Tag: Cinema

Monsieur e Madame Adelman: história de amor do início ao fim

Dominique - Madame

Hoje não posso deixar de comentar um filme que achei imperdível!

Contagiante, divertido, emocionante, irônico e muito sensual o filme Monsieur & Madame Adelman é uma mistura de drama e comédia que retrata a vida de um casal, de início, improvável, mas que viria a permanecer junto por mais de quatro décadas.

A história é contada em capítulos, a trama gira em torno do ofício do escritor Victor (Nicolas Bedos) e, ao mesmo tempo, é estruturada a partir da forma como Sarah (Doria Tillier) narra as partes cruciais de seu relacionamento com o marido para um jornalista que escreve uma biografia sobre ele.

Pelo olhar dela, o espectador irá acompanhar a jornada do casal por esperanças, desilusões, alegrias, tristezas, crises existenciais, infidelidades e velhice.

Tudo contado com sensibilidade e requinte, de maneira que o espectador se reconheça em várias situações.

O longa percorre décadas de um relacionamento sem deixar de mostrar todo o contexto de um planeta que viveu muitas modificações ao longo do tempo, assim como essa linda história de amor.

Os relatos de madame Adelman desvendam uma história de amor real, bem longe dos contos de fadas, em que é preciso lidar com egos, insegurança e temores costumeiros no convívio entre gêneros distintos.

Um dos aspectos mais fascinantes do longa é justamente o fundo psicológico e sociológico acerca de ambos os gêneros, trazido com extrema habilidade pelo roteiro escrito pela própria dupla de protagonistas.

Carismáticos e envolventes, eles conseguem sempre prender a atenção a partir de situações inusitadas e triviais, alternando momentos de bom humor e de briga intensa, como é a própria vida.

Essa saga de romance moderno, (com boas pitadas feministas), começa na década de 70, quando Sarah conhece Victor em uma boate decadente de Paris e se apaixona perdidamente.

Esse é o período que concentra a maior parte da ação, com os primeiros e, aparentemente, os mais felizes, anos de história do casal.

A atmosfera setentista, com sua iconografia escancarada nos objetos de cena, figurinos e penteados, é registrada por Bedos através de uma câmera em constante movimento.

As viradas de cena são abruptas e chocantes, fazendo com que o espectador fique aguardando o próximo passo desses inesquecíveis personagens.

O roteiro é excelente com diálogos precisos, mas o filme não se resume a isso.

Monsieur e Madame Adelman conta também com uma atuação de extrema competência, uma fotografia belíssima, com funções narrativas bem claras e sem formalismo desnecessário, direção clássica e extremamente bem executada, uma fantástica trilha sonora que dá o clima e está sempre conectada ao momento do filme, e uma maquiagem incrível que impressiona.

Esse belo trabalho é um dos filmes inesquecíveis que você verá nos cinemas nesse ano de 2017.

Vale a pena conferir.

Não perca!
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Estrelas Além do Tempo: os bastidores do homem na Lua

Dominique - Estelas

Essa semana vamos comemorar os 48 anos que o homem pisou na Lua? Então, nada melhor do que falar do filme Estrelas Além do Tempo!

Longa metragem de Theodore Melfi, baseado em história real, aborda a jornada de três afro-americanas que quebraram todas as barreiras no auge da segregação racial nos EUA e tornaram-se mentes brilhantes da NASA.

Trata-se de um tema sério, mas que não se resolve de maneira pesada, até porque conta uma história de triunfo e valor humano.

Funcionárias de um departamento pouco prestigiado na agência, as três amigas convivem com os dissabores de serem negras nos anos 60, ou seja, enfrentam preconceito, falta de reconhecimento, baixos salários e até banheiros diferenciados das mulheres brancas.

A capacidade intelectual do trio, porém, transcende qualquer obstáculo de gênero e raça e elas acabam assumindo importantes funções da organização no contexto de Guerra Fria, onde os EUA e a União Soviética disputavam a soberania na corrida espacial.

Apesar de nada sutil, o longa se beneficia da determinação inspiradora dessas três mulheres, no fim das contas, um filme de época, mas, ao mesmo tempo, extremamente atual.

