Tag: independência financeira

Tem um escorpião no meu bolso

A maior vantagem quando a gente chega aos 50 na santa paz financeira é poder ligar aquela chavinha do “Foda-se” e fazer ou falar o que quiser. Lógico que sempre com classe e elegância, mas de vez em quando, uma força que nos domina, como aquele calor que serpenteia a nossa coluna durante uns meses, faz com que algumas repostas explodam goela afora.

Já aconteceu comigo e vai acontecer com você. Um amigo, filho, parente, vizinho, colega, padrinho.  Seja quem for, um dia essa pessoa vai chegar pra você e dizer:

– Me empresta uma grana?

– Será que você me faria um empréstimo?

– Você pode me ajudar?

A formação da frase e a sua justificativa podem variar, mas o conceito é o mesmo: a pessoa quer um dinheiro emprestado.

E aí, em um flashback de segundos, mas muito intenso – como dizem que ocorre quando a gente está morrendo – eu vejo passar na minha frente 30 anos da minha vida de ralação pra conseguir juntar aquela grana e curtir a vida depois dos 50. E agora me aparece uma criatura que ameaça levar embora meu projeto de vida futura.

Pois aqui fica a dica número 1: diga não.

E a dica número 2: use seu bom humor.

Se você não tem ideia de como fazer isso, vamos sair da teoria e entrar na prática.

Exemplo 1

Seu filho, que está entre os 15 e 25 anos, te diz:
– Mãe, me empresta uma grana ?
– Lógico, meu filho! Mas com uma condição. Eu quero voltar a te buscar na porta do colégio, todos os dias, e ganhar um beijo e um abraço como você fazia quando era pequenininho e eu ia te buscar na creche.
De quanto você precisa?

Exemplo 2

Seu filho, que está entre os 30 e 40 anos, te diz:
– Mãe, me empresta uma grana ?
– Filho, senta aqui que eu quero falar com você. Sério.

Exemplo 3

Marido
– Mor, vamos abrir uma conta conjunta?
– No Facebook?

Exemplo 4

Amiga
– Amiga, vou te pedir uma coisa. Não quero estragar a nossa amizade, mas será que você poderia me emprestar uma grana? Mas pode dizer não, se quiser.
– Não.

Exemplo 5

Parente
– Oi querida! Tudo bem? Olha, eu tô te ligando porque queria te fazer uma proposta. A coisa não tá fácil, sabe? Então, como você não tem nem filhos, nem um chefe como eu e tá com a vida mais tranquila, será que você poderia me emprestar uma grana esse mês pra eu pagar a escolinha da Bia, que está atrasada? Eu te pago em 3 meses. Todo mês eu deposito uma parte na sua conta. Pode ter certeza.
– Querido, esse mês eu já fiz a minha doação. Foi pro Lar das Cãezinhos Mancos da Vila Ipocondró. Tem cada bichinho lindo lá.

Você não quer adotar um?

Helena Perim

Escritora e roteirista, trabalhou como diretora de arte em canais de TV e produtoras, mas acabou trocando o desenho pela escrita. Hoje, é freelancer na criação e no desenvolvimento de projetos pra TV e Internet. Também é autora de 4 livros de humor, que falam de comportamento, turismo e moda.

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Economizar ou ganhar dinheiro: conheça estas 10 plataformas

Dominique - Economizar

Quem não precisa economizar? É ordem do dia, do mês, do ano.

Primeiro, tivemos de correr para entender o que era a sociedade conectada. O mundo virou online: serviços, bancos e até o relacionamento entre as pessoas. Bom, a vida em redes sociais foi outra mudança grande, pra quem estava acostumada a ligar, mandar cartas ou visitar mesmo, né? Você já se deu conta da quantidade de aplicativos que existem para você economizar?

A bola da vez é a economia compartilhada, que ainda desperta algumas dúvidas, mas vale prestar atenção pelas oportunidades que oferece para ganhar ou economizar dinheiro.

Este novo modelo de relações comerciais incentiva o relacionamento entre pessoas, sem intermediários, para compartilhar alguma coisa ou trocar, comprar e vender algum produto ou serviço. O próprio sistema se autorregula e as informações do que é ruim (ou bom) ficam disponíveis online para todo mundo ver. As plataformas também oferecem assistência aos usuários, dando um pouco mais de segurança.

