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Método Kominsky- Série diverte e emociona com dupla de atores

Douglas e Arkins excepcionais em Método Kominsky

Premiada no Globo de Ouro 2019 como a melhor série na categoria comédia, Método Kominsky conta com diálogos rápidos, boas pitadas de sarcasmo e humor ácidos. Toda história é centrada na amizade entre Sandy Kominsky, ex-astro de Hollywood, e seu agente Norman. A dupla é brilhantemente interpretada por Michael Douglas, que também foi premiado com a estatueta de melhor ator, e Alan Arkin.

Com apenas oito episódios, nenhum com mais de trinta minutos de duração, a produção conquistou a aprovação da crítica e do público.

Michael Douglas é Sandy Kominsky, um ator que já foi bastante celebrado, mas que agora encontra-se em pleno ostracismo. Passa o dia ensinando o tal “método Kominsky” de atuação em aulas de interpretação, enquanto não é chamado por seu agente Norman (Alan Arkin), para um novo trabalho.

Esse, no entanto, tem seus próprios problemas. Tanto que não aparece no próprio escritório há dois anos. Está lidando com a doença da esposa que vem a falecer no primeiro capítulo. Mas nada de desespero. Essa é uma comédia muitas vezes dramática, outras um pouco amarga, mas que faz rir, sim, da vida, das nossas debilidades e das ironias que o tempo costuma pregar.

Essa é uma comédia muitas vezes dramática, outras um pouco amarga, mas que faz rir, sim, da vida, das nossas debilidades e das ironias que o tempo costuma pregar.

O personagem de Michael Douglas não é um fracassado. Ao contrário. Foi bem na profissão. Seu curso cheio de alunos que o veneram, e ele ensina um método próprio de atuação. A melancolia que pauta a narrativa não advém de situações extremas ou surpreendentes. Ela é gerada por acontecimentos previsíveis na vida de qualquer pessoa. Sandy passa pelas coisas naturais do envelhecimento e esse é o tema central da trama.

A maior qualidade no texto da série é mostrar Sandy e Norman tropicando pelo caminho. Em em seus erros e faltas, tendo um ao outro para seguir em frente.

Não é o que ambos queriam, mas é o que ambos precisam. Por isso, que a série mais que funcionar, entretém com qualidade e toca profundamente.

Danny e Douglas mostram um envelhecer divertido
Método Kominsky reúne uma lista impressionante de participações especiais como Ann-Margaret, Elliot Gould, Danny Devito. Eles aparecem em pequenas cenas, mas que mostram o prestígio da produção.

O elenco central é compacto. Além dos dois, há Mindy (Sarah Baker), filha de Sandy, que administra o curso, e Lisa (Nancy Travis), uma divorciada com quem ele se envolve.

 A Netflix considera a série como comédia, mas o que ela pratica não é qualquer humor. Trata-se daquela graça azeda extraída de situações tristes. Feita muito bem pelos mais refinados roteiristas e atores.

Um dos grandes acertos da série é saber entregar ao espectador, várias possibilidades de risos, além da emoção dentro da história.

 Método Kominsky é assumidamente uma produção saudosista. Feito por e para aqueles que não têm medo de lidar com a velhice – e, por conseqüência, a morte – de braços abertos. E por que temê-la se podemos dar boas risadas dela?

Descrita como uma carta de amor à amizade, por Chuck Lorre seu idealizador, a série é uma ótima opção para quem gosta de séries leves mas repletas de tiradas inteligentes que definitivamente agradam, e muito.

Veja também: Nossas Noites 
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Lazzaro Felice – Italiano, inédito e premiado

Hoje comento o belo e instigante filme, Lazzaro Felice, vencedor do prêmio de Melhor Roteiro no Festival de Cannes deste ano. Já em exibição no Netflix antes mesmo de estrear nos cinemas brasileiros.

Poético e desconcertante, “Lazzaro Felice”é um dos grandes acontecimentos cinematográficos de 2018. Representa a Itália na disputa por uma vaga para Oscar de Melhor Filme Estrangeiro,

O longa-metragem assinado pela italiana Alice Rohrwacher,  retrata as relações de trabalho e poder no mundo contemporâneo, de forma idílica e perturbadora. Esteticamente intrigante, o longa não é apenas um espetáculo para os olhos. É uma verdadeira reflexão sobre o capitalismo, seus desvios e perversidades.

O personagem-título, vivido de forma sublime pelo estreante Adriano Tardiolo, é um garoto pobre e pouco inteligente, mas extremamente bondoso. Explorado pelos familiares, faz trabalhos forçados diariamente. Ainda colabora com a marquesa, proprietária das terras onde vivem, (numa região rural italiana) que também os explora em regime de escravidão como se vivessem na Idade Média. Mas tudo se passa em algum momento dos anos 1990, a julgar pela onipresente dance music dos aparelhos de walkman. No entanto após um acontecimento, Lazzaro retorna à vida no século XXI.

Lazzaro Felice não compreende mais a lógica desse mundo, mas pretende reencontrar sua família e viver como antigamente.