Correto e tecnicamente bem feito o filme cumpre sua função de revelar a história dessas figuras escondidas do Título Original (Hidden Figures).

A trilha sonora deliciosamente alegre.
Composta pelo trio formado por Hans Zimmer, Pharrell Williams e Benjamim Wallfisch, busca sempre valorizar o tom edificante que há por trás da história central.

Haraji P. Henson segura bem o posto de protagonista. A cantora Janelle Monáe consegue destaque em sua estreia como atriz. Já Octavia Spencer, a mais experiente, reprisa o mesmo perfil de várias outras atuações.

O longa conta com um roteiro que consegue prender o público.

Pela simpatia das personagens e por suas pequenas vitórias, conquistadas mediante a um cenário social racista, é impossível o público não se emocionar ou torcer para que essas mulheres sejam reconhecidas pelo seu trabalho.

Estrelas Além do Tempo é um filme de discurso e desenho conhecidos, mas construtivo e necessário. Revisita com otimismo o passado segregacionista dos EUA.

Para vocês Dominiques que ainda não assistiram Estrelas Além do Tempo essa é uma ótima oportunidade para vê-lo e revê-lo.

Bom filme!

[fve]https://www.youtube.com/watch?v=9DROiMJfaLA[/fve]

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Frantz: drama pós guerra mostra preconceitos em um filme emocionante

Indicado ao César 2017, o “Oscar Francês” (nas categorias de Melhor Filme, Diretor, Atriz Estreante, Roteiro Adaptado, Trilha Sonora Original, Som, Montagem, Fotografia e Figurino).

Ozon opta por uma narrativa clássica (ao contrário dos outros filmes) com uma certa dose de tensão e suspense o que torna o longa extremamente interessante.

Ambientado em uma pequena cidade alemã após a Primeira Guerra Mundial, Frantz narra inicialmente o luto de Anna (Paula Beer) pela perda de seu noivo, morto em uma batalha na França.

Um dia ao levar flores ao túmulo de seu amado, Anna percebe a presença de um jovem francês, Adrien Rivoire (Pierre Niney), soldado que se apresenta como amigo de Frantz durante o período em que esteve em Paris. No entanto, qual seria a real natureza do relacionamento entre Frantz e Adrien?

A presença do jovem soldado, logo após a derrota alemã causa desconforto e perturbação na cidade.

Ozon mostra o ódio latente entre as nações naquele período. Adrien é rechaçado na cidade por ser francês.

O roteiro é muito bem construído, com diálogos magníficos e poéticos.
O uso do preto e branco predominante no longa retrata a realidade, e a fantasia retratada pela cor, dá um ar diferenciado e único para a história contada, que ganha ainda mais força nas atuações poderosíssimas dos atores.

Os jovens estreantes Paula Beer (Anna) e Pierre Niney (Adrien) se destacam pela atuação grandiosa, e admirável habilidade de demonstrar sentimentos intensos e fortes sem o uso das palavras, desenvolvendo personagens com conflitos pesados, que carregam a culpa, a mentira, o arrependimento, a tristeza, mas ainda assim capazes de atitudes de carinho e bondade genuínos.

Ozon constrói sua trama com uma estética visual impecável que recria a época, primordial para a imersão do público.

Impecáveis também a direção de arte, design de produção e figurino.
Frantz é uma obra incisiva que fala sobre a culpa e a omissão da verdade .

Um belo filme que não à toa ganhou notoriedade entrando para a lista dos melhores filmes do ano.

Aqui fica minha dica.
Não percam!
Bom programa!!!
[fve]https://www.youtube.com/watch?v=xNKWz-6GKXI&feature=youtu.be[/fve]

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Reset – o novo balé da Ópera de Paris

Dominique - ResetPara as Dominiques aficionadas e amantes do balé, o excelente e mais recente documentário sobre o Balé da Ópera de Paris é minha dica de hoje.

O documentário retrata o renomado coreógrafo e bailarino Benjamin Millepied (mais conhecido pelas esplêndidas coreografias do filme Cisne Negro) e como ele tenta renovar o Paris Opèra Ballet com estilo e dinâmica repaginada em sua posição como diretor. O foco é o processo criativo dos ensaios do espetáculo Reset, coreografados por ele.