Os serviços mais conhecidos, baseados em economia compartilhada, são Uber (transporte) e Airbnb (acomodação). Claro que tudo o que é novidade enfrenta oposição. Mas com crise, até isso parece estar sendo resolvido mais rapidamente.

Se você quiser ganhar um dinheirinho extra ou economizar fique atenta às opções de serviços disponíveis, baseados na economia compartilhada. Tem de tudo.

BlaBlaCar

É uma opção de locomoção entre cidades e até países. A plataforma reúne donos de carros e caroneiros para fazer uma determinada viagem. A vantagem, além da divisão das despesas, é a conveniência e a companhia de ter com quem conversar. Não há relatos de problemas, o sistema foi criado na Europa e já está disponível no mundo todo. Mas como  semprer é bom tomar algumas precauções, veja algumas dicas pra usar o serviço aqui no blog fui, gostei, contei (http://fuigosteicontei.com.br/dica-do-leitor-saiba-tudo-sobre-o-blablacar-aplicativo-de-caronas/).

Bliive

É uma rede colaborativa para juntar pessoas que precisam de algum serviço e quem tem este serviço para oferecer. Não há relação de pagamento em dinheiro. A moeda de troca é a experiência que você tem que é “trocada” pelo conhecimento de outra pessoa. Por exemplo, alguém que sabe inglês e quer aprender a tocar violão pode “trocar” com alguém que sabe tocar violão e quer aprender inglês.

DogHero

É um serviço alternativo aos hoteizinhos e canis. Você pode ser anfitriã ou deixar o seu cachorro com uma família bacana enquanto viaja. Enquanto você estiver fora, sabe que o seu pet não está em gaiolas. Além do mais, recebe o carinho da família anfitriã. O serviço é mais barato que os hoteizinhos tradicionais.

Home Refill

É uma plataforma para fazer compras de supermercado de itens não perecíveis. A lista fica registrada no sistema e todo mês você recebe em casa os produtos. Além do diferencial no preço, é uma economia de tempo! Deixar tudo programado livra a gente de ter de comprar as mesmas coisas de sempre todo mês.

Localchef

É uma plataforma que mostra quais são os chefes de cozinha que estão próximo da sua casa. Daí é só escolher a comidinha que você quer e o chefe cozinha para você. O bacana é que iniciativas assim priorizam o mercado local e dão oportunidade aos empreendedores pequenos.

My Open Closet

É uma rede de amigas (com um guarda-roupas incrível) que aluga vestidos por meio de uma plataforma digital. Algumas peças são de estilistas famosos, como Dolce&Gabbana, Bo.Bô ou Patrícia Bonaldi. Boa opção para quando a gente tem casamento ou festas e não quer gastar uma pequena fortuna num vestido que depois não sairá mais do armário. Ah, e não tem cara daquelas roupas de aluguel, né!

Quintal das Trocas

É um serviço de troca de brinquedos. Se a criança crescer e descartar algum brinquedo, você pode trocá-lo por outro compatível com a idade dela. Além de economizar na compra de um mundo de novos brinquedos, a atitude ensina sobre a importância do consumo consciente.

Repassa

Existem vários brechós online. Esta é uma destas plataformas onde você pode cadastrar as roupas que não usa mais para vender. E comprar roupas bacanas por um preço razoável, sem gastar fortunas a cada estação. Que tal ter sempre uma coisa nova no armário?

Tem açúcar?

Antigamente as pessoas se conheciam na vizinhança. Como isso ajudava em várias situações! Esta plataforma propõe este resgate, ao facilitar o compartilhamento de coisas entre vizinhos. Em vez de bater na porta de pessoas desconhecidas, descubra online quem está disposto a te receber para te ajudar (ou como você pode ajudar).

Enjoei

A Enjoei é um brechó online onde você pode vender roupas femininas, masculinas e infantins, objetos de casa, itens de informática e muitas outras coisas usadas que estão tomando espaço na sua casa. Se você quiser, aqui é uma opção para se desfazer delas.

Economizar está ficando mais fácil, né?

Leia Mais:

História do dia: Adoro me casar por Lila Leal
Meu corpo mudou, depois dos 50 meu corpo nunca mais foi o mesmo

Ju Junqueira

Jornalista que trabalha com internet há 20 anos. Divide o tempo entre as inovações tecnológicas e os trabalhos manuais no estilo Do It Yourself. Descobriu que é melhor que fazer meditação.

