Nossas histórias

Mas o que o moço da alfândega vai pensar?

História enviada por Cássia Buarque

Adoro viajar com minhas amigas. A risada é sempre garantida.
No ano passado, viajamos em quatro amigas para passar um final de semana em Buenos Aires.
Ficamos em um hotel bem bacana, próximo à Rua Florida, a principal rua comercial da cidade.
Por coincidência, tinha um sex shop bem na frente do hotel.

Nenhuma de nós tinha ido a um sex shop antes.
Pensamos que poderia ser uma oportunidade para conhecer a loja sem correr o risco de sermos vistas por algum conhecido.
Enquanto tiramos esta conclusão e entramos na loja…
…. estaciona bem na porta um ônibus lotado de brasileiros!!!!

Ahhhh!
Duas das minhas amigas, no desespero de serem reconhecidas, saíram correndo e travaram a porta automática!
Pense no mico, justo para as amigas que pretendiam passar despercebidas num sex shop.
Ok! Passou!
Não era ninguém conhecido e não fomos descobertas.
Lá ficamos por mais algum tempo, perguntando para a atendente sobre os produtos, os brinquedos e esclarecendo muitas dúvidas.
Vou relevar que foi muito instrutivo.

Lembrei que há algum tempo atrás, em uma outra viagem para o exterior, uma querida amiga me pediu um vibrador com pilhas.
Na época eu fiquei meio constrangida e fingi que tinha esquecido da encomenda.
Mas naquela loja a atendente era tão simpática que eu resolvi comprar o presente para esta amiga.
Embrulhamos com laços e fitas.
Dois dias depois, peguei o avião de volta pra casa.

Quando cheguei em casa já fui logo avisando para o meu marido:
– Não abra a mala na frente das crianças porque tem presentes que não são deles.
Ele não entendeu. Foi aí que eu expliquei que tinha visitado a loja e comprado o tal vibrador de presente para aquela nossa amiga em comum.
Ele parou um pouco pra pensar, me deu um olhar meio incrédulo e perguntou:
– Você passou pela alfândega?
Eu respondi que sim.
– Mas você passou a mala pelo raio X?
De novo, eu respondi que sim.
O homem ficou incrédulo!!!
– Mas que vergonha, ele me disse.
– O que o que o moço da alfândega vai pensar ao ver isso na sua mala?????

Hoje eu posso dizer que a minha viagem com as amigas ainda rendeu muitas risadas em casa também!

Dominique

Nasceu em 1964. Ela tem 55 anos, mas em alguns posts terá 50, 56, 48, 45. Sabe porque? Por que Dominique representa toda uma geração de mulheres. Ela existe para dar vida e voz às experiências, alegrias, dores, e desejos de quem até pouco tempo atrás era invisível. Mas NÓS estamos aqui e temos muito o que compartilhar. Acompanhe!

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Na alegria, na tristeza e sem filhos

História enviada por Roberta Arantes

Vocês não tem filhos?
Algum de vocês tem problema?
O casamento não está indo bem?
Essas são perguntas rotineiras para nós que, casados há mais de 20 anos, não temos filhos.
E o assombro das pessoas aumenta quando falamos que não tivemos filhos por opção.
Como assim, por opção, as pessoas questionam.
Sim, por opção. Escolhemos NÃO TER FILHOS.

Alguns nos olham com pena e perguntam: quem vai cuidar de vocês na velhice?
Outros pensam: devem ser pessoas muito egoístas, não devem gostar de crianças.
Independente do que os outros pensam, imaginam, inferem ou interferem eu acredito e sempre acreditei que a maternidade não é para todas as mulheres.
Acho que a maternidade não é a certeza de felicidade conjugal.
Também acredito que optar por não ter filhos não tem nada a ver com ser ou não egoísta e, sim, com uma escolha do que se quer para a vida.

Nunca fui maternal…
Enquanto minhas irmãs brincavam de boneca eu estava lendo, brincando de escolinha ou de escritório.
Quando comecei a namorar o meu marido descobri que ele também não tinha um desejo louco por ser pai.
Nosso casamento sempre foi baseado no respeito à individualidade de cada um e optamos, desde cedo, a nos dedicar às nossas carreiras. Escolhemos ter liberdade para fazer nossos horários, viajar sempre que fosse preciso e estar disponíveis 100% para buscarmos nosso sucesso profissional.

