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O Guardião Invisível – Suspense psicológico imperdível

O Guardião Invisível – Complexo e envolvente suspense psicológico, disponível no Netflix

Baseado na obra homônima da escritora Dolores Redondo, O Guardião Invisível, disponível no catálogo da Netflix, é um drama com envolventes momentos de suspense.

Embora tenha poucas cenas de ação, como as que estamos acostumados nos filmes de Hollywood, o longa traz sua dose de emoções, mas, acima de tudo, tem a trama enriquecida por toques de misticismos e sobrenatural, sem nunca resvalar no lugar comum. O fato da narrativa se passar na Espanha é interessante pois abordam a cultura local e a mitologia basca.

O Guardião Invisível é um thriller que se passa em Navarra, norte da Espanha, povoado de Elizondo.

Um caso estarrecedor está assustando o pequeno lugar: duas meninas foram assassinadas e seus corpos jogados ao lado do Rio Baztán.

A protagonista é Amaia Salazar, uma policial, oriunda de Elizondo, que vive em Pamplona, e estudou criminologia no FBI.

A maneira como as jovens foram mortas e seus corpos apareceram segue um padrão. As jovens foram enforcadas com uma corda fina e branca, estão nuas, os pelos pubianos raspados, e sobre a pélvis há um doce típico da região.As jovens assassinadas são julgadas, ora pelas amigas, ora pelos vizinhos. A imprensa nomeia o serial Killer de Bazajaun – um deus protetor da floresta na mitologia basca.

Concomitante a tudo isso, Amaia Salazar é uma pessoa traumatizada por problemas na infância e sua condição piora, quando ela retorna ao povoado.

Enquanto isso o serial killer segue fazendo mais vítimas. A princípio ninguém entende o que o motiva, visto que as meninas não foram abusadas sexualmente. Mas tudo conspira para impedir Amaia de chegar ao verdadeiro assassino.

Ao longo de 130 minutos de filme percebemos a tentativa de apresentar todos os detalhes sobre os personagens que aparecem ao longo da trama. A protagonista é a mais misteriosa, esconde por um tempão sua gravidez do marido, tem uma relação bastante distante e azeda com uma de suas irmãs, além do conflito irreparável com sua problemática mãe que a odeia. Aos poucos, algumas peças desse tabuleiro misterioso vão se mostrando, e o público precisa prestar muita atenção, pois, é muita informação a cada seqüência. 

Os dramas de Amaia acabam se tornando muito mais interessantes do que o próprio mistério.

O longa conta com excelentes atuações, principalmente de sua protagonista, vivida pela esplêndida atriz espanhola Marta Etura.

A direção de Fernando González Molina é o maior acerto por ser capaz de pegar um roteiro complicado e explorar o bastante para resultar em um filme acima da média.

A fotografia é linda, a chuva e os tons de verde escuro conferem frieza e tristeza, sentimentos importantes na narrativa.

Aqui fica a dica para quem gosta de um bom e inusitado thriller.

Trailer:

https://www.youtube.com/watch?v=z4JO4kJmb34&feature=youtu.be

 

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7 Comentários
  1. Gostei, adoro filme espanhol fora do clichê norteamericano. Roteiro baseado na literatura, ótimas atuações, tem drama psicológico,mistério além d bela fotografia. Valeu, vou ver os outros da trilogia.

  2. Gostei, adoro filme espanhol. Fora do clichê de filme americano. Com drama psicológico, bela fotografia, roteiro envolvente adaptado da iteratura de qualidade. Vale a pena , vou ver todos da trilogia.

  3. O filme tem uma bela fotografia, um mistério envolvente, mas um desfecho fraco. Vale, se não tiver outra opção.

    1. Laura Moro disse:
      Seu comentário está aguardando moderação. Esta é uma pré-visualização, seu comentário ficará visível assim que for aprovado.
      Amei a trilogia….envolvente…ficou com jeito que poderia ter uma continuação!!
  4. Acabei de ver o filme, um desperdício de tempo, fraco com vários erros de sequência. Não percam o seu tempo.

