Cinema

Filme Grandes Olhos – Programão pro feriado

Grandes Olhos – A artista e o impostor, por Tim Burton, disponível no Netflix

Grandes Olhos é apontado por muitos como o longa mais atípico do diretor. Mesmo assim, não deixa de ser um filme autoral.
Nele estão o protagonista inesperado, as inquietações internas, as relações familiares, a injustiça artística e a criatividade que surge da frustração.

Há os que amam, há os que detestam, mas não há como negar que Tim Burton é um cineasta, no mínimo pop, e aclamado por isso.

Grandes Olhos apresenta a história real da pintora Margaret Keane, uma das artistas mais rentáveis dos anos 1950/1960. Graças aos seus retratos de crianças com olhos grandes, tristes e assustadores. Defensora das causas feministas, ela teve que lutar contra o próprio marido no tribunal!   Walter Keane, também pintor,  afirmava ser o verdadeiro autor de suas obras.

Questionada sobre os porquês de pintar deste modo, Margaret Keane afirmou:

É através dos olhos que vemos não só o mundo exterior, mas também os duelos internos de cada pessoa, como uma “janela da alma”.

E o que ela estaria passando, nesses quadros, seria a tristeza sentida por uma vida de desilusões e más escolhas. E Walter Keane foi uma dessas.

Mas, ainda assim, difícil de desvencilhar, pois a conexão que se estabelece entre eles é forte e determinada. Abrange vários pontos carentes de sua personalidade, como a proteção familiar, a baixa auto-estima e a postura da mulher na sociedade dos anos 1950.

Grandes olhosA personagem interpretada por Amy Adams acerta na dose de vulnerabilidade. Ela convence com os trejeitos sutis da artista e o manuseio íntimo com os pincéis.
Captando a personalidade de Margaret, em silêncio a personagem de Amy Adams toma as atitudes de maior força e cheias de medo.


Já a retratação de Walter Keane feita por Christoph Waltz se destaca ao extrapolar e adquirir uma persona extravagante e carismática. Ao mesmo tempo em que entrega ações lunáticas e possessivas.

Ambos os personagens apresentam dualidades que os tornam imensamente interessantes. São capazes de humanizar situações inacreditáveis, mas bem normalizadas pelo contexto histórico de uma sociedade machista.

A atuação de Adams como Margaret lhe rendeu o Globo de Ouro de Melhor Atriz.
Além de Adams, outro destaque do filme é o belo figurino, que, aliado à direção de fotografia dá um ar como que onírico ao longa. As cores, mesmo as mais suaves, são carregadas, brilhantes. Uma opção que casa com os momentos iniciais de felicidade de Margaret ao encontrar o homem que acreditava que traria sua tão sonhada tranqüilidade e estabilidade. Ou nos momentos em que a trama se passa no Havaí. Todo brilho, ironicamente, torna-se mais contido nas cenas em galerias, exposições e points de artistas.

Com o roteiro escrito pela dupla Scott Alexander e Larry Karaszewiski, Burton trata com sensibilidade o caso de Margaret. Especialmente a luta que trava consigo mesma por conta da fraude que vive com o esposo. O diretor conduz a trama com leveza, de forma sutil e nem um pouco cansativa.

A história é um prato cheio para Tim Burton repetir sua recorrente crítica ao american way of life.  Representa uma sociedade com valores distorcidos. Além do machismo já citado, o filme deflagra críticas à igreja e à crítica de arte.
Enfim, Grandes Olhos seria apenas mais uma história, mas com Tim Burton, o filme se torna um curioso caso de superação e reconhecimento, provando que o diretor sabe, sim, fazer cinema e o faz como e quando quiser.

Trailer:

https://www.youtube.com/watch?reload=9&v=y_MlIlDau2M&feature=youtu.be

Veja também:

As Flores e os Nudes de Georgia O’Keeffe

1 Comentário
  1. Eneida Cazarotti disse:
    Seu comentário está aguardando moderação. Esta é uma pré-visualização, seu comentário ficará visível assim que for aprovado.
    Walquer critica a Igreja quando se ve ameaçado pela influencia do relacionamento e apoio dos cristaos a Margareth. Ademais a igreja so contribuiu para iluminar a mente e as emoçoes de Margareth.
  2. Filme deflagra críticas à igreja? Mas foi a igreja que através dos princípios cristãos da verdade fez com que a Sra Margaret tomasse a atitude de enfrentar o ex-marido nos tribunais e tivesse sua autoria finalmente reconhecida.

