Tag: praia

Férias? Veja minhas dicas para ficar arrumadinha na praia

Dominique - Praia
É colega. Foi-se o tempo que a gente ia pra praia com Noskote no nariz, tomava sol, depois passava um Caladril nas costas, Neutrox no cabelo e saía de cara lavada pra rua paquerar com aquela saia curtiiiinhaaaa. Lembra? Ah! Foi-se o tempo…

Não dá mais, bela! Temos sim que dar um tapa no visual na praia. Não adianta reclamar!
A não ser que você realmente não ligue, seja imortal como Bruna Lombardi (você viu a foto dela de calcinha?) ou esteja numa praia deserta de verdade, deserta meeeesmooooo, só você e seus pensamentos, sem espelho inclusive.

Tá bom, tá bom. Estou exagerando.

Mas se nossa vida está mais complicada por um lado, por outro, sei que muitas coisas foram simplificadas.
Ir para praia hoje é muito mais simples e fácil do que quando éramos adolescentes.
E vamos combinar, estamos batendo um bolão. É só uma dica. Ou duas.

Conforto é importante. Importantíssimo. Eu, por exemplo, não consigo usar nada com cós ou zipper.
Nada que grude no meu corpo ou me aperte depois do banho.
Então abuso dos vestidinhos soltinhos de malha de enfiar pela cabeça.
Kaftans curtos e longos nos favorecem pra burro. Não marcam nada e, por vezes, até emagrecem.

Tudo roupa gostosinha, fresquinha e soltinha. Só cuidado com as roupas de linho e de algodão.
Apesar de frescas, elas armam e podem nos fazer parecer um balão de festa junina.
Eu, pelo menos, me sinto assim.

Mas aí vem o capítulo sutiã.

Afff, aperta tudo. Sem falar aqueles com aros.
Bom, nessas lojas de meia, tipo Lupo, Hope, etc, tem uns sutiãs supermacios que vestimos também pela cabeça, sem fecho, sem costura e sem aro.
Não apertam nada. Incomodam zero.
Também não sustentam lá grande coisa.

Vamos falar de cabelo?
Ah! Agora vai longe. Não sei o seu, mas o meu é só descer a serra que o danado parece que fermenta.
Cresce, se avoluma, encrespa.

Ok. Pode até ser bem bacana.
Mas e quando ele arrepia e espeta????
Parece uma vassoura de piaçava.

Solução? Claro que tem e passa longe do secador e da chapinha, né colega? Tá louca? Isso seria tortura chinesa!

Dominique - Praia

Vamos lá. Rabo de cavalo. Ou qualquer forma de cabelo preso.
Você estará queimada, linda!!!!
Passe um gel para ele não secar e ficar com a frentinha arrepiada. É tudo de bom.

Na verdade, quando faço rabo de cavalo, gosto de amarrar um lencinho, para dar volume perto do pescoço, sabe como é? (Veja ao lado).

Odeio a sensação de ter uma cabecinha lá em cima balançando. O volume do cabelo me faz muita falta.

Outra jeito de controlar a juba é com produto bom e com uma tiara ou faixa.

Com o cabelo ainda molhado, coloque uma tiara ou uma faixa esticando a maledeta da frentinha.
Aí, passe aqueles produtos caríssimos nas pontas e amasse.
Eles prometem tirar o tal do frizz e deixar os cachos bonitos.
Quando o cabelo estiver seco, tire a tiara. Vai cair bacaninha.
Mas vai continuar com cara de juba, tá?

Maquiagem é importante. Mas de noite use muito, muito, muito pouco. Vou repetir, muito pouco.

Tá bom. Eu sei…
De manhã acordamos com os cabelos completamente descontrolados, a cara amassada e eu pessoalmente evito o espelho.
Mas por que você acha que inventaram os óculos escuros?
Queridaaaaaa, é justamente para estas horas. Coloque e só tire às 20h00. Com sol ou chuva.