É preciso dizer que grande parte da graça desse filme é o carisma de Millepied, que faz uma conexão direta com o espectador. O charme criativo inteligente dele cativa a todos. O documentário acompanha os 39 dias que antecedem a estreia de sua primeira produção para a Companhia.

Durante as quase duas horas de filme acompanhamos todos os estágios do processo criativo, desde o recebimento da composição de Nico Muhly até a escolha dos bailarinos, cenário e figurino que resultou em um espetáculo de 33 minutos ovacionado pelo público.

Millepied traz mais dança contemporânea para o balé clássico, quebra as hierarquias entre professor e alunos e o preconceito colocando uma bailarina negra como a principal. Dinâmico e atento a tudo que acontece ao seu redor, sempre exibindo um sorriso sincero, deixa claro que o prazer deve sempre fazer parte de sua criação artística.

O documentário dirigido por Thierry Demaizière e Alban Teurlai mostra os geniais movimentos da câmera e a bela fotografia com lindas imagens das salas, camarins e interiores da Companhia, dos ensaios, dos movimentos e dos incríveis corpos dos bailarinos.

Apesar de um pouco longo, o filme é impecável e contagiante, transmitindo a paixão pela dança. Reset é belo, imersivo, repleto de movimento.

Para as mais ou menos aficionadas em dança, o filme tem um potencial enorme de agradar.
Dominiques não percam! Vale a pena conferir!
Assistam, divirtam-se e saiam com vontade de dançar!!!

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Z – A Cidade Perdida, uma aventura real e humana

Dominiques, hoje a minha dica vai para o exuberante Z – A Cidade Perdida, um filme de aventura, mas nada a ver com uma nova versão dos filmes do Indiana Jones.
Baseado no best-seller de não-ficção de David Grann, o longa conta com poucas cenas de ação.
A proposta é reproduzir as sensações de filme de aventura de décadas atrás.
A história remete aos grandes clássicos do gênero.

A produção gira em torno do explorador Percy Fawcett (Charlie Hunnam), que no início do século XX fez expedições para a Amazônia com Henry Costin (Robert Pattinson) e com seu filho Jack Fawcett (Tom Holland).
Ele queria provar a todos a existência de uma civilização perdida entre a Bolívia e o Brasil, onde hoje é o Acre.
No caminho, enfrentou a fúria dos índios e, depois de uma série de viagens ao local, desapareceu.

O diretor James Gray dá à aventura amazônica do coronel Fawcett um tom intimista e metafísico.
Na verdade, Z retrata a busca da cidade perdida como um caso de obsessão.
Fawcett é visto como alguém que precisa “resgatar o seu nome” e construir um prestígio a ser legado às próximas gerações.
Destemido, implacável e ambicioso, Fawcett não vê limites diante de si.

Esteticamente, o longa é quase uma obra-prima.
Gray deu um certeiro longo espaço à fotografia grandiosa de Darius Khondji, que fez um trabalho brilhante de captação das cores e luzes da selva.
O longa conta com efeitos especiais e tratamento de imagens prodigiosos.
Sem dúvida, um deleite para os fãs das modernidades visuais da sétima arte.

Os atores brilham em suas atuações.
O carisma de Hunnam (Fawcett) é inegável.
Quem se dá bem igualmente é Pattinson, irreconhecível atrás da pesada barba de Costin, o fiel escudeiro.
Sienna Miller abrilhanta o elenco no papel de Nina, a fiel esposa de Fawcett, que nunca deixou de honrar, além de carregar o peso do mundo sem ser reconhecida por isso.

Z traz de volta valores primordiais para o homem, perdidos há muito tempo, e levanta questões como o feminismo e o lugar da mulher por meio de fervorosos diálogos entre o protagonista e a esposa Nina, mostrando acima de tudo que tais dilemas não são novidade.

A direção de Gray é luxuosa sem ser chamativa. Z – A Cidade Perdida flui de forma eficaz, garantido o apreço dos aficionados pela história e amantes nostálgicos de uma era mais calma para o cinema.
Dominiques bom programa!!!

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