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Brooklyn – O desabrochar de uma mulher

Brooklyn  O desabrochar de uma mulher e a descoberta de uma sociedade mais livre

Disponível no Netflix, hoje comento o filme Brooklyn, o sexta longa metragem de John Crowley. Com três indicações ao Oscar 2016, levou a estatueta de Melhor Atriz para Saoirse Ronan.

O longa narra a trajetória de uma imigrante irlandesa que desembarca no Brooklyn da década de 1950, onde ela rapidamente se envolve em um romance . Porém, o seu passado a alcança e ela tem de escolher entre dois países e as vidas neles.

A trama poderia ser piegas e bobinha, mas nas mãos certas resulta em um filme sobre escolhas, sonhos e desejos. O diretor tempera sua narrativa que oscila entre o drama e o romance.

O roteirista Nick Hornby mostra em Brooklin uma leveza e um humor que é bastante peculiar em suas obras. O longa trata das questões abordadas de forma leve, mas sem perder o peso que elas têm.

A atriz dá vida a uma personagem cheia de camadas que são lindamente reveladas para o espectador de uma forma muito sutil.  Ve-se a  evolução dessa menina que aos poucos se transforma em uma mulher pelas ruas de Nova York.

Brooklyn se vale da beleza, da delicadeza e da esperança sem, no entanto, perder o verdadeiro cerne: a busca por uma experiência de vida verdadeira para a protagonista e o poder de fazer sua escolha.

O longa se revela um filme interessante não apenas por tratar de imigração ou por ser uma história de romance clássico. Brooklyn chama a atenção por tratar dos sentimentos de pertencimento a um lugar que todos nós vivenciamos. Sobre as escolhas que fazemos nas nossas vidas e o que elas podem acarretar para o nosso futuro.  Indo além da superfície, encontramos um filme que foge do convencional das histórias de migração. Em Brooklyn, o drama está na terra natal. O diferencial do longa é contar uma história de sucesso de um imigrante e os problemas enfrentados na volta para casa.

Eilis é uma personagem que consegue ganhar a atenção do público graças a excelente atuação de Saoirse Ronan, capaz de construir o processo de evolução de uma mulher altamente introspectiva e pouco sociável de início, com seu olhar e gestos pouco expressivos, até o momento em que ela se mostra mais livre e a vontade com as pessoas a seu redor, podendo se mover com liberdade e expor seus pensamentos em voz alta.

É verdade que essa transformação também é auxiliada pelo ótimo trabalho feito com os figurinos da personagem, que inicialmente são mais fechados e com cores mais escuras, e depois se tornam mais abertos e a personagem pode enfim utilizar tons mais claros pontuando a evolução da protagonista, suas mudanças internas, medos e conquistas.

Em Brooklyn é construída uma trama em volta das mulheres. A representação dada às personagens e a força que carregam vai bem além de relacionamentos superficiais e um platonismo em volta do amor. Eilis possue uma cumplicidade belíssima com sua irmã e uma constante lembrança de sua verdadeira origem.

Brooklyn é leve, descontraído e envolvente, um sopro de frescor para os filmes de época. 

Realmente, uma obra tocante construída a partir de uma história muito simples.

Um ótimo entretenimento.

Aqui fica a dica.

  

Trailer:

Veja também:

Lore – um filme histórico emocionante

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Agnus Dei – Les Innocentes

Uma história finalmente contada.

Les Innocents exibido no Festival Varilux de Cinema Francês em 2016, chegou por aqui com o nome de Agnus Dei. Baseado em fatos reais, filmado na Polônia e França, conta uma história de violência contra mulheres ao final da Segunda Guerra Mundial, em um vilarejo polonês.

Durante uma missão da Cruz Vermelha, a jovem médica francesa, Mathilde (Lou de Laâge), trata de sobreviventes franceses antes de serem repatriados. Mathilde descobre que freiras de um convento vizinho foram estupradas por soldados russos. Muitas delas estão grávidas. Apesar da ordem de prestar socorro apenas aos franceses, a médica começa a tratar secretamente de todas as freiras e madres e enfrenta os julgamentos das próprias pacientes que se sentem culpadas por terem violado o voto de castidade que se recusam a ter o corpo tocado por quem quer que seja até mesmo uma freira.

A talentosa diretora e roteirista Anne Fontaine ficou profundamente tocada com essa história sobre maternidade e questionamento da fé, e faz de “Agnus Dei”, um filme forte, denso e que provoca inúmeras reflexões.