  5. Amei o filme. Assisti o segundo que é o ´´Legado Dos Ossos´´ muito interessante e a história faz com que voce entre na história e se envolva.

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Perfeitos Desconhecidos – A verdade através dos celulares na Netflix

Banner_Perfeitos DesconhecidosPerfeitos Desconhecidos, último trabalho do diretor espanhol Álex de la Iglesia, acaba de ser adicionado ao catálogo da Netflix.

O longa é um remake da comédia dramática italiana “Perfetti Sconosciuti, sucesso de crítica, público e euros arrecadados.

A versão espanhola também estreou nos cinemas de seu país de origem com grande êxito. Mesmo assim, este não deixa de ser um filme polêmico. Apesar de manter a sinopse original, o espanhol não deixou de revestir a obra com seu próprio tom de comédia.

Apesar de ter um começo lento, seu desenvolvimento é muito agradável. Mesmo que não se reconheça em algum personagem, você simpatizará com as opiniões dos temas discutidos, como monogamia, opção sexual e preconceito.

Numa noite de eclipse lunar, onde as ruas de Madrid parecem estar uma loucura, o casal Alfonso e Eva está nos preparativos para um jantar que será realizado em sua bela casa.

O que consistiria em apenas mais uma reunião entre amigos, como tantas outras antes desta, toma um rumo inesperado, quando no meio da conversa, surge uma ideia: “Porque não fazer algo diferente? Vamos jogar um jogo”. Todos os convidados deveriam deixar seus celulares destravados em cima da mesa, ao alcance de todos. Chamadas, Whatsapps, notificações no Instagram e Facebook, a vida compartilhada por um instante com todo mundo.

Seria um jogo inocente ou uma proposta perigosa?

Interna_Perfeitos DesconhecidosDurante quase duas horas, o diretor constrói uma atmosfera simultaneamente cômica e tensa. Risos provocados geralmente são risos de nervoso e a tensão fica a cargo, quase sempre, de situações absurdas e disparatadas.

O público fica curioso para saber qual será o próximo telefone a tocar, quem será o próximo amigo exposto e o que ele esconde de todos os outros. Como se dão essas relações tão socialmente mascaradas e forjadas é o grande fio condutor da trama.

Outro dos grandes méritos do trabalho do diretor – e que aqui se faz presente – é a habilidade em conseguir desenvolver toda a narrativa num único espaço cênico sem que a linguagem do filme flerte com o teatral.

Muito do projeto se deve à escolha de um elenco afiado que sabe trabalhar com uma trama calcada nas palavras.

A comédia de humor dramático também trata como lidamos com as redes sociais, a relação de dependência e ansiedade com o celular.

Polêmicas e gostos à parte, é inegável que a cada novo filme o trabalho autoral de Álex de la Iglesia se evidencia.

Essa produção espanhola surpreende e é uma ótima pedida para relaxar nesse fim de semana. Um filme divertido que te prende do começo ao fim.

Trailer:

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O Vazio do Domingo – Drama de reconciliação e redenção na Netflix

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O Vazio do Domingo – Drama de reconciliação e redenção na Netflix

Banner_O Vazio do DomingoEntre os títulos originais Netflix, O Vazio do Domingo, que comento hoje, é um filme denso, dramático, instigante e desafiador.

Mais de trinta anos depois de abandonar sua família, Anabel (Susi Sánchez) recebe uma visita inesperada de sua filha Chiara (Barbara Lennie). Ela cede a seu desejo de passar dez dias em uma vila remota entre Espanha e França.

Sob a refinada direção do catalão Ramón Salazar, O Vazio do Domingo aborda o vínculo entre mãe e filha, o reencontro após décadas de separação, tudo retratado sem obviedade. Seja pelo apelo emocional embasado na crença de um elo de sangue falar mais alto, seja em uma investida na raiva guardada durante tanto tempo e o desenrolar, portanto, de um grande drama de reconciliação.

O diretor deixa claro que ser mãe e filha é questão de conexão emocional e que esta é construída e não determinada.

