Eu adoro podcast. Sabe por que? Porque enquanto faço mil coisas, escuto sobre o que gosto e o que quero. Separo todos os que me interessam e vou escutando no carro, enquanto cozinho, é uma delícia!
Este primeiro podcast da Dominique é um bate papo com a coach Katia Gaspar sobre o momento da virada que está pairando no coração e na mente de muitas Dominiques.
Depois de 25, 30, 35 anos atuando na mesma área, dá uma vontade de mudar, não dá? Aprender coisas novas, se aventurar em um setor desconhecido. Mas e o medo? Os boletos são implacáveis. Com ou sem greve dos caminhoneiros, eles chegam, superpontuais. Como fazer isso nesta altura da vida?
A Katia, além de compartilhar como fazer, ela contou sua experiência, pois mudou tudo profissionalmente aos 40 anos. Está feliz e realizada!
Adorei conversar com a Katia Gaspar neste podcast sobre Turning Point, e você, gostou de escutar?
O Amante Duplo, último longa de François Ozon, um suspense erótico que traz Marine Vatch e Jérémie Rénier nos papéis principais, casal que serviu de inspiração para o cartaz oficial do festival.
O homenageado do Festival Varilux é o diretor Costa Gavras com o seu clássico “Z”, filme que completa 50 anos e será exibido em cópia restaurada.
O público assistirá aos mais novos trabalhos de cineastas, de atores e atrizes já consagrados. Premiados jovens talentos que imprimem diversidade e originalidade ao cinema francês marcam presença.
A delegação francesa desembarcou na cidade nesta quarta-feira para debater sobre os filmes “O Poder de Diane”, “Carnívoras”, “Marvin” e “Primavera em Casablanca”.
“O Poder de Diane”, de Fabien Gorgeart (Diane a Les Épaules), conta a história de uma mulher que aceita ser barriga de aluguel de seus melhores amigos, abordando com humor e ternura a temática dos novos modelos familiares.
“Carnívoras”, dirigido pelo estreante Jérémie Renier, ao lado do irmão Yannick, fala de duas irmãs que querem ser atrizes.
“Marvin”, de Anne Fontaine (Agnus Dei), premiado em Veneza, com Isabelle Huppert, sobre um garoto que foge de seu vilarejo.
“Primavera em Casablanca”, de Nabil Ayouch, cinco histórias que se encontram nas ruas da cidade marroquina.
Entre as produções destacam-se três filmes da nova geração francesa de cineastas, designado várias vezes pela crítica de “nouvelle garde”.
“Custódia” (Jusqu` à la Garde), de Xavier Legrand, que acompanha a disputa entre um casal pela guarda do filho. O longa foi vencedor do prêmio de Melhor Direção e Melhor Primeiro Filme, no Festival de Veneza.
“A Excêntrica Família de Gaspar” (Gaspar va au Marriage), de Antony Cordier, comédia maluca e melancólica sobre o adeus a infância, desejo e tempo.
E também, o já citado, “O Poder de Diane”.
Destacam-se também dois filmes pelo gênero pouco comum na França. O longa “A Noite Devorou o Mundo” (La Nuit a Devoré le Monde), é uma sátira social e um filme de zumbis. Filme de Dominique Rocher mostra a cidade invadida pelas criaturas, com um único ser humano tentando sobreviver. Na mesma veia, “O Último Suspiro” (Dans la Brume), do quebequense Daniel Roby, mostra uma família tentando se salvar após uma contaminação química. Com Romain Duris no papel principal.
Na seleção da mostra, há ainda “Gauguin-Viagem ao Taiti”, com Vincent Cassel, como o pintor, “A Busca do Chef Ducasse”, e “Nos Vemos no Paraíso”, vencedor de cinco prêmios César.
O festival ainda conta com filmes e workshop de realidade virtual e uma seleção de curtas metragens.
Como disse no primeiro texto sobre as histórias da praia, uma das melhores coisas da minha praia são os papos, os causos, as histórias. Lembra que falei no segundo texto da Marianne que andava de manhã cedinho roubando minha exclusividade?
Bom, fato é que nos tornamos boas amigas de temporada, quer dizer, só nos encontramos lá. E só batemos papos daqueles de lavar a alma de vez em quando.
E foi isso que aconteceu semana passada.
Nos encontramos no fim da tarde para um daqueles famosos cafezinhos.
Papo vai, papo vem, disse que nunca mais a tinha visto com sua câmera fotográfica. Companheira inseparável.