Economizando nas expressões faciais, ele consegue uma performance mais corporal. Entrega-se inteiro para convencer como um sujeito que pode ser confundido com um tolo, guarde em si uma bondade que ninguém pode tirar. E apesar dos dissabores diários, ele ainda consegue sorrir e ser otimista.

Lazzaro gosta de deixar as pessoas felizes. Mesmo que isso não lhe traga qualquer benefício, a não ser ver um sorriso estampado no rosto delas. Por Isso faz que as pessoas o explorem. Ai temos uma batalha velada da maldade humana contra a bondade da alma de Lazzaro e isso é muito bem representado aqui.

Lazzaro com sua ingenuidade e servidão, é o fio condutor de um registro das mudanças sociais e econômicas de uma Itália em permanente convulsão.

Um filme de arte, construído com cuidado, com atuações acima da média, e que traz uma profunda reflexão. Quando não às lágrimas, mas que, ao fim deixa a nossa alma leve.

Trailer de Lazzaro Felice

Veja Também : O Universo Conspira

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Filme Roma – Obra prima rara de Alfonso Cuáron

 

 

Roma, filme da Netflix dirigido pelo mexicano Alfonso Cuarón, pode marcar uma nova era na relação da plataforma de streaming com suas produções de cinema.

Impedido de disputar o Festival de Cannes de 2018, diante da exigência da organização de estrear primeiro nos cinemas e só depois na Netflix, Roma foi apresentado meses depois no Festival de Veneza. Aí ganhou o Leão de Ouro como melhor filme, aclamado pela crítica e considerado por muitos uma obra prima.

 

O longa deve ser indicado ao Oscar de Melhor Filme. Sem dúvida é o grande favorito ao prêmio de Melhor Filme em língua Estrangeira.
Roma é uma obra semi-biográfica baseada na infância de Cuarón. Ele cresceu no bairro que dá nome ao filme na capital mexicana e narra a trajetória da babá Cleo, a estreante (Yalitza Aparício), empregada de uma família de classe média na Cidade do México, durante um ano, entre 1970 e 1971. Ela é uma versão romanceada e ficcional de Libo, mulher que trabalhou na casa de Cuarón durante a infância do diretor e a quem o filme é dedicado nos créditos finais. Nesse período de um ano, muitos acontecimentos irão abalar a vida desse núcleo familiar, desde a gravidez de Cleo à separação de seus patrões.

Muito mais que homenagear alguém importante em sua vida, Cuarón retrata, e ao final eleva a força e a capacidade resiliente das mulheres que tem suas vidas deformadas pelo abandono masculino, e isso inclui a personagem Marina de Tavira, a matriarca da família.

Roma é um filme sobre laços. Uma longa memória de infância.
Roma também se destaca como uma obra de época, que retrata um México sob o fervor do ativismo de 1968 e da influência de uma nova cultura popular.
É curioso notar que o diretor construiu uma obra essencialmente intimista. Mas o foco está no desenvolvimento dos personagens e no retrato fiel da sociedade mexicana.

Mas em alguns momentos somos jogados em situações catástrofes ambientais e sociais absolutamente inesperadas. Com isso, o filme se torna quase sempre imprevisível e instigante.

Dirigido, escrito, produzido, fotografado e montado por Cuarón, o filme está abarrotado de cenas exuberantes, todas bem musicalizadas e fotografadas.

Rodado em preto e branco, o longa exala um virtuosismo técnico quase que a todo instante. A fotografia em preto e branco não é apenas um requinte visual majestoso. Ela reforça a intenção do diretor em apresentar a vida humana tal como ela é: monótona, quase sempre sem grandes reviravoltas. E marcada por decepções, abandonos, angústias, choro e, claro, esporádicos momentos de alegria.

E isso não é ser pessimista, mas reforçar uma realidade presente na vida de classe média baixa ou inferior.

Inteligente, sensível, envolvente, e acima de tudo, instigante. Uma obra de grande força para arrebatar a temporada de premiações que se apresenta. Roma é um filme que vai ficar em sua cabeça por muito tempo.

Aqui fica a dica!
Depois conta se você gostou.

Trailer:

 

Veja também :

Diário de uma Camareira

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Novidade na Netflix – A Sociedade Literária e a Torta de Casca de Batata!

Banner_A SOCIEDADE LITERÁRIA E A TORTA DE CASCA DE BATATASim, o título é esse mesmo, A Sociedade Literária e a Torta de Casca de Batata, filme baseado em uma obra literária bastante conceituada do mesmo nome, escrito por Annie Barrows e Mary Ann Shaffer.

O título é bem instigante por ser tão diferente, mas assim como no livro, traz uma trama fluida e bem dosada, um drama muito bem construído.

Londres 1946, a história gira em torno de Juliet Ashton (vivida por Lily James), uma jovem escritora que goza do auge de sua carreira em meio a palestras e eventos para promover sua mais recente obra.