E assim foi…
Moramos separados (por questões profissionais). Viramos noites, finais de semana e feriados trabalhando, ficamos 10 anos sem tirar férias. Alcançamos cargos executivos de primeiro nível e conforme o tempo foi passando fomos tendo cada vez mais certeza das nossas escolhas.
E em meio a tanto trabalho, tanta correria, ainda aprendemos a valorizar o tempo que estávamos juntos. Aprendemos a nos amar e a amar a vida que tínhamos e vimos que, realmente, no que tínhamos planejado para nós não havia espaço para filhos (por mais que isso pareça sacrilégio para alguns).
E isso não significa que não gostamos de crianças ou que somos egoístas. Gostamos de crianças e muito. Somos os tios mais “pais” que conheço e, mesmo nunca tendo filhos, Deus nos deu a dádiva de conhecer o amor incondicional por meio dos nossos sobrinhos e por eles somos capazes de tudo.

Mas não temos como não admitir que não ter tido filhos nos deu liberdade para pensarmos mais em nós e no que queríamos e hoje, com menos de 50 anos, conseguimos uma independência financeira que nos permitiu parar de trabalhar para curtir, literalmente, a vida. E curtir a vida significa fazer o que gostamos, significa estar em paz com nossa consciência, significa olhar para trás sem qualquer arrependimento ou vazio e ver que nossas escolhas nos trouxeram até aqui…. exatamente onde e como queríamos estar.

Dominique

Nasceu em 1964. Ela tem 55 anos, mas em alguns posts terá 50, 56, 48, 45. Sabe porque? Por que Dominique representa toda uma geração de mulheres. Ela existe para dar vida e voz às experiências, alegrias, dores, e desejos de quem até pouco tempo atrás era invisível. Mas NÓS estamos aqui e temos muito o que compartilhar. Acompanhe!

2 Comentários
  1. Esse é um daqueles textos que nos levam, de forma leve e sutil, a uma profunda reflexão. Lindo e muito verdadeiro. Sem dúvida, os tios mais “pais” que eu já conheci e um dos casais mais exemplares que eu tive a oportunidade de conviver. Obrigada, Roberta, por me fazer lembrar o quão grata eu devo ser pelo privilégio de poder escolher, sempre.

  2. E assim, foi… E assim, são!
    Tenho imenso orgulho em fazer parte da vida de vocês e tê-los presentes na vida da minha filha, que tem o privilégio de ser a sobrinha escolhida por Deus para vocês amarem.
    Admiro muito a trajetória de vocês e desejo que continuem alcançando todos os seus objetivos.
    Curtam muito esse status curtindo a vida, vocês merecem.
    Grande beijo,
    Cá e Bibi

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Amigo da escola não pode!

História enviada por Lily K.

Faço parte de uma cultura milenar de mais de 7.000 anos e de onde vieram os fenícios, grandes navegadores…
Minha adolescência foi muito influenciada por tudo isso. Você vai ver.
Estudei em colégio de freiras a minha vida toda: do jardim até o terceiro colegial.
Minha mãe, super linha-dura que era, não me deixava frequentar as turmas e as festinhas da escola.
Para ela, o único ambiente que servia era o do clube da comunidade árabe da cidade, de onde éramos sócios.

Festa do colégio!!!!!
Nem pensar. Eram todas “brasilies”, um termo relativamente pejorativo que nossos pais e avós usavam para se referir a todos que não fossem descendentes de sírios ou libaneses.
Agora, vamos pensar com lógica.
Se eu só podia frequentar o clube, e os outros ambientes não serviam, minhas chances de encontrar um namorado eram reduzidas, né???? Chances zero.
Bom, lá naquele clube, eu encontrei um único namoradinho nos moldes que a minha mãe queria.
Só unzinho! E adivinha? Não durou…

Quando fiz 18 anos minha vida mudou!
Meu pai faliu comercialmente e eu “tive” que entrar numa faculdade pública. Fiz USP.
Fui trabalhar na prefeitura como recepcionista bilíngue, num posto de informações para turistas.
Lá as minhas chances de namorar cresceram exponencialmente e foi o que aconteceu.
Descobri a vida out-of-home e fiquei maravilhada!
Quando me formei fui trabalhar numa agência de propaganda. Que revolução!
Lá, conheci meu marido, também publicitário, com quem tive duas filhas.
Duas filhas maravilhosas e diferentes. Anti-tudo o que fosse comum. Minhas meninas.