Sapatos. Adoooooooroooo andar descalça. Eu costumo tirar o sapato na hora que chego na praia e só volto a calçá-lo quando desço do meu carro em São Paulo. Demoro uns 3 dias para conseguir calçar algo que não não seja aberto atrás.

Mas gente, o importante mesmo é aproveitar, andar na areia, entrar no mar, tomar sol e ser feliz.

Sem neuras e sem nóias.

Não sei você, mas eu sou mais feliz na praia, de qualquer jeito. Aproveite!

Leia mais:

Natal mais divertido de toda minha vida – Graças ao Papai Noel!
Quem disse que roupa tem que ser branca no Reveillon?

Eliane Cury Nahas

Economista, trabalha com tecnologia digital desde 2001. Descobriu o gosto pela escrita quando se viu Dominique. Na verdade Dominique obrigou Eliane a escrever. Hoje ela não sabe se a economista conseguirá ter minutos de sossego sem a contadora de histórias a atormentá-la.

9 Comentários
  1. Me identifiquei muito!!!! Cabelo estilo juba, domesticado com faixa, chapéu, presilha.
    Cara amassada disfarçada com mega óculos de sol – no melhor estilo celebridade – mas com um bom rímel à prova d’água pra dar uma levantada. Vestidos soltos, ok.
    Só não combino com sutiã sem fecho, sem aro e sem bojo… mas isso não me incomoda!

    Bjs

  2. Adorei suas dicas,fiquei mais tranquila de também preferir vestidos soltinho
    Ufa ..nao estou sozinha!!

  3. Meu JEITINHO de curtir uma Praia.
    Tenho a sorte de morar a uma quadra do mar.Fica tudo mais fácil.
    Menos é mais.Valeu a dica.Feliz Ano Novo.bjs.

  4. Gostei você é muito realista nos comentários sem falar que é uma pessoa extrovertida e feliz parabéns

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Cardápio simples e delicioso para 9 dias de férias na praia

UPDATE: Gente, esse é um dos posts de Dominique que faz mais sucesso. Então, para facilitar mais ainda sua vida, resolvi fazer um e-book com todo o cardápio, as receitas e a lista de compras prontinha!!!! Uma super ajuda para você, sobretudo nessa correria de final de ano.

Clique no link abaixo, deixe seu e-mail e baixe o e-book. Mas em primeiro lugar leia as sugestões.

E-book Cardápio Praia Dominique

Vem chegando o verão. Obaaaa!
Ano novo. Calor. Férias. Praia. Família e amigos. Casa cheia. Descanso.
Descanso? Que nada minha filha. Vamos pro ralo novamente.
Três refeições por dia para esse monte de gente. Cardápio para todo este período.

Seja a casa sua, seja a casa alugada, toda vez que penso em ano novo na praia, a primeira coisa que me vem à cabeça, não é a caipirinha, nem o pôr do sol. Pelo contrário! É aquele supermercado lotado e inegavelmente com cheiro meio de azedo. Enfim, naquele calor insuportável que sou obrigada a frequentar quase todos os dias. 

Era! Isso mesmo.

Há uns cinco anos, desenvolvi uma técnica para evitar ao máximo aquele festival de chinelos de dedo mal humorados, aquela dança de mulheres de saída de praia com carrinhos apressados na certeza de que estavam perdendo o melhor do sol.

Tenho um cardápio superflexível de final de ano, bem como planejado para nove dias. Além disso, fica fácil fazer a lista de compras e antecipar. O grande segredo é antecipar.

Tento fazer isso tudo antes da loucura, deixando apenas pequenos detalhes para a semana da praia ou grandes e brilhantes alternativas para emergências. Olha isso tem me salvado e me aliviado um bocado!

Tudo vai depender apenas da sua organização. Vou dar uma ideia, mostrando para você o MEU cardápio. Claro que ele vai variar de família para família, de casa para casa, dependendo da quantidade de pessoas e dos costumes das mesmas.

Vamos lá?

