Nossas histórias

Perdoei a minha história

Olá Dominique.

Meu nome é Edna Freitas, tenho 49 anos, sou casada, mãe de 2 rapazes lindos e avó de 2 netinhos. No dia em que eu nasci, minha mãe me deu para outro casal. Fui criada como uma princesa em todos os sentidos.

Mas, mesmo assim, eu sentia uma falta muito grande dentro de mim, que era a de conhecer meus pais biológicos. Tudo o que eu sabia era que minha mãe de sangue tinha ido embora logo após o parto para o Pará e que meu pai se chamava Jorje Mesquita. Essas eram todas as informações que eu tinha deles.

Quando criança eu não ligava muito não, pois eu soube de tudo desde cedo. Mas, na adolescência, eu comecei a me revoltar. Não entendia porque um pai e uma mãe dariam uma criança do seu sangue para desconhecidos e nem porque eles nunca se preocuparam em saber o que aconteceu com esta filha, se ela morreu, se era bem tratada…

Quando meus pais adotivos faleceram coloquei na minha cabeça que iria procurá-los até encontrar. Mas eu tinha um objetivo: dizer umas verdades para eles e passar na cara deles que eu tinha sobrevivido sem eles. Eu tinha muitas palavras duras para dizer. Comecei a busca, colocando em rádios, pedindo informações em todo lugar. Mas era como se eles tivessem sido engolidos pela terra. Ninguém me dava informações sobre nada. Minha raiva só crescia. Quando eu via na TV pais procurando os filhos que deram quando bebês eu odiava todos eles. Eu até me culpava, pensando: “eu sou tão ruim que eles nunca quiseram saber de mim, nem depois de grande”. E por ai ía a minha revolta.

Quando me casei e tive os meus filhos passei a não entender ainda mais. Como um ser humano tem a coragem de dar um filho? Os meus eram a coisa mais linda, a mais importante da minha vida. Eu não suportava a ideia de me separar deles nem para trabalhar, tanto que eu não trabalhei enquanto eles eram pequenos. Não tinha coragem de deixar com ninguém, eu temia que eles fossem maltratados. E minha raiva crescia mais e mais…

Quando completei meus 47 aninhos… em um belo dia desabafando com uma irmã da minha igreja, ela falou a respeito do perdão. Naquele momento eu chorei muito e achei que tinha perdoado. Eu falava como se tivesse perdoado, mas no fundo não. A mágoa continuava lá, escondidinha. Eu já não tinha aquele sentimento de raiva, revolta, então achei que tinha esquecido. Um dia eu estava com uns problemas no casamento. Fui conversar novamente com a mesma irmã, esperando dela uma palavra sobre o meu relacionamento. Ela tocou no assunto de meus pais biológicos. Ela me falou de uma maneira que só sendo da parte de Deus, pois ali esqueci tudo o que estava vivendo.

Fui refletir sobre minha vida, minha história, meus pais biológicos, adotivos e ali encontrei uma brecha aberta do rancor, da mágoa. Nesse dia eu me tranquei no quarto e puxei uma cadeira. Pedi para o Senhor sentar ali naquela cadeira e tive uma conversa com Deus. Foi uma conversa longa e muitas lágrimas rolaram. Este foi o dia que senti que tinha verdadeiramente perdoado os meus pais. Tudo mudou pra mim, fiquei leve, mais feliz, mais amável. Eu já tinha desistido de procurar os meus pais pois foram muitas tentativas. De repente, me deu vontade de procurar novamente, e comecei a minha busca.

Apenas um ano depois eu encontrei o meu pai, com 86 anos, velhinho e morando de favor com uma irmã. Muito humilde. Foi muita emoção. De repente eu não quis nem saber o porquê de eles terem me dado. Minha mãe biológica já havia falecido. Eu trouxe ele para morar comigo. Hoje estamos juntinhos, e ele é tratado como um príncipe. Ele já disse que nunca imaginou um dia viver o que está vivendo agora. Ele me disse que não tinha nada, e nem ninguém, e que hoje tem uma filha, um genro que mais parece um filho, dois netos lindos e dois bisnetos.