Interna_O Vazio do DomingoEm momento algum O Vazio do Domingo dá respostas fáceis, muito pelo contrário, o diretor se mostra audacioso quando alimenta o clima de mistério, quando esconde de nós os segredos que estão por trás das complexas personagens. Realça de forma espontânea o texto enquanto uma relação marcada pelo peso da culpa, pela dor e pela esperança de redenção é construída.

Não sabemos as circunstâncias em que o abandono aconteceu e isso é um dos combustíveis para o filme se tornar tão reflexivo.

O retrato, que foge de romantizações acerca da figura da mãe – amável, imaculada, presente – é um acerto, e a história compreende abordar muito além da maternidade.

Salazar esbanja delicadeza ao realmente estreitar a relação entre mãe e filha, delicadeza encontrada nas poderosas atuações da dupla de protagonistas.

Direção fotográfica impecável, com enquadramentos dignos de se tornarem quadros emoldurados. Não se deixe enganar pelo ritmo vagaroso do filme, pois sua real narrativa é feita pelas imagens, gestos, luz e cortes.

Com DNA feminino envolvendo o abandono materno, O Vazio de Domingo se revela um drama intimista que aposta nos ciclos que se fecham e que trabalha as lacunas que infelizmente são impostas pelo afastamento.

Um filme inquietante capaz de julgar e compreender, de agredir e se compader.

O desfecho é arrebatador!!!

Aqui fica a dica.

Não perca!

Trailer:

https://youtu.be/TsGGP3tyls0

 

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Moderna e atual, lutas feministas inspiram a série – As Telefonistas

Dominique - As Telefonistas
Hoje comento a 1ª temporada da primeira série espanhola original do Netflix, As Telefonistas, que é simplesmente ótima!

A série, formada por oito episódios de no máximo 1 hora cada um, trata-se de uma trama que se passa em 1920/1930. Relata a vida de quatro mulheres que vem de diversas partes da Espanha para trabalhar como operadoras de telefonia em uma empresa, em Madri, que vai revolucionar o mundo das telecomunicações.

No único lugar que representa progresso e modernidade para as mulheres da época, elas aprendem a lidar com inveja e traição, enquanto embarcam em uma jornada em busca de sucesso. Juntas, lutam por liberdade e independência.

Como em todas as séries dramáticas, cada uma delas tem também uma história pessoal. Alba tem um passado comprometedor e sombrio. Leva uma vida fora dos padrões esperados para uma mulher de sua época e é conhecida pelo nome falso de Lídia; Carlota, filha rebelde de um militar, de classe alta, busca se libertar da família controladora e tem seus próprios desejos e afeições bissexuais; Ángeles, mãe trabalhadora cujo marido desaprova seu trabalho e a maltrata sem piedade; Marga é a menina que veio do interior, cresceu na zona rural sob as asas da avó, começa a perder o medo de agir por conta própria e se deixa apaixonar; Sara, a supervisora das telefonistas, misteriosa, apaixona-se por Carlota e se envolve com o namorado dela também, formando assim um triângulo amoroso.

As telefonistas, são mais que colegas de trabalho, são amigas no sentido mais puro. Elas se apoiam, brigam, se desculpam, fazem as pazes e reforçam o quanto é importante que as mulheres pratiquem a empatia entre si. Considerando que cada uma é diferente da outra, mas igualmente únicas.

Dominique - As Telefonistas

Apesar de se passar nos anos 1920/1930, o seriado tem muitos pontos em comum com a atualidade.

Na trama, temas como a violência doméstica e relações entre o mesmo sexo são abordados. Como também machismo, amizade e sororidade.

O desenrolar dos fatos é rápido e chega até a ser difícil acompanhar alguns diálogos.

No decorrer dos episódios há uma tomada de consciência generalizada. Como a que aconteceu com Ángeles, a experiente, mas ingênua telefonista que aos poucos percebe que vive um relacionamento abusivo. Ela fica pró-ativa para reduzir os danos já que ainda não encontra meios para resolver plenamente.