Aperitivo e café da manhã

Um bom café da manhã pode muitas vezes substituir um almoço. Um belo aperitivo pode fazer as vezes daquele lanche, uma noite mais tranquila.

Café da manhã
– Pães
– Torradas
– Pão sírio médio
– Pão de forma integral
– Filão de pão italiano para bruschetta
– Formas pequenas de queijo branco
– Baldes de requeijão
– Leite
– Café
– Chá… etc.

Capítulo dos frios
Compro em porções de 150g e peço para que embrulhem a vácuo.
Dizem que não precisa guardar na geladeira, nem no freezer. Eu nunca arrisquei. Mas aí, eu tiro um pacotinho por café da manhã e, se tudo dá certo, nada volta para geladeira, porque frios no verão e na praia costumam azedar com muita facilidade.
– Mussarela light
– Presunto magro
– Salaminho
– Peito de peru
– Mortadela
Ex: 1 kg de “mozarela” embalados em 8 pacotes de 150g cada

Aperitivo
Caso você queira uns petiscos em vez de lanche:
– Salmão defumado já fatiado
– Carpaccio com rúcula
– Pastas árabes – quebram o maior galho, todo mundo gosta e podem ser congeladas: chancliche, homus, babaganuche, coalhada seca
– Bolas médias de “mozarela” de búfala com tomatinhos cereja e manjericão
– Brie pequeno
– Provolone pequeno
– Semente de abóbora
– Queijo parmesão
– Amendoim e similares

Agora o cardápio!

Com ele a lista de compras fica superfácil vai. Claro que tem que ser flexível. Ah, hoje não quero comer peixe. Ok! Ah, hoje vou almoçar na vizinha! Obaaaa…

DIA 1

Almoço
Todos chegarão a noite!

Jantar
Frios e pães variados para sanduiches deliciosos.
Folhas de alface lavadas
Tomates cortados em fatias.
Maionese etc..

DIA 2

Almoço
Salada de manga com kani
Picadinho
Couve
Arroz
Milho

Jantar
Salada sem temperar para que se possa usar no sanduba
Carne louca
Pão francês e folhas de alface

DIA 3

Almoço
Casquinha de siri (que pode ser no pirex)
Pescada com molho limão e alcaparras
Couscous marroquino

Jantar
Salada de batata
Salsichada*

DIA 4

Almoço
Salada
Frango com molho de tangerina e gengibre
Couscous marroquino

Jantar
Pizza de pão sírio ou do delivery. Ou gente, vamos dar uma volta?

DIA 5

Almoço
Salada
Churrasco (suas carnes de preferência)
Farofa ou apenas uma farinha
Arroz branco ou biro biro

Jantar
Saladinha com molho de iogurte
Torta de palmito

DIA 6

Almoço
Aqui tem que ser algo bem leve e fácil
Salada de legumes cozidos
Uma lasanha que você tenha no freezer

Jantar
A ceia fica por seus costumes e hábitos. Veja nosso texto sobre decoração de mesas.

DIA 7

Almoço
Recuerdos de Haier (o que sobrou de ontem)

Jantar
Salada com tudo picadinho
Massa com molho ao pesto*

DIA 8

Almoço
Moqueca de peixe ou camarão para acabar em grande estilo
Pirão
Arroz
Farinha no dendê

Jantar
Torta de frango

DIA 9

Almoço
Salada de folhas e melão com presunto
Peixe assado
Batatinha cozida

Jantar
Risotinho de legumes (rapa na geladeira para ir embora)

Outras sugestões!

Salsichada
Não é qualquer salsicha. Você vai comprar uns 6 ou mais tipos de salsichas chiques. Sabe como é? Salsicha branca com ervas, salsicha de vitela com algo…etc. Pão francês fresquinho, pão de cachorro quente e algum outro a sua escolha. E superimportante! 3, 4 ou até 6 tipos de mostardas diferentes.