E hoje sou completamente feliz.

Esta é a minha história.

Beijos

Dominique

Nasceu em 1964. Ela tem 55 anos, mas em alguns posts terá 50, 56, 48, 45. Sabe porque? Por que Dominique representa toda uma geração de mulheres. Ela existe para dar vida e voz às experiências, alegrias, dores, e desejos de quem até pouco tempo atrás era invisível. Mas NÓS estamos aqui e temos muito o que compartilhar. Acompanhe!

5 Comentários
  1. …e como é difícil perdoar o abandono!
    Mas a gratificação por perdoar é uma liberdade imensa para a alma.
    Eu sei. Um dia, eu conto!

    Bjs

  2. Acredito no perdão genuíno, aquele que é dado com o coração limpo sem nenhum resíduo de mágoa, tristeza…É divino esse perdão! Somente aqueles que realmente vive a palavra, consegue essa bênção. Lindo!

  3. Olá,um dia abençoado à todos,quero agradecer por esta oportunidade de poder contar minha história.Perdão não é uma opção
    É comum escolhermos o que vamos perdoar, baseados naquilo que acreditamos ser “perdoável” ou não. Algumas pessoas acreditam, por exemplo, que quando alguém comete o mesmo erro conosco mais de uma vez, não merece ser perdoada. Então elas criam uma espécie de “escala de perdão”. Mas a Bíblia nos mostra que perdoar não é uma opção, mas uma ordem de Deus. Veja o que Jesus disse: “Tomem cuidado. Se o seu irmão pecar, repreenda-o e, se ele se arrepender, perdoe-lhe. Se pecar contra você sete vezes no dia, e sete vezes voltar a você e disser: ‘Estou arrependido’, perdoe-lhe” (Lucas 17:3-4).A melhor atitude de toda a minha vida foi perdoar meus pais.É saúde p os meus ossos.

  4. Muito interessante essa história, porém o mais importante foi a linda Dominique ter liberado o perdão, e se sentir livre…Parabéns! !

Comentar

Your email address will not be published.

You may use these HTML tags and attributes: <a href="" title=""> <abbr title=""> <acronym title=""> <b> <blockquote cite=""> <cite> <code> <del datetime=""> <em> <i> <q cite=""> <s> <strike> <strong>

Alcance da Perfeição

História enviada por: Cecilia Michelin

Sabe quando a pessoa atinge a perfeição? Quando elabora o curriculum vitae. É mais ou menos a mesma coisa ao preencher o perfil em sites de relacionamento.

Relutei em entrar nestes sites por puro preconceito. Alguns amigos insistiam para me inscrever. Outros achavam um absurdo. Como pensar em ter um encontro com alguém que você não conhece? Se você está num bar, conhece um ser humano, acha que é humano em princípio, troca telefone, marca um jantar, isso faz com que você conheça a criatura?

Como a maioria dos meus amigos é casada e não vou à baladas, nem a barzinhos à caça, a saída para conhecer gente é o site de relacionamento.

Tem, então, início a primeira etapa da aventura, o perfil.

Lembrando que faz 20 anos que estou fora da pista – e que na “minha época” não existia nada disso – não vejo problema em preencher a altura, a cor dos olhos, cabelo, idade, escolaridade, religião, profissão, hobbies. Aí vem a descrição detalhada da sua pessoa, quem você é. Caraca, como é estranho escrever como a gente é, mas não demorou em perceber que é muito mais estranho para os outros quando você fala a verdade.

Recebi inúmeras mensagens assim: como você é franca e objetiva. E acho que isso não foi um elogio. Eu só disse que não estava a fim de sair uma noite para transar e que também não queria morar junto com ninguém, cada um no seu quadrado. Muito direta, né? Espantei muita gente, mas também evitei vários babacas, ainda assim tive que lidar com alguns. Vivendo e aprendendo.

Pensa que acabou? Que nada. Tem uma etapa muito mais bizarra que é preencher os requisitos do seu “par perfeito”. Como ele deve ser? Idade, altura, cor de pele, cabelo, profissão, religião, hobbies, escolaridade, onde mora, estado civil. Seria maravilhoso se isso funcionasse assim!