Após toda essa introdução eu queria dizer que, por mais que a gente não queira repetir os modelos dos pais, a gente acaba repetindo ou querendo repetir inconscientemente. Está tudo enraizado.
Aí é que entra a moral da história!
Como foi entender que as minhas filhas poderiam ter uma vida diferente da minha e, ainda assim, serem felizes!
Eu – como guardiã das tradições da minha cultura milenar – queria repetir tudo aquilo que a minha mãe tinha ensinado que era o melhor para elas!!!!
Ledo engano…
Começaram as crises e as negociações.

Como é que justo eu, que tinha ensinado para elas que ler era o melhor, que mulher tinha que ter uma profissão, que estudar na USP era o melhor, poderia querer agora que elas estudassem em alguma faculdade mais “light”?
Jura, mãe????
Casar?
Não, mãe, não quero me casar.
Casar com gente do clube????
Muito menos com gente do clube!! Que horror!!! Tá louca, mãe? Aqueles turcos, coxinhas!
Foi muita discussão. Dias e noites.
Como não casar? E mesmo sem casar ser feliz? Como??? Sem filhos?
E eu? Não vou ter netos????

Depois de muitas noites sem dormir eu fui ao psicólogo das duas.
Achei que elas não fossem dar consentimento ou que ele não fosse me aceitar como paciente. Sim, sim… as duas fazem terapia com o mesmo terapeuta.
Mas não! Incrivelmente deu tudo certo e as nuvens que escureciam minha consciência se dissiparam.
Ele nos viu como um todo, uma família procurando sua evolução espiritual, uma paz, com muita clareza.
Ele me fez ver que esse modelo de procurar o moço mais badalado, o bom partido, planejar o lindo casamento, dar uma festa, ter uma linda casa, ter filhos, largar a profissão é um modelo que foi o meu modelo.
Talvez não seja o modelo de uma parte desta moçadinha.
Alguns correm atrás disso porque é o que de melhor a “sociedade recomenda”, mas não o que o coração delas quer e pedem.

Muitas vezes, passada a euforia da festa, da montagem da casa, dos filhos, o que sobra?
Uma ressaca de ver que nada daquilo a fez realmente ser feliz.
Aí começam a desmoronar as relações.
Separou? Por que? Acabou casando com o casamento ou com o sonho de alguém, né?
Não era isso que eu queria, eu queria algo mais simples….
Queria simplesmente Ser Feliz!
Hoje, não sou nem sogra e nem avó como a maioria das minhas amigas, mas sou uma feliz espectadora de dois seres que buscam a felicidade sem cessar.
Não desistem facilmente e não fazem qualquer negociação com seus valores!
O importante é que eu sei e sinto que elas são muito felizes. Do jeito delas.

Dominique

Nasceu em 1964. Ela tem 55 anos, mas em alguns posts terá 50, 56, 48, 45. Sabe porque? Por que Dominique representa toda uma geração de mulheres. Ela existe para dar vida e voz às experiências, alegrias, dores, e desejos de quem até pouco tempo atrás era invisível. Mas NÓS estamos aqui e temos muito o que compartilhar. Acompanhe!

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A recompensa da teimosia

Dominique - Nossas História

Enviado por: Marcos Bittencourt

Logo de pequeno me converti ao empirismo. Ao menos atento já vou avisando: não, eu não bebo sangue.
Embora, devo admitir, minha curiosidade já tenha custado algum sangue derramado.
Mas ainda me sobram uns 500 ml, então vamos em frente.
De fato, engatinhava e já revelava este meu lado científico-filosófico, cutucando as tomadas elétricas da casa de meu avô.
Não lembro ao certo o barato que estava procurando, mas a cada uma que testava devia pensar:
– Essa não, essa também não, essa já conheço.
O dedinho servia de condutor e meus parcos cabelos de fio terra. Chocante!!
A casa era grande, de modo que antes dos 14 anos de idade já havia testado todas.
Bom, passados tantos anos daquela enriquecedora e energizante experiência, tenho uma confissão a fazer.
Dói. Dói pra c@¨¨@!*o!!!!
Mas a dor passa, e costuma ser boa conselheira.
Pena que alguns retardados – como eu – demorem um pouco para perceber.
Mas, no fundo, antes de fazer a besteira, a gente ouve uma voz dizendo:
– aí não… bzzzzzzz.
Pois é.
Tantos anos de experiências científico-filosóficas me permitiram concluir que viver é uma experiência dolorosa.
Existem dores de todos os tipos: físicas, emocionais, agudas ou leves, variam em natureza e intensidade.
Tudo depende de como lidamos com elas, que costumam ser inevitáveis (menos para alguns teimosos, né).
Mas aceitar tal inevitabilidade – e reagir às dores que a vida nos traz – nos permite, por outro lado, aproveitar melhor o prazer de viver, mesmo em coisas simples, como o abraço de um filho, o sorriso da pessoa amada, o carinho de um amigo.
Quem tem medo de sofrer ainda não aprendeu a viver.
Desejo a todos, além dos inevitáveis percalços, infinitos e prazerosos momentos.
Experiências CHOCANTES para vocês!!
Bzzzz