Não invente muito, senão o que era simples fica complicadíssimo.
Onde já se viu comer cachorro-quente com batata palha, purê, ervilha, feijão tropeiro? Não É pão, salsicha e mostarda. Quando muito uma maionese e um ketchup para os hereges.

Dia dos espetinhos.
Aí dá um pouco mais de trabalho, mas a mesa fica linda. Eu, como sou louca, vou à Liberdade, sim, o bairro. Mas vou num sábado perto do Natal que é para estar beeeeeem cheio. É, sou estranha assim mesmo. E vou lá só para comprar palitinhos decorados. Qualquer hora eu mostro. E aí fico inventando.

Comida de tigelinha:
Já sirva nas tigelinhas. Não tem que por mesa, não tem que nada. E depois são só algumas tigelinhas para lavar.

O que vc pode ter pronto para uma emergência:
Pesto! Um bom pesto para uma massa ou para um sandubão gourmet.
http://diana212m.blogspot.com.br/2012/03/italian-simplicity.html

Receita de pesto
ingredientes:
4 dentes de alho
1 colher de chá de sal
1 xícara de chá de folhas de manjericão fresco
3 colheres de chá de pinoli ou nozes, sem casca
100g de queijo pecorino ou parmesão ralado
1/2 xícara de chá de azeite
Pimenta do reino a gosto.

Outras opções de pratos para almoço e lanche além das do cardápio:

Saladas e quiches
Frios e sanduíches
Escondidinho
Risoto de funghi
Espaguete ao vôngole
Macarrão com carne desfiada e molho de tomate
Lasanha de abobrinha
Empadinhas/miniquiches/enroladinho de salsicha
Salada caprese com pesto
Couscous baiano

Agora que o cardápio já está pronto, é só aproveitar e descansar!

Leia mais:

Receitas de comidas congeladas que facilitam o dia a dia

Desmistificando o medo de fazer bolo. Veja a receita!

Eliane Cury Nahas

Economista, trabalha com tecnologia digital desde 2001. Descobriu o gosto pela escrita quando se viu Dominique. Na verdade Dominique obrigou Eliane a escrever. Hoje ela não sabe se a economista conseguirá ter minutos de sossego sem a contadora de histórias a atormentá-la.

14 Comentários
  1. Wellington disse:
    Seu comentário está aguardando moderação. Esta é uma pré-visualização, seu comentário ficará visível assim que for aprovado.
    Gostei das dicas estava aqui quebrando a cabeça há dois dias da viagem peguei alguns dos pratos para fazer. Nada de se matar na cozinha. kkk
  2. Eu estava à procura de um norte pra montar um cardápio para a praia, e esse post é simplesmente perfeito!
    Só não consegui baixar o e-book…

    1. Claudia disse:
      Seu comentário está aguardando moderação. Esta é uma pré-visualização, seu comentário ficará visível assim que for aprovado.
      Adorei a ideia, parabéns! Organização faz toda diferença. Mas não consigo baixar o e-book.
  3. Entrei no Google pesquisando sobre isso e já parei com a busca! Sensacional o material. Obrigada por dedicar tempo elaborando este conteúdo.

  4. Nossa…arrasou!!! Adorei o cardápio você pensou em tudo…até os dias bateu rs
    Vou fazer pequenas adaptações para minha família, acrescentando uns dias a mais de churrasco. Obrigada pelas dicas.

    1. Que bom que gostou. Estou pensando em fazer um e-book com as receitas e respectivas lista de compras. Pra facilitar ainda mais. O que vc acha?

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Histórias da praia 3 – Uma Dominique se descobrindo no Rio Chico

Dominique - PraiaComo disse no primeiro texto sobre as histórias da praia, uma das melhores coisas da minha praia são os papos, os causos, as histórias. Lembra que falei no segundo texto da Marianne que andava de manhã cedinho roubando minha exclusividade?

Bom, fato é que nos tornamos boas amigas de temporada, quer dizer, só nos encontramos lá. E só batemos papos daqueles de lavar a alma de vez em quando.