Não demorou em perceber que o perfil não é tão levado a serio. Nem por eles, nem por elas. Conversando com amigas, descobri que várias mentem a idade, sem a menor necessidade. Motivo: se falam que têm 50 não passam no filtro dos homens de 50 que querem mulheres abaixo das 5 décadas. E eles? Também mentem a idade. E descaradamente.

Marquei um encontro com um cara que tinha uma conversa bem interessante. Cheguei ao lugar e o indivíduo estava bem diferente da foto, parecia ter adquirido a H1N1. Pensei em sair dali e ir direto para uma clínica de vacinação, afinal não posso me dar ao luxo de adoecer, tenho muito trabalho para entregar. Conversa vai, conversa vem, o dito cujo se entrega, não dava mais para sustentar a farsa:

– Tenho 65 anos, menti um pouquinho, só 12 anos.

Olhei para o ser com cara de uva passa e vociferei:

– Por que? Eu não tenho problema algum com homens mais velhos, inclusive no meu “filtro” estão homens de 50 a 65, mas tenho total aversão à mentira.

O encontro mal começou e acabou ali.

Como uma boa escorpiana, não desisto. Deu “match” com um bonitão. Conversamos bastante por whatsapp e decidimos, então, nos encontrar, sempre em um lugar público com bastante gente, regra 1 ou 2, mas uma regra imprescindível. O gato chega um pouquinho atrasado, mas tão bonito e simpático que está perdoado. A primeira coisa que ele fala:

– Ai que bom! Uma mulher igual à foto, você é de verdade.

Arregalei os olhos, não entendi direito, mas dei um sorriso de ponta a ponta ao ver aquele lindinho na minha frente.

Pois é. Todos nós, homens e mulheres, somos carentes de gente normal. Uma companhia legal para conversar, morrer de rir, não falar nada, mas assistir uma maratona de uma série da Netflix juntos, colocar o carro na estrada num sábado sem saber exatamente para onde ir e parar numa praia no litoral norte de São Paulo, descolando uma pousada supergostosa.

Não falo de amores impossíveis, nem paixões arrebatadoras. Falo de viver a vida agora, aos 50, que estamos lindas, inteiras, maduras, sem frescuras, sem amarras ao passado, resolvidas, independentes, cansadas de homens babacas e muito a fim de um cara que seja bacana para curtir este tempo, o que temos de mais valioso agora, o tempo.

A peregrinação por este cara continua.

Dominique

Nasceu em 1964. Ela tem 55 anos, mas em alguns posts terá 50, 56, 48, 45. Sabe porque? Por que Dominique representa toda uma geração de mulheres. Ela existe para dar vida e voz às experiências, alegrias, dores, e desejos de quem até pouco tempo atrás era invisível. Mas NÓS estamos aqui e temos muito o que compartilhar. Acompanhe!

5 Comentários
  1. Olá!
    Sou a Luciana,tenho 46 anos de verdade!!
    Separada a três anos.Procurando alguém para curtir a vida …
    Não quero relacionamento sério ..
    Tenho dois filhos..
    Amo os animais..

  2. Cecilia, boa tarde

    Obrigado pelo seu texto, ajudou-me demais a decidir, definitivamente, não entrar em sites de relacionamento. Estou separado faz uns oito meses e nos meus 55 anos de vida construí um patrimonio que considero de valor incalculável: Minhas amizades, tanto as masculinas quanto femininas e se for sair para conhecer alguém, ter uma conversa inteligente e divertida, num jantarzinho “honesto”, optarei por uma amiga. Aliás, recentemente isso aconteceu e lhe asseguro que foi delicioso, pulamos a parte das apresentações e já usamos este tempo para engatarmos uma conversa leve, sincera e, para mim, com gostinho de quero mais. Adorei o caso do ogro e desejo que em breve relate um onde encontre não um príncipe (pois estes invariavelmente são muito chatos) mas sim um 1º Ministro, por exemplo. Alguém que mescle as formalidades da nobreza com a liberdade dos camponeses. E que sejam felizes para… O tempo que quiserem ser.