Ela falou que tinha dado um tempo. Não sabia bem porque. Mas tinha aposentado dentro de uma gaveta. Máquina, lentes e parafernálias.
– Sabe? O digital facilitou muito, mas me fez perder o tesão. Esse negócio de poder tirar muitas fotos para poder escolher a melhor tirou a beleza das fotos na minha opinião.
– Mas porque Marianne? É uma enorme facilidade.
– Porque o custo da revelação impedia que tirássemos esse monte de fotos. Quando fotografamos, o que importa é a primeira, é o nosso olhar naquele momento, é o que capturamos, é o que aquilo nos fez sentir. Aí vem o momento da revelação, sendo que na maioria das vezes já tinha até esquecido de algumas fotos. E aparece a delícia de descobrir aquele registro. Bem, posso ser anacrônica ou saudosista, mas acho que não tem mais a mesma graça.
E aí ela começou a contar como foi o processo dela de descoberta pela paixão pela fotografia.
Por volta dos 50 anos, (affff sempre por aí, né Dominiques?) ela quis fazer algo que fosse só dela, só para ela e que a libertasse um pouco dos papéis de mãe filha, esposa, profissional. Estava se sentindo oprimida nessa casca.
Ahhh Mariane, como eu te entendo.
A história de seu desenvolvimento como fotógrafa, eu vou pedir para ela contar pessoalmente.
Foi fazer cursos com feras. Cursos que precisava ser aceita. Mas como assim? Nunca fotografei. Como farei um teste? Well, ela foi aceita, porque sempre teve e sempre terá o espírito do artista. O olhar diferenciado.
E assim passaram-se anos fotografando e estudando.
Até que surgiu a dúvida. Mas o que é que eu fotografo?
Para que eu fotografo?
Sou mais uma fotógrafa de por do sol de Insta?
E resolveu realizar um antigo sonho. Conhecer e fotografar o Rio São Francisco.
Mas precisava fazer isso sozinha.
Precisava deste tempo. Precisava deste encontro com ela mesma.
Fez seu roteiro.
Colega, sério, eu jamais teria encarado essa viagem. Roots demais para meu estilo.
Mas Marianne, na época com 54 anos, partiu decidida de avião até Aracajú. De Aracajú, 5 horas de ônibus até Penedo. E de Penedo mais 6 horas de ônibus até Piranhas.
Você já ouviu falar de Piranhas? Pois é eu nuuuunca tinha ouvido falar.
Mas a descrição de Ma foi de dar água na boca.
Uma cidade muito organizada, com casinhas coloridas, ruas de paralelepípedos, às margens do Velho Chico, mas ainda cheia de grutas e com histórias riquíssimas sobre o cangaço, afinal lá foi feita a emboscada final para maria Bonita e lampião. N-U-N-C-A poderia imaginar. Afff! Quanta ignorância!
Mas voltando. Ma hospedou-se numa pousada, simples e acolhedora. Estamos falando de 2005. Muita coisa deve ter mudado de lá pra cá.
Mas lá vai ela fotografar e procurar sua essência.
Até que numa certa sexta-feira, Marianne começa a passar mal. Tontura, dor de cabeça, vómitos e febre.
– Ah! Já já passa. Vou ficar quietinha no quarto hoje.
Aí começa a diarreia. Na madrugada de sexta para sábado percebe que a coisa só piora.
Que está sozinha, no meio de lugar desconhecido sem conhecidos.
O que adiantava ligar para família naquela altura? 4 horas de avião mais 11 horas de estrada?
Arrastou-se até a entrada da pousada, chamou a dona, que muito solicita, a levou ao hospital da cidade.
Para uma paulistana, chamar aquilo de hospital não parecia apropriado. Pela falta de equipamentos e tamanho, mais lhe parecia um posto de saúde.
Foi quando apareceu um médico.
Não. Ele não estava de branco. Não, ele não tinha cara de experiente.
Mas ela estava desmaiada. Oscilava momentos de lucidez com apagões totais.
Soro na veia e internação.
Internação??? Sozinha?
Não tinha jeito. Na verdade, quase agradeceu ter alguém, para cuidar dela.
Mas não deixava de estar com medo.
O médico acalmou-lhe. Disse que tudo ficaria bem. E falou que faria uma acupuntura nela.
Sua primeira reação?? Não! Acupuntura não? E as agulhas?
O médico sorriu complacente e pediu mais uma vez que ela não se preocupasse. Apenas que descansasse.