E foi isso que aconteceu semana passada.

Nos encontramos no fim da tarde para um daqueles famosos cafezinhos.

Papo vai, papo vem, disse que nunca mais a tinha visto com sua câmera fotográfica. Companheira inseparável.

Ela falou que tinha dado um tempo. Não sabia bem porque. Mas tinha aposentado dentro de uma gaveta. Máquina, lentes e parafernálias.

– Sabe? O digital facilitou muito, mas me fez perder o tesão. Esse negócio de poder tirar muitas fotos para poder escolher a melhor tirou a beleza das fotos na minha opinião.

– Mas porque Marianne? É uma enorme facilidade.

– Porque o custo da revelação impedia que tirássemos esse monte de fotos. Quando fotografamos, o que importa é a primeira, é o nosso olhar naquele momento, é o que capturamos, é o que aquilo nos fez sentir. Aí vem o momento da revelação, sendo que na maioria das vezes já tinha até esquecido de algumas fotos. E aparece a delícia de descobrir aquele registro. Bem, posso ser anacrônica ou saudosista, mas acho que não tem mais a mesma graça.

E aí ela começou a contar como foi o processo dela de descoberta pela paixão pela fotografia.

Por volta dos 50 anos, (affff sempre por aí, né Dominiques?) ela quis fazer algo que fosse só dela, só para ela e que a libertasse um pouco dos papéis de mãe filha, esposa, profissional. Estava se sentindo oprimida nessa casca.

Ahhh Mariane, como eu te entendo.

A história de seu desenvolvimento como fotógrafa, eu vou pedir para ela contar pessoalmente.

Foi fazer cursos com feras. Cursos que precisava ser aceita. Mas como assim? Nunca fotografei. Como farei um teste? Well, ela foi aceita, porque sempre teve e sempre terá o espírito do artista. O olhar diferenciado.

E assim passaram-se anos fotografando e estudando.

Até que surgiu a dúvida. Mas o que é que eu fotografo?

Para que eu fotografo?

Sou mais uma fotógrafa de por do sol de Insta?

E resolveu realizar um antigo sonho. Conhecer e fotografar o Rio São Francisco.

Mas precisava fazer isso sozinha.

Precisava deste tempo. Precisava deste encontro com ela mesma.

Fez seu roteiro.

Colega, sério, eu jamais teria encarado essa viagem. Roots demais para meu estilo.

Mas Marianne, na época com 54 anos, partiu decidida de avião até Aracajú. De Aracajú, 5 horas de ônibus até Penedo. E de Penedo mais 6 horas de ônibus até Piranhas.

Você já ouviu falar de Piranhas? Pois é eu nuuuunca tinha ouvido falar.

Mas a descrição de Ma foi de dar água na boca.

Uma cidade muito organizada, com casinhas coloridas, ruas de paralelepípedos, às margens do Velho Chico, mas ainda cheia de grutas e com histórias riquíssimas sobre o cangaço, afinal lá foi feita a emboscada final para maria Bonita e lampião. N-U-N-C-A poderia imaginar. Afff! Quanta ignorância!

Mas voltando. Ma hospedou-se numa pousada, simples e acolhedora. Estamos falando de 2005. Muita coisa deve ter mudado de lá pra cá.

Mas lá vai ela fotografar e procurar sua essência.

Até que numa certa sexta-feira, Marianne começa a passar mal. Tontura, dor de cabeça, vómitos e febre.

– Ah!  Já já passa. Vou ficar quietinha no quarto hoje.

Aí começa a diarreia. Na madrugada de sexta para sábado percebe que a coisa só piora.

Que está sozinha, no meio de lugar desconhecido sem conhecidos.

O que adiantava ligar para família naquela altura? 4 horas de avião mais 11 horas de estrada?

Arrastou-se até a entrada da pousada, chamou a dona, que muito solicita, a levou ao hospital da cidade.