  3. “Nunca confie numa mulher que revela a própria idade, porque se ela é capaz disso é capaz de qualquer coisa.” Oscar Wilde
    Adorei a crônica 🙂

  4. Não desista. Com certeza vc vai achar este homem.
    Afinal vc tem um grande diferencial, a sinceridade e isso faz laços fortes e verdadeiros.

  5. -eu tenho uma idade no registro mas a minha verdadeira é 54 sou do signo de escorpião,para as pessoas desse signo relacionamento é coisa séria. Sou uma pessoa que me apaixono fácil,sou uma pessoa que gosto de silêncio as vezes ” saio do meu mundo real e entro no imaginário sou reflexiva,sou muito cuidadosa com as pessoas que vivem ao meu redor..quem ama cuida ”
    Preservo muito minhas amizades sou seletiva,

Comentar

Your email address will not be published.

You may use these HTML tags and attributes: <a href="" title=""> <abbr title=""> <acronym title=""> <b> <blockquote cite=""> <cite> <code> <del datetime=""> <em> <i> <q cite=""> <s> <strike> <strong>

E 4 anos depois… #sqn

História enviada pela Tereza Cristina.

Em maio de 2010 aconteceram duas coisas que mudariam minha vida: eu vendi a minha casa, e seria a primeira vez na vida que eu iria morar sozinha, e acabei um namoro com uma pessoa de quem eu gostava muito.

Fiquei uns três anos sem sair com ninguém, curtindo a minha solidão e, ao mesmo tempo, usufruindo da minha nova vida e da pessoa que me descobri: forte e uma excelente companhia para mim mesma!

Um dia, em novembro de 2013, numa visita à minha nora que fazia brownies e bolos de Natal pra vender, o sócio dela me perguntou:

– Tia, você é tão bonita, por que está sozinha?

Eu pensei – por que eu tô sozinha?, e ri comigo mesma.

Respondi:

– Eu estou sozinha porque não consegui arrumar ninguém que realmente me interesse e porque, depois do meu ultimo relacionamento, eu resolvi que não queria mais ninguém.

Ele me disse:

– Tem um site de relacionamento bárbaro, que acabou de ser lançado, chamado Tinder. Eu estou saindo com uma pessoa muito legal que eu conheci lá.

Eu respondi:

– Ai, meu amor, eu não tô mais com vontade de sair com alguém. Eu já estou ficando velha. Não tenho vontade. E homem só quer mocinha pois uma mulher resolvida como eu assusta os homens. Melhor continuar sozinha.

Ele insistiu comigo:

– Não, tenta. O aplicativo está conectado ao Facebook e você pode ver, de repente, se vocês têm amigos em comum.

Eu pensei – por que não?, e disse:

– Então me coloca lá!

E o Beto me cadastrou no bendito do Tinder.

Apareceram várias pessoas. Nunca vi tantos homens aparecendo na minha vida, respondendo e curtindo o meu perfil.

Até que apareceu uma pessoa que eu fiquei interessada. Um homem charmoso, com idade compatível, mas sem amigos em comum.

Devia ter por volta dos 60 anos, falava várias línguas: italiano, francês, inglês. Aliás, ele é italiano de nascença e eu sempre tive uma queda por italianos.

Uma pessoa muito, muito legal. Nós começamos a nos falar. Até que um dia ele me convidou para jantar fora. Era comecinho de dezembro.

Eu aceitei o convite e fui jantar com ele. Foi muito gostoso. Nós saímos mais algumas vezes. Saímos com amigos dele, com amigos meus. Fui até ao batizado do neto dele.

Um dia ele me perguntou:

– Quer passar o final do ano comigo?

Eu pensei – e agora? Vou ou não vou?

Pedi para pensar um pouquinho. Como eu ia fazer para falar aos meus filhos que eu – uma mulher de 50 e poucos anos – queria passar o réveillon com uma pessoa que eles não conheciam?

É complicado ter filho homem. Filho homem é um pouco mais possessivo, um pouco mais ciumento. Contei que ia passar o Réveillon com uma turma de amigos para eles não fazerem muitas perguntas!