O roteiro não tem como foco discutir a guerra em si, trata com atenção as consequências dos atos brutais dentro do convento e de como as freiras grávidas lidam com essa provação.

O longa é essencialmente de mulheres, mas alguns de homens aparecem em cena – especialmente no cotidiano de Mathilde, cercada de homens no hospital militar.

Um desses homens tem destaque na produção: o médico Samuel (Vincent Macaigne). Ele aparece, para reforçar a leitura da personagem de Mathilde e para ajudar a contrastar a vida dela com a das freiras do convento.

Conhecemos duas realidades diferentes: a das mulheres enclausuradas que acabam tendo suas vidas invadidas e agredidas de forma covarde, sem possibilidade de defesa em contraste com a vida independente de uma médica que fez a escolha de dedicar a vida para ajudar as pessoas na Cruz Vermelha.

Mathilde é solteira, possuí uma profissão, sai com o homem que quer, fuma, tem origem familiar comunista, e faz o que acha certo. Em contrapartida as freiras que ela encontra em situação de vergonha e medo devem seguir hierarquia com o propósito ter obediência, e dedicar todo tempo a Deus.

Essas duas realidades não se chocam, mas é difícil para Mathilde se colocar no lugar daquelas jovens mulheres, até que em certa uma noite, ela passa por uma situação semelhante.

”Les Innocents” nos conta uma história terrível e convida o espectador a conhecer mais uma das chagas pouco comentadas que foram deixadas pela Segunda Guerra Mundial.

O longa convida as mulheres a fazerem um exercício de empatia que é duro, porém é necessário.

Bem construído e com ótimo elenco, “Agnus Dei” fala de humanidade e compaixão. Independe de religião, de visão política, ou lado da guerra.

Anne Fontaine empresta sua assinatura a esse magnífico filme sobre transgressão e amparo. O emocionante encontro entre a médica francesa e a irmã Maria (Agata Buzek), dividida entre seus votos e a vontade de aceitar a vida.

 Acima de tudo é uma belíssima homenagem às mulheres vítimas tão esquecidas – e tão silenciadas – de todas as guerras.

Um filme, belo, sensível, tocante e acrescenta-se também, que nos faz refletir sobre dogmas e comportamentos humanos durante a guerra. Nos faz notar que a humanidade é capaz de triunfar diante de tantos absurdos e perversidades que o ser humano é capaz de cometer em nome do poder, do prazer e até mesmo de Deus.

Importante mencionar dois aspectos: a trilha sonora emocionante, e a fotografia com  belíssimas imagens com potencial de serem emolduradas.

Confira o Trailer:

https://youtu.be/Gr6w-22dOEk

Veja também:

https://dominique.com.br/beleza-americana/

https://dominique.com.br/lore/

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Beleza Americana – Drama reflexivo, critica o “american way of life”

Quem nunca assistiu “Beleza Americana”?  Se você não assistiu, trata-se de uma grande produção que levou cinco  Oscars, incluindo a de Melhor Filme em 2000.

Beleza Americana vale a pena ser visto e re-visto, e digamos que é quase obrigatório. Abordando temas polêmicos, o filme dá espaço às diversas interpretações. Essa é uma característica que difere os bons filmes dos ótimos.

Em 1999 quando estreou, o longa tomou o mundo da sétima arte de assalto, e até hoje, quase vinte anos depois, continua incrivelmente atemporal.

Dirigido por Sam Mendes, o longa narra o cotidiano do casal Carolyn e Lester Burnham, que vive, aparentemente sem problemas conjugais morando em uma bela casa, e com ótima vizinhança. Porém, Lester não se sente feliz, e cada vez mais se afunda em depressão. Ele enxerga as coisas mudarem quando conhece Angela Hayes, uma atraente adolescente, amiga de sua filha. A partir desse momento, ele sente que pode mudar sua vida.

A fotografia e enquadramentos de Mendes que insistentemente evidenciam a presença de rosas no ambiente em que passam algumas seqüências, não se tratam de simples rosas, porém de “american beauties”. Tanto no nome original do filme, quanto em sua literal tradução nacional, a “american beauty” é a variação de uma rosa muito comum nos Estados Unidos, visualmente perfeita, sem cheiro e sem espinhos.

A sutileza com que Mendes as apresenta faz um paralelo com as famílias de classe média americana que protagonizam sua história e que, aparentemente perfeitas com suas belas casas, carros e sorrisos, são emocionalmente e evidentemente vazias.

A imagem do “modo de vida americano” que é importada para outros países como forma eficaz e feliz de se viver é quebrada e desmascarada nesse enredo intrigante.