Para uma paulistana, chamar aquilo de hospital não parecia apropriado. Pela falta de equipamentos e tamanho, mais lhe parecia um posto de saúde.

Foi quando apareceu um médico.

Não. Ele não estava de branco. Não, ele não tinha cara de experiente.

Mas ela estava desmaiada. Oscilava momentos de lucidez com apagões totais.

Soro na veia e internação.

Internação??? Sozinha?

Não tinha jeito. Na verdade, quase agradeceu ter alguém, para cuidar dela.

Mas não deixava de estar com medo.

O médico acalmou-lhe. Disse que tudo ficaria bem. E falou que faria uma acupuntura nela.

Sua primeira reação?? Não! Acupuntura não? E as agulhas?

O médico sorriu complacente e pediu mais uma vez que ela não se preocupasse. Apenas que descansasse.

Bem, Marianne não tinha o que fazer. Estava entregue. Nas mãos daquele Doutor. Já tinha sido indelicada o suficiente. E tinha que acreditar nele.

E assim passou o sábado. Entre soros e agulhas. Entre pequenos apagões. Acordada se sentia num sonho. coisa estranha.

Mas passou. E veio o domingo. Que continuaria internada se recuperando. Embora já sentisse melhor. Bem melhor. Já tinha até fome!

Conseguiu sentar na cama e ver que estava numa enfermaria com outros dois pacientes. Tudo muito simples, mas muito limpo e organizado.

Ainda se sentia fraca demais. Mas já conseguia pensar. Bateu-lhe uma enorme tristeza.

Pela primeira vez sentiu-se sozinha e repensando se aquela tinha sido uma boa decisão mesmo.

Será que não tinha a capacidade de viver aquela experiência?

Quanto mais pensava, mais triste ficava.

Mas de repente, entra uma pessoa no quarto. Um estranho. Um senhor.

Cumprimenta-a. Pergunta se ela precisa de algo. Segura em sua mão. Vai buscar sua refeição na copa. Não… Não era ninguém do hospital.

Ele sai e chega uma senhora, trazendo uma santinha para presentear-lhe. Senta na beira da cama. Olha em seus olhos. Passa mão em seus cabelos. Oferece-se para ligar para família. Pergunta seu nome. E foi assim todo o domingo.

Ela viu que não era só com ela, mas também com os dois outros pacientes.

Na verdade, aquelas pessoas tiravam o domingo para consolar, ajudar, conversar, fazer companhia aos doentes e principalmente estranhos. Sabiam que eram pessoas que estavam precisando de conforto. E que uma palavra e um carinho poderiam fazer a diferença.

Neste momento, Ma começa a chorar e disse que nunca mais foi a mesma. A certeza de que precisamos de muito, muito pouco, para viver. Que existem sim pessoas que fazem o bem pelo bem.

Acredito. Acredito nela. Porque a Nanny é tudo isso.

Uma emocionante história de praia não acha?

Leia Mais:

Histórias da Praia 1 – Amigas na reunião de condomínio
Histórias da praia 2 – Ela e seus deliciosos segredos

Eliane Cury Nahas

Economista, trabalha com tecnologia digital desde 2001. Descobriu o gosto pela escrita quando se viu Dominique. Na verdade Dominique obrigou Eliane a escrever. Hoje ela não sabe se a economista conseguirá ter minutos de sossego sem a contadora de histórias a atormentá-la.

4 Comentários
  1. Bom dia. Não tem continuação? Curiosa pra saber cm foram os dias que Ma passou em piranhas, o que ela sentiu fotografando o rio…

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Histórias da praia 2 – Ela e seus deliciosos segredos

Dominique - PraiaO pessoal brinca que sou eu que abro a praia, acendo o sol, ligo as ondas, penteio a areia e ensaio os cardumes de peixinhos para darem showzinhos para a criançada. Isso porque sou sempre a primeira a chegar a praia.

Acordo cedo. Muito cedo.

Quando o primeiro raio de sol insinua-se pela fresta de minha veneziana, pulo da cama, coloco biquini, tomo meu café como se fosse uma bebida sagrada e vou andar na praia.