Daí decidi ligar pra duas amigas minhas, daquelas amigas irmãs, que são minhas amigas desde os meus 12 anos e contar toda a história que até aquele momento era segredo. Tinha um certo preconceito de sair com uma pessoa que encontrei num aplicativo de encontros….. acho que uma certa vergonha.

– E ai? O que vocês acham? Vou ou não vou?

Elas aprovaram na hora, me perguntaram o que tinha a perder…

A minha preocupação não era sobre o que eu iria ganhar ou perder. Tinha dúvidas porque eu não o conhecia direito. Tudo bem que ele era um gentleman, um amor. Mas eu estava desabituada, fazia tempo que eu não dormia com ninguém. Como eu ia fazer?

Elas disseram:

– Não, você vai sim!

Decidi que eu ia e disse:

– Então tá bom, se eu vou vocês vão ter de me ajudar porque precisamos de enxoval.

Liguei outra vez pro moço e confirmei que ia acompanha-lo na viagem pra Trancoso.

Ele, supergentil, me pediu pra passar nome completo e documentos pra providenciar as passagens e tudo o mais.

Sai com as minhas amigas pra fazer um enxoval. Roupa pro réveillon, uma roupa pra cada dia, lingeries, camisolas, biquini, saída de praia… levei uma mala que parecia de um mês!

As minhas amigas me deram outras dicas: que era pra eu acordar um pouquinho mais cedo que ele pra pentear o cabelo e passar um blush… que isso era pro moço me ver bonita! Que pra não acordá-lo eu devia dormir com o celular deixo do travesseiro, com um som baixinho de despertador.

Depois de tudo pronto, chegou o dia da viagem.

Chegamos super em cima da hora no aeroporto. Ele viu o horário errado na passagem. O vôo era as 4 horas e nós chegamos lá umas 3h15. O atendente falou que a gente podia embarcar, mas as malas não!

Bom, perdemos o avião. Foi bem desagradável. Então eu pedi pra falar com o gerente da companhia aérea. Eu expliquei que era a nossa primeira viagem juntos, praticamente uma lua de mel, e perguntei o que ele poderia fazer pra ajudar a gente. Imaginem, era dia 29 de dezembro e estava tudo lotado!

Ele foi bacana e nos arranjou um vôo no dia seguinte cedinho. Daí fui pra casa dele, porque ficaria mais fácil para sair cedo pro aeroporto.

Nós saímos para jantar e, na volta, o moço olha pra mim e me diz:

– Já que não aconteceu nada até agora, e a gente já está saindo há um mês, vamos deixar pra acontecer em Trancoso.

Eu pensei que era perfeito. Dormimos de conchinha, foi supergostoso. No dia seguinte acordamos cedo, tomamos café e viajamos. Deu tudo certo. Chegamos em Ilhéus, alugamos o carro, e seguimos pra Trancoso. Ficamos numa pousada maravilhosa!

Fomos pra praia, tomamos drinks, almoçamos.

Então outra novidade. O moço é alérgico ao sol.

Sim, eu ficava tomando sol e ele ficava numa tenda, daquelas tipo balinesa, cheia de almofadas.

No primeiro dia, voltamos da praia e tomamos banho. Enquanto ele descansava um pouco eu li. Nós nos arrumamos, saímos para jantar e bebemos vinho.

Eu estava esperando a grande noite e…

Nada!

Dormimos de conchinha…. e nada!

Nada no primeiro dia, nada no seguindo dia…

Resultado. Eu passei 8 dias em Trancoso, voltei queimada, linda e intacta.

O moço não transou comigo.

A viagem foi deliciosa (tirando este probleminha técnico!), tanto que no avião ele me convidou para passar o carnaval em New York, cidade que adoro!

Ele é uma pessoa ótima, carinhosa, um papo delicioso. Uma companhia agradabilíssima…

Só que é impotente.

Ele nunca comentou comigo e eu nunca perguntei.

Voltei pra São Paulo.

Fiquei extremamente triste, achei que o problema era comigo. Falei com as minhas amigas e descobri que o problema não é só comigo. Tem vários homens que depois dos 60 anos tem problemas. O moço deveria ter algum problema sério, porque alguns tomam viagra, mas ele não!