Tentando cumprir sua apertada agenda, Juliet recebe uma carta de um desconhecido. Esse desconhecido é um fazendeiro que se apresenta como Dawsey Adams (Michiel Huisman), que começa a se corresponder por cartas com a protagonista.

Juliet se encanta com a história de Dawsey e do grupo de literatura que se formou durante a Segunda Guerra Mundial, a tal Sociedade Literária e a Torta de Casca de Batata, e resolve visitar a Ilha de Guernsey, localizada no Canal da Mancha, entre a Inglaterra e França.

A Ilha de Guernsey foi invadida por alemães na segunda guerra e o filme ajuda a ilustrar os impactos que a invasão nazista causou à população.

Ao chegar à Ilha, Juliet conhece o grupo de amigos que compõe a Sociedade Literária e a trama começa a ser desenhada.

O principal é o drama que envolve o grupo de moradores e amigos em Guernsey.

O longa conta com um clima leve, longe de qualquer relação direta com tradicionais histórias da segunda guerra.

Interna_A SOCIEDADE LITERÁRIA E A TORTA DE CASCA DE BATATAA Sociedade Literária e a Torta de Casca de Batata possui um texto mais moderno que, como toda boa obra, sabe misturar história de amor épico com outras temáticas mais profundas e complexas.

A direção do competente Mike Newel consegue levar drama, comédia, romance e literatura com resultado muito agradável.

A ambientação do longa, somada com a trilha sonora e fotografia, também ajuda a dar o tom.

Uma história que cativa pela sensibilidade e emoção.

O ponto-chave para esse resultado de sucesso reside na aposta do diretor pela simplicidade e delicadeza da história, e também nas boas atuações entregues por parte do elenco.

O filme carrega de forma inteligente o impacto causado pela guerra, que é superinteressante, mas o que chama a atenção é o destaque da atitude de Juliet que reforça a retomada do poder de decisão da mulher sobre sua própria vida.

A Sociedade Literária e a Torta de Casca de Batata não é só um drama/romance com tema de segunda guerra, mas traz também um ar feminista superpositivo, em uma época de transição e de quebra de paradigmas que foi o pós-guerra e que cabe ainda nos dias de hoje.

É um filme perfeito para aqueles que desejam se conectar com o poder da leitura e voltar a acreditar no amor ao próximo, uma vida simples, sem pré-julgamentos e na beleza de encontrar, em meio a um grupo, o seu lugar no mundo.

Sem dúvida, um filme belo e um ótimo entretenimento.

Aqui fica a dica!

Bom programa!

Trailer:

 

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Adeus, Minha Rainha – Os últimos dias de Versalhes na Netflix

Os Sabores do Palácio – Um delicioso filme na Netflix

 

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O Vazio do Domingo – Drama de reconciliação e redenção na Netflix

Banner_O Vazio do DomingoEntre os títulos originais Netflix, O Vazio do Domingo, que comento hoje, é um filme denso, dramático, instigante e desafiador.

Mais de trinta anos depois de abandonar sua família, Anabel (Susi Sánchez) recebe uma visita inesperada de sua filha Chiara (Barbara Lennie). Ela cede a seu desejo de passar dez dias em uma vila remota entre Espanha e França.

Sob a refinada direção do catalão Ramón Salazar, O Vazio do Domingo aborda o vínculo entre mãe e filha, o reencontro após décadas de separação, tudo retratado sem obviedade. Seja pelo apelo emocional embasado na crença de um elo de sangue falar mais alto, seja em uma investida na raiva guardada durante tanto tempo e o desenrolar, portanto, de um grande drama de reconciliação.

O diretor deixa claro que ser mãe e filha é questão de conexão emocional e que esta é construída e não determinada.

Interna_O Vazio do DomingoEm momento algum O Vazio do Domingo dá respostas fáceis, muito pelo contrário, o diretor se mostra audacioso quando alimenta o clima de mistério, quando esconde de nós os segredos que estão por trás das complexas personagens. Realça de forma espontânea o texto enquanto uma relação marcada pelo peso da culpa, pela dor e pela esperança de redenção é construída.

Não sabemos as circunstâncias em que o abandono aconteceu e isso é um dos combustíveis para o filme se tornar tão reflexivo.

O retrato, que foge de romantizações acerca da figura da mãe – amável, imaculada, presente – é um acerto, e a história compreende abordar muito além da maternidade.

Salazar esbanja delicadeza ao realmente estreitar a relação entre mãe e filha, delicadeza encontrada nas poderosas atuações da dupla de protagonistas.

Direção fotográfica impecável, com enquadramentos dignos de se tornarem quadros emoldurados. Não se deixe enganar pelo ritmo vagaroso do filme, pois sua real narrativa é feita pelas imagens, gestos, luz e cortes.

Com DNA feminino envolvendo o abandono materno, O Vazio de Domingo se revela um drama intimista que aposta nos ciclos que se fecham e que trabalha as lacunas que infelizmente são impostas pelo afastamento.

Um filme inquietante capaz de julgar e compreender, de agredir e se compader.

O desfecho é arrebatador!!!

Aqui fica a dica.

Não perca!

Trailer:

 

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