É impossível não sofrer com cada personagem, com seus problemas e felicidades tão antigos e tão atuais ao mesmo tempo.

A série possui uma estética única e bela, em meio a ornamentos, caracterizações e figurino, tudo muito caprichado. Apesar de retratar uma época mais antiga, a fotografia é moderna, com tons fortes, contrastantes, vibrantes.

A trilha sonora é um capítulo à parte, contemporânea e totalmente sedutora, faz jus às ideias mais progressistas da série. As músicas, na sua grande maioria, são atuais e vamos até ouvir alguns sons eletrônicos.

As Telefonistas é uma escolha acertada que vai te surpreender e você vai amar. É uma série feminina e feminista na medida certa!

Logo mais, comentarei a 2ª temporada, já disponível também.

As Telefonistas é uma ótima opção para quem quer curtir o Carnaval em casa. Me diz depois o que achou!

[fve]https://youtu.be/vtJ72tZ9H6A[/fve]

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Um Contratempo: um suspense como há muito tempo não se via

Dominique - Contratempo
Escolhi um filme espetacular, disponível na Netflix, dirigido pelo espanhol Oriol Paulo, Um Contratempo. O longa é um suspense de arrepiar. A cada ato entrega mais peças para o quebra-cabeça que nos leva a uma jornada incrível até descobrirmos todas as verdades no meio de tantas mentiras.

O longa conta a história do jovem Adrian Doria, premiado recentemente como o “empresário do ano”. Doria desfruta do sucesso e do dinheiro ao lado de sua esposa e sua filha. Tudo para lá de perfeito até que sua vida vira de ponta-cabeça quando ele acorda em um quarto de hotel com um ferimento na cabeça e encontra sua ex-amante – a fotógrafa Laura Vidal (Bárbara Lennie) – assassinada no banheiro, coberta de notas de euro.

Para piorar sua situação, nenhuma testemunha viu ninguém sair pela porta do quarto (que, aliás, encontrava-se trancada por dentro com a corrente de segurança) e as janelas do hotel não poderiam ser abertas por dentro. Ou seja, não havia nenhuma maneira de outro suspeito sair de lá sem deixar vestígios.

Com todas as suspeitas apontando para ele, Doria – que alega ser vítima de uma armadilha – recorre à melhor advogada de defesa da Espanha, Virgínia Goodman (Ana Wagener), para que eles possam encontrar o verdadeiro culpado. Embora a história pareça estar centrada em Adrian Doria, todos os demais personagens do longa tem sua importância na trama e são muito bem desenvolvidos pelo diretor.

O diretor opta por uma estética “noir” e uma climatização de suspense, por exemplo, pela trilha sonora instrumental. Nesse sentido, o prólogo é eloquente mesmo sem falas, transmitindo tensão graças à interpretação de Ana Wagener e à direção de Oriol.

A escolha do elenco para Um Contratempo foi na maior parte acertada, Ana Wagener (advogada) dá um show e Bárbara Lennie (a amante) também ótima. O protagonista, Mario Casas, apesar das caras e bocas, dá conta do recado.

Dominique - Contratempo

A competente fotografia é assinada por Xavi Giménez investindo em lugares gélidos e escurecidos nos momentos mais sombrios.

Roteiro extremamente inteligente aborda a ambição do ser humano e guia o espectador em um triller repleto de reviravoltas mostrando que uma mentira pode ter consequências drásticas e que pode ter vários lados – e o lado que se torna uma verdade é aquele que tem melhor argumento.

É genial a grande reviravolta que acontece no desfecho deixando parte da trama ainda em aberto, mas que se torna sem importância, porque um mistério ainda maior é revelado, nos deixando perplexos com tal revelação.

Um suspense de êxito, cuja premissa prende a atenção do espectador e o roteiro apresenta o tempo todo vários desfechos possíveis para a história.

Sem dúvida, Um Contratempo é um dos melhores suspenses do ano! Arrebatador!

Sente já no sofá e assista no Netflix.

[fve]https://youtu.be/4DTjlmNYMEo[/fve]

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