Bem, Marianne não tinha o que fazer. Estava entregue. Nas mãos daquele Doutor. Já tinha sido indelicada o suficiente. E tinha que acreditar nele.
E assim passou o sábado. Entre soros e agulhas. Entre pequenos apagões. Acordada se sentia num sonho. coisa estranha.
Mas passou. E veio o domingo. Que continuaria internada se recuperando. Embora já sentisse melhor. Bem melhor. Já tinha até fome!
Conseguiu sentar na cama e ver que estava numa enfermaria com outros dois pacientes. Tudo muito simples, mas muito limpo e organizado.
Ainda se sentia fraca demais. Mas já conseguia pensar. Bateu-lhe uma enorme tristeza.
Pela primeira vez sentiu-se sozinha e repensando se aquela tinha sido uma boa decisão mesmo.
Será que não tinha a capacidade de viver aquela experiência?
Quanto mais pensava, mais triste ficava.
Mas de repente, entra uma pessoa no quarto. Um estranho. Um senhor.
Cumprimenta-a. Pergunta se ela precisa de algo. Segura em sua mão. Vai buscar sua refeição na copa. Não… Não era ninguém do hospital.
Ele sai e chega uma senhora, trazendo uma santinha para presentear-lhe. Senta na beira da cama. Olha em seus olhos. Passa mão em seus cabelos. Oferece-se para ligar para família. Pergunta seu nome. E foi assim todo o domingo.
Ela viu que não era só com ela, mas também com os dois outros pacientes.
Na verdade, aquelas pessoas tiravam o domingo para consolar, ajudar, conversar, fazer companhia aos doentes e principalmente estranhos. Sabiam que eram pessoas que estavam precisando de conforto. E que uma palavra e um carinho poderiam fazer a diferença.
Neste momento, Ma começa a chorar e disse que nunca mais foi a mesma. A certeza de que precisamos de muito, muito pouco, para viver. Que existem sim pessoas que fazem o bem pelo bem.
Acredito. Acredito nela. Porque a Nanny é tudo isso.
Economista, trabalha com tecnologia digital desde 2001. Descobriu o gosto pela escrita quando se viu Dominique. Na verdade Dominique obrigou Eliane a escrever. Hoje ela não sabe se a economista conseguirá ter minutos de sossego sem a contadora de histórias a atormentá-la.
Imagine o mais lindo museu palácio do mundo. Agora imagine ele todo fechado para você! Sim, sim, foi o que fiz!
Acostumada com a multidão que se acotovela no Louvre, não consegui parar de fotografar os corredores vazios do Hermitage. Sim, o Louvre é fantástico, mas não existe um museu como o Hermitage! tsc tsc!
Construído em princípio como o palácio de inverno dos czares em 1721, seu esplendor começou com Elizabeth I entre 1754 e 1762. Infelizmente ela não viveu para ver o seu palácio acabado.
Veio então sua nora, Catarina II, que resolveu ampliar o palácio e decorá-lo ao seu gosto. A coleção do Hermitage começou com ela, quando adquiriu 225 pinturas flamengas e alemãs.
Hoje o museu tem mais de 3 milhões de obras. A construção do palácio também merece toda a atenção: mais de 230 mil metros quadrados da mais alta opulência em 460 cômodos com pisos em marchetaria, mármore, mosaicos, com material vindo de todas as partes do mundo. Infelizmente, em 1837, o palácio queimou por mais de 30 horas o destruindo quase que por completo.
Quase tudo o que se vê é uma tentativa, a mais fidelizada possível, do que foi, com algumas felizes exceções como a Biblioteca de Nicolau I e a estonteante escadaria Jordão, de Rastrelli, que salvaram-se de virar cinzas.
Desde Elizabeth I até Nicolau II (último Czar Russo, todos viveram por aqui como o palácio de inverno dos Czares), uma impressionante construção hoje composta de 10 edifícios.
O Palácio foi aberto ao público como museu em 1852 e hoje é possível apreciar obras de Rembrandt, Caravaggio, Monet, Da Vinci, além do próprio palácio nos aposentos reais da família Romanov, a igreja, sala do trono e biblioteca.
Além disso, um bom pedação do Vaticano pode ser apreciado no museu: Catarina II quando visitou o palácio do Vaticano, ficou encantada com a famosa galeria, criada no século VI, pelo arquiteto Donato Bramante com suas paredes pintadas pelos alunos do artista Raphael sob a sua supervisão. Em seu retorno à Rússia, pediu imediatamente uma cópia fiel em seu palácio de inverno. A Galeria no Hermitage consiste em 13 arcadas idênticas as do Vaticano.