Você não tem ideia do prazer que é andar num dia de verão, 7 horas da matina, ouvindo música, sempre com ela –  passei pelo walkman, discman, Ipad, Iphone – numa praia completamente deserta.

Uma felicidade que nunca consegui descrever.

Jamais capturei a beleza destes momentos em foto alguma.

E não há vez que eu não fique emocionada. É nesse momento que eu sinto a presença de Deus. São nessas caminhadas que eu tenho certeza de Sua existência e de Sua companhia.

Como vou muito cedo, sempre tenho a praia só pra mim. E como se tivéssemos feito um pacto de sermos uma da outra naquelas horinhas.

Ahhhh, mas vez por outra, alguém aparece.
E me sinto traída.
Enciumada.
Com um sentimento de ter sido invadida.
E obviamente um tanto ridícula também.

Isso começou acontecer com mais frequência num determinado ano, lá atrás. E na grande maioria das vezes, era sempre a mesma pessoa.

Uma mulher. Mais ou menos da minha idade. Morena. Mais ou menos como eu.
Isso aconteceu por muito tempo. Não sei precisar. De tanto nos cruzarmos e de tantos bom dias, começamos a andar juntas.

Acho que nem sabíamos nossos nomes, pois os encontros eram muito casuais e as conversas de uma espontaneidade e verdade que talvez fosse melhor continuarmos estranhas íntimas.

Falávamos de sentimentos, de comportamento, de filhos, de casamento, de amizades com uma liberdade que talvez só nos permitimos justamente por não sabermos nossos nomes.

Até que um dia, descobrimos que nossos filhos, eram superamigos na praia. Estavam sempre juntos! Na verdade, foram eles que nos contaram.

– Mãe, você sabia que você anda todo dia com a mãe deles na praia?

Gente, existe amizade mais gostosa do que uma que foi estabelecida assim?

Descobri depois que ela se chamava Maria.

E conhecia minha queridissima vizinha Maria Eduarda – Duda, que frequentava aquela praia desde 197X, quando não se tinha porque usar salto, nem como ter um ventilador.

Foi Duda quem me falou logo que nossas casas ficaram prontas num condomínio com 10 casas, sendo a maioria dos moradores casais da nossa idade com filhos idem:

– Estamos na euforia do começo. De nos conhecermos. Muita coisa vai acontecer com o tempo. Daqui 10 anos muitos já não estarão aqui e muitos já nem juntos estarão.

Aquelas palavras me pareceram um tanto fora de contexto num momento em tudo era lindo e todos eram tão felizes.

Mas foram palavras proféticas. Muita coisa mudou ao longo destes anos todos. Mas muita coisa não.

Sabe a impressão que eu tenho depois de tanto tempo e tantas caminhadas?

Desculpe a pretensão, mas para estar naquela praia há de se merecer.

Há de se amar tanto a ponto dela não ter coragem de te fazer sair.

É ela quem manda. Sempre mandou.

Sim meninas. Somos grandes merecedoras da nossa praia. Beijocas

Leia Mais:

Histórias da Praia 1 – Amigas na reunião de condomínio
A despensa da minha avó, uma recordação que guardo com carinho

Eliane Cury Nahas

Economista, trabalha com tecnologia digital desde 2001. Descobriu o gosto pela escrita quando se viu Dominique. Na verdade Dominique obrigou Eliane a escrever. Hoje ela não sabe se a economista conseguirá ter minutos de sossego sem a contadora de histórias a atormentá-la.

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Histórias da Praia 1 – Amigas na reunião de condomínio

Dominique - Praia Ahhhh…Sabe aquela resposta que dei para Mr Miles contando minhas memórias e meu amor por praia?
Menina, me deu uma vontade de te contar como é a minha praia! Mais, me deu vontade de contar histórias que vivi lá estes 23 anos. Ihhhh, o que não falta é causo bão.