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Independência Financeira – A rota para a liberdade

Dominique - independência financeira

Lidar com a vida financeira é lidar com emoções. Insegurança, cobiça, desconforto, ansiedade, inveja são alguns dos sentimentos ligados ao “vil metal”. Tantas travas emocionais  dificultam que a gente reconheça o maior atributo do dinheiro – ser uma fonte de liberdade e tranquilidade.

Você pode considerar esta ideia estapafúrdia e até imoral. Mas pense na paz de espírito de quem, aconteça oque acontecer, consegue contar com uma reserva para as necessidades presentes e futuras. Isto se chama independência financeira e tem o gosto autêntico da liberdade. Só a autonomia permite que a gente disponha do maior de todos os tesouros, o nosso tempo.

Para chegar lá, a fórmula é simples – gastar menos do que se ganha, poupar e investir o que sobra. Pessoalmente, sem terceirizar a preocupação com o futuro. Porém, se é tão bom, porque é tão difícil?

Entre os muitos campos em que nossa geração de mulheres mandou bem, existe UM em que a maioria ainda patina – justamente o mundo das finanças. Não o dos gigantes bancários, mas aquele do dinheiro nosso de cada dia.

A dificuldade de tantas mulheres em ter controle da vida financeira é real, comprovada em pesquisas. E essa realidade meio desagradável costuma escolher um momento crítico para desabar como um viaduto sobre nossas cabeças. A entrada nos 50.

Justo quando estamos precisando mudar o guarda-roupa inteiro, porque nosso corpo se transformou. Logo agora que estamos prestes a nos aposentar ou fomos demitidas porque passamos da idade aceitável pelas empresas e temos que correr para reinventar o trabalho. Os pais começam a inverter o papel e a precisar do nosso apoio. Momento em que casamentos de 20, 30 anos caminham direto para o divórcio. Os filhos saíram de casa. Ou voltaram.

O futuro chegou. Cai a ficha que viver muito, como viverá nossa geração, custa caro. E não estamos seguras com o que guardamos para encarar a segunda metade da vida.

Ao conquistar a independência financeira, podemos contar com uma certa previsibilidade na vida.

Você pode ter se divorciado, aposentado pelo INSS, fugido de país, casado com um surfista. A capacidade de dispor de uma renda mensal, que cubra o padrão de vida que considera adequado, pelo tempo que viver, estará lá para dar sossego.

Há muita coisa que você pode mudar na sua vida para conquistar essa independência financeira. Mas que tal começar aprendendo a dizer NÃO sem sentir culpa?

Leia Mais:

10 plataformas que ajudam a ganhar ou economizar um dinheirão
A Lua, Santinho… Finalmente, a Lua.

Inês Godinho

Jornalista, brasileira, ciente das imperfeições e das maravilhas da vida. Contradições? Nada causa mais sofrimento do que um texto por começar e não há maior alegria que terminá-lo.

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Meu amor, meu tesouro!

Cheguei à conclusão de que não há muita diferença entre ter um bom casamento e manter um investimento financeiro para o futuro. Como disse a Marot Gandolfi neste post “Amar dá trabalho, requer disciplina”. Guardar dinheiro também, assim como ambos requerem talento para enxergar longe e uma dose de adaptação ao risco. Quer um casamento bem vivido para 30, 40 anos ou o resto da vida? Sem coragem para arriscar, nada feito. Falou em futuro, falou em risco.

Então, por que diabos a maioria de nós está disposta a investir em uma longa relação com alguém legal e fica paralisada quando começa a pensar em separar um dinheiro hoje para gastar daqui a 30 anos?

Está estranhando essa conversa? Pois ponha mais 500% no estranhamento que senti quando entrei no site do Tesouro Direto. Fui parar lá porque não aguentava mais ouvir falarem mal da poupança, onde guardava o dinheiro milagrosamente preservado dos furores consumistas ou das penúrias da vida.

Olhar o “cardápio” desse tipo de investimento representa uma experiência realmente estranha para os novatos. É como se você chegasse a uma doceria em que, ao lado de cada vitrine de guloseimas, estivesse escrito: “Servir a partir de 2019” ou “Disponível para degustação em 2023”. Imagine-se salivando por um petit gâteau, ao lado do aviso “Pronto para consumo em 2050”.

Passei por isso há três anos. Vendo as datas longínquas para resgate do dinheiro, caiu a ficha. Investimento é isso, um seguro para o futuro! Criei coragem, me informei, fui lá e comprei um doce de leite para 2019 e um brigadeiro de colher para 2023. Olho para eles de vez em quando para ver se está indo tudo bem.