Resultado: nós voltamos, mas não liguei mais pra ele. No quarto dia, ele me ligou e perguntou se aconteceu algo estranho. Pra ele nós estávamos namorando, estávamos saindo há um mês, tínhamos passado o Natal e o réveillon juntos e ainda tínhamos combinado o carnaval…… Tadinho!!!

Eu respondi que não, e disse que ele também não tinha me ligado. Ele disse que estava ocupado nos negócios. Eu disse que também estava ocupada com os meus netos. Infelizmente não fui muito sutil e ele percebeu a minha decepção.

A gente se fala até hoje, mas nunca mais saímos. Eventualmente nos falamos ao telefone e, as vezes, vejo fotos no Facebook.

Esta é a minha história da virada do ano de 2013 pra 2014. A viagem foi muito gostosa, mas extremamente frustrante.

Dominique

Nasceu em 1964. Ela tem 55 anos, mas em alguns posts terá 50, 56, 48, 45. Sabe porque? Por que Dominique representa toda uma geração de mulheres. Ela existe para dar vida e voz às experiências, alegrias, dores, e desejos de quem até pouco tempo atrás era invisível. Mas NÓS estamos aqui e temos muito o que compartilhar. Acompanhe!

Seja a primeira a comentar

Comentar

Your email address will not be published.

You may use these HTML tags and attributes: <a href="" title=""> <abbr title=""> <acronym title=""> <b> <blockquote cite=""> <cite> <code> <del datetime=""> <em> <i> <q cite=""> <s> <strike> <strong>

Primeiro encontro pós-separação

História enviada pela Cecilia Michelin

Separação é sempre dolorosa, mesmo que a gente não veja a hora que aconteça. É um luto. Tem as fases e concordo, neste caso, que tem que ter. Tem sim que passar pelas fases da negação, revolta, dor, desespero, aceitação para… ufa… chegar na enfim fase que bom que agora passou. Separar não é legal, mas, em alguns casos, é necessário para se reencontrar.  Ninguém casa querendo se separar, eu imagino.

Bem, esta crônica não é para falar sobre isso, mas sobre o primeiro encontro pós-separação.  Passadas as fases que mencionei acima, já refeita, me vi pronta para recomeçar. Mas como é isso agora? 50 anos, faz 24 que eu não namoro com ninguém, não tenho o “primeiro encontro”. Como entender os primeiros sinais, como rola a coisa?  Será que eu sei ainda? É como andar de bicicleta?

Bem, saio com o dito cujo. Bonitão, faz questão de mostrar o carrão, o que me incomoda um pouco, porque eu não curto estas coisas, o exibir, mas vamos lá. Leva-me a um restaurante italiano, ganha um ponto porque prestou atenção na minha conversa anterior, é minha cozinha preferida. Tudo caminhando bem, conversa trivial.

Até que começa o seguinte diálogo surreal, na verdade um monólogo:

– Tenho 58 anos, mas pego mulher de 34. Vc duvida? – declara o dito cujo.

– Nossa, que demais! – Falei zombando do infeliz.

– Bem, é o seguinte, eu quero uma companhia para o social, disse o ser.

– Oi – falo eu, com o garfo entre os dentes, quase deixando o nhoque cair.

– Eu quero uma mulher para me acompanhar nos eventos, jantares, festas, estas ocasiões – vociferou a criatura.

Eu só olhei.

– Não precisa ver todo final de semana – ele continuou.

Eu continuei calada, o que é bem raro para minha pessoa. O cara estava praticamente fazendo um briefing detalhado, quase lendo as cláusulas de um contrato.

– E quero uma mulher limpinha – grunhe o homem de 1.95 cm.

Quase cai da cadeira e respondi:

– Como assim?

– Porque tem muita mulher porca!

Quando eu caí da cadeira e pensei que o mundo tivesse acabado, veio a bomba master:

– Eu me depilo total, porque eu respeito a mulher que estiver comigo. Espero que ela faça o mesmo – declarou o animal.