Dominique

Nasceu em 1964. Ela tem 55 anos, mas em alguns posts terá 50, 56, 48, 45. Sabe porque? Por que Dominique representa toda uma geração de mulheres. Ela existe para dar vida e voz às experiências, alegrias, dores, e desejos de quem até pouco tempo atrás era invisível. Mas NÓS estamos aqui e temos muito o que compartilhar. Acompanhe!

4 Comentários
  1. Reconhecendo que cada dia de vida eh um presente, que tal aproveitar o hoje, aqui e agora?

  2. Ah que bom não somos um clube de Luluzinhas. Adoro a diversidade. Nos permite compartilhar de textos engraçados, experiências diversas, olhares outros….amei esse texto. Aliás, esse tem sido meu grupo preferido. Inteligente, espirituosó. Cheio de carisma. Beijo.

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O ogro com anorexia

Enviado por: Cecília Michelin

Achando-me mais escaldada no site de relacionamento – filtro mais apurado na troca de mensagens, algumas perguntas-chave, análise da ortografia, mais esperta para sacar se o ser não cai em contradição – eu descubro que temos amigos muito queridos em comum. Assim, crio coragem para marcar o próximo primeiro encontro.

Cara bacana, simpático, boa conversa, divertido, mas não rolou química. Que pena, seria perfeito, mas a gente não manda nisso. Ele liga no final de semana seguinte, convida para jantar, deixo claro que não vai acontecer nada, podemos ser amigos e nada mais. Ele concorda com as condições.

Saímos. Conheci amigos do indivíduo muito bacanas. Isso me faz lembrar que tudo tem o lado bom na vida, menos o LP do Wando, Nelson Ned, Calypso, Wesley Safadão e tantos outros. Salvou a noite. Ouvi música boa, bebi um vinho delicioso, muita risada e conversei até dizer chega.

Mais um convite e deixo explícito que continua o mesmo esquema, não vai rolar nadica. Ele aceita, mas não se conforma muito. Fica de bico. O programa é para almoçar com um amigo, diretor de uma empresa, o encontro também é para falar sobre business. Chegamos ao restaurante, vamos até à mesa, vejo o tal amigo (pelamor diga-se de passagem, que amigo, mas infelizmente casado, logo o lindo passou a ser uma amiga de infância). Aí vem a pérola master, meu acompanhante me apresenta para o amigo bonitão da seguinte forma:

– Fulano, esta é a Cecilia, mais eu ainda não a comi!

Silêncio geral no ambiente. O ar de cortar com faca. O amigo, pálido, olhos esbugalhados, incrédulo, lança:

– Você não falou isso, falou?

Olhei para o ser, sem apetite (já que não comeu) e vociferei:

– É, meu bem, agora nem vai comer. Digo mais, se estivermos no deserto, eu, você e um camelo, um ano na seca, adivinha com quem será? Com o camelo, claro!

Passei a tarde toda conversando com o tal amigo, cara decente, engraçado, culto e que embora tenha ficado muito sem graça com a situação surreal, soube tirar de letra. O ogro com anorexia ficou mudo, num canto, possesso, quase que batendo o pezinho.

Por mais louco que possa parecer, este ser não é má pessoa. Não sabe, mesmo, é lidar com sentimentos. E, para tristeza geral da nação, há milhares de homens assim, mulheres também. Do jeito ogro dele, queria fazer um “elogio”, essa mulher não é como as outras, eu “não comi”. Só que querendo agradar ou não, perdeu uma enorme oportunidade de ficar calado.

Com a esperança ainda de encontrar alguém normal, conheci em seguida outra criatura tudo de bom, que queria ser feliz para todo o sempre. Semana que vem conto.

Dominique

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1 Comentário
  1. Já passei por algo bem parecido..não tão explícito..dei muita risada mas não fiquei no evento..parti..kkkk

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