Relembrei agora dessa experiência ao receber um pedido de ajuda de uma amiga que se viu com uma inesperada e deliciosa bolada do FGTS inativo. Com mais de 50 anos, zero de experiência em guardar dinheiro e baixa reserva para a aposentadoria, ela buscava um jeito de manter este valor longe da vista e rendendo por muitos anos.

É o seu caso? Então vou dar uma pequena contribuição com o que aprendi, para te ajudar a desmistificar o misterioso mundo dos investimentos, entrar no clube do Tesouro Direto e virar sócia e credora do governo. Será apenas um aperitivo, porque o assunto é longo e complexo. E eu sou apenas um “pobre amador”, como diria Tom Jobim.

# 1
Você precisará escolher uma corretora de valores para representá-la. Embora o Tesouro Direto seja uma ferramenta criada pelo governo para permitir o acesso “direto” das pessoas físicas, como eu e você, não dá para evitar o intermediário. A melhor escolha combina taxas baixas e idoneidade comprovada, o que pode ser pesquisado no site do Banco Central e em publicações especializadas. Com um Google, você chega lá.

# 2
Hora de se cadastrar no site do Tesouro Direto. Aqui pode complicar. Peça ajuda para os consultores da corretora (por telefone ou chat), faz parte do pacote contratado. Cadastro concluído, você ganhará um login e senha e estará apta a comprar títulos públicos. Hã? Quer dizer, emprestar dinheiro ao governo e ser remunerada por isso.

# 3
Enquanto toma as providências burocráticas, convém ir pensando em duas questões fundamentais – para quê guardar esse dinheiro e por quanto tempo. Lembra do doce que só pode ser comido em 2023? Se você planeja comprar um carro em dois anos, vai perder rendimento se sair antes do prazo. Para reforçar a aposentadoria, esperar cinco ou dez anos é viável.

# 4
Como acontece: você transfere o valor a ser investido para a sua conta aberta na corretora. Em seguida, entra no site do Tesouro Direto e usa essa conta para comprar os títulos. Você mesma, sozinha, no silêncio do seu quarto.

# 5
Muita calma nessa hora. Convém já ter visto as tabelas com os títulos disponíveis e definido os que interessam para não levar um susto como eu. As tabelas trazem as diversas modalidades de títulos (este é um capítulo à parte), o prazo e a rentabilidade esperada. Assim, quando entrar no site, já saberá ir direto à prateleira do produto desejado. A operação é simples e autoexplicativa. Dá medo só na primeira vez. Mas se tiver alguém experiente e de confiança do lado, o conforto fica maior.

# 6
Recomendação – evite aconselhar-se com a/o gerente do banco. Por não ter ganho com este tipo de investimento, provavelmente fará tudo para convencê-la a mudar de ideia e aplicar em um dos produtos do próprio banco, sempre com custos mais altos. Também não se fie apenas na recomendação de parentes ou colegas que parecem tão informados. Ouça uma segunda, terceira e quarta opinião.

# 7
Se você estudou um pouco antes e definiu o que quer com o investimento, não vai ficar no escuro com as informações da tabela. A que causa mais confusão é a previsão de rendimento que vai ser pago no final do contrato. Alguns podem ser de incríveis 11%, outros de meros, 0,6%. Não deixe que isso te impressione e influencie sua escolha. Tudo depende da modalidade do título (que, como eu disse, precisa de um capítulo exclusivo), se pré-fixado ou pós-fixado ou atrelado a algum índice. Nos valores menores, além da taxa que aparece na tabela, é somada a inflação do período.

# 8
Lembrando – Na hora de escolher, o mais importante é ter segurança com o objetivo do investimento e prazo e ficar ligada no que anda acontecendo no país.

Se você leu o post Independência Financeira, lembra que pensar como uma investidora consiste em gastar menos do que se ganha, privar-se de prazeres sem sofrer e “não terceirizar a preocupação com o futuro”. Minha amiga, a decisão final de onde deixar seu dinheiro é com você.

Há muitas armadilhas pelo caminho, além dos riscos. Quem dá o salto e se torna uma investidora precisa aprender a driblá-las, como explicado nesse post. Espero que essas oito dicas ajudem a clarear as ideias e te faça perder o medo de se transformar em uma poderosa investidora. Funcionou com minha amiga. Bons juros pra você!

Inês Godinho

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