Silêncio absoluto.

Como o ser humano fala isso na primeira vez que sai com você sem tem a menor liberdade com sua pessoa? Eu nem tinha levado o segundo nhoque a boca ainda! O problema não é a depilação, muito menos ser limpinha, mas são os argumentos e a técnica usada para a conquista! Senhor, me salve!

Esta foi a minha experiência no primeiro encontro pós-separação, 3 anos after, mais para trote de calouro. Fala sério! Estou correndo até agora sem olhar para trás e isso faz 9 meses.

Dominique

Nasceu em 1964. Ela tem 55 anos, mas em alguns posts terá 50, 56, 48, 45. Sabe porque? Por que Dominique representa toda uma geração de mulheres. Ela existe para dar vida e voz às experiências, alegrias, dores, e desejos de quem até pouco tempo atrás era invisível. Mas NÓS estamos aqui e temos muito o que compartilhar. Acompanhe!

5 Comentários
  1. Nossa ri muito agora é ao mesmo tempo me deparei falando com algumas amigas que passam por isso é morrem de medo de se expor …. Amei

  2. Muito legal o relato e tenho certeza que este homem existe, Hoje tudo vem por contrato , falta sensibilidade e educação, sem censura …..falar na mesa de depilação???? É um rôbo , não é humano

  3. Que delícia de pessoa está Cecilia Michelin! Engraçada, sensível, muito inteligente e, pelo que se nota, super em forma, porque pra sair do lodaçal correndo, tem que estar em forma! Adorei!

  4. Ceusss … mais sorte na próxima!… ou então simplesmente usufrua do prato uma ou duas vezes, como geralmente se faz por aí. O que não chega a ser uma idéia péssima e pode ser bem pitoresco…kkkk

Comentar

Your email address will not be published.

You may use these HTML tags and attributes: <a href="" title=""> <abbr title=""> <acronym title=""> <b> <blockquote cite=""> <cite> <code> <del datetime=""> <em> <i> <q cite=""> <s> <strike> <strong>

Celia Aun Gregorin

Dominique - Celia - Gregorin

A delícia de fazer 50 anos é não fazer mais personagens. Você começa a aproveitar mais e a se permitir mais. Algumas exigências deixam de ser tão importante. Você não precisa ser “a mais legal”, “a mais engraçada” ou “a mais inteligente”. É legal ser. Mas eu não deixo de fazer mais nada por causa disso.

Dominique

Nasceu em 1964. Ela tem 55 anos, mas em alguns posts terá 50, 56, 48, 45. Sabe porque? Por que Dominique representa toda uma geração de mulheres. Ela existe para dar vida e voz às experiências, alegrias, dores, e desejos de quem até pouco tempo atrás era invisível. Mas NÓS estamos aqui e temos muito o que compartilhar. Acompanhe!

Seja a primeira a comentar

Comentar

Your email address will not be published.

You may use these HTML tags and attributes: <a href="" title=""> <abbr title=""> <acronym title=""> <b> <blockquote cite=""> <cite> <code> <del datetime=""> <em> <i> <q cite=""> <s> <strike> <strong>

QUER MAIS CONTEÚDO ASSIM?
Receba nossas atualizações por email e leia quando quiser.
  Nós não fazemos spam e você pode se descadastrar quando quiser.
CADASTRO FEITO COM SUCESSO - OBRIGADO E ATÉ LOGO!
QUER MAIS CONTEÚDO ASSIM?
Receba nossas atualizações por email e leia quando quiser.
  Nós não fazemos spam e você pode se descadastrar quando quiser.
CADASTRO FEITO COM SUCESSO - OBRIGADO E ATÉ LOGO!
QUER MAIS CONTEÚDO ASSIM?
Receba nossas atualizações por email e leia quando quiser.
  Nós não fazemos spam e você pode se descadastrar quando quiser.
CADASTRO FEITO COM SUCESSO - OBRIGADO E ATÉ LOGO!
QUER MAIS CONTEÚDO ASSIM?
Receba nossas atualizações por email e leia quando quiser.
  Nós não fazemos spam e você pode se descadastrar quando quiser.