Outra grande atração é o relógio do pavão, feito pelo joalheiro britânico James Cox em meados dos anos 1770 e comprado por Catarina, a grande. Funciona perfeitamente, mas é acionado somente em ocasiões especiais.
Se eu vi funcionando? Sou Dominique, baby!
Sei que você é perfeitamente capaz de visitar o Museu sozinha, de forma independente, mas eu aconselho, firmemente, um guia local a fim de enriquecer seus conhecimentos e apreciar as obras com mais profundidade.
A Cynthia Camargo escreveu um Guia sobre Paris bem bacana e atualizado, veja neste link
O Hermitage deve ser enlouquecedor! Quero muito conhecer.
Formada em Comunicação Social pela ESPM (tendo passeado também pela FAAP, UnB e ECA), abriu as asas quando foi morar em Brasilia, Los Angeles e depois Paris.
Foi PR do Moulin Rouge e da Printemps na capital francesa. Autora do livro Paris Legal, ed. Best Seller e do e-book Paris Vivências, leva grupos a Paris há 20 anos ao lado do mestre
historiador João Braga. Cynthia também promove encontros culturais em São Paulo.
Hoje comento e recomendo para você assistir nesse feriadão, o lindo filme baseado no livro de E.M.Foster, Uma Janela para o Amor, dirigido por James Ivory, disponível na Netflix.
A Room with a View, nome original, fez um enorme sucesso, chegando a receber sete indicações ao Oscar® e levando três estatuetas (Roteiro Adaptado, Figurino e Direção de Arte).
No início do século XX, Lucy Honeychurch, uma jovem e nobre inglesa, fez sua primeira viagem à Florença acompanhada de sua prima, Charlotte Bartlett. Hospedadas numa pensão, conhecem uma série de curiosos personagens, entre eles um velho advogado, Mr. Emerson, e seu filho, o excêntrico George. Nasce um grande amor entre Lucy e George. Ao retornar para a Inglaterra ela terá que se decidir se casa com Cecil Vyse ou segue com sua crescente atração.
Uma Janela para o Amor é um romance clássico que num primeiro momento se encaixa nos moldes de uma comédia romântica, mas que se mostra mais profundo do que isso com suas metáforas e simbolismos que funcionam nos mais diversos níveis.
Ao longo da história, Lucy passa por uma série de transformações que vão alterando a percepção que tem de si mesma e, mais ainda, da sociedade que a cerca. Aprende a questionar algumas convenções empregadas e se vê tomada por um forte desejo de independência, tanto que ao se ver no centro de um triângulo amoroso, pensa em não ficar nem com um, nem com o outro.
E.M.Foster, através de situações mais corriqueiras, brinca com a etiqueta exagerada do britânico do começo do século XX, com a vulgaridade campestre versus o exagerado decoro urbano, com filosofia e religião, além de algumas insinuações de cunho mais sexual, usando em diversas dessas passagens um tom irônico e direto.
O filme tem saídas deliciosas, roteiro econômico e pulos no tempo permeados por legendas que suspendem mistérios. O problema não pertence aos outros. Está dentro dos personagens. Um belo exemplar de sentimentos, de labirintos internos.
Para Lucy, de sentimentos presos e prestes a explodir, entregar-se a George significa deixar o amor vencer a barreira que se impõe na luta entre os sexos. Ela quer ser uma mulher forte, mais forte do que ele, resolvida e talvez independente. Amar é uma saída à liberdade, não à servidão. Com delicadeza, graça e até ousadia.
A estrutura da obra é impecável. Ivory faz questão de tornar os lugares em personagens importantes da trama, criando planos admiráveis, especialmente na Itália, contrastando com eles o fulgor simples da juventude, a descoberta dos desejos, do corpo e do amor com a frieza e aparente eternidade da cidade.
Planos rápidos em estátuas, monumentos e obras arquitetônicas dão um contexto rico, destacam o espaço e quase oprimem os personagens diante de sua resistência e grandeza, enquanto homens e mulheres estão sujeitos a paixões que se resolvem de diversas formas no decorrer do filme.
O trabalho de pesquisa para os figurinos e a direção de arte, ambas agraciadas com o Oscar®, também excelentes.
[fve]https://youtu.be/eIzcNVZKWdE[/fve]
Sem sombra de dúvida Uma Janela para o Amor é uma adaptação belíssima, bem fiel ao livro.