo.
O hermano feliz da vida, secando toda a garrafa de vinho.

Pedimos a conta.

Estava melhor, mas longe de estar boa.
Meu próximo desafio?
Chegar ao carro.
Não precisei falar muito.
João veio de um lado, Clara do outro. Como se estivessem me abraçando, quase que me carregaram até o carro, cruzando aquele enorme salão de 2 metros.

Entrei no carro.
Sem ter muito o que falar… Falei.
– Nunca mais volto nesse restaurante!
– Está com vergonha, mãe?
– Não! O creme de leite deles é muito pesado.

Um aniversário inesquecível, não acham?

Leia Mais:

Vexame 1 – A Saga – A culpa é sempre do creme de leite
Vexame 2 – A Missão – A culpa continua sendo do creme de leite

Dominique

Nasceu em 1964. Ela tem 55 anos, mas em alguns posts terá 50, 56, 48, 45. Sabe porque? Por que Dominique representa toda uma geração de mulheres. Ela existe para dar vida e voz às experiências, alegrias, dores, e desejos de quem até pouco tempo atrás era invisível. Mas NÓS estamos aqui e temos muito o que compartilhar. Acompanhe!

1 Comentário
  1. Minha querida Dominique! Vc e o creme de leite decididamente, não combinam. kkkkkkkkkkkkkkkk Pq insiste nesse relacionamento q so lhe faz mal?! ! Não consigo parar de rir.kkkkkkkkk

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Vexame 2 – A Missão – A culpa continua sendo do creme de leite

Dominique - Creme de Leite
Bom, aí já bem crescidinha, casada e com filhos, cometi outros pequenos excessos.
Porre, bebedeira, pileque…
Dê o nome que quiser, mas a verdade é uma só.
Raras vezes bebo e fico naquele estágio gostoso.

Para mim, bebida ou engorda ou me derruba.
Mas derruba mesmo. Strike. Vexame. Um soldado que tomba.
Na maioria das vezes não fico chata.
Não fico alegre.
Não fico engraçada.
Talvez fique isso tudo por segundos.

Mas no segundo 35 já estou no banheiro agarrada ao vaso, my best friend.

Rita Lee escreve em seu livro que seu nome do meio é “Nãoseiquandoparar”.
Acho que sou meio assim também.
Tudo em mim é em excesso. Sou voraz. Vou até às últimas consequências. Talvez também beba desta maneira. OU prefira não beber. Sei lá.

Vamos ao B.O.
Happy Hour cazamiga. Momo e Tance.
Uhhuuuu Noite das meninas!
Fomos a um bar gostoso, bem aconchegante. Cheio de gente conhecida por acaso.
Pedimos um vinho tinto.
Alguns petiscos.
Não lembro direito.
Mas tinha um filé aperitivo com um molho delicioso. Com creme de leite.
Você sabe como é uma noite dessas, né? Muita risada. muita bobagem, muita conversa secreta.

Com amigos que se juntaram à nossa mesa tudo ainda ficou mais animado até que de repente sinto aquele suor frio. O prenúncio do que viria.

Fui ao banheiro e quando percebi que não ia melhorar, cochichei com minha amiga que precisávamos ir. Por sorte, não sei porque cargas d´água, não fui com meu carro. Tance percebeu e saiu junto.

Já na rua, tentando chegar ao carro expus a real situação. Sem precisar falar nada.
Me apoiei no muro de um prédio bacanérrimo nos Jardins com as costas viradas para a rua e discretamente “desengoli” (não consigo falar vomitar, sorry).
Momo fazia carinho em meu cabelo e Tance dava cobertura.
Tance falou que precisava ter tirado uma foto pois nunca viu tamanha classe para tal ato. A minha pose estava sensacional. Uma lady até nisso.
Se não estivesse morrendo acho que teria até achado engraçado.

Entrei no carro da Momo. Tance disse que ia acompanhar.
– Lili, você quer passar num hospital? Acho que  precisa tomar um pouco de glicose na veia.
– Pelo amor de Deus! Na minha idade? Coma alcoólico?
– Me leva pra casa, Momo.
– Ok.
E começamos o trajeto.
– Momoooooo, eu vou morrerrrr. Abre os vidros!
– Nao vai não, Lili. Pronto, abri.

O tempo inteiro, minha amiga querida, fazendo carinho em minha mão gelada enquanto guiava, tentando me acalmar. Fofa!
– Momoooooo, vou desengolir.
Bom. Nessa hora minha amiga deixou de ser fofa. E acho que até amiga.
– Aqui não!
Ela fez uma manobra digna de um piloto de ambulância e parou o carro junto à calçada da Avenida Faria Lima. Isso mesmo Faria Lima.
– Lili! Abra a porta!
Nisso, Tance para atrás e sai do carro, e diz  segurando a gargalhada.
– Eu não acredito que vivi para ver essa cena, exclama com a mão na cintura.
Sim. Era eu mesma. Ali, sentada na sarjeta.

– Momo! Você tem mais medo que eu suje seu carro do que que sejamos assaltadas?
– O carro tem seguro contra roubo. Já não tem contra catinga de xxx.
Bom, melhorei um tantinho.
Entrei no carro jurando que se sentisse qualquer coisa avisaria antes de ser muito tarde.
Fomos pra casa.

Agradeci e ia descendo quando minhas amigas desceram junto.
Não entendi, mas não tive forças para interpelar.
Entraram comigo em casa, me enfiaram no chuveiro, me deram um chazinho com um remédio, me puseram na cama, me cobriram, deram beijinho e foram embora.

Moral da história.

O picadinho tinha creme de leite. Não posso misturar creme de leite e vinho tinto!
Meu fígado não deve conseguir processar 2 garrafas de vinho mais aquela gordura láctea.
A culpa é do creme de leite com certeza.

E, quem tem amiga, pode se dar ao luxo de vez por outra encher a cara, com ou sem creme de leite.    Tks Momo. Tks Tance.

Leia Mais:

Meu primeiro pilequinho. Dei PT com licor de cacau
Vexame 1 – A Saga – A culpa é sempre do creme de leite

Dominique

Nasceu em 1964. Ela tem 55 anos, mas em alguns posts terá 50, 56, 48, 45. Sabe porque? Por que Dominique representa toda uma geração de mulheres. Ela existe para dar vida e voz às experiências, alegrias, dores, e desejos de quem até pouco tempo atrás era invisível. Mas NÓS estamos aqui e temos muito o que compartilhar. Acompanhe!

2 Comentários
  1. Anote: pior que misturar vinho tinto com creme de leite é juntar elevador à receita. O movimento gravitacional desse invento é capaz dos piores resultados. Vá por mim.

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