A crítica social em torno da superficialidade da classe média americana é a base central do roteiro.

Isso não é nenhuma novidade para nós, mas o mérito está na maneira como foi elaborada esta idéia, e de como esta foi transmitida para o público. Isso sim foi o que fez a diferença nos distintos lances de ver o “american way of life”.

O filme possui um humor cínico, sarcástico, eleva um suspense clichê, porém, interessante e cômico. Seu nível de drama transcende ao espírito sentimentalista. Chegamos a

ter nojo dos personagens e ao mesmo tempo nos compadecemos dessa vida miserável de cada um.

O que falar das interpretações? O ar irônico dado ao personagem de Lester, não poderia ser melhor. Parece que só Kevin Spacey possui essa tática de ser dramático e irônico ao mesmo tempo. Ele sem dúvida é um dos melhores atores da atualidade nesse gênero de filme.

O roteiro expôs as loucuras da vida pós-moderna de um país cheio de ilusões de uma maneira sutil e ao mesmo tempo descarada para o restante do mundo.

Muito explorado, e muito bem interpretado, American Beauty, não é somente um filme para ganhar premiações. É especial principalmente pela pluralidade de sensações dada ao expectador durante cada cena.

Instigante, dramático e reflexivo.

Amo esse filme!

Aqui fica a dica!

Trailer:

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A despensa de minha avó

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Lore – Fatos reais num filme histórico 

 

Lore – Um lado diferente de um conflito que abalou o mundo.

Assistir a dramas históricos é sempre interessante, principalmente quando o período retratado é polêmico.

Lore, dirigido pela australiana Cate Shortland é um desses filmes, que, aliás, comento hoje, disponível no Netflix.

Filme Baseado em fatos reais, o cenário da obra é a Alemanha no fim da Segunda Guerra Mundial.  O roteiro é focado na vida de uma família nazista que é obrigada a ir para o interior da Alemanha, fugindo dos soviéticos, britânicos e americanos.

O que diferencia esse dos outros filmes sobre o Holocausto é que geralmente eles pegam a perspectiva do vilão nazista ou da vítima, o judeu. Em Lore, são cinco crianças da família do vilão. Mas elas são as vítimas e carregam o peso dos fatos do mundo.

Alemanha, maio de 1945. Com a morte de Hitler e a invasão do exército aliado, a queda do III Reich é iminente. Lore (Saskia Rosendahl) é uma jovenzinha alemã que cresceu feliz, seguindo os princípios nazistas.

Quando os pais são presos, ela e os quatro irmãos são obrigados a atravessar um país devastado pela guerra.  Tentam chegar à casa de sua avó materna ao norte, atravessando a Floresta Negra. O seu destino vai cruzar-se com o de Thomas (Kai-Peter Malina). Um jovem judeu sobrevivente de Auschwitz, que a acompanhará durante o percurso. Indesejado, malquisto, Thomas os segue e Lore vê sua frágil realidade ser destruída tanto por sentimentos de ódio quanto de desejo. Assim, devido a uma súbita mudança de circunstâncias, Lore vai ter de aprender a confiar em alguém que toda a vida foi ensinada a desprezar. Pelo caminho ao mesmo tempo em que vai descobrindo a verdade sobre a família e o regime onde foi educada, vai também aprender os segredos do amor.

Selecionado pela Austrália como representante do país na corrida ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2013, Lore, assume a estrutura de um road movie que enfocará o choque de realidade experimentado pela jovem protagonista,que,de adolescente segura de seus ideais inquestionáveis de Hitler, é obrigada a confrontar a barbárie promovida pelos nazistas durante a guerra.

A menina Lore irá dar-se conta disso após muito sofrimento, e também não será algo imediato, obrigando-se a rever conceitos e certezas.

O longa funciona ao usar a jovem como um retrato de toda uma geração de alemães no pós-guerra. Finalmente percebe que seu líder estava longe de ser o anjo que julgavam, e que, afinal, estavam do lado errado do conflito.

Uma obra extremamente competente desde os méritos técnicos, ao principal. Bom enredo e um elenco primoroso. A ótima fotografia é inteligente ao explorar as belezas das locações percorridas pelas crianças.  Sem, com isso, deixar de ressaltar o isolamento e as dificuldades enfrentadas pelas crianças.

Lore é uma grande surpresa, uma obra de arte, um filme arrebatador, ainda mais para os amantes do gênero.

Muito bom!

Vale a pena conferir!

 

Trailer:

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