Meu maior esporte na praia é papear.
Claro que não tenho estes papos sozinha, né?
Formamos uma turminha.
Você não imagina a montanha de papos deliciosos.
O monte de bobagens que falamos.
Somos amigos há muitos anos.
Nossos filhos cresceram juntos.
Acompanhamos de perto ou de longe sabores e dessabores um da vida do outro.

Nascimentos, mortes, casamentos, fofoquinhas, emagrecimentos, calvices, filhos rebeldes, listas de faculdade, formatura, problemas, namoradinhas e namoradinhos, separações, segundos casamentos.

Novas mulheres no lugar daquelas que gostávamos, novos vizinhos, receitas novas, projetos compartilhados. Demos várias voltas ao mundo planejando viagens sem nunca termos saído daquela areia.

Planos com o que faríamos se ganhássemos na mega sena da virada. Piadas novas. Piadas velhas repetidas que continuamos rindo. Solidariedade. Trocas. Castelos na areia. Alguns porres inesquecíveis. Outros que adoraríamos esquecer. Aceitamos, partilhamos e sempre queremos mais.

Nessa praia, temos um sino perto de nós. O trato é: sempre que passar uma mulher bonita e gostosa, corremos para tocar o sino!

Amigaaa, esse sino é suuupeeersilencioso. Pois é… Praia tipo família, mulherada meio baranguinha no melhor dos sentidos, se é que me entende.

Ninguém muito encanada com o bumbum perfeito. Ou quase ninguém.
Somos todas muito limpinhas. E arrumadinhas. Quer dizer, nem tão arrumadinhas assim. Tenho lá meus trapinhos…

Agora, vamos combinar que onde não tem isso, também não tem aquilo né? Nossos companheiros reinam absolutos do alto de suas barriguinhas.

Como falei lá em cima, quero contar aqui, algumas histórias que já passamos e conversas que já tivemos. Mas sempre que começo, faço um preâmbulo tão grande que acabo deixando para o texto seguinte. Afffffff

Bom, então vou começar contando de uma reunião de condomínio que tivemos aqui em São Paulo, antes das 10 casas ficarem prontas. Estávamos elaborando o nosso regulamento ou regimento interno.

Conheci a maioria de meus vizinhos nesta reunião. E de cara tive uma enorme simpatia por Lais. Estávamos detalhando cada parágrafo de nosso regimento, quando Lais pede a palavra:
– Gente, será que precisamos de tudo isso? Somos apenas 10 famílias. Será que não conseguimos nos reger pelo bom senso? Pelo senso comum?

Na hora concordei. Do alto de meus 34 anos anos achei que aquela moça estava coberta de razão. O que poderia dar errado numa turma daquelas?

Bem, até hoje, considero Lais, minha amiga do “Bom senso”. Quando preciso de uma opinião ponderada, é a ela que recorro.

Porém sinto muitíssimo em contar que essa regrinha não funcionou bem para as 10 famílias. Cheguei à conclusão que bom senso não é um conceito comum a todos. Que interesses pessoais ditam e direcionam o tal senso algumas vezes. E que sim, é melhor que esteja escrito.

Nem sempre conversar resolve. A maturidade chega para alguns. Não para todos.

Mas mesmo assim, essa parte é minoria.
Você acredita que minha turma é tão legal, que até mesmos os barracos foram divertidíssimo? Bem, nem todos, mas alguns deles foram sim.
é claro que estes eu vou contar.
Aguarde!!

Me conta quais são as suas histórias de praia… pode ser de campo também!

Leia Mais:

Histórias da praia 2 – Ela e seus deliciosos segredos
A despensa da minha avó

Eliane Cury Nahas

Economista, trabalha com tecnologia digital desde 2001. Descobriu o gosto pela escrita quando se viu Dominique. Na verdade Dominique obrigou Eliane a escrever. Hoje ela não sabe se a economista conseguirá ter minutos de sossego sem a contadora de histórias a atormentá-la.

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